segunda-feira, 6 de abril de 2020

A política da estupidez, insensatez e insanidade humanas - Gaudêncio Frigotto

A política da estupidez, insensatez e insanidade humanas

Trata-se de uma agenda que não só congela direitos fundamentais à vida, mas os extermina


Gaudêncio Frigotto - Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) | 07 de Junho de 2019 às 12:36



Menos educação e ciência, mais armas e balas: jovens da periferia são vitimas da mão repressiva e armada do Estado

Todos aqueles que entendem que o ser humano vem em primeiro lugar e não o mercado devem estar estarrecidos com o que vem ocorrendo no Brasil a partir de 2016 e, em particular, a partir de 2019. Com efeito, este estarrecimento advém do fato que a agenda política do Estado Brasileiro se afirma cada vez mais sob a tríade da estupidez, da insensatez e da insanidade humana que se manifesta no fundamentalismo econômico, político e religioso.

A estupidez humana, terreno da doutrina fundamentalista do neoliberalismo, inverte a relação entre a sociedade e o mercado. Não mais a sociedade, com suas instituições públicas, regula o mercado, mas este, agora, é que regula a sociedade e as suas instituições. Aos estados nacionais que adotam o culto ao mercado puro na regulação das relações sociais o sociólogo italiano Luciano Gallino, em seu livro O dinheiro, a dívida e a dupla crise – explicado aos nossos netos  (2015),   os denominou de governos da estupidez humana.

No caso brasileiro, o ataque à esfera pública na educação, na saúde, na ciência, na tecnologia e na cultura, à estupidez se acresce a insensatez como agenda política. Com efeito, a insensatez se revela na emenda constitucional 95, que congela por vinte anos o investimento na esfera pública, na contrarreforma trabalhista, que regrida à barbárie na relação capital e trabalho ao século XVIII; na contrarreforma do ensino médio, que regride à década de 1950 e liquida com a conquista do direito à educação básica; e, em curso, na contrarreforma da Previdência. Esta é a mais letal, pois interdita o direito à vida digna a maioria da população.

Trata-se de uma agenda insensata porque não só congela direitos fundamentais à vida, mas os extermina, jogando milhões de trabalhadores ao desemprego, subemprego e ao desespero, tornando-se vítimas das mais brutais violências do estado. Tudo isso com promessas falsas em nome de salvaguardar os lucros, especialmente dos bancos.


A contrarreforma trabalhista tinha como argumento a retomada do crescimento e a geração emprego. Contudo, o que se vê é tudo ao contrário: o PIB despencando e o desemprego e subemprego crescendo. Os magos que tratam da economia e os “especialistas” que divulgam suas teses parecem ter um único neurônio, o que faz do mercado uma espécie de deus Janus que tem duas faces: uma para destruir a esfera pública e a outra para defender, de forma fanática,  os lucros do mercado.

A manutenção da estupidez e insensatez humana se efetiva, ao mesmo tempo, pelo desmanche da sociedade democrática e do  convívio democrático e pela insanidade do fundamentalismo político e religioso. O primeiro se embasa em teses neofacistas de criminalizar os adversários para depois condená-los e aniquilá-los moral e fisicamente. As vítimas do ódio são os denominados pejorativamente petralhas e mortadelas. Os primeiros  demonizados  porque teriam  destruído o Brasil. Além disso esse termo, de forma idiota, é tomado como sinônimo de esquerda e de comunistas disseminadores do  “marxismo cultural” . Mortadelas, estes duplamente odiados. Primeiro, porque, supostamente, pelas políticas públicas dos petralhas conseguiram benefícios que agrediriam  a “meritocracia” e, segundo, vitimas da mão repressiva e armada do Estado por serem socialmente prejulgados indevidamente  como criminosos em potencial.


A insanidade se expande no fundamentalismo religioso centrado na “teologia da prosperidade no mercado religioso. Este potencia a insanidade política pelo combate ao que denominam de ideologia de gênero e pelo ximbate à educação e à ciência laica, por serem entendidas como disseminadoras do mal. Avança, por esta via, a subordinação da ciência ao dogma religioso e do estado laico ao estado religioso, retroagindo à idade média.

A insanidade, assim, expõe o lado patológico aninhado no estado e nas forças que o sustentam. Uma esfinge que atua não apenas no desmanche da esfera pública, único espaço que pode garantir direitos universais, mas que engendra o ódio ao diferente, ao pensamento crítico e ao pobre.  A matança de pobres e, sobretudo, de negros, pertencentes ou suspeitos de pertencerem a grupos do crime já está naturalizada. A esfinge que pode engendrar um aumento exponencial de mortes e estopim para uma guerra civil tem já uma fórmula: menos educação e ciência e mais armas e balas. A história do passado no mundo e, recente na América Latina, tem lições dolorosas a serem aprendidas. A exclusão, a injustiça e a violência com os pobres têm limites. Tratemos de nos dar conta disto, antes que seja tarde.

* Gaudêncio Frigotto é professor do Programa de Pós Graduação de Políticas Públicas e Formação Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).


Disponível em Ebook na Amazon.com.br


Palavras ao Vento: Poesia por [Pereira, Marcus]







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sábado, 28 de março de 2020

QUAL O PREÇO QUE VAMOS PAGAR? - Marcus Pereira

QUAL O PREÇO QUE VAMOS PAGAR

 Por Marcus Pereira 

 


Não acredito que ainda exista alguém  estranhando o comportamento do atual mandatário da presidência do Brasil, um elemento que ficou 28 anos no Legislativo e por lá nada fez além de pegar o auxilio moradia dos parlamentares para "comer gente", um indivíduo que não tem o menor pudor em dizer que  os militares, quando no poder, "tinham que matar 30.000 ou mais, e que em caso de mortes de inocentes fazia parte da guerra, nada mais natural".

