sábado, 28 de outubro de 2017

NOVOS ATAQUEM NA SOMÁLIA - Terra

Após pior atentado da história, Somália é alvo de dois novos ataques a bomba

Explosões aconteceram com 1h30 de diferença; em uma delas, carro bomba invadiu hotel frequentado por políticos, militares e civis.

Segundo as autoridades, carro derrubou portões do Hotel Nasa Hablod Two antes de explodir.
Foto: Reuters
Link:https://www.terra.com.br/noticias/mundo/somalia-e-alvo-de-dois-novos-ataques-a-bomba-apos-pior-atentado-da-historia,0e49b08642375a2b7763807dec7bdc0asgrm7adn.html

http://justificando.cartacapital.com.br/2017/10/17/o-que-extrema-violencia-na-somalia-pode-nos-ensinar-sobre-empatia/

 Somália voltou a ser alvo de dois ataques praticamente simultâneos na capital, Mogadíscio, duas semanas após sofrer o pior atentado de sua história recente, que deixou mais de 350 mortos.

 A primeira explosão teria sido causada por um carro bomba que invadiu um hotel, enquanto que a segunda ocorreu logo depois, perto de um antigo prédio do governo.

Autoridades do país afirmaram à agência de notícias Reuters que militantes ocuparam o hotel após a explosão.

O número de vítimas ainda não é conhecido.

No entanto, serviços de emergência da cidade informaram que atenderam 15 feridos, além de contabilizarem "muitos mortos".

Segundo as autoridades, o carro derrubou os portões do Hotel Nasa Hablod Two antes de explodir. A explosão foi ouvida por toda a cidade.

"É um hotel movimentado, frequentado por políticos, militares e civis", disse à Reuters o major Abdullahi Aden.

A segunda explosão teria acontecido 1h30 depois, perto de um antigo prédio do governo.

Em entrevista à agência de notícias AFP, o policial Ibrahim Mohamed disse: "Havia um outro micro-ônibus lotado de explosivos que explodiu perto de uma interseção".

Mogadíscio ainda está se recuperando do atentado a bomba que sofreu há duas semanas. O ataque deixou pelo menos 358 mortos e 56 desaparecidos.

Nenhuma organização extremista reivindicou até agora a autoria do atentado, mas o governo acusou o grupo al-Shabab, ligado à al-Qaeda, de envolvimento. O grupo nega.

PARA SEGUIR O BLOG

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

FOME ÉTICA E ESPIRITUAL (Leonardo Boff)

 A fome como desafio ético e espiritual da humanidade.
Leonardo Boff
Publicado em 19/05/2017    ACESSE:


Os níveis de pobreza mundial são estarrecedores. Segundo a Oxfam, que anualmente mede os níveis de desigualdade no mundo, somente oito pessoas possuem renda igual à que têm 3,6 bilhões de seres humanos, ou cerca da metade da humanidade. Tal fato é mais que a palavra fria “desigualdade”.



A pobreza é sistêmica, pois é fruto de uma sociedade que tem por objetivo acumular bens materiais sem qualquer consideração humanitária (justiça social) e ambiental (justiça ecológica). Ela pressupõe pessoas sem solidariedade, num contexto de alta desumanização e até de barbárie.

No Brasil, por mais que o país tenha saído do mapa da fome, existem ainda 20 milhões vivendo em extrema pobreza. Com seu programa Brasil Carinhoso, a ex-presidente Dilma Rousseff propunha-se a tirar essa multidão dessa situação desumana.

São múltiplas as interpretações que se dão à pobreza. A mim é esclarecedora a posição do Prêmio Nobel de Economia, o indiano Amartya Sen, que criou a economia solidária. Para ele, a pobreza não se mede pelo nível de ingressos nem pela participação dos bens e serviços naturais. Ser pobre é ver-se privado da capacidade de produzir a cesta básica ou de acessar a ela.



A Teologia da Libertação e a Igreja que lhe subjaz nasceram a partir de um acurado estudo da pobreza, que é lida como opressão. Seu oposto não é a riqueza, mas a justiça social e a libertação. A opção dos pobres contra a pobreza é a marca registrada dessa teologia.

