quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

"...estive preso e foste me visitar..." Eric Jóia

"...estive preso e foste me visitar..."



Por Eric Jóia




Essa fala não é minha, é do Cristo. Registrada por seus  biógrafos e está me fazendo pensar faz mais de um ano.

Ele explica que ao visitar o encarcerado, os discípulos  estariam visitando ao próprio Cristo.
Pois bem. Penso que, salvo injustiças e canalhices, ninguém  é preso por fazer o bem. Consegue imaginar um adolescente  sendo preso porque ganhou uma olimpíada de matemática, ou um  empresário porque fez uma doação para um asilo? Via de  regra, presos são os que praticaram alguma conduta que é tão  inaceitável pela sociedade que a mesma diz: essa pessoa não  pode mais conviver com a coletividade.

O Cristo disse que seria reconhecido por seus discípulos no  rosto de um criminoso, não dos benfeitores.

Olhando o raso discurso dos cristãos modernos que fazem coro  com a lei do abate livre fico a pensar o que diriam esses  "pequenos cristos" se Jesus nascesse em nossa época e  pregasse a mesma mensagem.

Na minha leitura, a mensagem de Jesus foi: Vocês me  reconhecerão quando conseguirem mover o coração na direção  de quem não merece pois é essa a essência da graça de Deus.  A graça é justamente pra quem não merece, do contrário,  seria apenas a mais óbvia justiça.


A revelação do Cristo é, sobretudo, relacional. Quando o  movimento do coração se direciona para o caminho,  sofrimento, angústia do outro... ali está o Cristo. No  toque, no contato, na empatia, na capacidade de se doar, se  envolver, se condoer... Eis o Cristo. No descolamento do  mórbido egoísmo, na capacidade de se indignar com a  injustiça... eis o Cristo. No impulso da partilha, na  consciência de que abundância não é ter demais mas que  ninguém tenha de menos... eis o Cristo. Na compreensão das  diferenças, no acolhimento dos desiguais, no respeito às  individualidades... eis o Cristo.

Pelo menos o meu Cristo se encontra dessa forma, não na  vacuidade do discurso puritano e moralista que quer regrar  comportamentos sem mudar a natureza como se dormir dentro de  uma garagem transformasse alguém em carro.

Assim como Jesus não "desencarcerou" o bandido, nem tampouco  tirou da cruz o outro condenado, não há qualquer apologia a  que o indivíduo não tenha que pagar pelos seus crimes  perante a sociedade. Minha questão é: como "matar" é tão  simples para os cristãos de hoje.




A descartabilidade do ser humano anexada nessa cartilha dos  cristãos de hoje me deixa mesmo perplexo e no Rio de Janeiro  a coisa anda a passos largos para mortes cada vez mais  numerosas. Vai faltar fuzil pra ser "encontrado" nas mãos de  gente morta (a maioria esmagadora negra) nas favelas do RJ.

Sou capaz de admitir que numa situação em que um policial  esteja num confronto com um bandido armado que ele tenha que  atirar e que não haja, na maioria esmagadora dos casos,  tempo hábil para se atirar no pé, por exemplo. E que para se  defender ou para defender outros inocentes ele tenha que  atirar pra matar maaaaasssss o que me assusta é ver como  isso é banal, nem dói. Desconfio até que muitos nutram até  certa alegria.

Ainda acredito que bandido bom é bandido preso, classificado  de acordo com o tipo de crime que cometeu, pagando de forma  justa e proporcional por seus erros,numa cela que respeite  as condições mínimas de dignidade humana, ensinado sobre a  possibilidade de mudar de vida, com acesso a estudo e  profissionalizado para ser devolvido ao convívio social  quando pronto. Dará certo com todos? óbvio que não mas que a  gente salvaria uma fila de gente... aahhhhh salvaria.

Eu sei que muitos não concordam mas isso dura apenas até que  um filho ou parente, por deslize, se envolva com o lado  errado da vida e seja preso. Aí qualquer bandido vira "só um  garoto que cometeu um deslize mas ele não é disso".


sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

VOCÊ É ESPECIAL

VOCÊ É ESPECIAL

...ALÉM DAS CORES QUE VESTIMOS...