Eis que esse elemento encontra a oportunidade em um VÍRUS, avalizada por um bando de imbecis (seus seguidores), de por em prática o que sempre defendeu, indo de encontro a tudo que o mundo vem praticando. O isolamento social.

O que ele é afinal: Um simples canalha? Um genocida? Ou um psicopata?

Talvez seja tudo isso ao mesmo tempo, ele só não é um líder digno de respeito, alguém que mereça ser presidente de uma nação como o Brasil.


A cidade de Milão, o grande exemplo ao mundo do que não se deve fazer, esta levando (conforme as últimas notícias) mais de 10.000 para cova. Detalhe o Prefeito era defensor da mesma linha de pensamento do nosso presidente.

O momento se faz necessário, que sejamos mais racionais e que analisemos aonde queremos chegar, quem vai pagar e se realmente estamos dispostos a pagar o preço (COM A VIDA).

A verdade é que se não temos amor as nossas vidas, precisamos ter com as vidas daqueles que nos esperam em casa de braços abertos, cheios de carinhos.

Hoje estamos vendo um bando de covardes convocando a população a sair de casa e enfrentar aglomerações em metrôs e ónibus, mas este mesmo bando não tem a coragem, se quer, de sair de seus carros (carreata). Pois é, eles não vão às ruas se aglomerar de peito aberto, estão com medo de contaminarem uns aos outros.

Eles estão querendo mesmo é que nós, os herdeiros das SENZALAS, paguemos para eles verem. São empresários inescrupulosos (na sua maioria) que quase nunca aparecem nas empresas ( agora mais do que nunca ) que trabalhamos e pouco se importam com nossas vidas, e sabem que em caso de morte sempre haverá outro na primeira esquina a espera de nossas vagas.


E o presidente está criando um clima de rivalidade entre a sociedade inteligente e sua corja (energúmenos), e não demora muito, para isso acabar em tragédia, aliada a esse vírus, ai sim, morrerão milhões. Quem impedirá?

Por outro lado nossos hospitais clamam por materiais de primeira necessidade, Governadores pedem à China ajuda, enquanto esse genocida gasta milhões em propaganda com a finalidade de chamar trabalhadores à morte, ou seja pouco se importando com quem vai morrer ou não.

O que falta para afastarem esse assassino do poder? Nenhum país do mundo está fazendo essa loucura, e ele segue cometendo um crime atrás do outro e sai ileso de todos. Por menos que isso tiraram Dilma e Collor do Poder, mas esse ser parece intocável. Por que?

 Alguém precisa parar este psicopata antes que ele provoque uma catástrofe irreversível. Antes que estejamos todos enterrados em caixões lacrados.

A pneumologista da Fiocruz Margareth Dalcolmo fez um alerta "a covid-19 não é uma “gripezinha”, como diz Jair Bolsonaro". “Sabemos que esse vírus é muito mais transmissível e letal do que a gripe comum. E é imprevisível. Que fique claro, ele não causa uma pneumonia clássica, do tipo que os médicos estão acostumados a ver”.

 Não sejamos inocentes, o que estes empresários, que saem em carreatas, querem na verdade é reconstruírem as SENZALAS e urgência se faz que derrubemos a empáfia e a arrogância dessa CASA GRANDE. Formada por gente fria e deselegante.

FIQUE BEM. FIQUE EM CASA!

quinta-feira, 19 de março de 2020

O PROGRESSO

O PROGRESSO


Roberto Carlos e Erasmo Carlos

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Eu queria poder afagar uma fera terrível
Eu queria poder transformar tanta coisa impossível
Eu queria dizer tanta coisa que pudesse fazer eu ficar bem comigo
Eu queria poder abraçar meu maior inimigo.

Eu queria não ver tantas nuvens escuras nos ares
Navegar sem achar tantas manchas de óleo nos mares
E as baleias desaparecendo por falta de escrúpulos comerciais
Eu queria ser civilizado como os animais.

Eu queria não ver todo o verde da Terra morrendo
E das águas dos rios os peixes desaparecendo
Eu queria gritar que esse tal de ouro negro não passa de um negro veneno
E sabemos que por tudo isso vivemos bem menos.

Eu não posso aceitar certas coisas que eu não entendo
O comércio das armas de guerra, da morte vivendo
Eu queira falar de alegria ao invés de tristeza mas não sou capaz
Eu queria ser civilizado como os animais.

Não sou contra o progresso
Mas apelo pro bom-senso
Um erro não conserta o outro
Isso é o que eu penso.


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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Nem todo bolsonarista é canalha, mas todo canalha é bolsonarista. - Paulo Brondi

Nem todo bolsonarista é canalha, mas todo canalha é bolsonarista.

Por PAULO BRONDI*

Bolsonaro é um cafajeste. Não há outro adjetivo que se lhe ajuste melhor.


Cafajestes são também seus filhos, decrépitos e ignorantes. Cafajeste é também a maioria que o rodeia.

Porém, não é só. E algo que se constata é pior. Fossem esses os únicos cafajestes, o problema seria menor.

Mas, quantos outros cafajestes não há neste país que veem em Bolsonaro sua imagem e semelhança?

Aquele tio idiota do churrasco, aquele vizinho pilantra, o amigo moralista e picareta, o companheiro de trabalho sem-vergonha…

Bolsonaro, e não era segredo pra ninguém, reflete à perfeição aquele lado mequetrefe da sociedade.