Distinguíamos três tipos de pobreza. A primeira é aquela dos que não têm acesso à cesta básica e aos serviços sanitários mínimos. A estratégia tradicional era fazer com que os que têm ajudem aqueles que não têm. Daí nasceu uma vasta rede de assistencialismo e paternalismo. Ajuda pontualmente os pobres, mas os mantém na dependência dos outros.

A segunda afirmava que o pobre possui inteligência e capacidade de profissionalizar-se. Com isso é inserido no mercado de trabalho e arranja sua vida. Essa estratégia é correta, mas politicamente não se dá conta do caráter conflitivo da relação social.

A terceira interpretação parte de que o pobre, quando conscientizado dos mecanismos que o fazem pobre, organiza-se e projeta um sonho novo de sociedade mais justa e igualitária; transforma-se numa força histórica, capaz de, junto com outros, dar um novo rumo à sociedade. Dessa perspectiva nasceram os principais movimentos sociais, sindicais e outros grupos conscientizados da sociedade e das igrejas. Desses, podem-se esperar transformações sociais.

Por fim, para uma percepção da fé bíblica, o pobre sempre será a imagem desfigurada de Deus, a presença do pobre de Nazaré, crucificado que deve ser baixado da cruz. E por fim, no entardecer da história universal, os pobres serão os juízes de todos porque, famintos, nus e aprisionados, não foram reconhecidos como a presença anônima do próprio Juiz Supremo, face ao qual, um dia, todos comparecerão.



PARA SEGUIR O BLOG

terça-feira, 24 de outubro de 2017

PAU NO POVO (de novo)

NO DOS OUTROS É REFRESCO
(PAU NO OVO)



E o povo? 
Deixa pra lá...
Para que povo?
Para o povo é pão com ovo, 
para o estudante é pão com ovo,
para o professor é pão com ovo.. 
E quando chorar pau no ovo. 
Viva o povo! 
Fora!
Fora! 
Fora!
E agora?
Pau no povo de novo. 
Mas pão com ovo não é ruim! 
Ruim é pau no ovo que vem muito por ai!!!!
Do povo.


Marcus Pereira

FRASE DE JOSUÉ DE CASTRO



BRASIIIIIIIIIIIIL





ATUALÍSSIMO



PARA SEGUIR O BLOG

domingo, 22 de outubro de 2017

FOME X OBESIDADE - ONU


Embora 815 milhões passem fome

no mundo, obesidade

cresce em regiões mais ricas.


Por iG São Paulo * | 15/09/2017 13:23  - Atualizada às 15/09/2017 13:31

Relatório feito pelas Nações Unidas afirma que, em 2050, a humanidade será desafiada a garantir que todos os habitantes do planeta tenham o que comer.

Miséria é tão intensa no Sudão do Sul que famílias comem grama para não passar fome;
Reprodução
  
Atualmente, 815 milhões de pessoas passam fome no mundo. Além disso, um dos maiores desafios da humanidade será, em 2050, garantir que todos os previstos 10 bilhões de habitantes do planeta Terra tenham o que comer.

Leia também: Fome, guerra e cólera: crise no Iêmen deixa 80% das crianças em risco

As informações sobre a fome no mundo são do relatório The State of Food Security and Nutrition in the World 2017 (em português, numa tradução livre, "O estado da segurança alimentar e nutrição no mundo 2017"), divulgado nesta sexta-feira (15), em Roma.

O estudo foi feito por organismos das Nações Unidas e oferece estimativas atualizadas sobre o número e a proporção de pessoas que sofrem com a fome, apresentando dados globais, regionais e nacionais, além de avaliar as perspectivas para o futuro.

Segundo os dados, depois de uma trajetória de queda que durou mais de dez anos, a fome em todo o mundo parece estar aumentando novamente. Hoje, segundo o relatório, 11% da população mundial é afetada pelo mal. O número que hoje chega a 815 milhões alcançava, em 2015, os 777 milhões.

Em todo o mundo, a prevalência da desnutrição infantil crônica diminuiu de 29,5% para 22,9%, entre 2005 e 2016.

