sábado, 16 de janeiro de 2021

Um vagabundo no Planalto - Ricardo Melo

 

Um vagabundo no Planalto

Ricardo Melo 

Não, não se assustem. Não estou cavando processos, nem desafiando decoros, liturgias ou normas legais. Tampouco comprometendo esta Folha. Apenas reproduzo no título palavras literais do então líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir.


Antes, as conversas divulgadas pelo site The Intercept mostraram um ambiente pior do que muitos imaginavam. Escolha o crime: promiscuidade judicial, um magistrado indigno desse nome, articulações com potências estrangeiras, delações selecionadas a dedo, atos de troça e desumanidade diante de tragédias de indiciados, manipulação de “provas”, desrespeito ao que deveria ser um Supremo Tribunal Federal, monetização de informações sob segredo judicial, procuradores que só encontram o que querem achar (desde que valham “400 k”).

Tudo invocado em nome do “combate à corrupção”. Deixo as risadas ao sabor dos leitores.

Mesmo jornalistas iniciantes são capazes de identificar o jogo jogado desde a Lava Jato. Assim como os motivos. Governos de alguma preocupação social ameaçaram séculos de hegemonia do 1% mais ricos.

Ameaçar nem seria bem o termo. Arranhar soa mais adequado. Acusar os governos Lula e Dilma de “vermelhos”, “socialistas” e “bolivarianos” serviram de hipérboles típicas dos arautos de um sistema em que liberdade, fraternidade e igualdade são anátemas a riscar dos dicionários. Pergunte aos banqueiros, senhores da mídia, colunistas de aluguel e capitalistas internacionais apavorados com a nova crise mundial que se avizinha.




Jair Bolsonaro, o “vagabundo” aplaudido por exploradores de lenocínio como Oscar Maroni, empresários que devem os tubos à Receita, milicianos armados, tubarões de mídia beneficiários de concessões públicas —Bolsonaro foi o que restou a uma elite apodrecida após a perseguição a Lula e o impeachment industriado de uma presidenta. Dilma pode ser criticada por muita coisa, inclusive por um governo pífio e desorientado no segundo mandato —menos de ter avançado sobre um único centavo do povo trabalhador.

No lugar dela, assistimos agora a um governo carcomido por roubalheiras, laranjais, amigos de um capitão medíocre e obscurantista, chefe de uma família decomposta —todos orientados por um astrólogo caçador de ursos e saudoso da ditadura.

Impressiona que ditos intelectuais e “oposicionistas” refrigerados a ar condicionado reajam a tudo com entrevistas emasculadas.

Limitem-se a considerar “polêmicas” declarações sobre torturas, massacre de presos e extermínio de crianças e pobres indefesos. Conformem-se (ou até festejem) ao ver um “vagabundo” sentado no Planalto.

Observem sem maiores dramas um réu confesso como Sergio Moro pontificar sobre “porretes e cenouras” depois de abusar da delinquência ao grampear ilegalmente uma presidenta e um ex-presidente da República.

Mas isso também tem sua explicação. Por trás do histrionismo dos “quebra-queixos” temperados por baixo calão, parcos direitos sociais vêm sendo exterminados na surdina de acordos espúrios do velho Congresso de sempre.

Como bem disse o presidente do maior banco privado do Brasil, deixa o cara falar. Importantes são as contrarreformas destinadas a retroagir o país ao estágio pré-colonial. Uma nação de boias-frias que trabalham por um prato de comida para não desmaiar ou enfartar no meio da rua; sobreviver com migalhas recolhidas em latas de lixo.

Esse é o ponto. Forma e conteúdo não se separam. O Brasil está às vésperas de uma explosão social. Quando? Não há mal que sempre dure. Mas está demorando demais.

https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/10/um-vagabundo-no-planalto.shtml

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

O Brasil precisa acertar as contas com seu passado.


O Brasil precisa acertar as contas com seu passado.

Marcus Pereira

Exemplo de república erguida com cotas e favorecimentos aos seus brancos escravocratas, o Brasil precisa acertar as contas com o seu passado.




“1837 - Primeira lei de educação:  aos negros não foi dado o direito de irem à escola.

Hoje ainda há barreiras sociais pelo percurso.

1850 - Lei das terras: negros não podem ser proprietários.

Ainda bem que nos sobram os morros, SENZALAS do séc. XXI.

1871 - Lei do Ventre Livre - Quem nascia livre? 

Consideravam-se livres todos os filhos de mulheres escravas nascidos a partir daquela data, porém essas crianças continuavam trabalhando porque eram proibidas de frequentarem escolas e áreas públicas. 

Os "donos" dos pais (escravos) podiam escolher entre duas formas de compensação: 

1 - Receber uma indenização do estado.

ou

2 - as crianças trabalhariam pra eles até os 21 anos.

Hoje, nos sinais de trânsito, encontramos os resquícios e as respostas, mas muitos SENHORES DE ENGENHO se quer conseguem enxergarem através dos vidros enegrecidos de seus automóveis.

1872 - apenas 0,08% dos negros que aqui viviam, escravizados ou não, eram alfabetizados. (1° Censo do Brasil, 1872).

A nossa elite ainda "acredita" que não fez mal aos mais de 2 milhões de homens, mulheres e crianças que arrancaram a força de suas nações.

1885 - Lei do Sexagenário - considerava livre quem alcançasse 60 anos. Nenhum negro alcançava essa idade. 

As novas regras da aposentadoria lembra bem essa lei.

1888 - Assinatura da Abolição - depois de 388 anos de escravidão. 

Não pensem que foi um gesto de bondade.

1890 - Lei dos vadios e capoeiras - os que perambulavam pelas ruas, sem trabalho ou residência comprovada, iriam pra cadeia. Eram mesmo "livres"? 

Dá para imaginar qual era a cor da população carcerária daquela época? Vc sabe a cor predominante nos presídios hoje? 

1968 - Lei do Boi: primeira lei de cotas, não, não foi pra negros, foi para filhos de donos de terras, que conseguiram vaga nas escolas técnicas e nas universidades (volte e releia sobre a lei de 1850)

1988 - Nasce nossa ATUAL CONSTITUIÇÃO. Foram necessários 488 anos para ter uma constituição que dissesse que racismo é crime, e ainda, na maioria das ocorrências, se minimiza o racismo enquanto injúria racial e nada acontece.

2001 - Conferência de Durban, o Estado reconhece que terá que fazer políticas de reparação e ações afirmativas, no entanto, não foi porque acordaram bonzinhos, não foi sem luta. 

Foram décadas de lutas para que houvesse esse reconhecimento e mesmo assim, até hoje, essas políticas não são plenas.

2003 - Lei 10639 - estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira". 

Que convenhamos, pouco se importam em cumprirem, o que querem mesmo é apagarem com mentiras.

2009 - implementação da Política de Saúde da População Negra, porém esta continua sendo  negligenciada e violentada (Quem são as maiores vítimas da violência obstétrica?) descaradamente e ainda existe todo um projeto de desmonte do SUS. 

Quem são os maiores prejudicados por esse descaso? O Índio, o negro, o idoso, ou seja as "minorias", a população de baixa renda, de um modo geral, que em tempos de eleição é assediada e bajulada por políticos sem escrúpulos (CANALHAS).

2010 - Lei 12288 - Estatuto da Igualdade Racial. Em nosso país ainda tem quem se nega a reconhecer o mal que fizeram e o racismo está cada dia mais exposto. 

2012 - Lei 12711 - Cotas nas universidades. Nasce a revolta da CASA-GRANDE sob um falso pretexto meritocrata como disfarce do medo de perderem seus serviçais mal remunerados. 

CANALHAS! CANALHAS! CANALHAS!

Se observarmos o topo da pirâmide dos empregos (os de melhores remunerações), seja na iniciativa PRIVADA ou em cargos PUBLICOS, veremos que no Brasil, desde a chegada de Cabral, a meritocracia é conversa pra "boi dormir".

Ainda vivemos em uma sociedade RACISTA e ESCRAVOCRATA essa linha do tempo só evidencia essa condição.

Nosso país traz o ranço da CASA-GRANDE, em que seus herdeiros continuam querendo ter sobre suas tutelas (domínio) os herdeiros da SENZALA.

É essa gente que agora comanda o país.

CANALHAS! CANALHAS! CANALHAS!

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Fabrica de Anjos - Thiago Melo

 Fabrica de anjos



Fabricas de anjos, codinome das clinicas, nada  clandestinas, de aborto estabelecidas nas grandes  cidades dos  estados da federação e que cobram em média  R$5,000,00 (Cinco mil reais), por procedimento, que  entre o entrar e sair levam pouco mais de 2 horas para  finalizar a "excomungada" intervenção.  

Geralmente com entradas secretas a ambientes privados, o  que garantem o sigilo, de modo que as pessoas não se  encontrem enquanto transitam entre as muitas salas, com  suas decorações requintadas e falsas placas de diversas  especialidades penduradas nas portas.

Quem são os clientes dessa medicina privilegiada em  nosso pais? Quem seriam senão os defensores da moralidade, da família, dos bons costumes, claro a alta sociedade de um pais contaminado pela hipocrisia de uma elite mentirosa e medíocre.  

Nesses locais não vamos encontrar a moca preta da  favela, a menina pobre dos confins do interior ou a  branquela feia e desdentada do morro, lá encontraremos  aqueles que todos já conhecem: do juiz casado que manda  a amante abortar, passando pelo empresario e sua filha  adolescente, nossas celebridades, até chegar na policia que faz um bico de  passar o pano para os "crimes" cometidos pelos  endinheirados.

No entanto, agora, o pais se divide, por um lado pela  hipocrisia de meia duzia de fundamentalistas religiosos,  o que por si só já é um fato dantesco, e do outro lado  aqueles que defendem a integridade de uma criança  estuprada durante metade de sua vida e que tem de se  curvar aos tramites legais, gestar por 22 semanas o  produto de uma violência física, moral e espiritual, e  ainda ter sua identidade escancarada e ser mais uma vez  violentada por um sociedade religiosa hipócrita e  terrorista que se diz temente a Deus.



Que Deus é esse? Que sociedade é essa que se quer é  capaz de expressar o verdadeiro significado do Deus que  dizem representar, O AMOR.

A grande verdade é que essa gente representa e  expressa muito bem o ódio, o preconceito e a ignorância.


Thiago Melo


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Disponível em Ebook na Amazon.com.br


Palavras ao Vento: Poesia por [Pereira, Marcus]






domingo, 26 de julho de 2020

Dizem que hoje é o dia do escritor. - Josafá Gomes

Dizem que hoje é o dia do escritor.

Por Josafá Gomes - sábado - 25/07/2020 15:00



Então, nessa vibe, diante de tantos que eu amo e admiro, gostaria de homenagear aqueles com os quais posso ter uma aproximação mais física (se for permitido).

Lanço meus abraços e olhos de gratidão à escritora Luce Pereira que, com sua Febre que não passa, me incendeia a cada leitura e me aponta a poesia que está em toda a sua escrita. Além disso, suas postagens no Facebook e Instagram me inspiram a doçura e a suavidade para o bom viver. Luce, eu amo você!

Merece, também, minha homenagem, o escritor Carlos Sena. Esse, com sua perspicácia de mestre e muitas vivências, é quase um reencarnação do Gregório de Matos na pós-modernidade. Carlos provoca, questiona, faz sorrir e me faz ver muitas possibilidades através dos seus escritos. Sei que nossos contatos sempre foram virtuais, apesar das tentativas de encontros físicos. Mas, saiba: eu te admiro muito!

Ivanilson Martins é o outro a quem quero homenagear. Com seus olhos mais de poeta que de gente (poeta não é gente?), vê poesia em tudo. Esse jeito de ver o mundo é o que mais me impressiona! Sou teu amigo e fã. Obrigado por me abraçar com sua poesia e me fazer ver mais beleza no viver!

Neuma Gomes é uma escritora sem livros publicados (até onde sei). Mas cada texto ou trecho que escreve, seja um cartão de aniversário, uma mensagem no Facebook ou qualquer bilhetinho, demonstra o talento que tem! É minha amiga poeta que os deuses colocaram no meu caminho.

Cecilia Dantas chegou de mansinho no mundo literário, mas provocou um turbilhão com seus escritos para o público infantil e ganhou minha admiração! A suavidade de sua pessoa é o que me encanta.

Marcus Pereira é outro que merece esta homenagem. Com sua maneira hora suave, hora abrupta, traz à tona suavidades e denúncias de um mundo ainda em construção.

Por fim, não poderia esquecer do querido João Gomes! Ele que fez da vida uma aventura literária, instiga e provoca em mim as maiores reflexões. Com sua "Vida Secreta" e outros escritos, lançou em mim sentimentos que ainda não soube catalogar. Parabéns, querido!

Meus queridos escritores, amo vocês!

Aproveitando a deixa, eu diria que, para mim, hoje é o dia da saudade!

Amanheci inundado desse sentimento tão gostoso e tão perturbador. E, depois de ouvir a voz deliciosa de Ecilda Freitas nesta manhã, me dei conta que sinto saudades da minha mãe, do meu pai, dos meus sobrinhos e sobrinhas, das minhas irmãs e irmãos, dos meus amigos, dos meus colegas.

Saudades das pessoas que encontrei pelo mundo, dos lugares que visitei, dos beijos e abraços que recebi e dei. Saudades dos pores-de-sol, dos banhos de mar, cachoeiras e rios, das trilhas por mata adentro.

Saudades de andar pelo centro da cidade, de fazer fotografias nos aeroportos. Saudades de comer em botecos de rua, nos espetinhos das esquinas, de comer cachorro quente na rua Sete de Setembro.

Saudades de almoços nas casas dos amigos, de conversas cara a cara! Ah, até senti saudades de dançar, de mexer desengonçadamente esse corpo pouco hábil para a dança.

Saudades dos amigos que se foram recentemente: Vani Ribeiro e André Gama! E saudade da falta que a presença faz!

É muita saudade para controlar. É muita saudade para viver. É muita vida para relembrar e ter ainda mais saudades!

Feliz dia dos escritores e de todos os viventes que inspiram e me fazem sentir saudades!



segunda-feira, 20 de julho de 2020

Najwan Darwish (1978-), por Thiago Ponce de Moraes

TRADUÇÃO

Najwan Darwish (1978-), por Thiago Ponce de Moraes

Foto: Veronique Vercheval




Najwan Darwish (Jerusalém, 1978 –) é um dos mais destacados poetas de língua árabe de sua geração. Darwish vem conduzindo muitos projetos artísticos, entre os quais o Festival Palestino de Literatura se destaca. Em 2009, fundou uma editora em Jerusalém, responsável pelo jornal pan-arábico Al-Araby, onde é editor chefe nas seções de artes e de cultura. A poesia de Najwan Darwish é influenciada pelas tradições arábicas e ocidentais, tanto clássicas quanto modernas, bem como pela poesia sufi. Ele explora temas como a fé, o poder e o trauma para lançar interrogações à história e ao status quo. Sua obra já foi traduzida para mais de quinze línguas e tem sido publicada amplamente em todo o mundo.




“RESERVED”

Uma vez tentei sentar
em um dos assentos vagos da esperança
mas a palavra “reserved”
me encarava como uma hiena

(Eu não me sentei, ninguém se sentou)

Os assentos da esperança estão sempre reservados




DORMINDO EM GAZA

Fado, vou dormir como as pessoas dormem
quando bombas estão caindo
e o céu se rompe em carne viva
Vou sonhar, então, como as pessoas sonham
quando bombas estão caindo:
Vou sonhar com traições
Vou acordar ao meio dia e fazer à rádio
as perguntas que as pessoas fazem:
O bombardeio acabou?
Quantos foram mortos?

Mas minha tragédia, Fado,
é que há dois tipos de pessoas:
aquelas que jogam seus sofrimentos e pecados
nas ruas para que possam dormir
e aquelas que catam os sofrimentos e pecados das outras
moldam-nos em cruzes e desfilam
pelas ruas de Babilônia e Gaza e Beirute
gritando sem parar
Há ainda mais por vir?
Há ainda mais por vir?