Sua eleição tirou do armário as criaturas mais escrotas, habitués do esgoto, que comumente rastejam às ocultas, longe dos olhos das gentes.

Bolsonaro não é o criador, é tão apenas a criatura dessa escrotidão, que hoje representa não pela força, não pelo golpe, mas, pasmem, pelo voto direto. Não é, portanto, um sátrapa, no sentido primeiro do termo.

Em 2018 o embate final não foi entre dois lados da mesma moeda. Foi, sim, entre civilização e barbárie. A barbárie venceu. 57 milhões de brasileiros a colocaram na banqueta do poder.

Elementar, pois, a lição de Marx, sempre atual: "não basta dizer que sua nação foi surpreendida. Não se perdoa a uma nação o momento de desatenção em que o primeiro aventureiro conseguiu violentá-la".

Muitos se arrependeram, é verdade. No entanto, é mais verdadeiro que a grande maioria desse eleitorado ainda vibra a cada frase estúpida, cretina e vagabunda do imbecil-mor.

Bolsonaro não é "avis rara" da canalhice. Como ele, há toneladas Brasil afora.

A claque bolsonarista, à semelhança dos "dezembristas" de Luís Bonaparte, é aquela trupe de "lazzaroni", muitos socialmente desajustados, aquela "coterie" que aplaude os vitupérios, as estultices do seu "mito".

Gente da elite, da classe média, do lumpemproletariado.

Autodenominam-se "politicamente incorretos". Nada. É só engenharia gramatical para "gourmetizar" o cretino.

Jair Messias é um "macho" de meia tigela. É frágil, quebradiço, fugidio. Nada tem em si de masculino. É um afetado inseguro de si próprio.

E, como ele, há também outras toneladas por aí.

O bolsonarismo reuniu diante de si um apanhado de fracassados, de marginais, de seres vazios de espírito, uma patuléia cuja existência carecia até então de algum significado útil. Uma gentalha ressentida, apodrecida, sem voz, que encontrou, agora, seu representante perfeito.

O bolsonarismo ousou voar alto, mas o tombo poderá ser infinitamente mais doloroso, cedo ou tarde.

Nem todo bolsonarista é canalha, mas todo canalha é bolsonarista.

Jair Messias Bolsonaro é a parte podre de um país adoecido.




*Paulo Brondi é Promotor de Justiça em Jataí, Goiás.*




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segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

QUAIS AS NOSSAS DIFERENÇAS? - Criz Frazão

Quais as nossas diferenças?

Um texto de todos nós (Criz Frazão)



  • Sou a favor das políticas sociais.Concordo que bandido bom é bandido ressocializado; e que lugar de criança é na escola;
  • Considero que criminosos de colarinho branco também são bandidos, independentemente do viés ideológico;
  • Concordo que apologia à tortura é crime;


  • Sou pró-família, independentemente de sua constituição;
  • Sou contra a erotização de crianças (como vemos há décadas na TV brasileira, diante do quê nunca ninguém se indignou), mas a favor de educação sexual;
  • Sou a favor de acabar com todo e qualquer privilégio da classe política nos três poderes;
  • Entendo que cotas devem existir para pessoas de classes sociais menos favorecidas, para negros, índios e pessoas com deficiência;
  • Considero que os direitos humanos são direito de todos (inclusive dos que odeiam os direitos humanos sem saber bem do que se trata), e que, se não fosse por esses direitos, nem seríamos uma sociedade;
  • Concordo que Policiais, Professores e Profissionais da Saúde deveriam ganhar mais do que deputados e senadores;
  • Sei que o Brasil é laico, e todas as religiões merecem respeito, tanto quanto a posição de quem não tem religião nenhuma;


  • Entendo que o feminismo protege a mulher contra todos os tipos de violência a que está submetida e luta por direitos iguais, nem mais, nem menos;
  • Considero que o racismo é abominável;
  • Sei que, embora sejamos todos iguais, é notório o preconceito ainda enraizado na nossa sociedade;
  • Sou a favor de políticas públicas que beneficiem as minorias;
  • Sou contra quem prega violência de qualquer tipo. A solução de problemas sociais NÃO passa pela militarização;
  • Sou contra a liberação do porte de arma e a caça “esportiva”;
  • Sou contra educação básica à distância e defendo a educação integral;
  • Sou contra a censura;
  • Sou contra autoritarismo;


  • Defendo a Democracia, a Constituição e o Republicanismo;
  • Sou a favor da preservação ambiental e da demarcação das terras indígenas;
  • Sou a favor do amor, diversidade, respeito, igualdade social, união, desenvolvimento humano e digo NÃO à violência!

Fico feliz por ter amigas e amigos que também são assim, e que não são poucos. Temos esses mesmos valores e não os consideramos algo negociável.

Esse texto não é de minha autoria, copiei de uma amiga, que já copiou de outra amiga que já copiou de outra, no entanto esse texto é de todos nós que acreditamos que dentro de cada ser humano existe um outro ser humano capaz de se manifestar com valores que podem fazer o mundo melhor.

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

A fome ainda é um problema no Brasil - Guilherme Eler

A fome ainda é um problema no Brasil

Dados da ONU indicam que população faminta do Brasil está em torno de 5 milhões – número que é praticamente o mesmo desde 2010.


Por Guilherme Eler -  Publicado em 5 ago 2019, 21h07

 (Guido Dingemans, De Eindredactie/Getty Images)

“Existe fome no Brasil? ‘Somados Bolsa Família, BPC [Benefício de Prestação Continuada] e Aposentadoria Rural, há uma massa de R$ 200 bilhões que vão para o bolso dos mais pobres todo ano. Logo, se você entender a fome como sistêmica e endêmica, o Brasil não a tem'”, disse o presidente Jair Bolsonaro, em sua conta do Twitter, fazendo menção a uma fala de Osmar Terra, atual ministro da Cidadania.