Apesar da redução nos índices, no ano passado 155 milhões de crianças menores de cinco anos em todo o mundo sofriam de desnutrição crônica, o que aumenta o risco de diminuição da capacidade cognitiva, de menor desempenho na escola e de morte por infecções.

Em 2016, a desnutrição aguda, por sua vez, afetava 7,7% das crianças menores de 5 anos em todo o mundo, segundo o relatório. O dado representa cerca de 17 milhões de crianças.

Países em conflito

Das pessoas que sofrem com a insegurança alimentar, a grande maioria (489 milhões de pessoas) vive em países afetados por conflitos.

Impacto da guerra e da fome já atingiu 12,5 mi de jovens do Iêmen; maioria dos que passam fome vivem em zonas de conflito
Divulgação/Twitter/UN

Impacto da guerra e da fome já atingiu 12,5 mi de jovens do Iêmen; maioria dos que passam fome vivem em zonas de conflito

De acordo com o relatório, quase 122 milhões de crianças menores de cinco anos, que sofrem com atrasos de crescimento (75% delas), vivem em situação de conflito.

Além disso, os países em conflito apresentam em média uma taxa de desnutrição infantil de 9% a mais do que nos outros países.

Isso, em parte, justifica o aumento do número de desnutridos no mundo, sendo que, desde 2010, houve também um aumento dos conflitos violentos.

Uns com pouco, outros com sobrepeso

Se de um lado falta comida, do outro sobra. O sobrepeso, segundo os dados divulgados pelo estudo, segue sendo um problema crescente na maioria das regiões do mundo. 

Mesmo com o problema da fome em diversos países, obesidade mundial 
mais do que dobrou entre 1980 e 2014
Shuttersock
  
Mesmo com o problema da fome em diversos países, obesidade mundial mais do que dobrou entre 1980 e 2014

Em 2016, se estima que 6% das crianças com menos de 5 anos estavam acima do peso, o que equivale a 41 milhões de crianças. Já em 2005, o número estava em 5,3%.

Mas o problema não é exclusivamente infantil. A  obesidade em adultos também segue crescendo em todo o mundo, e representa um importante risco de doenças cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer.

A obesidade mundial mais do que dobrou entre 1980 e 2014. Em 2014, 600 milhões a mais de pessoas estavam obesas, o equivalente a 13% da população adulta mundial.

O problema é mais grave na América do Norte, Europa e Oceania, onde 28% dos adultos são obesos, em comparação a 7% na Ásia e 11% na África. Na América Latina e no Caribe, aproximadamente 25% da população adulta é considerada obesa.

Leia : Fome pode matar 20 milhões de pessoas na África em seis meses, alerta ONU

O relatório sobre a fome no mundo foi lançado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), conjuntamente com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Programa Mundial de Alimentos (PMA), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

* Com informações da Agência Brasil.

LINK: http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2017-09-15/fome-no-mundo.html


PARA SEGUIR O BLOG

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

RELATÓRIO DA FOME NA AMÉRICA LATINA E CARIBE - 0NU

FAO vê alta da fome na América Latina e no Caribe; 42,5 milhões estão subnutridos

Autor: Redação Nações Unidas no Brasil                  Data da postagem: 17:30 18/09/2017

O número de pessoas que sofrem com a fome na América Latina e no Caribe aumentou em 2,4 milhões de 2015 a 2016, alcançando um total de 42,5 milhões, segundo o relatório “Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2017"


BAIXAR RELATORIO (MUNDO)



BAIXAR RELATÓRIO  (AL)



“A fome está aumentando na América Latina e no Caribe pela primeira vez na última década. Isso é inaceitável e todos os latino-americanos e caribenhos deveriam se sentir pessoalmente afetados por esse retrocesso”, disse o representante regional da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Julio Berdegué.

O documento afirmou que, embora os níveis da fome permaneçam baixos na América Latina e no Caribe em comparação com o resto do mundo em desenvolvimento, há sinais claros de que a situação está se deteriorando.

Em 2013, a fome afetava 39,1 milhões de latino-americanos e caribenhos (6,3% da população regional). Em 2015, esse número subiu para 40,1 milhões (6,3%) e, em 2016, alcançou 42,5 milhões, ou 6,6% da população regional. Na América do Sul, a fome passou de 5% em 2015 para 5,6% em 2016, o que representa a maior parte do aumento da fome na região.