Há dois anos andei pelas ruas
de Dahieh, ao sul de Beirute
e carreguei uma cruz
tão grande quanto as casas destruídas
Mas quem vai levantar hoje uma cruz
das costas de um homem exausto em Jerusalém?

A terra são três pregos
e a misericórdia um martelo:
Ataque, Senhor
Ataque com os aviões

Há ainda mais por vir?

Dezembro, 2008




NADA MAIS A PERDER

Ponha a cabeça no meu peito e escute
às camadas de ruínas
atrás da madraça de Saladin
ouça as casas soterradas
na aldeia de Lifta
ouça o moinho destruído, as lições e leituras
no primeiro piso da mesquita
ouça as luzes da varanda
saírem pela última vez
do alto do Vale da Cruz
ouça a multidão arrastando os pés
e ouça-a retornando
ouça os corpos sendo descartados, escute
a sua respiração no fundo
do Mar da Galileia
escute como um peixe
em um rio vigiado por um anjo
ouça os contos dos aldeões, bordados
como kufiyas nos poemas
ouça os cantores envelhecendo
ouça suas vozes atemporais
ouça as mulheres de Nazaré
enquanto cruzam os campos
ouça o cameleiro
que nunca para de me atormentar
ouça-o
e nos deixe, juntos, lembrar
então nos deixe, juntos, esquecer
tudo o que ouvimos
Ponha sua cabeça no meu peito:
Estou escutando a terra
Estou escutando a grama
Conforme passa pela minha pele…

Perdemos a cabeça no amor
e não temos nada mais a perder




NÃO ADIANTA

Não adianta se esconder e trancar as portas
Mudar-nos para onde ninguém nos conhecesse
também não adianta
Mesmo que você se lance do precipício
em direção ao abismo
a história ainda vai se agarrar ao seu nome



.
AS DUAS ÚLTIMAS FRASES

As duas últimas frases antes de você cair
não exprimem o desejo
de deixar pra trás algum significado
Elas não são nem um adeus
nem uma expressão de esperança
Elas são simplesmente necessárias
para a sua queda




SEM QUALQUER ORIENTAÇÃO

Amanhã nossos filhos vão acordar
sem qualquer orientação
eles são os sobreviventes do futuro:
Por algum milagre do Criador
eles sobreviveram
a todas as tentativas de orientá-los




CONTE

Conte-me quem é esse jovem leão
e como ele saltava pelo ar
enquanto o caçavam
de Musrara a Sheikh Jarrah

Conte-me sobre aquele homem magro e bravo
e como um esquadrão inteiro o atacou
no posto de controle de Qalandia
mesmo sem conseguir abatê-lo

Conte-me sobre aquela garota que se manteve firme
enquanto o buldôzer a esmagava
como uma amendoeira em março

Conte isso àqueles
que dizem que fomos derrotados




NO INFERNO

1

Nos anos 30
ocorreu aos nazistas
colocar suas vítimas em câmaras de gás
Os algozes de hoje são mais profissionais:
Eles colocam as câmaras de gás
nas suas vítimas

2

Para o inferno, 2010
Para o inferno, seus ocupantes, vocês e toda a sua prole
E que toda a humanidade vá para o inferno se for como vocês
Que os barcos e aviões, os bancos e os painéis todos vão para o inferno
Eu grito, “para o inferno…”
sabendo muito bem que
sou o único
que vive lá

3

Então, deixe-me deitar
e descansar minha cabeça nos travesseiros do inferno


sexta-feira, 17 de julho de 2020

A quem servem os políticos?

A quem servem os políticos?


Por Marcus Pereira



As cartas estão à mesa e os canalhas (POLÍTICOS) jogam com as vidas das pessoas, usando políticamente a morte, barbarizando com o Brasil em todas as esferas (MUNICIPAL, ESTADUAL e FEDERAL). A crise mundial da saúde (A PANDEMIA) mostra-nos claramente quem é e o que quer, na realidade, a nossa classe política: inflar seu próprio ego, continuar no poder custe o que custar, enriquecer não importando os meios. 
E nós (O POVO)? Estamos fazendo o nosso papel conforme manda as regras de uma sociedade formada por meia dúzia de HERDEIROS DA CASA GRANDE (A Elite) e sua grande maioria OS HERDEIROS DA SENZALA (os trabalhadores), o papel que nos cabe, o de BOBOS DA CORTE, reservados em um CERCADINHO, com a obrigação de batermos palmas a  quem nos despreza e nos nega o papel  de cidadãos. 

Será que em algum tempo fomos protagonistas de verdade ou sempre fomos usados de acordo com o momento e/ou pelos interesses políticos de A ou de B?

Até onde iremos admitir e aplaudir essa gente?. Nós, o povo brasileiro, precisamos rever nossa forma de pensar política, precisamos excluir da vida pública, NO VOTO, um bando de ratos (salve-se raríssimas excessões) que a décadas desmoralizam o cenario político nacional e nada fazem além de se perpetuarem no poder com a nossa conivência. A cada eleição lá estão a mesmas caras  indecentes, imorais, sem escrúpulos, zombando do povo sem o menor pudor. 

Até quando permitiremos sermos enganados por essa OLIGARQUIA DE RAPOSAS?

Se estudarmos o nosso passado recente facilmente iremos entender a real história deste país, talvez assim enxergaremos que a cada novo processo eleitoral estamos travando uma nova luta de classe: BURGUESIA x PROLETARIADO. Uma batalha desleal contra uma elite escravocrata rançosa que usa os políticos para legitimar a exploração e os ganhos extorsivos em cima de uma classe trabalhadora que nunca esteve no poder de fato e de direito.

ESQUERDA x DIREITA é outra grande falácia da política brasileira. Na verdade o que temos é um grande número de políticos populistas, covardes e oportunistas (CANALHAS), que caminham de acordo com a situação política do momento (se adaptam a qualquer corrente que chegue ao poder), os famosos EM CIMA DO MURO, OS SEM "IDEOLOGIA", OS SEM COMPROMISSO COM O POVO (poucos tem na verdade), geralmente formados por uma categoria especifica: BANCADA DA BALA, EVANGÉLICA, AGRONEGÓCIO, etc. e que se encontram inseridos no grupo CHAMADO CENTRÃO (O câncer da politica brasileira), que defendem tudo em prol de si mesmo, menos o interesse da população brasileira.


Como definir essa classe política que pouco se importa com a qualidade da educação, com a saúde pública, a ética, a moralidade, direitos trabalhistas, qualidade de vida do povo? CANALHAS inescrupulosos metidos a espertalhões, egocêntricos que vivem da exploração alheia, dignos do submundo dos esgotos (RATOS).

Quem realmente está do lado do povo? 
O quê quer na verdade esse povo?
É nas eleições que temos as oportunidades de respondermos a essas indagações, de dizermos quem somos e o que queremos. Precisamos dá um basta a politicagem, a desfaçatez e ao mau-caratismo daqueles que nos usam para subir ao poder e ao chegar lá nos chicoteiam como em tempos de escravidão.




"É uma pena eu não ser burro, assim eu não sofria tanto" -  Raul Seixas.



terça-feira, 16 de junho de 2020

Para onde vai o Brasil (O Brasileiro)? - Marcus Pereira

Para onde vai o Brasil 

(O Brasileiro)? 


Os ratos estão no comando

Por Marcus Pereira


Hoje grande parte da população brasileira  está apreensiva quanto ao futuro, visto que o país encontra-se dominado por ratos e toda sua história de lutas sociais e políticas desmoralizada, ou seja estamos todos a deriva. Quais os rumos que daremos a nação nos próximos anos? 






Nem mesmo eles, os ratos (os políticos) conseguem vislumbrar um futuro que lhes agradem, tamanha a desordem e o desrespeito que estes impuseram  a população. Quando levam em consideração o nível de descontentamento dos seus eleitores é ainda maior a incerteza. Salve-se raríssimas exceções.

O Nosso país está prestes a enfrentar o caos social, político e moral (se é que já não esteja) em todas as suas esferas, seja no Executivo, Legislativo ou no Judiciário. Quem em sua sã consciência ousaria negar essa condição?  


O nível de desemprego alcançando índices alarmantes (e não adianta vir a tv falar que não), alta de preços de gêneros de primeira necessidade como: Gás de cozinha (este levando inúmeras famílias a usarem fogão a lenha), gasolina, energia, e tantos outros (mais o governo insiste em dizer que a inflação é a mais baixa na história ), ou seja o Brasil é o único país em  que os preços aumentam e a inflação não sai de 2%.

O Gigante que tanto se falava que estava acordando, mas do que nunca adormece sem perspectivas de bons sonhos, e o que é pior, os que estão no comando não demonstram ter o menor discernimento para lidar com seus problemas e enquanto os ratos (políticos) lutam para salvarem-se das garras da justiça (se é que essa ainda funciona), se agarrando ao poder, o povo fica a deriva, desejoso por mudanças que os leve a melhorias, mas os ratos (políticos) que tomaram o poder de assalto, brincam com a lógica do inverso e jogam mais ainda nosso país na lama.

As mudanças que nos oferecem são as mudanças em nossos direitos, que causarão uma insegurança ainda maior na vida do já sofrido povo brasileiro, mudanças essas que vão aumentando ainda mais o descontentamento da população, com o país e com os ratos (políticos), tornando mais incerto esse tão debatido futuro.

Como mirar um futuro melhor? Como planejar a vida de nossos filhos, netos? Como ter esperanças? se não conseguimos planejar nem mesmo o presente. Até quando esse governo vai pedir ao povo que desacelere, se esse mesmo povo não consegue nem manter o mínimo. Até quando o povo vai ser punido por essa escória?

É nesse momento que os governantes precisam fazer uma reflexão e refazerem a forma de se relacionarem com a população, pois esta se encontra no limite de uma convulsão social, o povo está a espera de ser coautor (em nosso país nunca foi) das transformações que  tanto precisamos, não sendo esses anseio respeitado, serão os políticos (ratos) os responsáveis pela derrocada econômica e social, que costuma ser o prenúncio de momentos de tormentas em qualquer país.

Haja vista o clamor de uma parcela significativa dos brasileiros por uma intervenção militar, algo sempre tenebroso em qualquer democracia (onde a corda só arrebenta do lado do mais fraco, ou seja, o povo quem vai pagar a conta).






Imagens extraídas do google. 


segunda-feira, 15 de junho de 2020

A reabertura e a medriocridade.

A reabertura e a medriocridade.



Por Marcus Pereira



Não podemos esperar muito dessa gente que, de um jeito ou de outro, contribuiu para o país está a beira de um colapso  econômico sem precedentes na história do país, aliada a uma crise sanitária sem tamanho. A grande verdade é que estamos sob o domínio de psicopatas (OS POLÍTICOS), e uma meia dúzia que teima em não aceitar que erraram feio nessa aposta desmedida, que começou com um golpe imoral e que pode acabar com a implementação de uma ditadura de MEDÍOCRES.

MEDÍOCRES são os políticos do Brasil, que não sabem, se quer, quais suas obrigações na sociedade,  que "abrem as pernas" na primeira pressão de outros MEDÍOCRES, os empresários meia boca (salve-se raríssimas exceções), e do Presidente que usa a PF como instrumento político, por medo de  de não se reelegerem nas próximas eleições. Mas qual o projeto de governo dessa gente? Onde fica o respeito ao cidadão que os elegeram (ao povo)? O respeito a ciência? 


Resta-nos a certeza que estamos perdidos, a bem da verdade. Sem vacina, sem perspectivas e sem governantes sérios, estamos a deus-dará, diante de uma pandemia devastadora, jogados a sorte, pois é, quem tiver sorte escapa, isso faz parte num país de ignorantes,  num país de políticos que só pensam no poder. 

Reabertura nesse momento, ao  nível em se encontra a pandemia no Brasil só tem uma intenção: que sejamos campeões mundial de casos e mortes. É pra acentuar a curva!. Vamos aglomerar!. Curtir a vida!. Afinal somos superiores e vamos superar essa gripizinha.

Quem diria, estamos no século XXI, mas a percepção de risco de muitas pessoas, ainda que instruídas, continua na idade da pedra. Impossível acreditar, mas ainda existe quem não acredita na existência do vírus. Se querem ver o Vírus,  é só ligar a TV ("mas a mídia brasileira é comunista e quer derrubar o presidente"). Quem nesse momento manipula as informações?  Em quem devemos acreditar no jornalismo ou na mediocridade de nossos governantes? Lembrando que,  no mundo, o único país que usa o vírus para politicagem, pouco se importando com quem morre ou deixa de morrer, é o Brasil.


Quem está preocupado se morrermos ou deixamos de morrer? 

Pergunta difícil de responder, no entanto precisamos ser realistas: segundo pesquisa, o vírus contamina mais a classe média e rica, porém é mais letal nas classes menos favorecidas onde contamina menos. Simples, a classe mais favorecida tem acesso a saúde, a menos favorecida não.  Portanto, não podemos acreditar  que essa gente embranquecida e cheia de ranço (ELITE) esteja preocupada com a grande maioria da população (trabalhador assalariado). 

Se tivéssimos feito um lockdown Nacional logo que o vírus chegou nossa situação seria melhor?  Já estaríamos voltando a normalidade? Não vamos saber nunca. 

Sabemos apenas que a luta contra o virus no país tem um agravante, um genocida que faz questão de dizer que a "pandemia não existe", "todo mundo vai se infectar", todos vamos morrer um dia", incentivando de forma deliberada aglomerações etc etc etc. Se dependermos dele  ficaremos até o final do ano lutando para sobrevivermos, mas a culpa será sempre dos outros. Porém o nosso erro começou com o voto. A pandemia só deixou isso mais claro.

Estamos fazendo tudo errado desde o início, começando pela afirmação esdruxula de que "se trata de uma gripezinha", e em nenhum  momento incentivou o isolamento social, mas criticou quem tentou fazer, os Estados. Não fizemos uma quarentena da maneira correta, agora, certamente, vamos ficar meses entre o vai e vem, não se enganem. O Pais está entregue às baratas, ou seria aos ratos?. Por outro lado, devemos render honras àqueles que se sacrificam para salvar vidas, os profissionais de saúde.

Com a sinalização do fim do isolamento social, por parte dos MEDÍOCRES, teremos respostas em breve, veremos que a ignorância dessa parcela da população, a idiotizada, levará o país ao caos sanitário até o fim desse mês. Está sendo assim pelo mundo afora.

Não precisamos ver corpos empilhados nas ruas para  acreditarmos no perigo. Sejamos inteligentes, estamos numa guerra e ser inteligente numa guerra é sair vivo. Mesmo com a reabertura CONTINUEMOS EM CASA, sejamos prudentes.



segunda-feira, 8 de junho de 2020

Mata Atlântica – Fauna, flora

Mata Atlântica – Fauna, flora e fotos



Por Prof. Luana Polon - Em 20/03/2013 (atualização: 13/11/2018)

A Mata Atlântica é um dos biomas brasileiros, sendo considerada a segunda maior floresta tropical em tamanho no território brasileiro, ficando apenas atrás da Amazônica. É um bioma que foi amplamente devastado desde a colonização brasileira, restando apenas uma pequena parcela da mata nativa. Assim, é considerada uma área que demanda cuidados, especialmente ações preservacionistas.


Como é a Mata Atlântica?


Devido à sua extensão territorial, a Mata Atlântica não comporta apenas um tipo climático, sendo que o clima predominante é o tropical úmido. Ainda assim, na porção sul do bioma há a presença do clima subtropical úmido, enquanto nas porções mais próximas à Caatinga, as características climáticas se aproximam mais do clima semiárido. Assim, há uma ampla diversidade climática, o que se reflete no tipo vegetativo de cada região. De modo mais amplo, pode-se considerar que o bioma da Mata Atlântica apresenta temperaturas elevadas durante o ano todo, bem como altos índices de umidade.