A declaração de Bolsonaro, feita nesta segunda (5), marca a segunda vez no intervalo de um mês em que o presidente comenta a situação da fome no Brasil. Durante um encontro com jornalistas estrangeiros no dia 19 de julho, Bolsonaro afirmou que “falar que se passa fome no Brasil é uma grande mentira”. Depois, recuou, dizendo que “alguns [brasileiros] passam fome”.

O conceito de “fome endêmica”, a que Bolsonaro recorre em seu tweet mais recente, foi introduzido por Josué de Castro, médico, escritor e ativista contra a fome no Brasil morto em 1974. Em sua obra Geografia da Fome (1948), Castro traça o primeiro mapa da fome no país e estabelece uma série de nomenclaturas para orientar estudos na área. Segundo o autor, pode-se chamar de área de fome endêmica, “uma determinada área geográfica em que pelo menos metade da população apresenta nítidas manifestações de carências nutricionais permanentes”.

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https://istoe.com.br/a-volta-da-fome/

Para dizer que todo o país atravessa um cenário de fome endêmica, segundo Castro, mais de 100 milhões de brasileiros precisariam estar privados do acesso adequado a alimentos. Não é, de fato, o que o Brasil registra hoje. Segundo o relatório O estado da segurança alimentar e da nutrição no mundo, divulgado recentemente pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) a parcela de brasileiros desnutridos caiu de 4,6% da população total entre 2004-2006 para um índice menor que 2,5% entre 2016 e 2018. Entre 2004 e 2006, estima-se que 8,6 milhões de brasileiros passavam fome. Se o número de desnutridos está, hoje, na casa dos 5 milhões, a queda foi de 42%.

No Brasil, a diminuição no número de famintos aconteceu de forma mais acentuada no período de 2004 a 2014 – quando 26.5 milhões de pessoas deixaram a pobreza. 2014, aliás, é tido como um marco, já que representa o ano em que o país saiu do Mapa da Fome elaborado pela FAO.

O grande problema é que não é preciso entender a fome “como sistêmica ou endêmica”, como destaca Bolsonaro em seu tweet, para que ela continue existindo – e preocupando. Como dito acima, os dados do último levantamento da FAO, permitem estimar que mais de 5 milhões de brasileiros ainda sofrem com a escassez de alimentos.

E apesar de a queda de 42% ser considerável (e o total de desnutridos ser menor do que no começo do milênio), não registramos avanços significativos nesse quesito desde 2010.
Essa estagnação apareceu no Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina e Caribe, outro relatório da ONU, divulgado em novembro de 2018. O documento indicou, inclusive, que a quantidade de pessoas famintas no Brasil fez o caminho inverso – aumentando ligeiramente nos últimos anos.

Entre 2015 e 2017, o número de brasileiros desnutridos era de 5,2 milhões. Entre os períodos de 2014 a 2016 e 2013 a 2015, o total calculado era de 5,1 milhões. E dois anos antes, de 5 milhões. O índice mais baixo permanece sendo o de 2010, quando cerca de 4,9 milhões de Brasileiros passavam fome.

Há exemplos de países vizinhos de América Latina que, no mesmo período, apresentaram resultados bem mais relevantes. Na Colômbia, onde 5 milhões de pessoas passavam fome em 2010, o total chegou a 3,2 milhões em 2017 – uma queda de 36%. No caso do México, que foi de 5,5 milhões para 4,8 milhões de famintos, a diminuição desde 2010 foi de quase 13%. Mesmo o Peru, que teve uma baixa menos relevante, o número de desnutridos foi de 3 milhões para 2,8 milhões – quase 7% de queda.

Como disse José Graziano, engenheiro agrônomo brasileiro que foi diretor-geral da FAO, em entrevista ao Estadão, “não se combate a fome dizendo que ela não existe”. Ou seja, mesmo que os dados não sejam agradáveis a quem vê, ignorar a demanda dos brasileiros por alimentação de qualidade (como parece estarmos fazendo há um tempo) não vai erradicar o problema – muito pelo contrário.


Em:https://super.abril.com.br/sociedade/por-que-ainda-nao-da-para-afirmar-que-nao-existe-fome-no-brasil/


terça-feira, 26 de novembro de 2019

ENTÃO, É NATAL!

ENTÃO, É NATAL!

O céu e o inferno.


Autor anônimo
Texto adaptado por Marcus Pereira




Um homem santo teve um dia para conversar com Deus e o indagou:

̵   "Senhor, eu gostaria de saber como são o Céu e o Inferno"

Silenciosamente Deus levou o homem santo a duas portas. 

Abriu a primeira e o deixou olhar para dentro, onde havia uma grande mesa redonda com um  enorme  recipiente com bastante comida, deliciosamente temperada e perfumada.

O homem santo ficou com água na boca.

Mas percebeu que as pessoas sentadas ao redor da mesa estavam magras, pálidas e com aspecto doentio. Todos aparentavam estarem com fome, embora tivessem colheres com cabos longos presas ao braço.

Todos alcançavam o prato de comida e podiam pegar um pouco, mas como o cabo da colher era mais comprido que o braço, não conseguiam levar a comida até a boca.

O homem santo tremeu ao ver a miséria e o sofrimento deles.

E Deus disse-lhe:  

̵  "Você acabou de ver o inferno".