Houve uma piora das condições de segurança alimentar nos países latino-americanos em que a desaceleração econômica minou as receitas fiscais e com divisas, segundo o relatório. Isso afetou tanto a disponibilidade de alimentos, devido à redução da capacidade de importação, como o acesso a eles, devido a uma margem fiscal mais limitada para proteger os lares contra a alta dos preços dos alimentos.

No mundo, a prevalência da subnutrição aumentou 11% em 2016. Isso significa que 815 milhões de pessoas sofrem com a fome mundialmente. O aumento foi registrado na maior parte das regiões do mundo, mas os maiores retrocessos se deram em partes da África e da Ásia.

Ainda que a fome não tenha aumentando no Caribe, a sub-região segue tendo a maior prevalência de fome na região: 17,7%.

“Nos últimos anos, a América Latina e o Caribe foi um líder mundial na redução da fome. Agora, segundo os dados, estamos seguindo a preocupante tendência mundial”, ressaltou Berdegué.

O relatório deste ano é uma publicação conjunta da FAO, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e do Programa Mundial de Alimentos (PMA).


Desaceleração econômica


Segundo o representante regional da FAO, a desaceleração econômica da região, resultado da queda dos preços das commodities e do encolhimento econômico global, tem afetado a segurança alimentar na América Latina e no Caribe.

“A contração econômica afeta o emprego e a renda das pessoas. Além disso, afeta as receitas fiscais, com os consequentes ajustes que reduzem a capacidade dos governos de manter sistemas de proteção às famílias em situação de pobreza e vulnerabilidade”, explicou Berdegué.

“O aumento do preço dos alimentos também é um fator que pode influenciar as tendências observadas”, sinalizou.

O estudo destaca, ainda, que a existência de conflitos prolongados é uma das principais causas da fome. Mundialmente, 19 países enfrentam longas crises e mais da metade das pessoas que passam fome — 489 milhões — vivem em países afetados por conflitos.


Níveis de desnutrição infantil crônica melhoram







Uma boa notícia é que, entre 2005 e 2016, a maior parte das regiões do mundo reduziu a desnutrição crônica infantil. Os melhores progressos foram registrados na Ásia e também na América Latina e no Caribe.

Regionalmente, a desnutrição crônica infantil caiu de 15,7% em 2005 para 11%, em 2016. O progresso foi observado em todas as sub-regiões durante o mesmo período: na América Central, baixou de 21,9% para 15,4%; na América do Sul, de 13,5% para 9,5%; no Caribe, de 8,6% para 5,3%.

“Esse é um ótimo sinal em meio ao panorama geral negativo. É muito provável que algumas políticas públicas dirigidas para a infância expliquem esse bom resultado. Me refiro, por exemplo, aos programas de alimentação escolar e a expansão, em muitos países, da cobertura dos sistemas de atenção à meninas e meninos menores de idade”, disse Berdegué.

É importante destacar que as taxas de desnutrição infantil aguda continuam sendo excessivamente altas em algumas regiões do mundo, ainda que se mantem baixas na América Latina e no Caribe, onde somente 1,3% das meninas e meninos menores de 5 anos sofreram com a desnutrição aguda em 2016.


Obesidade


De acordo com o relatório, a prevalência global da obesidade mais do que duplicou entre 1980 e 2014. Em 2014, mais de 600 milhões de pessoas eram obesas, aproximadamente, 13% da população adulta mundial.

O problema é mais grave na América do Norte, na Europa e na Oceania, onde 28% dos adultos são obesos, enquanto que na América Latina e no Caribe, aproximadamente, um quarto da população adulta atual é considerada obesa.

Na América Latina e no Caribe, o sobrepeso das crianças menores de 5 anos aumentou de 6,8% em 2005 para 7% em 2016, taxa que supera as da Ásia, da África e a média mundial (6%).