Vegetação desse bioma


A vegetação da Mata Atlântica está relacionada com os microclimas que ocorrem nesta, influenciados por fatores como teor de oxigênio, iluminação, umidade e ainda temperatura. A Mata Atlântica possui condições para formação de um dossel em seu estrato superior, ou seja, as árvores mais altas têm suas copas próximas, formando um aspecto contínuo que controla a luz que atinge as árvores e vegetações mais baixas.

Tipos mais comuns


São comuns o manacá-da-serra, pau-brasil, cedro, canela, ipê, jacarandá, jatobá e jequitibá. Como são árvores com troncos sem galhos laterais, acabam crescendo muito rapidamente. Nas regiões em que a luz do Sol atinge os estratos inferiores do dossel, há o crescimento de árvores menores, além das trepadeiras e plantas que se desenvolvem nos troncos das árvores.

A Mata Atlântica é, portanto, um tipo de bioma no qual se desenvolvem vários tipos de plantas, em estratos. O estrato inferior ao dossel é formado por árvores herbáceas. São comuns arbustos de pequeno porte, além de ervas e gramíneas, musgos e brotos. É frequente que as árvores do estrato inferior tenham folhas mais longas, pois não estão constantemente expostas ao Sol, devido à interferência do dossel, então as folhas maiores lhes ajudam a filtrar a luminosidade, garantindo sua sobrevivência.

Mata Atlântica - Fauna, flora e fotos
Foto: depositphotos


Solos da Mata Atlântica


Os solos da Mata Atlântica são, comumente, pobres, uma vez que são pouco iluminados, fator este que os mantêm úmidos por muito tempo. Essas características lhes competem pouca profundidade, elevada acidez e pouca oxigenação, fatores que contribuem para que os solos não tenham expressiva fertilidade. Por outro lado, há um grande acúmulo de matéria orgânica nos solos, originada da decomposição das folhas dos estratos superiores. Essa matéria orgânica abastece com nutrientes plantas e animais que vivem da decomposição.

Fauna da Mata Atlântica


Mata Atlântica - Fauna, flora e fotos - Onça Pintada
Foto: depositphotos

Assim como a vegetação diversificada, a fauna da Mata Atlântica também é destaque pela variedade de espécies. Várias espécies originárias da Mata Atlântica estão em extinção, destacando-se os micos-leões, as lontras, as onças-pintadas, dentre outros. Existem várias espécies endêmicas no bioma, ou seja, espécies animais que só existem neste tipo de bioma. A diversidade da fauna da Mata Atlântica advém da própria biodiversidade vegetativa, além da expressiva extensão territorial ocupada pelo bioma no território brasileiro.

Onde está localizada a Mata Atlântica?


A Mata Atlântica é um tipo vegetativo que se estendia originalmente desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, ao longo da costa brasileira. Ela está presente na ampla maioria dos estados brasileiros, sendo eles: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. No entanto, pouquíssimos resquícios da mata original são visualizados atualmente no território brasileiro, conforme mostra o mapa:

Mata Atlântica - Fauna, flora e fotos - Mata original
Imagem: Reprodução/SOS Mata Atlântica

O bioma da Mata Atlântica abrange a região que era originalmente constituída por este tipo de vegetação, ocupando cerca de 13% até 15% do território nacional. Por ser um tipo de bioma que está presente em várias partes do Brasil, é composto por diversos tipos de ecossistema, variando em conformidade com os locais nos quais se localizam, formando conjuntos diferenciados de fauna, vegetação, solo, relevo e clima. Apesar disso, vários elementos são idênticos, o que são as bases de formação do bioma da Mata Atlântica.

Problemas ambientais na Mata Atlântica


Originalmente, a Mata Atlântica, estendia-se por 17 estados brasileiros, abrangendo uma área de 1.315.460 km² de extensão. Atualmente, segundo a Organização Não Governamental (ONG) SOS Mata Atlântica, restam apenas restam 8,5% de remanescentes florestais da Mata Atlântica. Pela sua importância no território brasileiro, a Mata Atlântica foi considerada Reserva da Biosfera pela Unesco e Patrimônio Nacional (Constituição Federal, 1988), afinal, mais de 70% da população brasileira vive nas áreas compreendidas por este bioma.

O alto contingente populacional que vive na área de abrangência da Mata Atlântica acaba sendo um risco para sua manutenção, uma vez que são mais de 140 milhões de pessoas que vivenciam na referida região, causando um importante impacto ambiental. Além disso, historicamente a Mata Atlântica foi devastada, quando houve a extração do Pau-Brasil, no contexto da colonização, e posteriormente durante os ciclos econômicos brasileiros, como o do açúcar, café, dentre outros. Também a exploração da madeira e de espécies vegetais é um risco nas áreas de Mata Atlântica, especialmente diante da biodiversidade do bioma.

As atividades produtivas realizadas pelos homens são constantemente uma ameaça ao que restou do bioma, especialmente em relação às atividades agrícolas e agropecuárias, realizadas, comumente, de forma insustentável. Além disso, a exploração industrial também é um dos elementos que ameaçam a sobrevivência da Mata Atlântica. Outro fator é o crescimento urbano demasiado e muitas vezes sem planejamento, ocupando áreas de suscetibilidade ambiental, situação ainda mais agravada com a presença de lixo e poluições.

Curiosidade

Para saber mais sobre a Mata Atlântica e as ações que têm sido realizadas para preservá-la, acesse o site do SOS Mata Atlântica, no link: https://www.sosma.org.br/.
Dia 27 de Maio é considerado o Dia da Mata Atlântica, um dia para relembrar o papel histórico desta mata na história do Brasil, bem como conscientizar sobre a importância de sua preservação.


Referências:

» LUCCI, Elian Alabi. Geografia: homem e espaço. 22ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

» RIOS, Eloci Peres; THOMPSON, Miguel. Biomas Brasileiros. Como eu ensino. São Paulo: Melhoramentos, 2013.

» VESENTINI, José William. Geografia: o mundo em transição. São Paulo: Ática, 2011.


Prof. Luana Polon
Mestre em Geografia e Graduada em Geografia pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Especialista em Neuropedagogia pela Faculdade Alfa de Umuarama (FAU) e em Educação Profissional e Tecnológica (São Braz).


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Palavras ao Vento: Poesia por [Pereira, Marcus]










domingo, 7 de junho de 2020

"Nunca é tarde para recomeçarmos" - Marcus Pereira

"Nunca é tarde para recomeçarmos"

Por Marcus Pereira




Hoje eu acordei pensando numa daquelas frases que as pessoas sempre nos falam de forma imperativa e que as vezes soam até como ironia:  “nunca é tarde para recomeçar”. Na verdade nós, os seres humanos, estamos sempre buscando um recomeço. A cada amanhecer, ao acordarmos, acreditamos que a vida está nos dando uma nova chance de sermos melhores que ontem, uma nova chance para reescrevermos a nossa história.

E hoje, mas do que nunca, sentimos a vontade de alcançarmos o futuro que está logo a nossa frente, mas que é incerto. Desejamos olhar ao espelho e encontrarmos uma versão melhor de nós mesmos. Mas hoje diferente de ontem, quando achávamos que mudar já não era tão importante, que o tempo não nos era favorável, a vida vem nos mostrar que precisávamos olha-la com outros olhos, e que mais do que sobreviver precisávamos amar, sonhar, sorrir, olharmos olho no olho uns aos outros como se não houvesse um outro amanhã.

Hoje precisamos ouvir as verdades que a vida nos apresenta, mostrando-nos que precisávamos nos reinventarmos, mudarmos nossos caminhos, nossos hábitos, mostrando-nos o perigo daquele abraço que tanto gostamos, que os beijos que tanto nos excitam podem ser mortais, mostrando-nos que ela, a vida, é mutável e que somos mutantes e que cabe a nós determinarmos os rumos que queremos ou não nos impor. 

Nossa vida hoje já não é mais a mesma, já não podemos vivê-la da mesma forma que ontem. O processo de mudança, de repente,  bateu em nossas portas, e sem pedir licença adentrou em nossa vidas, nunca mais seremos os mesmos, nem os sonhos, nem os amores. Resta-nos acreditarmos que "nunca é tarde para recomeçarmos".

Mudemos, cuidemos de nós mesmos, renovemos nossas esperanças, deixemos a vida acontecer, só não podemos nos arrependermos de não termos tentado. A hora de nos reinventarmos é agora amanhã pode ser muito tarde.




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sexta-feira, 29 de maio de 2020

Receitas do Brasil - Marcus Pereira

Receitas do Brasil


Por  Marcus Pereira 
"Culinária é a arte de cozinhar, ou seja, o ato de confeccionar alimentos. Ela evoluiu ao longo da história dos povos para tornar-se parte da cultura dos mesmos."

O que é? Como se faz? E o que tem de diferente na culinária do Brasil?  Perguntas que dificilmente serão respondidas por quem quer que seja. 

A culinária brasileira é rica, saborosa e diversificada e tem uma peculiaridade, cada estado apresenta pelo menos  um prato típico que o identifica gastronomicamente, e, dependendo da forma que se prepara, muitas vezes nos remete a antigas tradições. 

O Brasil, por ser fruto de uma miscigenação de raças, traz, em grande parte das suas tradicionais receitas,  modos de preparo e elementos  de origem indígena aliados as características européia e dos escravos trazidos da África. 

Talvez seja por esses detalhes, que a gastronomia a muito tempo deixou de ser um simples ato de produzir alimentos para se transformar em uma forma de expressão, um componente cultural de uma determinada região (País, Estado, Município, Povoado).

Abrasileirar pratos de origem estrangeira foi um processo longo, mais que de certo forma nos trouxe frutos, e uma gastronomia cheia de encantos.

A feijoada é um um grande exemplo da influência europeia em nossa culinária embora,  por quase unanimidade,  tenha se tornado a grande estrela da nossa gastronomia, não é por acaso o prato mais conhecido fora do Brasil. Mesmo sofrendo modificações, de acordo com a região, a iguaria é encontrada em todos os estados da federação.

A receita da Feijoada Carioca é reconhecida como sendo a mais a tradicional do país, talvez por ter sido no Rio de Janeiro onde seu nome apareceu pela primeira vez.

Mistura de feijão com carnes (as carnes precisam ser dessalgadas, processo que deve começar pelo menos um dia antes do cozimento), um verdadeiro emaranhado de carne seca, paio, linguiça, lombo, costela, pé, orelha e rabo de porco cozidos com feijão preto.

Tradicionalmente servida com arroz branco, couve refogada, laranja e farofa.


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Receita de Feijoada



Ingredientes

  • 1,5kg de feijão preto;
  • 5 linguiças;
  • 3 pedaços médios de bacon;
  • 1kg de costela de porco salgada;
  • 1kg de lombo de porco salgado;
  • 1/2kg de costela de porco fresca;
  • 1/2kg de lombo de porco fresco;
  • 1kg de carne seca;
  • 2 pés;
  • 2 orelhas;
  • 2 rabos;
  • 2 línguas de porco (todos salgados);
  • 2 cebolas grandes picadas;
  • 4 dentes de alho picado;
  • 6 folhas secas de louro.

    Molhinho de pimenta

    • 1 tomate;
    • 1 pimenta vermelha dedo de moça;
    • 1/2 xícara (chá) de salsinha e cebolinha picada;
    • 4 pimentas de cheiro. 

    Arroz

    • 6 xícaras (chá) de arroz (cru);
    • 1 cebola pequena;
    • 2 dentes de alho picadinho;
    • 2 colheres (sopa) de óleo.

    Farofa

    • 1 pacote grande de farinha (de mandioca torrada normal);
    • 2 linguiças calabresa picadas;
    • 1 xícara (chá) de bacon picado em quadradinhos;
    • 1 pacote de manteiga sem sal (200g);
    • 1 ovo;
    • 3 colheres (sopa) de azeitona verde picada;
    • 1/2 cebola picada;
    • 1 dente de alho picado. 

    Couve

    • 4 maços de couve picada fina;
    • 8 dentes de alho;
    • Óleo para refogar.

      Modo de preparo

      • 12 horas antes de servir pegue todas as carnes salgadas (costela, lombo, carne seca e apêndices do porco) e pique o que estiver inteiro (não precisa picar pequeno, seja generoso nos pedaços);
      • Lave as carnes picadas para tirar o excesso de sal e coloque de molho em bastante água;
      • Se quiser e couber na panela, pode misturar as carnes;
      • Escolha o feijão, lave e coloque de molho cobrindo completamente de água;
      • Não coloque água ou feijão até a borda da vasilha;
      • Se a vasilha não for grande, coloque em 2;
      • No dia de servir ou 12 horas depois, jogue a água das carnes fora, lave todas muito bem, devolva tudo à panelas com bastante água e coloque pra ferver;
      • Quando ferver, jogue a água fora, lave tudo, coloque mais água e ferva de novo;
      • Separe as carninhas, já vamos usá-las;
      • Enquanto as carnes fervem, prepare o resto dos ingredientes da feijoada e deixe no jeito;
      • Corte as carnes frescas em pedaços não muito pequenos, corte as linguiças em rodelas, o bacon em pedaços pequenos, pique a cebola e o alho e descasque a laranja;
      • Prontas as carnes, pegue suas panelas de pressão e faça um bem-bolado em cada panela, distribuindo os ingredientes: Coloque feijão, um mix das carnes dessalgadas (um pouco de cada), carnes frescas, linguiça e o bacon;
      • Adicione 2 folhas de louro e 1/4;
      • Coloque a panela fechada no fogo e, depois que "chiar", conte 15 minutos;
      • Não deixe "só mais um pouquinho", senão o feijão dissolve;
      • Nada de sal, nada de nenhum tipo de tempero na panela de pressão;
      • Enquanto as panelas de pressão estão no fogo cozinhando sua pré-feijoada, prepare o refogado na panela amior que vai receber o que sair das panelas de pressão;
      • Coloque óleo na panela, esquente, coloque a cebola picada, refogue um pouco até amolecer;
      • Coloque o alho e misture até dourar bem de leve e desligue o fogo. só depois que o conteúdo de todas as panelas de pressão estiver em uma panela maior é que você vai começar a cozinhar a feijoada propriamente dita;
      • Misture bem e coloque no fogo médio. experimente e conclua que não precisa de um pingo de sal;
      • Mexa de vez em quando (cuidado com o fundo) com aquela colher grande e deixe apurar.

      Preparo da farofa

      • Pegue uma das frigideiras grandes e coloque metade da manteiga, deixe derreter mas não queimar;
      • Junte o bacon picado e refogue até dourar;
      • Junte a linguiça picada e deixe dourar;
      • Adicione a cebola picada, depois o alho, depois a azeitona;
      • Quando estiver tudo refogado, abra um "buraco" no meio da frigideira e quebre um ovo com cuidado;
      • Mexa o ovo rapidamente, procurando criar pedacinhos de ovo que vão se misturar na farofa;
      • Junte o restante da manteiga e, quando derreter, coloque a farinha de mandioca e misture como se sua vida dependesse disso. a idéia é que fique tudo bem misturado e que a farinha não queime, então tenha cuidado com o fogo, pode abaixar um pouco e misturar bem;
      • Um pouco de sal pode ser necessário, experimente;
      • Quando estiver tudo misturado pode tirar do fogo.

      Preparo da couve:

      • Corte a couve bem fininha;
      • Aqueça o óleo na frigideira e coloque o alho picado. atenção, quando dourar o alho, coloque a couve (pode pôr bastante, ela reduz para menos de 1/4 do volume original), salpique sal, aumente o fogo e mexa bastante até a couve murchar e ficar verde bem escura;
      • Só faça ela mudar de cor, rapidamente, e tire do fogo.