Então os dois seguiram em direção a segunda porta.

E Deus a abriu.

A cena que o homem viu era idêntica a que observara na primeira porta. Uma grande mesa redonda com um recipiente ao centro cheio de comida, tão atraente quanto a anterior e novamente lhe fez encher de água a boca.

E mais uma vez observou que, assim como na outra porta, as pessoas ao redor da mesa tinham colheres com cabos longos, no entanto eles estavam bem alimentados, felizes e conversando uns com os outros, uma harmonia.

E o homem santo dirigindo a  Deus falou: 

̵  "Eu não entendo. Qual a diferença?

̵  É simples - respondeu-lhe Deus.

̵  Aqui eles aprenderam que o cabo da colher não permite que você se alimente, porém permite que você alimente seu vizinho.

̵  Eles aprenderam a alimentar uns aos outros! Aqueles na outra mesa, por outro lado, só pensam em si mesmos.

E prosseguiu:

̵  Inferno e o Paraíso tem as  mesmas  estruturas, dentro de nós é que devemos encontrar as diferenças!!!

O que teria Deus a ensinado a esse homem santo?


Eis o que diria Mahatma Gandhi:

"Na terra há o suficiente para satisfazer as necessidades de todos, mas não para satisfazer a ganância de alguns, nossos pensamentos, por melhores que sejam, são falsas pérolas, se não são transformadas em ações. Seja a mudança que você quer ver no mundo ".


                                                                                                                  Mahatma Gandhi




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segunda-feira, 11 de novembro de 2019

2 ANOS DA REFORMA TRABALHISTA.


2 ANOS DA REFORMA TRABALHISTA.

Quem ganhou?  Quem perdeu?


Por Marcus Pereira


PRINCIPAIS EFEITOS:

  • Aumentou o número de desempregados;
  • O poder aquisitivo dos menos favorecidos caiu;
  • Aumentou a informalidade - Como motoristas de aplicativos, entregadores de alimentos (motos, bicicletas), vendedores nos sinais, etc.
  • A reforma não gerou empregos;
  • Boa parte dos empregos gerados são intermitentes (baixos salários e poucos direitos);
  • Queixas na Justiça trabalhistas despencaram - acontece por conta do enfraquecimento dos Sindicatos de diversas categorias, agora perseguidos e vendo suas arrecadações reduzidas.

A verdade é que o trabalhador brasileiro está desprotegido e abandonado e a promessa de geração de empregos (5 milhões na ocasião do projeto da Reforma Trabalhista) não se concretizou. O que vemos é o aumento do desemprego consequência das demissões com intenção de recontratar com redução de salários ou por vagas intermitentes.

Mais uma vez o povo brasileiro foi enganado e a realidade não é nada animadora, vem por ai: mais demissões, mais "trabalhos", em condições precárias, menos direitos, menos dinheiro no bolso dos trabalhadores, persistência do desemprego, aumento da informalidade, aumento das desigualdades, economia estagnada, recessão.

Os maiores beneficiados continuam sendo os mesmos que a séculos tiram proveito da escravidão do povo, o empresariado brasileiro, que livrou-se de encargos  trabalhistas, reduziu a contratação formal e tem todo aparato de um Governo, que tem apenas um objetivotratar o trabalhador como inimigo.

Onde estão aqueles que propagavam aos quatro cantos que esta Reforma seria a salvação do país?, seria a grande "galinha dos ovos de ouro" para o trabalhador desalentado. Eram os mesmos especialistas que agora aplaudem as reformas que estão por vir, e mais uma vez enganando a todos com a mesma história de 2 anos atrás.

A verdade é que todas essas "armações" (as absurdas mudanças que estão ocorrendo) fazem parte de um projeto excludente/entreguista neoliberal  onde o que menos importa é o bem estar social do povo, lideradas pelo Sr. Paulo Guedes. O mesmo que foi o responsável pelas REFORMAS CHILENAS  que agora dá sinais de desajustes econômicos e sociais.

O povo brasileiro não merece passar pelo que está passando o povo chileno. Para que isso não acontece devemos ficar alertas e não assistirmos de forma pacífica a essa tentativa de enfiar de goela abaixo um projeto que joga a margem os menos favorecido (o trabalhador),  enquanto incompetentes do Judiciário, Legislativo e Executivos desfrutam das benesses do estado em seus  auxílios variados, elegendo e empregando filhos, amigos e parentes.



Até quando vamos aceitar pacificamente esse descaso?

Onde estão os paneleiros?

Abre o olho "Brazil", senão explodirá em nossas mãos um CHILE.

VIVA O POVO BRASILEIRO!


quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Cerrado brasileiro – fauna, flora e outras características

Cerrado brasileiro – fauna, flora

Por Prof. Luana Polon em https://www.estudopratico.com.br/cerrado-brasileiro-fauna-flora-e-outras-caracteristicas/

O Cerrado é um dos biomas existentes no território brasileiro, sendo considerado como o segundo maior dentre os biomas do Brasil. Como bioma entende-se um conjunto de diferentes ecossistemas existentes num dado local, onde há a predominância de vegetações baixas e árvores retorcidas, adotando certa homogeneidade visual.

O que é o bioma do Cerrado?


O Cerrado é um dos biomas que compõe o território brasileiro, juntamente com os biomas da Amazônia, Mata Atlântica, Caatinga, Pampa (campos sulinos) e Pantanal. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o ponto de partida para definição dos biomas é a formação vegetal, ou seja, o tipo predominante de planta existente em uma área específica.