“Junto com o aumento da fome, a América Latina e o Caribe vivem uma gravíssima epidemia de sobrepeso e obesidade. A tendência regional é constrangedora, especialmente no que se refere para as meninas e meninos menores de 5 anos, cujo desenvolvimento e futuro estão sendo prejudicados pela má alimentação”, disse Berdegué, destacando que a obesidade afeta quase 4 milhões de crianças latino-americanas e caribenhas.

Ele convoca para o enfrentamento a todas as formas da malnutrição com a promoção de sistemas alimentares que priorizem os mais pobres, que são os que gastam a maior parte da renda com comida e têm muitas dificuldades para acessar alimentos saudáveis e nutritivos.







quarta-feira, 18 de outubro de 2017

ATAQUES NA SOMÁLIA NÃO REPERCUTEM - Revista Forum

O silêncio ensurdecedor da mídia com relação ao atentado na Somália


Plantões de hora em hora nos telejornais? Destaque por dias e dias nos principais portais de notícias do mundo? Mensagens de apoio nos Trending Topics do Twitter? Se for um ataque em Las Vegas ou na França, sim. Mas na Somália, lá na África, não. É a mídia e o seu poder de determinar por quem você deve ou não se comover

Por Ivan Longo



Dois dias após o que já considerado o maior atentado terrorista desde o 11 de setembro norte-americano foram suficientes para que as notícias sobre a Somália fossem escanteadas dos principais jornais do Brasil e do mundo. Nesta segunda-feira (16), autoridades locais informaram que já passa de 300 o número de pessoas mortas após o ataque duplo à bomba ocorrido no último sábado (14) no país africano.

Apesar da gravidade do episódio, a mídia tradicional preferiu dar mais destaque hoje a assuntos relacionados à política, aos incêndios na Europa ou mesmo à “eventos cósmicos”. Para os maiores jornais do Brasil e do mundo, o fato de morrerem 300 pessoas de forma brutal em um país africano historicamente castigado pela miséria e pelos conflitos de milícias locais não é assim tão importante. As vítimas e a localização geográfica deste tipo de tragédia, no entanto, é um fator determinante para a comoção ou a falta dela nas pessoas, de acordo com o que pauta essa mesma mídia.

Para se ter uma ideia, o último atentado antes ao do país africano, o de Las Vegas (EUA), em que 58 pessoas morreram e outras centenas ficaram feridas, causou uma comoção instantânea baseada na cobertura em tempo real dos principais jornais do mundo. A diferença de tratamento com relação às vítimas e aos lugares onde este tipo de assassinato em massa acontece começa pela escolha do termo. Em Las Vegas, não é “atentado”, é “ataque”. O assassino, por sua vez, não é “terrorista”, é “atirador”. Na Globo, teve até o famoso “plantão”. O assunto permaneceu como capa de jornal por dias e dias e a tag #PrayForLasVegas dominou as redes sociais – ela segue, inclusive, como sendo uma das mais utilizadas do Twitter, 15 dias após o fatídico episódio.

Não é muito diferente do que fez o G1, um dos portais de notícias mais lidos do país. No site vinculado à Globo, não há na capa qualquer menção ao caso da Somália e assuntos como a descoberta de um “evento cósmico” ganharam mais destaque. Folha de São Paulo e Estadão, por sua vez, até deram a notícia, mas sem desque algum, quase que escondida.

Dada essa seletividade na cobertura jornalística, fica fácil entender o motivo pelo qual apenas dois dias depois as únicas menções à tag #PrayForSomalia sejam apenas de internautas reclamando da falta de destaque do assunto na mídia, mesmo o ataque tendo vitimado mais que o triplo de pessoas que o ataque de Las Vegas, que segue com destaque na mídia mundial.

O que está em jogo neste tipo de atuação da mídia não é se um ataque é mais ou menos grave que o outro, mas a capacidade deste setor de escolher por quem ou não você ou nós devemos nos comover.
Se nós rezamos por Las Vegas ou somos todos Charlie Hebdo, também rezamos pela Somália e somos todos somalis.

Episódios como esses devem ser registrados e lembrados no curso da história para que não mais aconteçam. Mas no que depender da mídia tradicional, se for na África, uma nota escondida já é o suficiente.