      Preparo do molhinho de pimenta:

      • Aqueça um pouco de óleo e coloque cebola picadinha, depois alho e depois tomate picado;
      • Deixe refogar e quando o tomate estiver molengo junte as pimentas picadas;
      • Misture um pouco e coloque 4 conchas de caldo de feijão (com alguns grãos, sem exagerar) nessa mistura e mexa bem. se precisar, amasse com o garfo os pedaços de tomate e feijão, faça um molho denso mas não muito grosso e separe para servir em molheira;

      Preparo do arroz:

      • Aqueça o óleo, junte a cebola e o alho picadinhos (pode usar só alho, se quiser), coloque o arroz;
      • Mexa bem o arroz, misturando o óleo e os temperos;
      • Quando os grãos de arroz estiverem ficando transparentes, coloque a água;
      • coloque 1 colher (sopa) rasa de sal (pra essa quantidade), misture, experimente a água (lembrando que depois o sal fica mais presente), deixe em fogo médio com a panela semi-tampada;
      • Quando o arroz estiver seco em cima, tire a tampa e fique esperto;
      • Confira de vez em quando se a água acabou. 

      Desligue e sirva.
      Rendimento: 20 porções


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      Pratos típicos de cada Estado


      Região Norte

      • Amazonas (AM) - Caldeirada de peixe (amazônica)
      • Roraima (RR) - Pirarucu desfiado;
      • Amapá (AP) - Camarão no bafo;
      • Pará (PA) - Pato no tucupi
      • Tocantins (TO) - Chambaril à moda de Tocantins;
      • Rondônia (RO) - Tacacá rondoniense
      • Acre (AC) - Baixaria.

      Região Nordeste

      • Maranhão (MA) - Arroz de cuxá maranhense; 
      • Piauí (PI) - Paçoca de carne de sol;
      • Ceará (CE) - Baião de dois com carne sol;
      • Rio Grande do Norte (RN) - Bobó de camarão;
      • Pernambuco (PE) - Buchada de Bode;
      • Paraíba (PB) - Sarapatel;
      • Sergipe (SE) - Caranguejada;
      • Alagoas (AL) - Sururu de capote;
      • Bahia (BA) - Acarajé.


      Região Centro-Oeste

      • Mato Grosso (MT) - Maria Isabel (arroz de carreteiro);
      • Mato Grosso do Sul (MS) - Pacu recheado e assado;
      • Goiás (GO) - Galinhada com pequi.

      Região Sudeste

      • São Paulo (SP) - Virado à paulista;
      • Rio de Janeiro (RJ) - Filé à Oswaldo Aranha;
      • Espírito Santo (ES) - Moqueca capixaba;
      • Minas Gerais (MG) - Frango caipira com quiabo e Angu.

      Região Sul

      • Paraná (PR) - Barreado paranaense
      • Rio Grande do Sul (RS) - Churrasco à gaucha;
      • Santa Catarina (SC) - Joelho de porco (Eisbein).


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      Acre (Norte)


      Casa de Chico Mendes - Xapuri - AC

      O estado do Acre possui uma reconhecida diversidade cultural (mistura) e sua culinária também traz a mescla de diferentes povos que por lá passaram durante o ciclo da borracha. Sua gastronomia sofreu, fortemente,  influências de outras regiões do Brasil, da Europa e do vizinho  povo boliviano, porém não se distanciou da forte relação com a culinária  indígina (principalmente).

      Toda essa mistura pode ser percebida nos sabores e cores, com a utilização dos temperos e receitas típicas herdadas dessa miscigenação, muitas do Nordeste, mas com as características e o sabor dos ingredientes típicos da Região Norte, mais precisamente extraídos da fauna e flora amazônica que contribuiu e contribui de forma direta na formação do paladar nortista.

      Por ser um estado possuidor de uma grande quantidade de rios os peixes estão presentes em uma boa parte de seus pratos, naturalmente, um dos principais ingredientes e base da alimentação de sua população. No entanto, um dos pratos mais famosos é BAIXARIA, típico e muito apreciado pelos nativos e turistas.

      Receita da Baixaria



      Ingredientes

      Pão de milho (popular cuscuz)

      • 1/2 pacote de fubá;
      • 1 xícara de água;
      • Sal a gosto.

        Carne

        • 300g de carne moída, temperada à gosto e frita.

        Salada

        • 1 tomate picado;
        • 1 porção de cheiro verde picado.

          Modo de preparo

          Pão de milho

          • Coloque o fubá numa vasilha, acrescente a água, misture e reserve por uns 5 minutos, pra massa absorver a água, depois acrescente o sal, misture bem e leve à panela específica para fazer cuscuz. Depois de 15 minutos deve estar pronto. Seu pão de milho (cuscuz) deve ficar fofinho. Junte todos os ingredientes em um prato e finalize com um ovo frito com gema mole.

          Tempo de preparo: 20min.
          Rendimento: 4 porções.


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          Alagoas (Nordeste)


          Parque as margens do São Francisco - Delmiro Gouveia - AL 

          De um modo geral o estado de Alagoas possui uma gastronomia muito similar à culinária nordestina, apresentando, sem sem disfarçar a forte influência da culinária africana e portuguesa. O estado  engrandece a gastronomia nacional  com uma grande variedade de receitas típicas que ajudaram de forma marcante na construção da sua própria identidade culinária. 

          Pelo fato de ter uma bela faixa litorânea e um grande número de lagoas,  origem do seu nome, existem alguns ingredientes que enriqueceram e diversificaram o sabor dessa culinária, como peixes e frutos do mar, muito utilizados na culinária do dia a dia.

          Um saboroso exemplo é o SURURU DE CAPOTE, carro-chefe da culinária local, iguaria  muito conhecida do povo alagoano e um dos mais requisitados pelos turistas, mas o estado ainda faz uso  de outros ingredientes, como o coco e as frutas do semiárido e do litoral.

          Nesta receita o sururu é servido ainda na casca, mas existe uma variedade de pratos feitos com esse marisco que abrem mão da casca, exemplo do sururu ao molho de coco (ensopado) e a fritada de sururu. O SURURU DE CAPOTE é um desses pratos que fazem a culinária local ter identidade, ter raízes e faz dos ingredientes nativos a grande estrela.

          Receita de Sururu de capote



          Ingredientes

          • 10 litros de sururu na casca;
          • 500 ml de leite de coco;
          • 1 cebola cortadinha;
          • Extrato de tomate;
          • Azeite de oliva a gosto;
          • Cheiro verde;
          • Sal a gosto.

            Modo de preparo

            • Limpar o sururu (retirar as “tripinhas” conservando-os na casca) e lavar bem. Reservar;
            • Leve ao fogo pra desaguar;
            • Tire da casca um terço dos sururus;
            • Tempere o leite de coco com cebola, cheiro verde, extrato de tomate, um fio de azeite de oliva e sal;
            • Fazer um refogado com todos os temperos e quando estiver bem cozido, acrescentar o sururu com casca, cozinhar até que abram todas as cascas. Junte o sururu descascado;
            • Servir em tijelinhas individuais com caldo;
            • Podemos também fazer um pirão com o seu caldo, é maravilhoso.

            Tempo de preparo: 4h.
            Rendimento: 10 porções


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            Amazonas (Norte)


            Teatro Amazonas - Manaus - AM

            Quem procura por uma culinária exótica ao chegar no Amazonas  não se decepcionará. Lá certamente  encontrará uma das mais exóticas de todo o Brasil. O estado talvez seja  o que mais preservou as vertentes culturais indígenas, absorvendo pouca influência portuguesa ou africana em sua gastronomia. 

            A culinária típica amazônica  tem como base (raízes) a cultura indígena, mas que se mistura, de forma harmônica, a práticas gastronômicas de outras regiões principalmente a do Nordeste. A mesa do amazonense é muito farta, e repleta de sabores  e misturas de todo o Brasil.

            Outro ponto importante dessa culinária, e quê a diferencia, é o fato de contar com a  bacia hidrográfica do Rio Amazonas, que, em uma boa parte tem a presença de salinidade em suas águas, sendo seus rios responsáveis pelos peixes usados nos pratos do estado do Amazonas e em toda região Norte. 

            A gastronomia do Amazonas se apropriou de forma excepcional  do que a natureza oferece de melhor, uma vez que o estado é rico em fauna e flora.

            Algumas frutas, encontrados da região, como o tucumã, que está presente em diversas receitas. Um outro ingrediente muito usado é a farinha de mandioca e o tucupi, líquido amargo produzido a partir da mandioca usados nessa fantástica culinária, tem a marca indígena. 

            CALDEIRADA DE PEIXE é uma famosa iguaria dessa exótica culinária, muito apreciada em todo estado do Amazonas, 

            Essa é uma especialidade da culinária amazônica muito comum na região, é uma espécie de ensopado com pescados. Que pode ser preparado com diversos tipos de peixes, como o tucunaré e o tambaqui,  temperados com ervas da região. Delicadamente servido com arroz e um pirão de peixe tradicional.

            Receita da Caldeirada de peixe (amazônica)




            Ingredientes:

            • 2 kg de tucunaré (peixe da sua preferencia);
            • 4 limões;
            • 4 dentes de alho;
            • 2 cebolas cortadas em 4 partes;
            • 2 tomates cortados em 4 partes;
            • 1 maço de cheiro-verde (coentro, cebolinha e chicória) picados bem pequenos;
            • 1 pimentão verdeem tirasgrossas;
            • 3 batatas médias descascadas e cozidas cortadas ao meio;
            • 4 ovos cozidose descascados;
            • 1 colher (sopa) de colorau;
            • 1 L de água fervente;
            • Azeite;
            • Sal e pimenta-do-reino a gosto.

            Modo de Preparo:

            • Corte o tucunaré, previamente sem escamas, sem barbatanas, sem nadadeiras e sem vísceras, em três partes distintas (rabo, meio e cabeça).

            Como fazer:

            • Lave bem o peixe com 2 limões e tempere-os com 2 dentes de alho amassados, azeite, sal, pimenta-do-reino e deixe tomar gosto por meia hora;
            • Em uma panela alta refogue o alho, a cebola, o pimentão, o tomate, metade do cheiro-verde no azeite ate a cebola murchar, acrescente o colorau e a água e deixe ferver;
            • Acrescente o sal e prove;
            • Acrescente a esse caldo o peixe sem o marinado (é importante colocar somente o peixe desprezando o caldo do limão) deixe cozinhar por quinze minutos até que a carne do peixe esteja cozida e firme (cuidado para que a carne do peixe não cozinhe demais e desfie) então acrescente a outra metade do cheiro verde, apague o fogo e deixe a panela tampada por cinco minutos;
            • Sirva com arroz branco, pirão feito com o caldo do peixe e farinha de mandioca, limão e pimenta murupi ou se preferir pimenta de cheiro.

            Tempo de preparo: 3h
            Rendimento: 6 porções.


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              Amapá (Norte)


              Fortaleza de São José do Macapá - Macapá - AP

              A riqueza amazônica (fauna e flora) tem grande parcela de contribuição na formação da identidade culinária desse estado, com a utilização de elementos como: guaraná, açaí, cupuaçu, mandioca, urucu, pirarucu, tucunaré, jambu e castanha-do-pará. Pela existência dos inúmeros rios da região faz uso, em seus pratos, de grande variedade de peixes, o que só enriqueci a gastronomia da região Norte.

              Como parte do eixo cultural amazônico, o Amapá não deixou e nem deixa a desejar no que diz respeito a sua gastronomia e também tem sua parcela de contribuição para a formação dessa  da belíssima, exótica e saborosa culinária da  região norte.

              Sendo um dos estados que mais  aproveitam a biodiversidade oferecida pela região, sua culinária usufrui, com maestria, efetivamente dos peixes e, obviamente, das diversas frutas da região. Incorporando também a herança adquirida dos migrantes de outras regiões do Brasil.

              O Amapá é um dos estados nortistas banhado pelo Oceano Atlântico, e por possuir um litoral muito rico, frutos do mar também fazem parte dessa culinária a exemplo do camarão, parte de uma das mais famosas receitas típicas do estado, o clássico CAMARÃO NO BAFO, que leva um pouco de cachaça de alambique, pimenta dedo de moça, cebola e tomate.

              Receita de Camarão no bafo



              Ingredientes

              • ½ kg de camarão sete-barbas, com casca, sem cabeça;
              • 1 dose de cachaça de alambique;
              • Sal a gosto (sugestão 2 colher de sobremesa rasa);
              • 2 dentes de alho picados;
              • ½ cebola picada;
              • 1 pimenta dedo de moça, sem sementes, bem picada;
              • 1 tomate muito bem picado.

                Modo de preparo

                • Misture todos os ingredientes e deixe tomar gosto, na geladeira, por 1 hora;
                • Leve à cozinhar, aos poucos, no vapor, até que avermelhem (cerca de 10 minutos);
                • Use uma panela a vapor, que pode ser a cuscuzeira.

                  Dica

                  • Compre os camarões com cabeça, pois a cabeça aderida ao corpo, é sinal que o camarão é fresco;
                  • 1 kg de camarões com cabeça, rende pouco mais de ½ kg, sem cabeça;
                  • Mantenha sempre o camarão na geladeira, até a hora do preparo.

                  Tempo preparo: 1h 30min.
                  Rendimento: 5 porções, cada receita, podendo ser aumentada, mas sempre deve ser preparada aos poucos, 1 ou 2 porções de cada vez.



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                  Bahia (Nordeste)


                  Trilha Morro do Chapéu - Morro do Chapéu - BA

                  A Bahia, certamente, tem uma das gastronomias mais conhecidas e exóticas de todo o Brasil, assim como uma grande variedades de receitas e pratos famosos, o que torna indiscutível sua contribuição na  na história e tradição culinária do país.

                  Sua maior influência cultural e culinária tem berço: a África, pela participação direta dos negros que foram trazidos para cá na condição de escravos, deixando suas influencias no recôncavo baiano e em todo seu litoral, tornando a culinária baiana uma das mais famosas, com sabores fortes e evidenciados, principalmente por conta do azeite de dendê.

                  Muitos são os  ingredientes usados na gastronomia da Bahia a exemplo do leite de coco, gengibre e pimenta, fazendo-a ser diferente. 

                  Uma boa parte da culinária baiana é feita com frutos do mar e peixes, principalmente devido à abundância desses ingredientes na região, mas a cozinha baiana é muito mais do que isso.

                  A Bahia tem no ACARAJÉ a marca registrada da sua culinária, iguaria que tornou-se Patrimônio Cultural Imaterial do estado e que tradicionalmente é produzido e vendido pelas baianas do acarajé (mulheres vestidas com trajes tradicionais que fazem referência ao Candomblé). 

                  "Visitar a Bahia e não comer ACARAJÉ é praticamente um sacrilégio gastronomico".

                  Receita de Acarajé baiano



                  Ingredientes

                  • 1kg de feijão-fradinho;
                  • 3 cebolas grandes picadas;
                  • Sal a gosto;
                  • Azeite de dendê para fritar.

                    Vatapá

                    • 2 vidros de leite de coco (400ml);
                    • 1/2 xícara (chá) de leite;
                    • 100g de castanha de caju torrada;
                    • 100g de amendoim torrado;
                    • 2 colheres (sopa) de gengibre picado;
                    • 2 pães amanhecidos picados;
                    • 1/2 xícara (chá) de azeite de dendê;
                    • 2 dentes de alho picados;
                    • 1 cebola picada;
                    • 500g de camarão limpo;
                    • 1/2 pimenta dedo-de-moça sem sementes picada;
                    • 1 xícara (chá) de coentro picado;
                    • Sal a gosto.

                      Modo de preparo

                      • Coloque o feijão em uma tigela, cubra com água e deixe de molho por 12 horas;
                      • Esfregue os grãos de feijão entre as mãos para retirar a pele;
                      • Bata o feijão no liquidificador junto com a cebola e sal até formar uma massa homogênea, se preciso adicione água para bater;
                      • Modele pequenas bolinhas com a massa, com a ajuda de 2 colheres grandes e frite, aos poucos, em azeite de dendê;
                      • Escorra em papel absorvente e reserve;
                      • Para o vatapá, no liquidificador, bata o leite de coco, o leite, a castanha de caju, o amendoim, o gengibre e o pão até triturar bem. Reserve;
                      • Aqueça uma panela com o azeite de dendê e frite o alho e a cebola por 2 minutos;
                      • Adicione o camarão, a pimenta e o coentro e refogue por mais 3 minutos;
                      • Junte o conteúdo batido do liquidificador, tempere com sal a gosto e cozinhe, mexendo sempre até engrossar;
                      • Abra os acarajés ao meio, recheie com uma porção do vatapá e sirva.

