quinta-feira, 18 de outubro de 2018

PODER DO POVO? E AGORA JOSÉ?


PODER DO POVO? E AGORA JOSÉ?

Marcus Pereira

 

 

Era eu menino e já escutava aos quatro cantos que o poder emana do povo para o povo. "A praça é do povo como o céu é do condor" (Castro Alves). Tudo isso não passa de uma grande mentira usada pelos políticos (canalhas) para enganar o povo - principalmente o mais pobre e desinformado - para satisfazerem seus próprios anseios e interesses.





Nessa história de que o poder emana do povo, está mais do que provado que o povo nada mais é do que a massa de manobra, daqueles que querem se manter ou chegar ao poder a qualquer custo, esquecendo que o mesmo deveria está, acima de qualquer interesse individual, a serviço da maioria.

Quantos desses políticos que vemos entre nós estão verdadeiramente preocupados em não nos envolver com mentiras? Quantos estão preocupados em abolir a ignorância do povo? Quantos estão  preocupados em formar cidadãos de fato e de direito?


Os políticos, estes os maiores responsáveis pela condição de ignorância e falta de formação do povo, não dão o mínimo de relevância a questão, porque sabem que quanto mais uma sociedade consciente, menos possibilidade terão para mentir e enganar esta sociedade, mas em nosso país não podia ser diferente, visto que a nossos políticos, antes de serem políticos, são senhores da lei e do direito e a sua grande maioria é formada por herdeiros de escravocratas (CASA GRANDE) que não tem o menor pudor em explorar os seus subordinados, o  povo (HERDEIROS DA SENZALA).


E O PODER DO POVO? Infelizmente não existe poder do povo, muito menos para o povo, os brasileiros desconhecem, em sua grande maioria, seus verdadeiros direitos e muito menos o que é *Estado Democrático de Direito.

Nossa oligarquia escravocrata e politizada usa e abusa dessa desinformação da população, o mais intrigante e desestimulante é que todos que fazem o Estado, (Legislativo, Judiciário e Executivo) são coautores perversos DAS MALDADES impostas a essa população. Tudo está dominado e no "céu do condor", na praça de Castro Alves, todos os poderes estão envolvidos nesse jogo de interesses e do outro lado o povo manipulado, enganado, penalizado e quem na verdade leva e levará PAU NO OVO.

O povo na esteira da ignorância e da desinformação ainda é levado a sofrer a violência da falta de recursos na educação, na sua saúde e na segurança,  porém, o Estado [agentes políticos] usam desses mesmos "interesses coletivos" para subjugar o esse povo que ainda acredita que existam "Direitos Constitucionais".




A Ignorância nos levará ao CAOS;
A falta de respeito nos MATARÁ;
A Venda da nossa CONSCIÊNCIA nos tirará o poder de decisão política através do voto;
E AGORA JOSÉ?


José (Carlos Drummond de Andrade)


E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?



ASSISTA: https://www.youtube.com/watch?v=1L9mZIxgaq0

*ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO: O Estado democrático de direito é um conceito que designa qualquer Estado que se aplica a garantir o respeito das liberdades civis, ou seja, o respeito pelos direitos humanos e pelas garantias fundamentais, através do estabelecimento de uma proteção jurídica.


terça-feira, 16 de outubro de 2018

POBRES X RICOS


 POBRES X RICOS

*Heraldo Tovani



Desde o Pau Brasil, negociado por ricos nobres portugueses, extraído por índios enganados e escravizados, as finalidades eram o enriquecimento dos ricos daqui e de Portugal e a exploração do Brasil. Assim também com o açúcar, fabricado por braços escravos, que enriquecia mais ao já rico senhor de engenho, sempre com os olhos voltados para mar, para a exportação à Europa. O mesmo com o tabaco, a borracha e o abundante ouro das Minas Gerais. Riquezas que saíam ao custo da miséria, que ficava.

Mesmo a Independência do Brasil foi feita sem o empenho dos ricos que, de fato, preferiam um Reino Unido, chefiado por Portugal.

