quarta-feira, 28 de novembro de 2018

FIM DE ANO


Fim de Ano

Marcus Pereira


Estamos a um passo (um mês) do fim de 2018, estamos encerrando mais um ciclo e agora? está chegando um novo ano, está terminando mais um ano. O que fazermos de diferente? O que ficou de importante da história que vai ficando pra trás (tudo que vivemos ou deixamos de viver)? Quais caminhos devemos trilhar? Para onde vamos? Que futuro nos espera (principalmente os rumos que vão tomar o nosso país)?


Fizemos isso a cada segundo, minuto, hora e dia, fizemos isso todos os meses do ano que está terminando (2018) e mais uma vez precisamos abrir nosso baú dos encantos, espantar nossos medos, lembrar dos sonhos que realizamos e também daqueles que nem demos oportunidade de realizarmos (o tempo foi curto demais), repensar nossos desejos.

Um dia alguém falou que o tempo que passa não volta mais, que devemos entender que a vida continua, será que não vale a pena olharmos para trás, rebuscar nossas felicidades do passado, nos embrenharmos nas lembranças do que foi bom, lembrarmos daqueles que não conseguiram chegar até aqui, 2018, (finalzinho) antes de abrirmos as portas de 2019?.

Como não chorar outra vez? Como não querer um abraço de quem só nos deixou saudades. Ah! como seria se ao abrirmos essa porta (2019) pudéssemos trazer o passado de volta?, trazermos consigo cada amor perdido?, o amigo que não vemos mais?, como não querer de novo aqueles que não temos mais ao nosso lado? Como não querer sentir-se criança novamente? Quem não queria tudo isso de novo?

Mas as portas que se abrirão não nos trará esse passado, levará nosso presente e ai sim teremos de criar as novas emoções, os novos sonhos, teremos de buscar novas formas de sorrir, uma nova maneira de enxugar as lágrimas, buscarmos uma nova história, pois a vida continua e nos precisamos refazer nossas escolhas, plantarmos novas sementes, fincarmos raízes, deixarmos brotar novas esperanças, sem esquecermos do mundo e quando o novo ano chegar, que estejamos aqui também, juntos, de mãos dadas, a espera do ano novo que vem!

Natal, Ano novo! E agora?


Não podemos esquecer de Jesus, aquele da manjedoura, que nasceu na periferia e viveu defendendo assassinos, ladrões, putas, pobres e leprosos. Aquele que fez muito barulho, que conquistou desafetos na classe média e na elite. E considerado subversivo (Comunista) pelos poderosos, foi preso pelo império, torturado e humilhado.


A classe media pediu sua pena de morte, mas não tinha justificativa. Ele era inocente! Pilatos sabia, todos sabiam. A responsabilidade de julgá-lo foi repassada para Herodes, que, percebendo a bronca, a devolveu para Pilatos que rapidamente colocou o povo na jogada, como naquele tempo (assim como hoje) já tinha manipuladores dispostos a fazerem o jogo sujo, o resto da história todos sabem, deu no que deu.

Jesus foi condenado, foi executado e ainda ouviu as piadinhas dos justiceiros. O detalhe é que ele não foi só executado entre bandidos, ele foi executado como bandido, pelo Estado, enquanto os justiceiros aplaudiam. O povo perdeu seu maior líder.

Em 2019, se Jesus voltar, certamente será morto novamente por essa gente de bem (a nossa elite oligárquica), que vai comer panetone e peru na ceia de natal.

Não esqueçamos: se não fizermos nada de diferente, nada de novo vai acontecer. Que venha 2019!




sexta-feira, 16 de novembro de 2018

15 de novembro de 1889: 1º Golpe Militar no Brasil - A VERDADE

15 de novembro de 1889: 1º Golpe Militar no Brasil
 Hinamar A. Medeiros - Recife


Todo dia 15 de novembro temos o feriado nacional da “Proclamação da República”, data que ocorreu o 1º golpe militar no Brasil. Desde a sua origem, a elite brasileira sempre procurou controlar o essencial do poder regional e viver em situação subordinada com as elites estrangeiras, desconsiderando as necessidades essenciais da população pobre.

No período da monarquia, eclodiram movimentos liberais, federalistas e separatistas (Balaiada; Cabanagem; Revolta Farroupilha, etc.). Esses movimentos foram traídos no seu nascedouro pelas elites regionais, temendo a adesão dos pobres e dos trabalhadores escravizados. As elites regionais sempre preferiram a subordinação imperial a pôr em perigo a ordem escravista, que foi um dos pilares da unidade territorial brasileira.

Em 1880, o movimento abolicionista exigia o fim imediato da escravidão, sem indenização. A luta pela abolição transformou-se no primeiro grande movimento democrático nacional, com organização de fugas de escravos, onde homens livres e trabalhadores escravizados uniam suas forças. A reforma eleitoral; a universalização do ensino; a democratização da propriedade da terra eram propostas discutidas pelos abolicionistas.

A partir de 1887, aumentaram as fugas organizadas para as cidades. Logo, o movimento assumiu um caráter massivo. Com as fazendas desertadas, vendo o fim inevitável da escravidão, os cafeicultores paulistas aderiram à defesa da imigração. Os fluminenses, proprietários de terras esgotadas e de muitos escravos, reivindicavam a abolição com indenização. A abolição da escravatura saiu vitoriosa e obrigou a elite a reconhecer sua derrota, com a Lei Áurea.