                      Rendimento: 15 porções
                      Tempo de preparo: 90 minutos (+ 12 horas de molho)


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                      Ceará (Nordeste)


                      Praia de Canoa Quebrada - CE

                      Quem vier ao Nordeste e não conhecer as belas praias do Ceará, belezas inesquecíveis, lugares maravilhosos, como Jericoacoara e a sua capital Fortaleza, não imagina o que perdeu.

                      Porém mais do que praias, no Ceará podemos saborear e nos sentirmos orgulhosos, também, com sua rica culinária que certamente chamará a atenção daqueles que por lá passarem.

                      Muitos dos pratos da culinária cearense são comuns em outros estados nordestino, no entanto possui alguns sabores bem locais (únicos), isso se deve as receitas típicas e o modo de preparo.

                      No Ceará, a culinária  não é muito diferente da grande maioria da nacional, ou seja, é uma mistura dos sabores e temperos portugueses, indígenas e africanos. Por lá, as especialidades são BAIÃO DE DOIS, carne de sol e muitos frutos do mar. Cheia de gostos marcantes, como o do pimentão, da pimenta de cheiro e do coentro.

                      No Ceará, mesmo aqueles que não comem carne conseguem sobreviver bem, graças a itens como rapadura, queijo coalho, tapioca, castanhas e caju (alimentos que são encontrados em todo Nordeste a bem da verdade).

                      Receita de Baião de dois com carne de sol



                      Ingredientes

                      • 2 xícaras (chá) de feijão de corda cozido al dente e escorrido;
                      • 1 xícara (chá) de arroz cozido al dente;
                      • 3 colheres (sopa) de óleo;
                      • 100g de bacon picado;
                      • 100g de linguiça calabresa em rodelas;
                      • 3 dentes de alho picados;
                      • 1/2 cebola cortada;
                      • 1/2 xícara (chá) de manteiga de garrafa;
                      • Sal, salsinha e coentro a gosto;
                      • 4 bifes de carne de sol;
                      • 300g de queijo coalho.

                      Modo de preparo

                      • Em uma panela com água, cozinhe o feijão até ficar ao dente;
                      • Retire do fogo, escorra a água e reserve;
                      • Em uma panela aqueça o óleo, junte o bacon, a linguiça, o alho e frite;
                      • Adicione a cebola e deixe fritar até murchar;
                      • Acrescente a manteiga de garrafa, o feijão e o arroz reservados, a salsinha, o coentro e misture; acerte o sal misture bem, retire do fogo e reserve.

                      Carne de sol

                      • Deixe a carne de molho em uma tigela, por 3 horas, trocando a água várias vezes;
                      • Em uma panela, frite a carne de sol na manteiga de garrada;
                      • Em seguida, junte a cebola e o coentro, misture bem, retire do fogo e reserve.

                      Montagem

                      • Em uma travessa coloque o baião de dois e a carne de sol, sirva imediatamente, enquanto estiver quente;
                      • Acrescente o queijo coalho em cubo.

                      Rendimento: 4 porções.
                      Tempo de preparo: 3h


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                      Espírito Santo (Sudeste)


                      Pedra Azul - Domingos Martins - ES

                      O estado oferece uma imensa  beleza natural para quem deseja visita-lo, suas lindas praias, e outros tantos atrativos, que certamente encantarão a todos, belezas que só acentuam a grandiosidade da região Sudeste. 

                      Mas é a culinária capixada, cheia de cores e sabores, com seus pratos típicos e sobremesas deliciosas que engrandecem o estado. Essa culinária está aliada a sua tradição pesqueira, herança da cultura indígena, e da mistura dos costumes dos habitantes locais com os estrangeiros: portugueses, africanos e povos do norte da Europa. 

                      A essa herança gastronômica foram acrescentados novos ingredientes e novas formas de preparo. Pratos estrangeiros que foram incorporados a culinária capixaba, a enriqueceram de forma significante. A exemplo da Italia, uma das mais influentes, de onde foi inportado o agnolini, a sopa pavese, o tortei, o risoto e a polenta.

                      Pela sua proximidade com os estados de Minas Gerais e Bahia o povo capixaba adotou, respectivamente, dois dos seus pratos típicos: péla-égua (canjiquinha com costeleta de porco) e o vatapá. 

                      Porém a maior característica da cozinha capixaba está nas tradicionais panelas de barro, feitas artesanalmente, o que acrescenta um charme a mais na hora de servir a refeição.

                      Apesar de ser difundida nos estados do norte e do nordeste, é no Espírito Santo que a moqueca mostra força. A MOQUECA CAPIXABA (Que tem um diferencial em relação a moqueca baiana, não é usado nem o azeite de dendê e nem o leite de coco na sua concepção usando apenas vegetais e frutos do mar.) tornou-se é um dos pratos típicos mais conhecidos do estado, presente na mesa de todo capixaba. 

                      O ditado popular “moqueca é a capixaba, o resto é peixada” traduz a expressão do sentimento capixaba por essa iguaria. No Espírito Santo a moqueca mostrou sua força. 

                      Receita da Moqueca capixaba



                      Ingredientes

                      • 300 g de sementes de urucum;
                      • 1 litro de óleo;


                      Modo de preparo:

                      • Numa panela grande, coloque o óleo e as sementes de urucum. Leve ao fogo baixo e deixe ferver, mexendo sempre para misturar; 
                      • Quando o óleo começar a ficar avermelhado e as sementes ligeiramente pretas, retire do fogo; 
                      • Deixe esfriar e coe; 
                      • Coloque em vidro com tampa e guarde em um local seco e arejado.


                      Ingredientes para a moqueca:

                      • 1 ½ kg de badejo cortado em postas;
                      • 3 tomates;
                      • 3 cebolas;
                      • 1 maço de coentro;
                      • ½ maço de cebolinha;
                      • 2 dentes de alho picados;
                      • 3 colheres (sopa) de azeite;
                      • 30 ml de tintura de urucum;
                      • 100 ml de caldo de peixe;
                      • caldo de 2 limões;
                      • sal a gosto.

                      Modo de preparo:

                      • Coloque as postas de peixe num recipiente e tempere com sal e o suco de limão; 
                      • Enquanto prepara os outros ingredientes, deixe o peixe marinando na geladeira; 
                      • Os ingredientes do pirão e os do peixe podem ser preparados juntos;
                      • Com uma faca afiada, corte os tomates ao meio e retire as sementes. Pique as metades em pedaços pequenos. Descasque as cebolas e corte cada uma delas ao meio; 
                      • Em seguida, apóie cada metade numa tábua e corte em cubos. Lave as folhas de coentro, de cebolinha sob água corrente e seque bem. Pique as ervas; 
                      • Leve uma panela grande ao fogo baixo e acrescente o azeite e o óleo de urucum e deixe aquecer; 
                      • Em seguida, acrescente a cebola e refogue por 2 minutos. Com uma escumadeira, retire metade da cebola e reserve; 
                      • Adicione metade do tomate picado e mexa bem com uma colher de pau. 
                      • Em seguida, coloque as postas de peixe sobre a cebola e o tomate. Cubra as postas com a cebola reservada e o tomate restante; 
                      • Acrescente o coentro, o sal e o caldo de peixe. Tampe a panela e deixe cozinhar, em fogo baixo, por 10 a 15 minutos, sem mexer; 
                      • Verifique os temperos e se o peixe está cozido.

                      Tempo de preparo: 2h
                      Rendimento: 6 porções.


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                      Goiás (Centro-Oeste)


                      Bosque dos Buritís - Goiana - Goiás

                      A culinária goiana originou-se de um encontro entre portugueses, mineiros e bandeirantes paulistas com índios goyases, portanto traz  a marca indígina em suas origens, carregada de influências paulistana e mineira que forneciam parte da alimentação ao estado no final do Século XVIII. Assim como em outros estados da região, sua gastronomia é uma mistura de costumes culinários do séculos XVII e XVIII.

                      Por conta das dificuldades de transporte e da chegada dos alimentos, o que causava sua escassez, a população buscava nas opções locais maneiras de substituir produtos tradicionais, (não tinha batata, usavam mandioca, a couve foi substituída pela taioba, entre outros). Com isso, a culinária goiana ficou diferenciada, pois utilizava o que lhes  oferecia o Cerrado.

                      O que a tornou uma das mais peculiares foi justamente essa mistura, principalmente pela utilização dos frutos típicos da região Centro-Oeste. 

                      O arroz com pequi, é o maior exemplo do uso da fruta dentro desta culinária: o arroz é cozido junto com o fruto, podendo ser acrescidos milho, temperos e guariroba (um palmito típico da região).

                      O Prato preferido do goiano, que não é só arroz com frango caipira, que pode ser acompanhado com milho e o famoso pequi ou guariroba, açafrão, pimenta de cheiro, muita cebolinha verde, cúrcuma, além do pequi e arroz, ou seja, uma espécie de risoto delicioso e com sabores únicos do cerrado. Muito parecida com o arroz com pequi.

                      Muito conhecida em todo Brasil, essa iguaria, a GALINHADA GOIANA COM PEQUI, já ganhou diversas interpretações em todas as regiões do país, porém é em Goiás que ela encontra e preserva suas origens.

                      Um grande detalhe na história culinária goiana a conservação de carnes com gordura animal, o que permitiam fazerem longas viagens até o destino, na capital.

                      "A Culinária Goiana tem sabor daquela comidinha caseira feita com muito amor  pela mãe ou pela avó, de preferência num fogão a lenha".

                      Receita de Galinhada Goiana com Pequi



                      Ingredientes

                      • 2 kg de galinha caipira cortada;
                      • suco de ½ limão;
                      • 3 dentes de alho amassado;
                      • 1 cebola picada;
                      • 1 colher de sopa rasa de açúcar;
                      • 4 tomates cortadas em cubos;
                      • 3 xícaras de chá de arroz;
                      • 2 colheres de cúrcuma;
                      • 2 pimentas dedo de moça picadas e sem semente;
                      • 280g de pequi;
                      • 5 colheres de sopa de óleo de milho;
                      • sal e pimenta do reino a gosto.

                      Modo de Preparo

                      • Tempere a galinha caipira usando o limão, sal, alho, a pimenta do reino e reserve por cerca de 1 hora;
                      • Coloque uma panela no fogo com óleo, refogue a cebola, adicione o açúcar (não deixe queimar) coloque os pedaços de galinha, e frite até dourar;
                      • Retire um pouco do óleo, adicione arroz, pimenta dedo de moça, tomate, cúrcuma, pequi e misture;
                      • Adicione a água quente para cozinhar o arroz e tampe a panela.

                      Tempo de preparo: 3h.
                      Rendimento: 8 porções.


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                      Maranhão (Nordeste)


                      Parque Nacional dos Lençóis Maranhense - Barreirinhas - MA

                      Quando pensamos em conhecer o Maranhão imaginamos uma oportunidade indescritível de conhecermos o casario histórico de São Luís, a beleza de tirar o fôlego, de outra maravilha, dos Lençóis Maranhenses e a cultura do bumba meu boi, mas precisamos, também, nos prepararmos para sermos surpreendidos  pela sua incomparável culinária, onde iremos comer bem e sem culpas.

                      A base da cozinha maranhense são os frutos do mar. Mas o Maranhão não é só frutos do mar, há opções para todos os gostos. Detalhe, sua culinária é composta de pratos típicos que dificilmente serão encontrados  fora do Estado. Ou seja, precisamos ir até lá para provar a maioria dessa culinária.

                      Uma dessas iguarias mais famosa é o ARROZ DE CUXÁ, orgulho do Estado. O ingrediente principal, além do arroz, é a vinagreira, uma erva difícil de ser encontrada em outra região e que requer muita habilidade para o preparo, porque a vinagreira é uma erva ácida e amarga, o que dificulta seu preparo e exige um controle de proporções para que o arroz não fique com um gosto desagradável. Quando bem executado, com certeza, é uma experiência única para o nosso paladar

                      Em qualquer restaurante local, do mais caro ao de esquina, poderemos provar o ARROZ DE CUXÁ, tradicionalmente feito com camarão seco. Podendo ser servido como acompanhamento para frutos-do-mar, peixes fritos e ensopados.

                      Receita de Arroz de cuxá maranhense.



                      Ingredientes

                      • Vinagreira (erva verde meio amarga);
                      • 1 tomate picado;
                      • 1 cebola picada;
                      • 1 pimentão picado;
                      • Pimentinha de cheiro a gosto;
                      • 150g de camarão seco;
                      • Gergelim a gosto;
                      • 1/2 kg de arroz branco cozido;
                      • Azeite.

                      Modo de preparo

                      • Coloque a vinagreira para cozinhar até murchar, retire do fogo escorra, e de umas batidas nela com a outra face da faca;
                      • Refogue todos os temperos em azeite, coloque o camarão seco, um pouco do gergelim e a vinagreira, mexendo sempre para incorporar ao refogado;
                      • Depois vá acrescentando o arroz já cozido, não esquecendo de que tem que ficar bem verdinho, por conta da vinagreira;
                      • Por fim e só degustar esse típico arroz maranhense.

                      Rendimento: 5 porções
                      Tempo de preparo: 30 minutos.


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                      Mato Grosso (Centro-Oeste)


                      Chapada dos Guimarães - Cuiabá - MT

                      Parte do Centro-Oeste brasileiro,  Mato Grosso tem uma das culinárias mais tradicionais dessa região, recheada de de pratos típicos, sendo alguns exóticos e que utilizam, com muita propriedade, temperos provenientes do Cerrado.

                      Assim como na grande maioria das unidades da federação, em Mato Grosso também encontramos, em sua gastronomia,  uma relevante  influência indígena, africana e europeia (Espanhola e Portuguesa são as mais marcantes), que aliada ao uso de ingredientes  típicos da região como o pequi, a banana-da-terra e o pescado dá um toque de autenticidade e de sabores inigualáveis. 

                      Claramente,  quando imaginamos uma culinária cheia  de elementos da culinária portuguesa, indígena aliados ao tempero africano, estamos projetando a culinária mato-grossense a mais rica dessa combinação e que adicionou uma deliciosa harmonia de cores  e sabores inigualáveis  a gastronomia nacional.

                      A maioria dos pratos típicos dessa culinária são preparados tendo como base o uso de peixes (de água doce) como: o pintado, pacu, pacupeba, piabucu, piraputanga e dourado. Pratos feitos com estas especiarias comumente são acompanhados com arroz, pirão e farofa de banana. 

                      Carnes bovinas e suínas também fazem parte da gastronomia mato-grossense. A carne de javali, da capivara e do jacaré, bastante usadas,  dão o toque exótico a essa marcante culinária.

                      Porém ao chegar em Mato Grosso você vai se deparar com o inconfundível e tradicional MARIA ISABEL (arroz de tropeiro), não, este não é só mais um prato feito com arroz, é um prato muito importante  da culinária mato-grossense. O prato é confeccionado a base de arroz e carne-seca temperados a moda da região Centro-Oeste, tendo seu sabor acentuado quando adicionado o pequi. 

                      Esse prato é uma iguaria bastante conhecido no estado, já no sul do país, a receita é conhecida por arroz de carreteiro de charque. Apesar do nome variar de acordo com a região do país uma coisa ninguém discute, o seu delicioso sabor. É, certamente, um dos pratos mais marcantes da gastronomia mato-grossense.

                      Receita de Maria Isabel (arroz de carreteiro).




                      Ingredientes

                      • 600 g de carne seca dessalgada em cubinhos;
                      • 3 colheres de sopa de manteiga de garrafa;
                      • 1 cebola grande picada;
                      • 1 dente de alho picado;
                      • ½ pimentão vermelho sem pele picado;
                      • 1 pimenta-de-cheiro picada;
                      • 1 colher de café de colorau;
                      • 1 colher de chá de óleo de babaçu ou manteiga de garrafa;
                      • 2 xícaras de chá de molho de carne;
                      • 6 xícaras de chá de arroz cozido;
                      • ½  maço de coentro picado;
                      • sal a gosto.


