A força dos ventos: energia eólica supera a de outras usinas no Nordeste
postado em 07/10/2017 08:00
/ atualizado em 08/10/2017 20:53
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Parque Eólico |
Geração eólica na região, em outubro, supera a soma dos megawatts médios produzidos por todos os demais tipos de usinas. Rio Grande do Norte e Bahia são os maiores polos do país.
Reservatórios de água em níveis críticos, o Nordeste brasileiro está
vivendo de vento. Desde abril, a energia eólica, produzida pela
capacidade dos ventos em girar gigantes aerogeradores, é a principal
fonte de geração naquele subsistema, segundo dados do Operador Nacional
do Sistema Elétrico (ONS). Além de bater recordes consecutivos este ano,
a produção eólica, em outubro, superou a soma dos megawatts (MW) médios
gerados por todos os demais tipos de usina, considerando, inclusive, a
importação de eletricidade. Na última sexta-feira, assegurou 52,6% da geração total do Nordeste.
O salto da capacidade instalada das usinas eólicas no país é gigantesco. Pulou de 935,4 MW, em 2010, para 12.966 MW em 2017 e alcançará 17.452 MW em 2020, considerando o que foi contratado em leilões: 1.772% de aumento em uma década. Como grande parte das usinas está concentrada no Nordeste, região que mais sofre com reservatórios de água em níveis críticos, de apenas 8,72% da capacidade total, os ventos garantiram a carga (consumo mais as perdas do sistema) diária na região.
Em plena “safra”, ou seja, o período do ano em que os ventos produzem os
melhores resultados, as usinas eólicas chegaram a abastecer 64% da alta
demanda de um dia útil. Feito considerado extraordinário pela
Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). Nos fins de semana,
quando o consumo total é menor, a energia dos ventos atende,
normalmente, a 71% da demanda. Em 10 de setembro, entretanto, supriu 84%
do consumo, no momento de pico, às 9h13.
“Esses dados mostram a
força de um setor que está em franco crescimento. A geração de eólica
vem ganhando uma importância cada vez maior e tem inclusive sido a
salvação do Nordeste devido ao baixo nível dos reservatórios da região”,
afirma Elbia Gannoum, presidente da Abeeólica. Ela explica que os
ventos para a geração de energia devem ser rápidos e constantes, porém
sem rajadas, mantendo-se unidirecionais. Isso porque, toda vez que o
vento muda de direção, as pás são ajustadas. Portanto, quanto mais
constante o vento, menos ajustes serão feitos e o equipamento terá um
rendimento maior.
A Abeeólica contabiliza R$ 90 bilhões
investidos desde 1998 e projeta mais R$ 30 bilhões até 2020. “Em termos
de postos de trabalho, o total instalado eólico propiciou ao país mais
de 180 mil vagas diretas e indiretas ao longo da cadeia produtiva”,
revela a entidade. A associação registra 12,33GW de capacidade instalada
dividida em 491 parques, representando mais de 8% da matriz.
Para
a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a geração de
energia eólica, em 2016, cresceu 55% em relação a 2015. Ao todo, foram
gerados 33,15 terawatts/hora (TWh) ao longo do ano passado. Os dados do
primeiro semestre de 2017 foram divulgados pela CCEE recentemente e
mostram que a produção de energia eólica em operação no Sistema
Interligado Nacional (SIN), entre janeiro e julho de 2017, foi 25,3%
superior à geração no mesmo período do ano passado.
As usinas da
fonte produziram um total de 3.794 MW médios frente aos 3.029 MW médios
gerados no mesmo período de 2016, segundo a câmara. No fim de julho
deste ano, a CCEE contabilizou 446 usinas eólicas em operação comercial
no país, que somavam 11,3 gigawatts (GW) de capacidade instalada,
incremento de 19,7% frente à das 371 unidades geradoras existentes em
julho de 2016.
O Rio Grande do Norte é o maior produtor de
energia eólica do país, com 1.227 MW médios em 2017, aumento de 25,6% em
relação ao mesmo período do ano passado. Pelo ranking da CCEE, em
seguida, aparece a Bahia, com 819 MW médios produzidos (+30%), o Rio
Grande do Sul, que alcançou 565,6 MW médios ( 16,3%), e o Ceará, com 494
MW médios ( 1,3%).
Companhia internacional produtora de energia a
partir de fontes renováveis, a Voltalia anuncia a inauguração de mais
um parque eólico no Nordeste, em São Miguel do Gostoso (RN), em 19 de
outubro, com capacidade instalada de 108 MW. Presente em 16 países, a
empresa opera no Brasil desde 2006 e, atualmente, possui cinco complexos
eólicos — todos no Nordeste — e um projeto híbrido, que totalizam
429,30 MW de capacidade instalada.
“Esses dados mostram a força de um setor que está em
franco crescimento. A geração de eólica vem ganhando uma importância
cada vez maior e tem inclusive sido a salvação do Nordeste devido ao
baixo nível dos reservatórios da região”
Elbia Gannoum, presidente da Abeeólica
Em: http://
www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2017/10/08/internas_economia,632184/energia-eolica-no-nordeste.shtml?utm_campaign=Clima%20e%20Energia&utm_content=61439717&utm_medium=social&utm_source=facebook
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