A República, proclamada em 1889, foi mais um ato de vingança contra a abolição da escravidão que um projeto de país. Projeto esse que, na verdade, nunca existiu na mentalidade vassala da classe rica brasileira.


Só em 1930, com o movimento político militar de Getúlio Vargas é que foi esboçado um projeto de país, tendo em vista a industrialização, com a oposição dos ricos das oligarquias agrárias. Oposição intensa e encarniçada, que desembocou no golpe do Estado Novo.

O rico do Brasil, nesse período, debatia a vergonha que sentia de ser brasileiro, mestiço e feio. A intelectualidade servil aos ricos adotou o pensamento eugênico que pregava que éramos subdesenvolvidos e atrasados pela infelicidade de termos o sangue degradado pela miscigenação com o índio e o negro e propunham que o branco europeu nos salvasse copulando com nossas mulheres, para gerar uma raça branca e superior.

Sempre de costas para o país, os ricos do Brasil procuravam se aliar subservientes primeiro a Portugal, depois à França, depois à Inglaterra, chegaram a namorar a Alemanha nazista e, por fim, se renderam ao Tio Sam, incapazes de virar o dorso e encarar seu próprio país.

A farsa maior foi, recentemente, vestirem-se em camisetas amarelas e gritarem em público seu amor patriótico. Hipócritas!

Vencedores do golpe que depôs Dilma Rousseff, hoje são incapazes de se indignar com a destruição do país. Berram, como cães raivosos, o discurso da modernidade do capitalismo financeiro. Não porque acreditam, mas porque é o discurso do rico, é o discurso que vem de fora, é chique, é importado.

Servis e sem uma gota de sangue nacional, os ricos hoje põem à venda as riquezas nacionais, em nome de um discurso comprado dos EUA. O prefeito de São Paulo, despudoradamente, chega a veicular anúncios comerciais em inglês, propagandeando a grande liquidação dos bens públicos do povo paulista.

Se, por um lado, os ricos amam seus referenciais estrangeiros, por outro desprezam os seus conterrâneos pobres. Se envergonham da brasilidade do pobre e de sua falta de reverência ao senhor estrangeiro. Ruborescidos de vergonha, eles criticam o pobre que não fala inglês, que brinca em demasia e demonstra alegria além do nível da etiqueta. Suas relações são de superioridade, autoridade e intimidação para com os mais pobres.

Assim, para o rico brasileiro, é lógico e moralmente aceitável que o comandante do batalhão de polícia (ROTA) fale tranquilamente que a abordagem ao rico e ao pobre é, naturalmente, diferenciada. Ou seja, truculenta com o pobre e servil com o rico. Podemos fazer inúmeras críticas a esse comandante, mas nunca o chamar de hipócrita.

No entanto, e aqui está toda a ironia da história, o Brasil é conhecido e respeitado e admirado no mundo todo pelo trabalho, produção e inventividade do pobre, nunca e nada do rico.

Sempre que se empreendeu no país um movimento de resgate dos valores de nossa terra, só o que apareceu foi o Brasil dos pobres.

Enquanto os ricos flanavam pelos museus de Paris, no Brasil se revelava a monumental obra de nosso barroco mineiro. E o pobre e defeituoso artista, o Aleijadinho, despontava na galeria dos grandes artistas da humanidade.

Enquanto os ricos copiavam as danças de salão europeias, nas ruas escuras da capital o maxixe mostrava a original sensualidade do povo brasileiro.

Enquanto os ricos, na Casa Grande, se fartavam nos banquetes com carnes nobres e bebidas importadas, os restos jogados fora compunham, na senzala, o mais típico prato da culinária brasileira, a feijoada.

Enquanto os ricos, orgulhosos de seus amigos ingleses, fechavam para si os clubes de football ou soccer, proibindo o acesso aos seus irmãos pobres, esses mesmos preteridos, com bolas de meia, nas vias públicas preparavam aqueles que fariam do futebol o mais potente esporte nacional. Com ódio descomunal, os ricos tiveram que assistir a um negro, pobre, da periferia da cidade de Santos ser coroado rei. Justamente naquele esporte que os ricos haviam proibido à ralé.