PARA SEGUIR O BLOG

terça-feira, 17 de outubro de 2017

el tren tiene olor a plantas (O trem tem cheiro de mato)





El tren tiene olor a  plantas 


El tren tiene olor a plantas
Bajando la colina
Lleno de polvo.
pasa el troncos, ribanceras
Pasa un rio, pasa riachuelos

El tren tiene olor a tierra
Cortando los verdes pastos
Lleno de sueños, nostalgia
Dentro de las sierras
pasa el ganado, pasa el ciudad
Pasa el viento de otras tierras.

El tren de los siete colores
Siete vidas
Siete amores
El tren tiene olor a vida
Trayendo el canto de otros rincones
Pasando por mi
El tren tiene olor a plantas.


NORDESTE INDEPENDENTE

Movimentos separatistas

do Nordeste

Embora bastante discutido nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, o separatismo não é uma característica única destas áreas. Fundado entre os anos de 1992 e 1994 em Pernambuco, o Gesni (Grupo de Estudos sobre o Nordeste Independente)  é um movimento pacífico e organizado que examina possibilidades de independência e melhorias no território nordestino.



“O Brasil nunca encontrou uma solução para o problema nordestino, porque não tem interesse nisso, mas nós poderíamos encontrar”, diz Jaques Ribemboim, fundador do grupo, economista e professor adjunto da Universidade Federal de Pernambuco. Ribemboim é mestre pela University College London e doutor em economia pela UFPE.

Também conhecido como Movimento Nordeste, o Gesni tem como objetivo a autodeterminação de uma área da região nordestina. Para o grupo, o Brasil contemporâneo sempre adotou políticas com o intuito de proteção às empresas do Sudeste, o que prejudicou o consumo do povo nordestino. Um dos livros que alicerçam as ideias da entidade separatistas é “Nordeste Independente”, de autoria de Ribemboim.

Nesta obra, são apresentados os motivos da ideia de separatismo no Nordeste, que englobam a vontade natural de separatismo na história de diversas nações, a autodeterminação do povo nordestino e o favorecimento econômico e político e concentração de renda nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, entre outras questões.

A proposta do Gesni, apesar de pregar a união e independência de territórios nordestinos, exclui is Estados do Maranhão e da Bahia de seus planos. Segundo o movimento, esta exclusão ocorre devido a diferenças culturais entre estas regiões e o restante do Nordeste, além destas áreas possuírem desafios regionais a serem resolvidos.

De acordo com a proposta do Prof. Dr. Jacques Ribemboim, a união das áreas formaria um novo país, dividido entre os seguintes Estados: Rio Grande (que deixaria de ser Rio Grande do Norte), Paraíba, Pernambuco, Petrolina (com desmembramento da região oeste de Pernambuco), Alagoas, Sergipe, Ceará, Cariri (separada  do sul do Ceará), Piauí, Picos (porção centro-sul do Piauí), Gurgueia (porção sudoeste do Piauí) e Fernando de Noronha.

Esta nova nação seria chamada de República do Nordeste, mas há outros nomes que possivelmente poderiam batizar a união de tais territórios como: Confederação do Novo Equador, Estados Unidos do Nordeste Sul-americano, Pindorama, Zumbi, Frei Caneca ou República do Mandacaru.

Além do Gesni, o Nordeste já contou com movimentos de cunho separatista mais antigos como a Conspiração dos Suaçunas, Revolução PernambucanaConfederação do EquadorRevolução Praieira.

Fontes:
RIBEMBOIM, Jacques. 2002. Nordeste independente. Recife: Edições Bagaço.


http://pt.wikipedia.org/wiki/Grupo_de_Estudos_Nordeste_Independente



Já que existe no sul esse conceito
Que o nordeste é ruim, seco e ingrato
Já que existe a separação de fato
É preciso torná-la de direito
Quando um dia qualquer isso for feito
Todos dois vão lucrar imensamente
Começando uma vida diferente
De que a gente até hoje tem vivido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

Dividindo a partir de Salvador
O nordeste seria outro país
Vigoroso, leal, rico e feliz
Sem dever a ninguém no exterior
Jangadeiro seria o senador
O cassaco de roça era o suplente
Cantador de viola, o presidente
O vaqueiro era o líder do partido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