                      Modo de preparo:

                      • Refogue a carne de sol na manteiga de garrafa.
                      • Junte a cebola, o alho, o pimentão e a pimenta-de-cheiro; refogue mais um pouco, para dourar.
                      • Acrescente o colorau, o óleo de babaçu e o molho de carne.
                      • Adicione o arroz cozido, misture bem e acerte o tempero. Finalize com o coentro picado.

                      Tempo de preparo: 1h:30min.
                      Rendiemnto: 8 porções.


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                      Mato Grosso do Sul (Centro-Oeste)


                      Estância Mimosa - Bonito - MS

                      Antes mesmo de se  tornar Unidade da Federação em 1979 após separação do Mato Grosso,  Mato Grosso do Sul sofreu grande influência da migração, visto que é um estado onde encontramos um grande volume de pessoas de outros países, o estado recebeu uma leva de gaúchos que guiavam boiadas pelo cerrado, e até mesmo dos retirantes nordestinos. Dessa forma, o MS conta com uma diversidade de cultura unida a cultura pantaneira, além de incorporar forte tendência dos países com que faz fronteira: Bolívia e Paraguai.

                      Para alguns especialistas mesmo com a separação o estado conseguiu preservou boa parte da sua cultura,  embora  mantenha semelhança com a do estado vizinho (não podia ser diferente), inclusive a culinária. Facilmente constatamos a existência de  mais pratos típicos na região sul-matogrossense do que no seu irmão mais velho, o Mato Grosso. 

                      Além do arroz carreteiro, da sopa paraguaia e do sobá dos japoneses na Feira Central, o estado possui em sua história uma culinária muito rica e cheia de heranças das fronteiras com as quais dividimos nosso território. Muitos pratos não são tão conhecidos do grande público, mas podem ser facilmente preparados em casa, outros  pratos são encontrados em casas especializadas em todo o Estado.

                      Também os pescados, que permaneceram sendo os mais utilizados na confecção de boa parte de seus pratos devido a quantidade de rios que cortam suas terras. O pacu é uma das espécies muito comum na região,  talvez por isso por isso não surpreende que o PACU RECHEADO E ASSADO seja uma das principais atrações da sua culinária e, assim  como no Mato Grosso, tem a farofa como o acompanhamento mais frequente dessa iguaria.  

                      Típica do Mato Grosso do Sul, o PACU RECHEADO E ASSADO  é uma iguaria da região. O sabor desse peixe se destaca a cada garfada. Embora seja um peixe rústico pode ser tão apetitoso quanto os pratos mais refinados. O pacu é típico do pantanal sul-mato-grossense, dos rios amazônicos e bacia do Prata, e originários dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, é um ótimo prato para ser servido num almoço de família. 

                      Convém ressaltar que as carnes vermelhas, em especial a bovina, exercem uma forte  presença na mesa  sul-mato-grossense devido a extensa produção  pecuária do estado.

                      Receita de Pacu recheado e assado.




                      Ingredientes:

                      • 1 pacu de 3 kg, suco de 2 limões e sal, pimenta-do-reino a gosto e 1 pitada de orégano;
                      • 4 colheres de sopa de manteiga;
                      • 4 ovos cozidos;
                      • 2 cebolas médias picadas;
                      • 2 dentes de alho amassados;
                      • 1 xícara de chá de azeitonas sem caroço;
                      • 1 xícara de chá de cheiro-verde picado;
                      • 2 xícaras de chá de farinha de mandioca;
                      • Folhas de alface para decorar.

                      Modo de preparo:

                      • Abra o peixe pela barriga, limpe e lave em água corrente;
                      • Coloque numa vasilha refratária funda.;
                      • Tempere com suco de limão, sal, pimenta e orégano;
                      • Deixe em repouso por pelo menos três horas, para pegar bem o tempero;
                      • Ponha a manteiga em uma panela, junte os ovos cozidos e cortados em rodelas, a cebola, o alho, as azeitonas e o cheiro-verde. Refogue por alguns minutos e acrescente a farinha de mandioca. Mexa bem;
                      • Coloque essa farofa dentro da barriga do peixe e costure. Passe bastante manteiga no peixe todo, cubra a vasilha com papel-alumínio e leve ao forno pré-aquecido, em potência média;
                      • Deixe assar até corar bem;
                      • Forre uma travessa com folhas de alface e coloque o peixe sobre elas;
                      • Decore com azeitonas.

                      Tempo de preparo: 2 h
                      Rendimento: 06 porções.


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                      Minas Gerais (Sudeste)


                      Ouro Preto - MG

                      Minas e um dos celeiros de   manifestações culturais do Brasil, e sua culinária contribui de forma expressiva, visto que em cada canto do estado existe uma comida típica diferente, com ingredientes que são encontrados com fartura na zona rural. Sua culinária, como em outros regiões (estados) e repleta de cores, sabores e  aromas, esse é o grande diferencial para os turistas.

                      O Estado passou a ter visibilidade  a partir do século XVIII  deixando sua marca na culinária nacional pela variedade e criatividade no uso de ingredientes em receitas que são passadas  de geração a geração, chegando à nossa contemporaneidade. Um dos produtos que traduz a popularidade da gastronomia mineira é o tradicional pão de queijo, mas a riqueza de sabores mineiro é grande.

                      Importante destacar que a culinária mineira traz elementos que apontam para a diversidade local iniciada, ainda, com a expansão da exploração  do ouro. Portugueses, negros e índios passaram a compartilhar hábitos e ingredientes, até então singulares, que, ao longo do tempo, enraizaram uma cultura gastronômica única e que valorizava, cada vez mais, o regionalismo.

                      FRANGO CAIPIRA COM QUIABO E ANGU é uma das iguarias  típico de sua culinária. Uma receita raiz, daquelas que não perderam seu encanto com o tempo, uma verdadeira delícia típica mineira e quando feito no fogão caipira, junto com a família, não tem como não ficar pra história. Essa receita se espalhou pelo Brasil, incorporando-se à culinária de vários estados.

                      A culinaria mineira é de uma variedade indescritível sendo famosos o tutu com lombo de porco, a costelinha de porco e o leitão à pururuca. Também são apreciados a vaca atolada, o feijão tropeiro com torresmo (também típico da região da Paulistânia) a canjiquinha com carne (de boi ou porco), linguiça (importada de diferentes tradições culinárias europeias) e couve, o FRANGO CAIPIRA COM QUIABO  e ANGU e arroz com pequi (também considerados típicos de Goiás).

                      Muitos pratos têm origens indígenas, e ainda preserva partes de sua culinária como o uso de mandioca e milho com o acréscimo  de incrementos dos costumes europeus.

                      Frango Caipira com Quiabo e Angu



                      Ingredientes (para o preparo do frango caipira com quiabo).

                      • 1 frango caipira cortado em pedaços;
                      • 1 colher de ervas secas a gosto (slavia, manjerona);
                      • 1/2 copo de vinagre;
                      • Sal a gosto;
                      • 3 folhas de louro;
                      • 1 colher de alho;
                      • 1 cebola picada;
                      • 3 colheres de óleo;
                      • Molho de tomate a gosto;
                      • Açafrão ou colorau a gosto;
                      • 500g de quiabo.

                      Modo de preparo

                      • Prepare o tempero com alho, sal, louro e vinagre. Deixar o frango neste tempero de um dia para o outro. Em uma panela, de preferência de fundo grosso, frite a cebola no óleo, coloque o açafrão ou colorau e frite o frango até que ele fique bem dourado. Coloque algumas gotas de água até que o frango esteja cozido. Em uma frigideira, coloque um pouco de óleo e frite os quiabos com um pouco de sal para tirar a baba. Depois, junte este quiabo ao frango quando este estiver macio.

                      Ingredientes (para o angu).

                      • 3 copos de fubá;
                      • 6 copos de água;
                      • sal a gosto.

                      Modo de preparo

                      • Em uma panela, misture a água com o fubá e o sal. Depois, leve ao fogo mexendo sem parar até dar o ponto de mingau.

                      Tempo de preparo: 2h
                      Rendimento: 6 porções.


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                      Pará (Norte)


                      Parque Ecológico Mangal das Garças - Belém - PA

                      A Culinária do Pará é considerada uma das mais brasilerias e embora tenha como raiz a cultura indígena, tem como base de sua formação, também, diversas elementos  portugueses, franceses, africanos, árabes, sírio-libaneses e japoneses. Porém sua  identidade gastronômica vem do uso de ingredientes  básicos como folhas e ervas oriundos da natureza, costume herdado dos índios da região.

                      Contando com uma enorme variedade de espécies comestíveis,  como as frutas, raizes  e temperos advindos da natureza, encontramos ai o que carateriza  a culinária local. O sabor exótico de suas deliciosas receitas está na natureza que enriquece a mesa paraense, a verdadeira essencia de sua gastronomia.

                      PATO NO TUCUPI é uma dessas especiaris que só encontramos no Pará, é um prato constituido constituído de pato, tucupi (caldo amarelo extraído da mandioca e precisa ser fermentado por um dia)  e receita que tem tucupi, tem jambu (muito conhecido por causa da cachaça extraida de seu fruto) encontrados na região Norte. Esse é um prato servido durante as festividades do Círio de Nazaré, é servido com arroz branco e farinha de mandioca.

                      Receita de Pato no tucupi



                      Ingredientes

                      • 1 pato (de aproximadamente 2kg);
                      • 2 litros de tucupi;
                      • 1 maço de chicória;
                      • 3 maços de jambu;
                      • 6 dentes de alho;
                      • 1/2 copo de vinagre;
                      • 1 limão;
                      • 1 colher (sopa) de sal;
                      • 1 colher (chá) de pimenta-do-reino;
                      • 1 colher (chá) de cominho;
                      • Pimenta de cheiro (a gosto).


                      Modo de preparo:

                      Pato:

                      • Lave bem o pato com limão. Deixe-o marinar com todos os temperos, vinagre, alho, sal, chicória e pimentas, de preferência, por 12 horas na geladeira. Depois, coloque o pato numa panela com água para amaciá-lo. Ele ficará pré-cozido;
                      • Em seguida, coloque-o numa assadeira e jogue o molho que sobrou por cima dele e deixe no forno até dourar. Isso deve levar aproximadamente 40 minutos. O pato deve ficar suculento;
                      • Enquanto isso, pegue os maços de jambu e leve para cozinhar com água e sal. Reserve. Pegue também meio copo de tucupi e amasse a pimenta de cheiro em uma molheira.


                      Tucupi:

                      • Coloque o tucupi para ferver com a chicória e o alho. Quando estiver bem fervido, acrescente o pato em pedaços;
                      • Quando estiver quase pronto, coloque o jambu cozido. Feche a tampa da panela e deixe apurar por alguns minutos. Está pronto o pato no tucupi, que deve ser servido com arroz branco.

                      Tempo de preparo: 3h
                      Rendimento: 6 porções


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                      Paraíba (Nordeste)


                      Serra do Brejo da Cruz - Brejo da Cruz -  PB

                      Assim como em todos os estados do Nordeste brasileiro, em toda a sua extensão, a culinária paraibana também foi formada  por uma uma fusão de cardápios, mas aos poucos foi ganhando uma identidade própria, claro, trazendo como características a forte influência indígena e das várias de raças que passaram pela região.

                      Desça mistura de raças, os escravos herdaram dos africanos o cultivo da cana-de-açúcar, o uso intensivo de peixes e crustáceos e a mistura de molhos. Já a mandioca foi herdada dos indígenas, principalmente a variedade de pratos derivados dela, assim como a utilização de azeite, óleos, pimenta e outros elementos combinados com especiarias trazidas de outras colônias pelos portugueses.

                      Aos poucos foram moldadas as características dessa  gastronomia paraibana, criando especificidades nas diferentes regiões do estado. A culinária do litoral paraibano é maciçamente influenciada pela pesca, tendo nos peixes e crustáceos seu ponto alto.

                      Apesar da influência externa, na mesa do paraibano, não faltam alimentos típicos. No interior, a carne de sol, a carne de bode e a galinha à cabidela são frequentes no cardápio. A buchada de bode costurada e o famoso SARAPATEL (também conhecido como Panelada Paraibana), apontada por muitos estudiosos como uma das iguarias mais famosas da culinária paraibana, junto com a buchada de bode.

                      A receita de SARAPATEL chegou ao Brasil através dos portugueses e se adptou perfeitamente a gastronomia nordestina que é variada e possui opções para todos os gostos.

                      Receita de Sarapatel (Panelada Paraibana)



                      Ingredientes

                      • Miúdos de porco ou de bode;
                      • Sangue de porco ou de bode;
                      • 2 xícaras de água;
                      • Limão a gosto;
                      • 2 cebolas roxas grandes picadas;
                      • 5 dentes de alho picados;
                      • 2 colheres de chá de pimenta-do-reino
                      • 4 colheres de sopa de hortelã picada;
                      • 4 colheres de sopa de salsinha picada;
                      • 1/4 de xícara de vinagre;
                      • 4 pimentas de cheiro;
                      • 4 colheres de sopa de banha de porco.

                        Modo de Preparo:

                        • Na véspera, cozinhar o sangue na água até que fique firme. Cortar em cubinhos e reservar.
                        • Cozinhar os miúdos de porco na água com suco de limão e limão cortado ao meio.
                        • Ferver, trocar a água e deixar ferver novamente.
                        • Picar os miúdos e acrescentar todos os temperos.
                        • No dia, fritar os temperos e os miúdos e acrescentar água. Cozinhar por 2 ou 3 horas, até que fiquem bem macios. Colocar o sangue cortadinho e deixar engrossar.

                        Tempo de preparo: 4h
                        Rendimento 10 porções.


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                        Paraná (Sul)


                        Parque de Vila Velha - Vela velha - PR

                        O Paraná foi ocupado por imigrantes de diferentes países, mas sua maior influência cultural veio da imigração européia, sobretudo de poloneses e ucranianos, que além de alguns costumes, trouxeram muitos de seus pratos típicos.

                        Outra contribuição, também muito importante, foi a dos portugueses e dos paulistas que após a descoberta descoberta do ouro em Minas Gerais, no século XVII ao XIX, tornaram a pecuária a base do desenvolvimento da região Sul. Por consequência, grande parte dos pratos paranaenses têm a carne como ingrediente principal.

                        Um bom exemplo é o BARREADO carro-chefe da gastronomia paranaense, feito com cortes menos nobres de carne bovina, como acém e músculo, que, junto com outros ingredientes, são cozidos em uma panela de barro por mais ou menos 12 horas. A panela é “barreada” – vedada – com uma massa de farinha de mandioca e água, evitando que o vapor escape.

                        Receita de Barreado paranaense.




                        Ingredientes

                        • 3kg de coxão mole;
                        • 500g bacon;
                        • 4 cebolas picadas;
                        • 2 folhas de louro;
                        • 5 ramos tomilho;
                        • 2 ramos estragão;
                        • 1 maço manjericão;
                        • 1 maço manjerona;
                        • 1 maço cebolinha;
                        • 1 maço salsinha;
                        • 3 ramos sálvia;
                        • 1 ramo hortelã;
                        • Sal agosto;
                        • Pimenta do reino a gosto;
                        • 150ml cachaça;
                        • 800g farinha de mandioca;
                        • 5 bananas da terra;
                        • 300ml cachaça.

                          Modo de preparo

                          • O Barreado tradicional é preparado em uma panela de barro com 17 horas de cozimento, porém nosso modo de preparo será na panela de pressão por apenas 3 horas.
                          • Corte a carne em cubos grandes, pique a cebola, pique as ervas, corte o bacon em tiras bem finas.
                          • Monte a panela: Forre o fundo da panela com lâminas de bacon; uma camada de carne; uma camada generosa de cebola; salpique as ervas.
                          • Em seguida repita a operação, coloque por último as folhas de louro e finalize com a última camada de bacon.
                          • Coloque 1/2 de um copo americano de cachaça e cubra com água até o bacon de cima boiar.
                          • Cozinhe por 3 horas em fogo médio.
                          • Depois de pronto mexer bem para desmanchar a carne.
                          • Pirão: Espalhe um pouco de farinha de mandioca no fundo do prato e acrescente um pouco do caldo do Barreado fazendo um pirão.
                          • Bananas: Corte as bananas na transversal e cozinhe as bananas no vapor de cachaça. Sirva-se.