Enquanto os ricos preparavam sua polícia com cassetetes e armas de fogo para reprimir o negro e o pobre, a resistência fez surgir a capoeira, que se transformou na marca maior da cultura nacional.

Enquanto as emissoras de rádios dos ricos impunham a importada cultura operística para os cantores do país, como suprassumo do bom gosto e da finesse e, ao mesmo tempo, punha sua polícia para reprimir os vagabundos tocadores de violão, a resistência popular fez nascer o samba, nosso bem cultural mais rico e reconhecido no mundo inteiro.

A telenovela, produto de exportação da TV dos ricos, nada mais é do que a apropriação e adaptação para a tela dos espetáculos de circos das periferias pobres do país. Do circo, também, nasceu o nosso rico teatro popular.

A nossa mais original literatura é o cordel, do nordeste pobre do Brasil.

O pobre fez o Brasil rico.

O rico fez o Brasil pobre.

A democracia não interessa aos ricos, pois sabem que se forem postos em igualdade com os pobres serão superados em todas as esferas.


Por isso, não abrem mão do poder. Pela força das armas ou do dinheiro se apossam da repressão, compram a política, corrompem o judiciário e controlam a economia. Os pouquíssimos espaços democráticos que nossa história produziu foram os únicos em que o Brasil se afirmou frente ao mundo e provocou saltos enormes em nossa economia e na participação popular, como aconteceu nos breves espaços entre 1946 até 1964 e 1988 até 2016.

A democracia entre nós só perdurou em 46 dos 517 anos de nossa História oficial. Agora, mais uma vez, os ricos se encastelaram exclusivos no poder. Em consequência, mais uma vez estamos nos empobrecendo a todos. Nunca, porém, de forma tão acelerada e tão desavergonhada.

Em um ano promoveram um retrocesso de décadas nos direitos e garantias dos pobres. Estamos muito mais empobrecidos e desapoderados que há dois anos e sem perspectivas, e sem esperanças...

O que se revela à frente é um futuro de privação, pobreza e violência.

Tomar o poder em nossas mãos, parir a fórceps o nosso futuro é a única possibilidade que a conjuntura nos apresenta.

Nós, pobres, sabemos, podemos e queremos.

Sabemos fazer um país. Podemos empoderar nosso povo. Queremos tomar o que é nosso em nossas mãos.


*Professor, formado em História, com pós-graduação em Psicopedagogia e especialização em PsicanáliseO Brasil sempre foi dividido. Divido por duas classes que se excluíram mutuamente. Quanto mais o rico voltou as costas ao Brasil, mais o pobre se aprofundou nas entranhas do país.


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terça-feira, 9 de outubro de 2018

ONU cria centro de combate à fome no oeste da África - ONU

ONU cria centro de combate à fome no oeste da África

Publicado em 08/10/2018 Atualizado em 08/10/2018

O Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) anunciou neste final de semana (5) a criação do Centro de Excelência contra a Fome e a Má Nutrição no Oeste e Centro da África. Com sede em Abidjan, capital da Costa do Marfim, o organismo funcionará como uma plataforma de cooperação entre os países do continente, permitindo a difusão de boas práticas em agricultura familiar, manejo de perdas pós-colheita, proteção social e resiliência comunitária.


Preparação de merenda escolar no condado de Montserrado, na Libéria.
Foto: UNMIL/Christopher Herwig

O Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) anunciou neste final de semana (5) a criação do Centro de Excelência contra a Fome e a Má Nutrição no Oeste e Centro da África. Com sede em Abidjan, capital da Costa do Marfim, o organismo funcionará como uma plataforma de cooperação entre os países do continente, permitindo a difusão de boas práticas em agricultura familiar, manejo de perdas pós-colheita, proteção social e resiliência comunitária.

“Esse centro será uma incubadora de soluções e um ponto de encontro para o compartilhamento de soluções para a fome, adaptadas ao contexto africano”, afirmou Abdou Dieng, diretor regional do PMA para o Oeste e Centro da África.