O Cerrado foi, por bastante tempo, considerado como um bioma pobre em espécies. Isso ocorria pela falta de estudos e conhecimento sobre o bioma, visão esta que se modificou em anos mais recentes, sendo que hoje o bioma Cerrado é visto como um ambiente rico em biodiversidade. O Cerrado é conhecido como Savana brasileira, por suas características similares as do bioma das Savanas. 
 

Foto: Reprodução/EBC/Marcelo Camargo

 

Onde está localizado o Cerrado?


O bioma do Cerrado ocupa uma extensa área do território brasileiro, a qual corresponde a cerca de 24% das áreas do país. Este bioma está presente nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil, com abrangência da totalidade do Distrito Federal, bem como uma ampla porção de Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí, Bahia, Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul e ainda de Minas Gerais. Com menor expressividade, é possível se verificar a presença do Cerrado em estados como Amazonas, Rondônia, São Paulo, Paraná, Paraíba e ainda Pernambuco, ocupando áreas de menor proporção territorial.

Vegetação do Cerrado 


A flora do Cerrado é constituída por um misto de ampla diversidade de espécies vegetais, e o aspecto do Cerrado se assimila bastante com as savanas, comumente existentes no continente africano. Os Cerrados podem apresentar ambientes com predominância de extensões com campos limpos, mas também ambientes com formação arbórea densa. Portanto, há uma heterogeneidade em relação ao tipo vegetativo dos Cerrados.
São comuns no bioma as formações vegetais com plantas de médio porte, as quais misturam-se com gramíneas que se estendem por vastos espaços. É comum ainda que os Cerrados apresentem dois estratos de plantas, sendo um deles formado por árvores de pequeno porte, as quais possuem um formato retorcido em seus troncos. Enquanto o outro estrato é constituído por vegetação rasteira, com ampla predominância das gramíneas.


Foto: Reprodução/Caliandra do Cerrado

 

Fauna do Cerrado


Diferentemente do que foi por muito tempo imaginado, o Cerrado é um bioma com grande diversidade faunística, o que significa que existem várias espécies animais que vivem neste bioma. Por sua localização geográfica, o Cerrado recebe espécies animais advindas da Amazônia, da Mata Atlântica, do Pantanal e da Caatinga, o que transforma o Cerrado em um ambiente de grande diversificação em relação aos animas que vivem ou transitam pelo bioma.
No Cerrado são possíveis de serem visualizados animais mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes de várias espécies. Além de insetos variados, muitos dos quais ainda pouco conhecidos pelos pesquisadores.
No Cerrado existem ainda espécies de animais que já estão na lista de ameaçados de extinção, como a onça-pintada, o tatu-canastra, e ainda, o lobo-guará, a águia-cinzenta, bem como o cachorro-do-mato-vinagre. Existem espécies endêmicas no Cerrado, ou seja, espécies de animais que só existem neste bioma, como o tamanduá-bandeira, que também integra a lista de animais ameaçados de extinção. 
 

Foto: Pixabay

 

Solos do Cerrado 

 
Os solos do bioma Cerrado são formados por espessas camadas de sedimentos, constituindo solos profundos. A cor deste solo costuma ser vermelha ou vermelho-amarelada, sendo que são solos porosos com alto potencial de drenagem. Os solos do Cerrado possuem baixa fertilidade, ficando ao entorno de 3% até 5% em relação ao teor de matéria orgânica. Em algumas regiões, encontram-se solos bastante ácidos, especialmente por conta dos elevados índices de alumínio, ferro e ainda de manganês. Além disso, são solos bastante antigos e, justamente por isso, também intensamente intemperizados. 

Problemas no Cerrado


O Cerrado é o segundo bioma que mais sofreu as consequências da intervenção humana no Brasil, ficando atrás apenas da Mata Atlântica. Um dos maiores impactos no bioma dos Cerrados é a presença histórica dos garimpos nos locais que abrangem o bioma. A atividade mineradora promove a contaminação dos rios com elementos químicos, como o mercúrio, e este tipo de atividade ocasiona o assoreamento do leito dos rios.
Apesar da importância da ação mineradora na devastação do bioma dos Cerrados, a ameaça mais recente e mais impactante no bioma é o avanço das atividades da monocultura intensiva, com a plantação de grãos, em geral para exportação. E ainda, a pecuária extensiva, dotada de baixo investimento e uso de poucas tecnologias, o que denota ampliação das áreas para sua realização. Atrela-se a isso também o uso demasiado de produtos como agrotóxicos e fertilizantes, os quais também contaminam e desestabilizam o bioma.
Estima-se que cerca de 80% das áreas totais do Cerrado já tenham sido impactadas pelas ações antrópicas, especialmente com atividades relacionadas a expansão agropecuária, mas também com a ampliação de áreas urbanas e a construção de infraestrutura, como estradas necessárias para o escoamento da produção. O uso indiscriminado das áreas do Cerrado tem gerado um alerta sobre os impactos em sua biodiversidade, com a consequente perda de espécies vegetais e animais.

Unidades de conservação no Cerrado 


O bioma do Cerrado abrange uma extensão de 2.036.448km² do total do território brasileiro, sendo considerada como a Savana mais rica em biodiversidade do mundo. No entanto, apesar de sua abrangência, apenas 8,21% de sua extensão é preservada legalmente por meio de unidades de conservação. Dentre as principais áreas de conservação do Cerrado estão o Parque Nacional das Emas, o Parque Nacional Grande Sertão Veredas, o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, o Parque Nacional da Serra da Canastra, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e ainda o Parque Nacional de Brasília.