Em Recife, o distrito industrial
O idioma ia ser nordestinense
A bandeira de renda cearense
"Asa Branca" era o hino nacional
O folheto era o símbolo oficial
A moeda, o tostão de antigamente
Conselheiro seria o inconfidente
Lampião, o herói inesquecido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

O Brasil ia ter de importar
Do nordeste algodão, cana, caju
Carnaúba, laranja, babaçu
Abacaxi e o sal de cozinhar
O arroz, o agave do lugar
O petróleo, a cebola, o aguardente
O nordeste é auto-suficiente
O seu lucro seria garantido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

Se isso aí se tornar realidade
E alguém do Brasil nos visitar
Nesse nosso país vai encontrar
Confiança, respeito e amizade
Tem o pão repartido na metade
Temo prato na mesa, a cama quente
Brasileiro será irmão da gente
Vai pra lá que será bem recebido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

Eu não quero, com isso, que vocês
Imaginem que eu tento ser grosseiro
Pois se lembrem que o povo brasileiro
É amigo do povo português
Se um dia a separação se fez
Todos os dois se respeitam no presente
Se isso aí já deu certo antigamente
Nesse exemplo concreto e conhecido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente


sábado, 14 de outubro de 2017

A ORDEM DO INVERSO





Música: A Ordem do Inverso 
Compositor: Yuseff Leitão 

https://www.youtube.com/watch?v=SXuLpRE9VDc

Roubaram meu amor pelo Brasil 
Tiraram minha paz e ninguém viu 
Levaram do meu bolso a carteira 
A Ordem e o Progresso da bandeira 

Roubaram o museu a velha tela 
A moralidade da novela 
A imparcialidade da imprensa 
Do simples cidadão a consciência 

Roubaram a liberdade de expressar 
A privacidade, o celular 
A honestidade do congresso 
Cobraram neste circo o meu ingresso 

Roubaram o meu time na final 
Compraram o juiz e o tribunal 
Roubaram a poesia da canção 
E os ideais da revolução

Então tá tudo certo, o que é correto já não vale mais 
É a ordem do inverso no Brasil do tanto faz 
Então tá tudo certo, o que é correto já não vale mais
É a ordem do inverso no Brasil de quem dá mais. 

Roubaram o remédio do hospital 
A verdade do espaço eleitoral 
Roubaram a galinha do quintal 
Compraram a manchete do jornal. 

Roubaram as grades da prisão 
Colocaram nas janelas, no portão 
Do hino roubaram a Pátria Amada 
E a futilidade é idolatrada.. 

Roubaram a consciência ambiental 
E o verde já não brota no quintal 
A água poluída já não presta 
Levaram a madeira da floresta. 

Tiraram a vida de um inocente 
Soltaram porque era adolescente 
Roubaram a confiança na polícia 
Armaram um esquema com a milícia.

Então tá tudo certo, o que é correto já não vale mais 
É a ordem do inverso no Brasil do tanto faz 
Então tá tudo certo, o que é correto já não vale mais
É a ordem do inverso no Brasil de quem dá mais.


Do futebol roubaram a paixão 
Na propaganda da televisão 
A Coca já não mata a minha sede 
E o craque agora é quem balança a rede. 

Roubaram a imagem da Igreja 
Eu rezo para que Deus me proteja 
Roubaram o dinheiro do projeto 
Roubaram a razão do meu protesto. 

Meus amigos já nem vejo mais 
E a conversa está nas redes sociais 
Roubaram do casal a paciência 
Levaram da criança a inocência. 

Cadê o bom exemplo não tem mais 
Tiraram a autoridade até dos pais 
Não levaram a chupeta da criança 
Foi mais fácil roubar nossa esperança. 

Então tá tudo certo, o que é correto já não vale mais 
É a ordem do inverso no Brasil do tanto faz 
Então tá tudo certo, o que é correto já não vale mais
É a ordem do inverso no Brasil de quem dá mais.





quinta-feira, 12 de outubro de 2017

A SECA CONTINUA

A SECA CONTINUA
Por Marcus Pereira

O Semiárido brasileiro é um dos maiores, mais populosos e também menos seco do mundo. Estendendo-se por 892.809,5km², abrange 41,8% da região Nordeste, atingindo ao norte de Minas Gerais, os sertões da Bahia, de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e uma parte do sudeste do Maranhão. Nele vive aproximadamente 12% da população brasileira (embora rarefeita), ou seja, mais de 19 milhões de pessoas, sendo 8,5 milhões na área rural, (IBGE, 2000).