A nova instituição é fruto de uma parceria entre a agência da ONU e o governo da Costa do Marfim. Autoridades do país se reuniram com representantes do PMA no último sábado para assinar o acordo que determina a criação do centro.

“Há muitas abordagens bem-sucedidas para melhorar a segurança alimentar espalhadas pela região, mas poucas experiências chegam além de suas próprias fronteiras. Eu gostaria de agradecer à Costa do Marfim por dar esse passo significativo para nos ajudar a tirar proveito dessas ideias, para garantir que as pessoas não tenham que dormir de barriga vazia na região”, acrescentou Dieng.


Segundo o PMA, o Estado marfinense priorizou a luta contra a má nutrição e a fome em seu plano de se tornar uma nação emergente. O país desenvolveu modelos de sucesso de alimentação escolar, que conectam a demanda dos centros de ensino à oferta da agricultura local. A nação africana também se comprometeu a divulgar os conhecimentos adquiridos com a implementação dessas políticas, promovendo a ampliação de estratégias similares em outros países.

O centro busca replicar as experiências de cooperação Sul-Sul do Centro de Excelência contra a Fome baseado no Brasil. A instituição brasileira ajuda países na África, Ásia e América Latina a criar e fortalecer projetos sustentáveis de alimentação escolar e proteção social.

EM: https://nacoesunidas.org/onu-cria-centro-de-combate-a-fome-no-oeste-da-africa/


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sábado, 6 de outubro de 2018

A NOSSA VOZ -

A NOSSA VOZ
  
Um timaço de estrelas da música brasileira se uniu em prol de um projeto por um Brasil mais justo e igualitário. A ideia, que não tem nenhum viés político, é um desafio ao status quo, tem como tema a canção Nossa Voz,

O movimento, que teve a iniciativa de Chitãozinho e Xororó, contou com engajamento de muitos músicos que, com sua voz e desejo por uma mudança, coloca em melodia esse desejo, que começa no coração e na atitude de cada brasileiro.

No projeto, além de Chitão e Xororó, nomes como Paulo Miklos, Thiaguinho, Luan Santana, Michel Teló, Gilberto Gil, Sandy, Andreas Kisser, Família Lima, Marcos e Belutti, Alcione, Paula Fernandes, Toni Garrido, Karol Conka, Projota, Negra Li, Rappin’ Hood, Seu Jorge, Ivete Sangalo, Rogério Flausino, Maria Gadú, Junior Lima, Caetano Veloso, Elba Ramalho, Daniel, Tonny e Kleber e Allison Lima. A ideia é, acima de tudo, representar a voz de cada cidadão que anseia dizer “quero um Brasil sem medo”.

"Nossa Voz"

Tudo o que eu quero é um país sem medo

De corrigir seus erros, de crescer e de sonhar

Somos índios, brancos, amarelos, negros

Somos um gigante pronto pra despertar

To querendo, mesmo, um país seguro

Que tenha justiça, mais saúde e educação

Nossa terra é fértil, linda e tão jovem

A mudança está em nossas mãos

Esse é o país que eu quero construir

Com nosso povo andando de mãos dadas vamos conseguir

Esse é o Brasil, somos milhões

E o futuro depende só de nós

Nada irá calar a nossa voz

Nunca desistimos, somos brasileiros

Temos a esperança viva em cada olhar

Tudo o que eu quero é um país sem muros

Respeitar a sua e ter a minha opinião

Nossos filhos herdarão o que plantamos

A semente está em nossas mãos

Esse é o país que eu quero construir

Com nosso povo andando de mãos dadas vamos conseguir

Esse é o Brasil, somos milhões

E o futuro depende só de nós

Nada irá calar a nossa voz

Esse é o país que eu quero.


(Por Léo Gregório)

EM: 

https://revistaquem.globo.com/QUEM-News/noticia/2018/08/estrelas-da-musica-lancam-cancao-por-um-brasil-mais-justo-assista.html

 

ASSISTA AO CLIPE: https://www.youtube.com/watch?v=7UoBtQMHfwo

 

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