Imagem: Reprodução/Senado
Referências» AMEAÇAS ao Cerrado. WWF Brasil. Disponível em: . Acesso em: 05 de junho de 2017.
» BRASIL. Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN). Fauna do Cerrado. Disponível em: . Acesso em: 05 de junho de 2017.
» BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Cerrado. Disponível em: . Acesso em: 05 de junho de 2017.
» RIOS, Eloci Peres; THOMPSON, Miguel. Biomas brasileiros. São Paulo: Melhoramentos, 2013.
» UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Departamento de Ecologia. Aspectos do Cerrado: conservação. Disponível em: . Acesso em: 05 de junho de 2017.
» VESENTINI, José William. Geografia: o mundo em transição. São Paulo: Ática, 2011.

 Mestre em Geografia e Graduada em Geografia pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Especialista em Neuropedagogia pela Faculdade Alfa de Umuarama (FAU) e em Educação Profissional e Tecnológica (São Braz)


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quarta-feira, 24 de julho de 2019

Quase dois terços da força de trabalho global estão na economia informal, diz estudo da ONU

Quase dois terços da força de trabalho 

global estão na economia informal, diz 

estudo da ONU



Publicado: 13 Fevereiro, 2019 - 15h23 | Última modificação: 13 Fevereiro, 2019 - 16h10

Mais de 61% da população empregada no mundo — 2 bilhões de pessoas — está na economia informal, segundo estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgado na segunda-feira (30), enfatizando que a transição para a economia formal é essencial para garantir proteção social e condições de trabalho decente.


Bici-táxis no bairro antigo de Deli, Índia. De acordo com um novo relatório da OIT,
cerca de 93% do emprego informal no mundo está em países emergentes
 e em desenvolvimento. Foto: OIT/Vijay Kutty

"O principal problema do mercado de trabalho no mundo é o emprego de má qualidade, aponta a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Milhões de pessoas estão sendo obrigadas a aceitar condições precárias de trabalho para conseguir conquistar alguma renda". (CUT)

"Um relatório divulgado nesta quarta-feira 13/02/2019  pela OIT, com dados de fevereiro/maio de 2018, mostra que 61% das pessoas que compõem a força de trabalho mundial atuam de maneira informal. Segundo a pesquisa, são dois bilhões de pessoas trabalhando na informalidade do total de 3,3 bilhões empregadas em todo o mundo". (CUT)


“A alta incidência de informalidade em todas as suas formas têm múltiplas consequências adversas para trabalhadores, empresas e sociedades, e é um importante desafio para a conquista do trabalho decente para todos”, disse Rafael Diez de Medina, diretor do Departamento de Estatísticas da OIT.

As conclusões constam no mais novo relatório da OIT, “Mulheres e homens na economia informal: uma foto estatística“. O estudo também fornece estimativas comparáveis sobre o tamanho da economia informal e um perfil estatístico do setor, usando critérios de mais de 100 países.

“Medir essa dimensão importante, agora incluída nos indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), pode ser visto como um passo excelente rumo à ação, particularmente graças a dados mais comparáveis dos países”, disse Medina.

A distribuição geográfica do emprego no setor informal mostra um cenário impressionante.

Na África, 85,8% do emprego é informal. A proporção é de 68,2% na Ásia e no Pacífico, de 68,6% nos Estados Árabes, de 40% nas Américas, e pouco acima de 25% na Europa e na Ásia Central.

No Brasil, o índice de informalidade no emprego total é de 46%, sendo maior entre os homens (37%), do que entre as mulheres (21,5%) no setor informal.


De maneira geral, 93% do emprego informal do mundo está nos países emergentes e em desenvolvimento. Globalmente, o relatório também concluiu que o emprego informal é mais frequente entre homens (63%) do que entre mulheres (52,1%).

“Dos 2 bilhões de trabalhadores informais do mundo, pouco mais de 740 milhões são mulheres”, disse a OIT, lembrando que elas estão mais presentes nos mercados informais em países de baixa e média renda, onde estão em situação de maior vulnerabilidade.

Fatores que afetam o nível de informalidade


A educação é o principal fator a afetar o nível de informalidade, disse o estudo, notando que quanto maior a escolaridade, menor o nível de informalidade.

“Pessoas que concluíram a educação secundária e superior têm menos chance de estar no mercado informal na comparação com trabalhadores que não têm escolaridade ou só completaram a educação primária”, disse a OIT.

Além disso, pessoas vivendo em áreas rurais têm duas vezes mais chances de estar no mercado informal na comparação com os trabalhadores de áreas urbanas, acrescentou o estudo.

De acordo com Florence Bonnet, um dos autores do relatório, os dados sobre essas questões são cruciais para a elaboração de políticas públicas efetivas.


“Para centenas de milhões de trabalhadores, a informalidade significa falta de proteção social, direitos no trabalho e condições de trabalho decente, e para as empresas significa baixa produtividade e falta de acesso a financiamento”, disse.


EM:https://nacoesunidas.org/quase-dois-tercos-da-forca-de-trabalho-global-estao-na-economia-informal-estudo-da-onu/



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sábado, 20 de julho de 2019

QUE PAÍS QUEREMOS PARA O FUTURO? - Marcus Pereira

QUE PAÍS QUEREMOS PARA O FUTURO?

Por Marcus Pereira 

  

Essa pergunta ainda ecoa no ar. Mas outra pergunta também precisa ser feita: qual a serventia daquela lavagem cerebral que a GLOBO fazia todos os dias antes da eleição em seus jornais diários?

 



Serviu para esclarecer e buscar o enfrentamento dos problemas sociais, políticos e ecológicos do Pais? Quais eram as verdadeiras intenções por trás de tanta parafernália?