15.mai.2012 - Em riacho seco, no município de Tacaratu (PE), gado é abandonado morto
pela falta de água na região. Mais de 750 municípios do Nordeste já decretaram
situação de emergência e mais de 4 milhões de pessoas foram afetadas
Imagem: Beto Macário/UOL


No Semiárido as pessoas ainda passam fome e sede por falta, mais, de respeito do que de investimentos, pois estes sempre chegaram, no entanto continuam onde sempre estiveram, concentrados na mão de poucos e o que é pior, na mão de quem menos precisa.
Essa é uma realidade que todos conhecem, sem exceção, no entanto poucos se importam a não ser aqueles que sempre tiraram proveito da situação. 

Quem são estes? São os que sobretudo se apropriam dos tais incrementos que ali são anualmente despejados pela iniciativa privada (poucos) e pelos aportes públicos (políticas públicas). Tantos são os grupos (principalmente os políticos) que se apoderam das benfeitorias que ali poderiam trazer uma melhor condição de vida, tais grupos sempre estiveram por lá, são as famosas oligarquias, concentradoras de renda e de práticas completamente excludentes, que já não caberia em um mundo mais humanizado, podemos assim dizer. Infelizmente a desigualdade social cresce a tons alarmantes e quem  se beneficia em quase todos os projetos voltados para os semiárido nordestino são os poderosos (quase sempre os políticos ou encostados a eles).

Como mudar essa realidade? Essa resposta talvez todos saibam, que seria mudar a mentalidade política e suas práticas, que passa pela não utilização dos projetos voltados para a melhoria do povo que convive com as terríveis secas que assolam a região ano a ano. Seria por exemplo as prefeituras (ou seja os prefeitos) não utilizarem um programa social como o bolsa família, para "acabrestar" a populacão beneficiária desse projeto;  O  mesmo podemos dizer do programa luz para todos que acabou por trazer benfeitoria ao latifúndio de "coronéis" do longínquo sertão, ou até mesmo do projeto de cisternas para o povo do semi-arido, que por sinal vai deixar de receber incentivo do Governo Federal (este acha que o sertanejo não precisa de água, e mínima por sinal).

A mudança passaria pelos nossos políticos, terem um mínimo de vergonha na cara, que ao entrarem com tostões na vida pública não saírem com milhões, bilhões ou sabe-se  lá quantos (lhões). Isso está mais que provado nos dias atuais, salve-se raríssimas exceções. Passa também pelo processo de diminuição de concentração de renda, na verdade uma distribuição com equidade social, é diminuir o tão exagerado lucro concentrado, o acúmulo de capitais. Mas quem ira propor?

A tempos atrás, claro, a situação era mas avassaladora que nos dias atuais, mas ainda existe muita fome, miséria e desnutrição, em grande parte,  pela  falta de politização do nosso povo, o que é lamentável e os políticos agradecem, e faz com que sejamos tão desassistidos, menosprezados e  explorados pelos "bandidos da política brasileira".

É essa falta de entendimento do que é ser político e para que deveria servir a política (digo político) que faz o nosso povo (não só o sertanejo) ser  tão agradecido pelas migalhas que a ele chega, é essa falta de entendimento que o faz presa fácil à essas raposas travestidas de ovelhas.

Lamentável é saber que durante muitas décadas ainda teremos que escrever sobre esse assunto.

"Viva o povo brasileiro, salve o povo do semiárido nordestino"


Gado morto no sertão da Bahia devido a extrema seca, em 1994
Marilene Ferlauto/Folhapress


https://noticias.uol.com.br/album/2012/05/15/veja-imagens-da-seca-no-nordeste.htm#fotoNav=39

http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/7419-as-secas-passadas-no-nordeste



PARA SEGUIR O BLOG