                          Tempo de preparo: 3h.
                          Rendimento: 8 porções.


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                          Pernambuco (Nordeste)


                          Fernando de Noronha - PE

                          A culinária pernambucana, em grande parte, é fruto de 3 culturas: europeia (Portugal), africana e indígena, porém tem como particularidade, em diversas receitas, a adaptação muito bem feita de ingredientes encontrados com facilidade na região.

                          É nos pratos típicos do estado que encontramos o reflexo dessa mistura, o que a torna uma das gastronomias mais criativas do Brasil, riquíssima em sabores, cores e aromas.

                          Pernambuco tem o maior número de restaurantes qualificados (estrelados) pelo exigente “Guia Quatro Rodas” no Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul brasileiro, e o quarto do Brasil. Sua capital, Recife, é o terceiro maior pólo gastronômico do País.

                          A carne bovina e a caprina misturam-se aos demais ingredientes nordestinos e formam a diversidade culinária  pernambucana, com pratos que agradam a todos os gostos. Outro grande destaque é a utilização de peixes e frutos do mar, que são encontrados com facilidade em seu litoral. 

                          A culinária pernambucana é bastante extensa no que diz respeito a variedades de pratos, dos quais podemos destacar a BUCHADA DE BODE como sendo uma dos principais, encontrado do Litoral ao Sertão. Não é por acaso que em Petrolina localizada no Sertão do estado encontramos o famosíssimo Bodódromo, onde essa riquíssima iguaria dos sabores nordestino é a atração principal.

                          Receita de Buchada de bode




                          Ingredientes

                          • 1 Buchada grande - Vísceras de 1 bode (bucho, tripas, fígado, pulmão, coração, passarinha e língua);
                          • 1 colher (sopa) de tempero seco;
                          • 1 molho de coentro;
                          • 1/2 xícara (chá) de azeite de boa qualidade ou 200 g de toucinho cortado em cubinhos pequenos;
                          • 2 tomates;
                          • ½ maço de hortelã;
                          • 2 colheres (chá) de pimenta-do-reino;
                          • 2 cebolas grandes;
                          • 2 colheres (sopa) de colorau;
                          • 2 colheres (sopa) de sal (a gosto);
                          • 2 pimentões grandes;
                          • 3 colheres (sopa) de vinagre ou suco de limão;
                          • 6 limões grandes;
                          • 10 dentes de alho amassados;
                          • Agulha e linha (para costurar os travesseirinhos de bucho).

                            Modo de preparo

                            • Antes de colocar os temperos, deve lavar bem a buchada em água corrente;
                            • Em seguida, coloque o suco de limão, misture bem e leve ao fogo para escaldar um pouco;
                            • Não deixar cozinhar de mais para não endurecer o saquinho;
                            • Depois da fervura retire do fogo, limpe bem raspando com uma faca;
                            • Retire alguns resíduos restantes e a pele da língua;
                            • Quando terminar, corte bem picadinho e então coloque todos os temperos;
                            • Ponha em uma bacia grande e jogue as vísceras misturando bem;
                            • Deixe tomar os temperos por algumas horas;
                            • Depois costure o saquinho até a metade, deixando uma abertura para encher;
                            • Quando terminar de encher feche costurando com uma agulha e linha;
                            • Estando os saquinhos todos prontos, leve ao fogo em uma panela grande com água, o suficiente para cozinhar, não esquecendo de colocar o mocotó e o restante de algumas vísceras que por ventura tenham ficado.

                            Rendimento: 6 a 8 porções
                            Tempo de preparo: 10 horas


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                            Piauí (Nordeste)


                            Parque Nacional Serra da Capivara - São Raimundo Nonato - PI

                            A culinária piauiense se destaca das demais estados do Nordeste, porém também traz sabores e aromas indígenas que tinham uma refeição à base de milho, farinha de mandioca, palmito, macaxeira cozida com sal, abóbora, peixes, preás, mel e pimenta da terra.

                            A tipicidade da culinária piauiense estava em  permanecer utilizando esses ingredientes em pratos da nossa região usando do aperfeiçoamento e a sofisticação das receitas de hoje. O complemento da dessa culinária vem de outros povos, europeus e africanos, quando chegaram no Estado. Inegavelmente sofreu influência, mas não perdeu as  raízes indígenas caracterizadas pelo uso de diversos produtos naturais que são utilizados nos pratos regionais, como é o caso do buriti, o bacuri e a manga.

                            A carne de sol é um prato que tem a a cara do estado. Inclusive, o Piauí tem o lugar com a melhor carne de sol Brasil que é Campo Maior, o município é referência nacional dessa iguaria. Feita com carne bovina reparada com sal e depois exposta ao sol para secar.  muito confundida com a carne seca, que é encontrada em outras partes do Brasil.

                            A cozinha  tradicional piauiense difere-se das demais do Nordeste em vários aspectos. Destaca-se a larga utilização dos ''cheiros verdes'' (coentro e cebolinha verde), da cebolinha branca de Picos, da pimenta-de-cheiro e do corante natural extraído do urucum. O uso muito intenso da farinha de mandioca (farinha branca e farinha d'água) para a confecção ou complementação de pratos. As farofas ou fritos, o pirão e a PAÇOCA DE CARNE SOL são alimentos indispensáveis na mesa dos piauienses.

                            Na área sertaneja, é muito  comum a mistura de arroz com feijão (Baião-de-Dois), ou ainda a mistura de feijão com milho, que deve ter toucinho, pé e orelha de porco.

                            Receita de paçoca de carne de sol.




                            Ingredientes

                            • 1 kg de carne de sol
                            • 1 cebola cortada
                            • 3 dentes de alho amassados
                            • 1 pimentão cortado
                            • 1 tomate cortado
                            • cheiro-verde picado a gosto
                            • farinha de mandioca a gosto
                            • 2 colheres (sopa) de manteiga de garrafa

                            Modo de preparo

                            • Comece deixando a carne de molho por algumas horas para que ela solte um pouco do sal.
                            • Se achar que a carne ainda está salgada, você pode descartar a água e trocá-la por "água nova" algumas vezes durante o processo.
                            • Após deixar algumas horas de molho, descarte a água e corte a carne em pequenos cubos.
                            • Em uma panela, coloque a manteiga de garrafa e, em seguida, acrescente a carne e vá mexendo para fritá-la. Se achar necessário, acrescente mais manteiga para deixar a carne ainda mais saborosa!
                            • Assim que a carne estiver em um ponto de carne assada, desligue o fogo.
                            • Em seguida, coloque a carne no liquidificador e triture-a, utilizando o modo "pulsar" do aparelho (você também pode optar por triturá-las no próprio triturador). Reserve em seguida.
                            • Na panela onde a carne foi frita, refogue a cebola, o alho, o pimentão e o tomate.
                            • Quando já estiverem bem refogados, acrescente a carne triturada que estava reservada e misture.
                            • Logo após, adicione a farinha de mandioca (até a quantidade que desejar) e o cheiro-verde e torne a misturar bem.
                            • Lembre-se: quanto mais farinha de mandioca colocar, menos molhadinha sua paçoca ficará;
                            • Depois de misturar tudo, desligue o fogo e a sua paçoca de carne de sol está prontinha para servir.
                            • Sugestão: pode servir com feijão de corda, macaxeira frita e arroz.

                            Rendimento: 8 porções
                            Tempo de preparo: 3h.


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                            Rio de Janeiro (Sudeste)


                            Mirante D. Marta - Rio de Janeiro - RJ

                            O Rio de Janeiro é um estado recheado de outras culturas, em parte por sua capital ser a grande vedete do nosso turismo, mas em grande  parte sua população foi formada por migrantes de outros estados, que ali para trabalharem e estudarem. Isso refletiu na formação de sua culinária e para muitos o estado não tem uma identidade gastronômica. Mas não é verdade.

                            Históricamente, não podia ser diferente, no Rio  encontramos, de forma mais explícita, a influência da culinária portuguesa, afinal foram eles que colonizaram o Brasil a partir dos anos de 1500. Além disso foi no estado do Rio de Janeiro que  a Família Real Portuguesa fixou residência por muitos anos depois de escapar de Napoleão na Europa. E no periodo de  1763 a 1960, a cidade foi a capital do Brasil. O que certamente foi determinante para sua formação cultural em vários aspectos, inclusive gastronômico. 

                            Um exemplo muito carioca e tradicional são os pratos a base de bacalhau, certamente  herança portuguesa que se estende até os dias de hoje sem muitas distinções, assim como a feijoada, que para muita gente é uma herança dos escravos africanos, o que não é, mas por aqui que foi aperfeiçoada ao longo dos anos.

                            Mas nem por isso deixamos de encontrar um prato tipicamente carioca, O FILÉ À OSWALDO ARANHA. Uma homenagem ao político gaúcho que costumava pedir o prato todos os dias em um restaurante da Lapa. 

                            "O de sempre" era assim que o influente político pedia a sua refeição: um filé alto temperado com muito alho, acompanhado com arroz, batatas portuguesas (redondas) e farofa de ovos. As pessoas observavam o pedido do Oswaldo Aranha (1894-1960) e passaram a usarem  a mesma expressão. "O de sempre!".  Danda fama ao prato, que acabou sendo incorporado a culinária carioca e em sua homenagem ganhou o nome FILÁ À OSWALDO ARANHA.

                            Receita de Filé à Oswaldo Aranha




                            Ingredientes:

                            • 1 xícara (chá) de farinha de mandioca;
                            • 2 colheres (sopa) de manteiga;
                            • 1 cebola pequena picada;
                            • 4 colheres (sopa) de manteiga;
                            • 8 dentes de alho picados;
                            • 2 bifes de filé mignon (100 g cada);
                            • Sal a gosto.

                            Modo de preparo:

                            • Ponha a manteiga numa frigideira e aqueça-a em fogo alto;
                            • Junte a cebola e frite até dourar;
                            • Acrescente a farinha de mandioca aos poucos, mexendo sempre até ficar tostada;
                            • Tempere os filés com sal e grelhe-os em uma chapa bem quente;
                            • Enquanto isso, ponha a manteiga numa frigideira e aqueça-a em fogo alto;
                            • Junte o alho e frite-o até dourar;
                            • Reserve;
                            • Passe os bifes para um prato e regue-os com a manteiga quente.

                            Tempo de preparo: 30 minutos
                            Rendimento: 2 porções


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                            Rio Grande do Norte (Nordeste)


                            Morro do Careca - Natal - RN

                            No Rio Grande do Norte você vai encontrar peixes, camarão, siri, caranguejo e lagosta, escondidinho de carne do sol. E como não falar do maior cajueiro do mundo.  Caju, esse fruto é encontrado com facilidade e abundância.

                            Certamente por ser um estado líder na produção de camarão, sua culinária tem, na maioria de seus pratos mais famosos, o crustáceo como ingrediente principal, como é o caso do BOBÓ DE CAMARÃO, mas não deixem de provarem  produtos da terra a exemplo da carne de sol, queijo de coalho e sequilhos, também muito presentes na gastronomia potiguar.

                            Esse prato tem uma consistência cremosa, sua base é de purê de aipim, camarões secos, gengibre e azeite de dendê. Misturado a essa massa vão camarões refogados em leite de coco e temperos verdes. Apesar de ser consumido em muitos estados do nordeste, pode ser considerado um prato típico importante do Rio Grande do Norte.

                            Receita de Bobó de camarão



                            Ingredientes

                            • 750 gr de camarão rosa;
                            • 750 gr de mandioca em pedaços médios;
                            • 1/2 unidade de pimentão vermelho picado;
                            • 1/2 unidade de pimentão verde picado;
                            • 3 tomates sem pele e sem sementes;
                            • 1 cebola picada;
                            • 2 dentes de alho amassados;
                            • 1/2 xícara (chá) de azeite de dendê;
                            • 50 ml de azeite de oliva;
                            • 100 ml de leite de côco;
                            • 1 litro de água;
                            • 1 limão;
                            • Coentro a gosto;
                            • Pimenta de cheiro a gosto;
                            • Sal a gosto.

                            Modo de preparo

                            • Descasque os camarões retirando as cabeças, após ferve-lo  em um litro de água salgada. Coe a água e reserve.
                            • Retire o fio central da mandioca e, em seguida, cozinhe na água reservada e processe (bata em liquidificador ou processador) ainda quente. Reserve este creme.
                            • Aqueça os camarões (temperados com sal e limão) no azeite de oliva e alho. Reserve.
                            • Na mesma panela (com o resíduo de azeite e alho), adicione os pimentões, depois a cebola e por último o tomate. Refogue.
                            • Acrescente o creme da mandioca, deixe ferver por mais ou menos sete minutos.
                            • Acerte o sal e finalize com os camarões, o azeite-de-dendê, o leite de côco, a pimenta e o coentro.

                            Tempo de preparo: 2:30
                            Rendimento: 6 porções.


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                            Rio Grande do Sul (Sul)


                            Parque de Gramado - Gramado - RS

                            Nada trás mais prazer e orgulho ao gaúcho que as cores de sua bandeira, isso podemos encontrar nas letras de suas canções, nas danças e em seus trajes. Outro orgulho ainda maior é sua culinária, conhecida, valorizada e decantada, além de muito saborosa e rica em variedades.

                            A culinária gaúcha não deixa nada a desejar a nenhuma outra no mundo, sua gastronomia é uma mistura do tempero brasileiro, italiano e alemão.

                            A marca registrada dessa culinária são os pratos feitos com carnes, a grande preferência do povo gaúcho. E entre essas várias opções podemos citar o tradicional CHURRASCO GAÚCHO, que é a preferência da culinária do Sul do país, mas que vem se espalhando pelo resto do país.

                            A origem dessa tradição é desconhecida, embora muitos atribuam a relação com os países das nossas fronteiras ao Sul do país: Argentina, Uruguai e no próprio Pampa brasileiro (mais especificamente no Rio Grande do Sul). Foi nestes locais que os chamados gaúchos se apropriaram da tradição do CHURRASCO e o tornaram conhecido e típico.

                            Receita de Churrasco gaúcho.



                            Ingredientes

                            • 1 bom pedaço de carne bovina, que pode ser costela, picanha ou etc …
                            • Sal grosso a vontade
                            • 1 ou vários espetos (conforme a fome ou os trocos do vivente)
                            • Fogo de lenha, de gás, carvão.

                              Modo de preparo

                              • Espete de pedaço a pedaço no espeto, passar o sal e colocar no fogo.
                              • Mais ou menos a uma distancia de 25 cm.
                              • Se houver pressa ou muita fome, come-se somente chamuscada, meio a meio, correndo sangue. 
                              • Mas se não houver pressa e, tiver gente de muita frescura, assa-se até ficar bem passada.

                              Tempo de preparo: de acordo com as preferências do executante.
                              Rendimento: variado.


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                              Rondónia (Norte)


                              Forte Príncipe da Beira - Costa Marque - RO

                              Rondónia, estado da região Norte, é mais um estado que traduz a multiculturalidade da gastronomia brasileira, reflexo da migração das  demais regiões regiões do Brasil: Nordeste, Sul, Sudeste, para povoarem a área, gente cheia de sotaques e costumes que adotaram o estado como sua segunda terra, além da população de nativos da região.

                              Sua culinária não difere muito dos outros estados da região Norte,  uma culinária de origem indígena com a mistura do gosto acentuado do tempero do Nordeste, ingredientes e modos de preparo tradicionais do Norte,   ingredientes como:  tacacá, a maniçoba, tucupi, jambu entre outros. Essa é uma pequena amostra da surpreendente  gastronomia roraimense.