As respostas dos entrevistados (população), que ouvíamos como um mantra, compostos nos porões do nosso telejornalismos, tinham quase as mesmas palavras, os mesmos sentidos:

"Queremos uma sociedade justa e igualitária", "Que possamos ter direito à saúde, a educação, a alimentação e a segurança". "Que nossos mares e rios sejam respeitados". "Que os políticos cumpram com suas promessas". "Corruptos punidos".

"Queremos um país livre da violência". "Queremos um país sem divisão de classe social". "Queremos um país sem preconceito de cor, gênero, cultura ou religião".

O que estamos vendo de real, além dessa balbúrdia que se prolifera na nação brasileira? Essa é uma análise que enquanto cidadãos temos de fazer, essa é uma preocupação constante, temos o dever de nos preocuparmos, com o principal propósito: o de impedirmos que a situação se agrave ao ponto de perdermos a esperança de sermos uma nação de verdade, uma nação para nossos filhos e netos.

Se não abrirmos os olhos, o Brasil só não deixará de existir enquanto país para esses canalhas que vivem em função do Estado, porém, para aqueles que vivem além das fronteiras das grandes cidades, já não existe mais nem a noção do que é ser cidadão brasileiro, estamos deixando de ser uma nação de verdade, para sermos apenas um amontoado de gente sem rumo e sem direção.

Hoje o que precisamos urgentemente, é implantar uma POLÍTICA DE GOVERNO que tenha como principal objetivo a diminuição das desigualdades sociais. É inadmissível que sejamos um dos piores países em distribuição de renda, o que só se agrava.

Em quantos países a diferença entre ricos e pobres É tão gritante quanto em nosso país?  "ISSO É UMA VERGONHA"!

Moradia, terra para quem precisa, emprego, diminuição da violência. Entra governo e sai governo e o que realmente tem sido feito de diferente? Precisamos também dessa análise.

Precisamos de políticas de distribuição de renda, precisamos de uma educação de qualidade, sem essa de escola sem partido, isso é hipocrisia, de quem não tem o que mostrar de concreto, isso é atestado de incompetência de quem só pensa em dividir o país em dois lados. Foi para isso que elegemos (eu não) um cara que se propunha a ser diferente?


A verdade é que, independente de quem esteja mandando (se apossando), quem perde é o povo.

Não podemos mais nos enganarmos, toda briga pelo poder não tem, infelizmente, o povo como alvo, mas sim as benesses que esse poder trás. Para o povo tem é pau no ovo, o resto é manipulação e farsa.

As pessoas (os eleitores) se digladiam, enquanto eles os poderosos batem palma. É o famoso: os cães ladram e a caravana passa (os babacas ladram e a burguesia lambe os beiços) uma grande ópera bufa que se instalou no país desde 22 de abril de 1500.

Temos em nossas mãos uma grande oportunidade diz o Sociólogo Jessé Souza: “É a oportunidade não só da classe média mas de toda a sociedade brasileira aceitar esse fardo e se autocriticar porque essa farsa está sendo desmontada”.




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quinta-feira, 18 de julho de 2019

18 de julho: aniversário de Mandela e a resistência negra e popular - Rosa Maria

18 de julho: aniversário de Mandela e a resistência negra e popular

Caso vivo, Mandela completaria 101 anos; líder representa a luta de todo o povo negro


Por Rosa Maria* 18 de Julho de 2019 às 10:09

 

Símbolo de luta do povo negro, Mandela resistiu a 27 anos de prisão - Créditos: Keith Bernstein

O racismo é estruturante na sociedade capitalista e patriarcal e, no caso brasileiro, durante o processo histórico de construção da nação, o povo negro sempre esteve às margens da sociedade. Na África do Sul, o apartheid foi a forma encontrada para excluir a maioria da população e destiná-las a condições sub-humanas de vida em prol do desenvolvimento da economia capitalista.

Apartheid significa “separação” em africâner, língua falada na África do Sul. O apartheid foi um sistema de segregação racial instituído na África do Sul em 1948 pelas elites brancas que controlavam o país e sustentava-se no mito da superioridade racial europeia. Baseando-se na crença de que os brancos europeus eram superiores aos negros e outras etnias, os brancos acreditavam que deveriam viver separados. Os não-brancos eram proibidos de frequentar os mesmos lugares que os brancos, de ter a posse de terras, de circular livremente pelo território e, é claro, de participar das decisões políticas do país.

A partir do início do apartheid, o compro- metimento de Mandela ao movimento pela liberdade se intensificou. A sua atuação logo chamou a atenção do governo, que o incluiu na lista de líderes banidos. O banimento e a perseguição do governo levaram Mandela a anos de trabalho na clandestinidade. Mandela passou 27 anos de sua vida preso. Mesmo de dentro da prisão conseguiu manter a liderança do seu povo pela luta contra o sistema racista.

No Brasil, também é a população negra quem mais sente os retrocessos impostos em função do racismo estrutural. Os cortes e congelamento de investimentos públicos em educação e saúde, a destruição da política de aumento real do salário mínimo, o aumento do desemprego e essa precarização das relações de trabalho, o aumento da exploração dos bens naturais, entre outras medidas, justificadas como saídas para crise, impactam diretamente no aumento da desi- gualdade racial e social.

É preciso considerar a necessidade de compreensão de que nossa história, desconhecida pela maior parte da população, foi semeada de episódios sangrentos, brutais, mas também de muita resistência no enfrentamento à exploração e opressão. Assim como o reconhecimento dessa identidade na construção de uma plataforma democrática e popular.


*Rosa Maria é educadora do campo e militante do MST

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