Sem o apoio dos fazendeiros e ex-donos dos escravos, a monarquia tentou apoiar-se na nova classe que surgia. Sobretudo na população negra que via a princesa Isabel como a redentora e esperavam que no 3º Reinado da Monarquia fossem garantidas melhores condições de existência. Para sobreviver, a família imperial dos Bragança tentou se colocar como os principais defensores do povo que haviam massacrado por mais de três séculos.

Para isso é que na última “Fala do Trono”, dom Pedro II propôs a aprovação de lei que regulamentasse a propriedade territorial e facilitasse a aquisição e cultura das terras devolutas, concedendo ao Governo o direito de expropriar, no interesse público, as terras próximas às ferrovias, desde que não fossem cultivadas pelos donos (as famosas terras improdutivas ou que não cumprem função social e que existem até os nossos dias).

Assim, em junho de 1889, o representante da Monarquia na assembleia geral, o Visconde de Ouro Preto, apresentou projeto que procurava adaptá-la à nova situação, defendeu também o voto secreto, ampliação do colégio eleitoral, liberdade de culto e ensino; autonomia provincial; etc. Estas propostas de democratização do acesso da terra e a vitória esmagadora dos liberais nas eleições parlamentares da Monarquia aceleraram o golpe.




Assim, em 15 de novembro de 1889, alguns soldados comandados pelo marechal Deodoro da Fonseca tomaram o Ministério da Guerra e depuseram o ministro e o presidente, o visconde de Ouro Preto. Logo em seguida, o novo republicano marechal Deodoro da Fonseca tomou algumas medidas, entre as quais: abandonar o projeto de assentamento e profissionalização dos escravos libertos; instituir a censura à imprensa; reajustar seu salário e dobrar o dos ministros; conceder direito de expropriação para empresas estrangeiras realizarem empreendimentos em território nacional.

Todas as elites provincianas apoiaram o novo regime, a maioria eram líderes dos partidos monárquicos, agora defensores fervorosos da República. Assim, a República foi estabelecida praticamente sem lutas, salvo no Estado do Maranhão, onde os antigos escravos tentaram reagir ao golpe e foram violentamente dispersos, causando o saldo de três mortos e vários feridos. Os três negros de que a História oficial não guardou os nomes foram os primeiros mortos contra o golpe da Proclamação da República no Brasil.

A primeira Constituição republicana foi essencialmente conservadora e elitista, nada de democrático e popular. Quando populações nacionais levantaram-se, confusamente, contra uma ordem que compreendiam ser-lhes absolutamente injusta, como Canudos, Contestado ou na Revolta da Chibata, foram acusadas de atrasados, loucos, etc. e duramente massacradas. A República era coisa das elites e se mantém até hoje, 129 anos depois.



_Hinamar A. Medeiros - Recife


quinta-feira, 15 de novembro de 2018

“Um País que não cedeu aos EUA não cederia a um anão moral tupiniquim”

“Um País que não cedeu aos EUA não cederia a um anão moral tupiniquim”

Por Lúcia Helena Issa em seu Facebook



Como muitos de vocês sabem , permaneci em CUBA por alguns meses e meu TCC e minha primeira matéria internacional foram feitos em Havana e sobre a vida em Cuba, com depoimentos fundamentais sobre a educação e a medicina cubana , reconhecidas pelo mundo inteiro!

O fato de Jair Bolsonaro destruir um acordo histórico assinado pelo Brasil, agir de forma imoral e antiética, mudando as regras de um jogo no meio do jogo, agindo como um desequilibrado torcedor de um time de futebol ideológico e não como um presidente de uma nação de 208 milhões de habitantes, não me surpreende, mas me entristece de forma abissal.

Entrevistei dezenas de médicos cubanos no Brasil e também na Itália ( sim, eles não estão apenas no Brasil, foram convidados para a ajudar mais de 100 países do mundo , inclusive a Europa, onde são extremamente respeitados) e pude testemunhar o trabalho humanista e nada mercenário feito por esses médicos.

Entrevistei pessoas no interior do Rio e no interior de Pernambuco há dois anos que não tinham acesso a tratamentos básicos e que , depois de conhecer um médico de Cuba , perguntavam no SUS onde poderiam ser atendidas pelos cubanos e não pelos brasileiros.

As chantagens feitas por Bolsonaro a Cuba, um país que não cedeu jamais ao Bloqueio ou às agressões norte- americanas e, claro, não cederia às agressões de um anão moral tupiniquim, , deixam nossos irmãos mais pobres órfãos de um programa reconhecido pelo mundo todo.

Um programa que levou médicos a mais de 2000 cidades pequenas ou vilarejos para onde os médicos brasileiros não queriam ir, levou médicos a aldeias indígenas que jamais haviam visto um profissional da saúde e reduziu significativamente a mortalidade infantil .




O Brasil perde hoje mais de 8500 médicos humanistas e amados por todos, perde ainda uma parte de sua história recente de combate à mortalidade infantil entre os mais pobres.

O Brasil retroage 30 anos hoje e avança rumo a um fundamentalismo que cheira a enxofre.

Na foto acima, minha pequena homenagem e imensa gratidão a todos os oito mil e quinhentos médicos cubanos que partirão de nossa nação , representados aqui pela médica cubana Yanni, um ser humano maravilhoso que salvou milhares de vidas no interior do Brasil.

Perdoe- nos , Dra Yanni., por nossa imensa ingratidão.