                              O TACACÁ é uma das receitas que mostra muito bem as influências no estado. O mix de ingredientes como o camarão, a goma de mandioca e as folhas de jambú (de uso comum na culinária da região Norte), um tipo de erva que deixa os lábios meio dormentes, revela um gosto único e bem exótico, além de saboroso.

                              TACACÁ é uma comida regional diferente e exótica, uma das tantas preparadas com o tucupí (caldo da mandioca), previamente fervido com alho e chicória, camarões secos graúdos, goma (mingau feito com uma massa fina e branca, resultado da lavagem da mandioca ralada) e jambú (planta considerada afrodisíaca).

                              Receita do tacacá rondoniense




                              Ingredientes:

                              • 2 litros de tucupí;
                              • 4 dentes de alho;
                              • 1 colher (chá) de sal;
                              • 4 pimentas de cheiro;
                              • 2 maços de jambú;
                              • 1/2 kg de camarão salgado (seco);
                              • 1/2 xícara de goma de mandioca;
                              • Pimenta-de-cheiro a gosto.


                              Modo de preparo:

                              • Coloque em uma panela o tucupí, tempere com alho, chicória, alfavaca e sal, leve ao fogo e deixe levantar fervura;
                              • A seguir abaixe o fogo, tampe a panela e deixe cozinhar por 30 minutos;
                              • Cozinhe o jambú em água quente, deixe cozinhar até os talos ficarem macios, retire e escorra, deixe reservado;
                              • Retire a cabeça do camarão e deixe de molho em uma vasilha com água para retirar o sal. Ferva 4 xícaras de água com sal a gosto, dissolva a goma em uma vasilha com água fria, acrescente aos poucos na água fervente, até ficar um mingau grosso, ou, ao ponto de sua preferência.


                              Dicas:

                              • Sirva em uma cuia na seguinte sequência: duas colheres de sopa de tucupí, uma concha de goma, uma concha de tucupí, algumas folhas de jambú e 5 camarões, sal e pimenta a gosto;
                              • Na falta de goma de mandioca pode ser usada o polvilho azedo.

                              Tempo de preparo: 1:30
                              Rendimento: 6 porções.


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                              Roraima (Norte)


                              Monte Roraima - Serra do Pacaraíma - RR

                              Roraima é um desses lugares onde podemos encontrar o Brasil, pelo menos, no que diz respeito a sua culinária, que foi formada, em grande parte, pelos migrantes que vieram das regiões Nordeste, Sul, Sudeste e de outros estados da Região Norte. Muitos desses migrantes acabaram por adotar o estado como sua segunda terra.

                              O indígena também tem sua marca nessa culinária permite, por exemplo, encontrar o acarajé bainao, o churrasco gaúcho, o vatapá e o queijo mineiro. Iguarias distintas  fazendo parte de uma mesma culinária, engrandecendo e formando uma cultura gastronômica local.

                              Essa é uma pequena amostra que bem pode definir a gastronomia roraimense: diversidade. Tendo como destaca  a culinária indígena com os seus exuberantes temperos, muito apreciados pelos turistas.

                              É em Roraima que encontramos uma forma diferenciada, tipicamente roraimense, de preparar uma iguaria amazônica, o pirarucu. O peixe é lavado com água e limão, escaldado no fogo e desfiado, retirando-se todas as espinhas. Refogado em uma panela com óleo e temperos, e a esses ingredientes é acrescentado leite de coco ou de castanha do Pará. O PIRARUCU DESFIADO que vem acompanhado de arroz e farinha.

                              Receita de Pirarucu desfiado



                              Ingredientes:

                              • 1 kg de peixe pirarucu seco;
                              • suco de 1 limão;
                              • 2 tomates grandes;
                              • 2 cebolas grandes;
                              • 1 pimentão vermelho;
                              • 1 pimentão verde (se quiser mais colorido e cheiroso, 1 pimentão amarelo);
                              • 2 cabeças de alho amassado;
                              • Cheiros verde (cebolinha com coentro, quanto mais coentro, melhor);
                              • Pimenta do reino a gosto;
                              • Se precisar, sal a gosto.

                              Modo de preparo:

                              • Deixe o pirarucu de molho para tirar o sal por meia hora em água fria, depois lave com água e o suco de limão;
                              • Em seguida, coloque o pirarucu em outra água e leve ao fogo para escaldar por uns 5 minutos;
                              • Depois de pré-cozido e dessalgado, desfie ele todo, tire as possíveis espinhas que encontrar e reserve;
                              • Pique o tomate, a cebola, o cheiro verde, o pimentão, junte o alho a pimenta e leve tudo ao fogo baixo, com a panela tampada para abafar bem;
                              • Em uma outra panela, frite o peixe desfiado, depois junte todos os outros ingredientes.

                              Tempo de preparo: 2:30h
                              Rendimento: 6 poeções.


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                              Santa Catarina (Sul)


                              Morro do Macaco - Bombinhas - SC

                              A cozinha catarinense é recheada pela miscigenações e diversificada em sabores. Em função de sua colonização europeia, o estado tem fortes influências italiana, alemã portuguesa, polonesa tcheca, ucraniana, portuguesa, e espanhola. Toda essa mistura se reflete nos pratos típicos da região, que podem variar bastante dependendo do local.

                              Quando passeamos pela gastronomia de Santa Catarina temos obrigação de apreciarmos suas peculiaridades e abservarmos um pouco da história e dos costumes do Sul. Sem dúvida, é uma experiência inesquecível e que todos precisam conhecer.

                              Receitas estrangeiras se misturaram e se transformaram em novos pratos, enquanto outras permaneceram tradicionais.

                              A exemplo do JOELHO DE PORCO (Eisbein) que é um dos mais tradicionais do Estado, de origem alemã, composto por joelho de porco cozido ou à pururuca, acompanhado de chucrute e batatas cozidas com bacon.

                              A produção de porco é forte em todo região do país, por isso, essa iguaria de origem alemã ganhou força no estado o que faz com que essa refeição seja facilmente encontrada em Todo Estado.

                              Receita de Joelho de porco (Eisbein)



                              Ingredientes

                              • 2 kg de joelhos de porco
                              • 1 kg de banha suína
                              • 3 cebolas grandes
                              • 2 cabeças de alho grandes
                              • 50g de alho poró
                              • 1 maço de alecrim
                              • Louro
                              • Sal grosso
                              • Acompanhamentos:
                              • 1 kg de batata inglesa
                              • 1 ovo
                              • Gergelim
                              • 500 ml de leite
                              • Noz moscada
                              • 50g de manteiga
                              • 500g de chucrute (repolho roxo em conserva).

                                Modo de preparo

                                • Tempere os joelhos de porco com o sal, o louro, o alho, a cebola e o alho poró (todos cortados em tamanho pequeno). Deixe descansar na geladeira por 24 horas. Retire da geladeira, lave e seque bem os joelhos de porco. Em seguida, será cozido em gordura suína e em fogo baixo (60° C) por aproximadamente 3 horas. Importante: o fogo deve ser baixo, pois a gordura suína não deve ferver!
                                • Após o cozimento da carne, retire-a da panela e deixe escorrer bem o excesso de gordura. Em seguida, leve os joelhos de porco ao forno pré-aquecido (220°C) e com o dourador ligado. Aguarde até que a pele do joelho de porco comece a "pururucar" (ficar bem dourada e crocante).
                                • Para o preparo das batatas, descasque-as e faça um corte na horizontal (cortando-as ao meio). Disponha as batatas em uma forma com a parte reta para baixo. Adicione o leite até cobrir metade das batatas. Na parte superior das batatas (não cobertas pelo leite), pincele-as com um ovo e, em seguida, adicione o gergelim, a noz moscada e o sal. Asse em forno médio (180°C), com o dourador ligado, até as batatas ficarem macias e criarem uma casquinha dourada em cima.
                                • Sirva com as batatas ainda quentes e adicione o chucrute.

                                Tempo de preparo: 4h
                                Rendimento: 4 porções.


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                                São Paulo (Sudeste)


                                Teatro Municipal - São Paulo - SP

                                Durante os séculos XVI e XVII foi o período em que São Paulo começava a dar seus primeiros passos para se desenvolver economicamente e as condições de vida dos colonizadores e nativos influenciaram diretamente nos hábitos alimentares dessa metrópole. Para isso buscavam, com muita criatividade) no que a  terra oferecia sua base alimentar. O milho, herança da culinária indígena, estava entre os alimentos mais usados.

                                Diversos pratos da gastronomia paulista vieram como uma forma de adaptação dos tropeiros, que eram frequentes e de suma importância para a região. Naquele tempo, além de um preparo prático, eles precisavam de alimentos que se mantivessem conservados durante uma longa viagem sem estragar. Os pratos de maior identidade paulistana surgiram durante esse período, o VIRADO À PAULISTA é um desses.

                                Também conhecido apenas como “virado”, é uma receita típica caipira da cidade de São Paulo, normalmente preparada com sal, alho, cebola, feijão cozido e refogado com gordura. Depois acrescenta-se farinha de mandioca até que ela absorva toda a gordura. Ovos fritos, linguiça, torresmo, couve e costela de porco são os acompanhamentos mais usados na hora de servir.

                                Receita de Virado à paulista



                                Ingredientes

                                • 1 maço de couve finamente fatiada e sem o talo;
                                • 1 colher de chá de alho;
                                • 300 g de bacon cortado em cubinhos;
                                • 200 g de torresmo;
                                • 4 ovos;
                                • 250 g feijão carioca ou jalo;
                                • 3 copos de arroz frito na banha (se não quiser sirva com arroz normal);
                                • 4 linguiças;
                                • Costela de porco bem temperada (ou 4 bistecas);
                                • Farinha de milho.

                                Modo de preparo

                                • Cozinhe o feijão na panela de pressão com louro e a pele do bacon cortada em tirinhas;
                                • Após cozido o feijão tempere com alho e cebola fritos, cuidado com o sal;
                                • Reserve;
                                • Frite o bacon e refogue alho e a couve nele, ficando com os pedacinhos de bacon;
                                • Reserve;
                                • Frite a linguiça e reserve;
                                • Frite os ovos e reserve;
                                • Frite as bistecas e reserve;
                                • Frite o torresmo e reserve;
                                • Uma cebola no fim da fritura vai bem também;
                                • Adicione um pouco da farinha de milho ao feijão reservado para fazer o virado;
                                • Monte um prato grande com uma porção de arroz, linguiça, torresmo, uma bisteca, um ovo e uma porção do virado;
                                • Coloque limão em fatias;
                                • Faça o mesmo com o restante das bistecas, do virado, da linguiça, do torresmo, do arroz e do ovo.

                                Tempo de preparo: 2h.
                                Rendimento: 8 porções


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                                Sergipe (Nordeste)


                                Canion de Xingó - Canindé de São Francisco - SE

                                A gastronomia de Sergipe está diretamente ligada aos rio que cortam o estado e à sua zona litorânea, onde se encontram os principais elementos de culinária local. Dos frutos do mar comuns na cozinha típica da região, o gaiamum e o caranguejo são os mais apreciados, enquanto a ostra, o camarão e o sururu são os mais marcantes.

                                A gastronomia sergipana carrega influências da culinária de índios, negros e brancos, assim como acontece em toda a Região Nordeste. O resultado é uma culinária rústica e saborosa.

                                O principal prato da culinária sergipana, a CARANGUEJADA, é encontrado em qualquer canto da cidade,. Comer caranguejo é quase uma terapia para os aracajuanos e tem todo um ritual para encontrar a pouca carne que o animal possui. É necessário um martelo para quebrar o casco, começando pelas patas e depois pelo corpo.

                                Eis um petisco para comer sem pressa, tomando uma cervejinha bem gelada e curtindo a brisa do mar. E como diz o nordestino: "é de lamber os beiço".

                                Receita de caranguejada



                                Ingredientes

                                • 12 caranguejos vivos;
                                • 2 cebolas médias;
                                • 1/2 pimentão verde;
                                • 1 tomate grande;
                                • Cebolinha e coentro a gosto;
                                • Sal a gosto;
                                • 1 garrafa pequena de leite de coco (pode ser light);
                                • 1 colher (chá) cheia de molho de mostarda;
                                • 3 colheres cheias de extrato de tomate;
                                • Farinha de mandioca.

                                Modo de preparo

                                • Com cuidado limpe os caranguejos com uma escova pequena, com ajuda de uma vela, queime os pelos;
                                • Bata no liquidificador a cebola, o pimentão, o tomate, a cebolinha, a mostarda e o extrato de tomate com um copo (americano) de água;
                                • Reserve;
                                • Em uma panela grande coloque os caranguejos com água para dar a 1ª fervida;
                                • Antes de ferver, quando os caranguejos já não se mexerem mais, desligue o fogo e jogue essa água fora;
                                • Coloque - os no fogo novamente, agora acrescentando o molho do liquidificador que está reservado e o sal, em fogo alto;
                                • Quando começar a ferver baixe o fogo;
                                • Após 15 a 20 minutos de fervura coloque o leite de coco e espere mais 10 minutos.

                                Pirão

                                • Em uma panela coloque uma quantidade do molho do caranguejo;
                                • Com o fogo baixo coloque a farinha de mandioca, aos poucos, mexendo sempre;
                                • Quando a farinha mudar de cor e ficar toda uniforme está pronto;
                                • Sirva quente, excelente acompanhamento de bebidas.

                                Tempo de preparo: 1:30
                                Rendimento: 6 porções.


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                                Tocantins (Norte)


                                Dunas do Jalapão - Jalapão - TO

                                Por ser o estado mais novo da federação, criado pela constituição de 1988, O Tocantins apresenta uma identidade gastronômica em construção. No entanto encontramos uma grande variedade de pratos capazes de agradar a quem visita a região.

                                Encontramos sem sombra de dúvidas as referências  das culturas indígena, portuguesa, paulista e mineira, com a maioria de suas receitas tendo como base algum peixe.

                                Por ser um estado novo, o Tocantins é formado por pessoas vindas de todos os lugares, que trazem consigo conhecimento e pratos variados. Mas uma iguaria se destaca e vem conquistando espaço na culinária tocantinense.o CHAMBARIL. Não há duvidas que esse prato vem tornando-se um dos símbolos do Tocantins.

                                Embora seja de origem italiana, ganhou uma adaptação tupiniquin com o  “ossobuco” (literalmente osso furado) cortado horizontalmente, cozido com temperos e servido acompanhado de arroz branco e cheiro verde. Podendo ser ser utilizado com farinha de mandioca e muita pimenta. O cheiro e o sabor do CHAMBARIL agrada aos mais diversos e exigentes  apreciadores de uma comida diferente e visualmente muito agradável.

                                No Tocantins encontramos outros pratos como a tapioca e as farinhas, herança da cultura indígena, ultimamente a mais consumida é a farinha de puba. Encontramos a paçoca de carne de sol, que contém os ingredientes como coentro, pimenta malagueta verde, alho e a farinha de mandioca, a maioria desses pratos são provinientes da culinária nordestina.

                                Receita do Chambari do Tocantins




                                Ingredientes:

                                • 2 K. da perna da vaca(boi);
                                • 2 cebolas médias;
                                • cheiro verde com fartura;
                                • 4 dentes de alho socado;
                                • 300grs de farinha de mandioca;
                                • 1/2 colher de chá de cominho;


                                Modo de preparo:

                                • Compre a perna já cortada em rodelas de 2 dedos, e escalde duas vezes;
                                • Leve à panela de pressão com alho, cebola cortadinha mais ou menos 30m;
                                • Coloque sal a gosto e se quiser pimenta do reino;
                                • Cubra de água, cozinhe até o ponto de bem macia;


                                Farofa: 

                                • Esta farofa é crua, em uma tigela coloque farinha , cheiro verde cominho e vá jogando caldo da carne por cima e mexendo até o ponto mole;
                                • Durante o cozimento do ossobuco pode-se acrescentar legumes a gosto (batatinha, aborbora, cenoura, chuchu, quiabo etc).

                                Tempo de preparo: 2h
                                Rendimento: 6 porções.


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                                Imagens extraídas do Google