EXISTE MUITO MAIS COISAS EM JOGO ALÉM DAS CORES QUE VESTIMOS, NÃO É HORA DE DESATENÇÃO

Na configuração do governo temos 0% de negros, 10% de mulheres,
40% de militares e 50% de indiciados por corrupção

por Leonardo Koury - 4 janeiro, 2019


Enquanto nós​ ficamos falando​ nas redes sociais​ ​sobre ​as cores​ azul ou rosa​, o​ presidente​ Bolsonaro quer mandar embora ​s​ervidor​es​ ​p​úblico​s, inclusive concursados​ por perseguição ideológica. Pretende-se privatizar até março toda malha ferroviária, a Infraero e os quatro maiores portos brasileiros.

Não estou diminuindo as preocupantes declarações da ministra da “família”, em especial por confundir ​o papel do ​Estado e​ da​ religião. Digo família em aspas, pois as mulheres e os direitos humanos, na gestão deste ministério, sem dúvidas ​estará em​ segundo plano.

Vamos pensar na totalidade: O ministro chefe da Casa Civil quebrou vários acordos que tange o pacto federativo​.​ O ministro da economia quer vender o Banco do Brasil. Para quê, para quem e quem ganha ou perde com isso? O Ministro da Justiça quer censurar o COAF que, inclusive, é um órgão importante no combate à corrupção​ na administração pública brasileira.​

Não ​pretendo​ me alongar no texto​ por ser uma breve análise de conjuntura​. Fato é que o governo eleito tomou posse a menos de uma semana​, ​porém​ o discurso da liberação das armas, de perseguição aos povos indígenas, ​a medida provisória que extingue os espaços de participação social, como o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional. ​Ou mesmo​ abandonar a pauta LGBT está em andamento mais rápido do que esperávamos.

Que tempos! Serão longos e duros anos entre o fascismo no poder e a luta popular contra o árbitro e o autoritarismo.

Por: Leonardo Koury Martins, em: https://jornalistaslivres.org/muitoalemdascores/


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sábado, 5 de janeiro de 2019

BOLSONARO - A PARTE QUE NOS CABE

  BOLSONARO - A PARTE QUE NOS CABE

 

 Por Marcus Pereira

 

Quem é o Presidente eleito, além de um Deputado medíocre que passou 28 anos no Parlamento e nada aprovou em favor daqueles que o elegeu por 7 mandatos consecutivos (o povo do Rio)? Nem na área de Segurança da qual de se diz especialista.

 


Ele não foi o escolhido pela ELITE ESCRAVOCRATA e medíocre do nosso país, mas foi o que sobrou, porém, se encaixou como uma uma luva, ele é a cara da mediocridade desse sistema, ele é cúmplice/defensor e agora também é o protegido desse sistema excludente e não vai ser qualquer escândalo que o derrubará. Afinal a ELITE encontrou o seu guardião para a implementação de um novo modelo de coronelismo (o de MERCADO).

Que não sejamos ingênuos ao ponto de pensarmos que o problema do Brasil eram os escândalos ou a corrupção, se assim fosse não estariam grandes nomes da politica (os protegidos) dando risadas a base de champagne e caviar na cara do povo, a grande motivação para chegarmos onde chegamos, com Judiciário e tudo, foi a de tirar aqueles que estavam colocando pobre na vitrine, POUCO! muitos dirão, mas que para a ELITE brasileira representava uma ameaça aos seus interesses, que sempre foi e nunca deixará de ser, a exploração sem dó nem piedade. Desde a COLONIZAÇÃO.

Quem ficou ao lado dele quando o mesmo começou a despontar nas pesquisas? Quem se encarregou de não deixar ele falar (se abrisse a boca já era)? E digo mais. não será surpresa nenhuma se um pouco mais adiante seja comprovado que aquela "facada" foi uma grande farsa.

https://www.youtube.com/watch?v=6fSfaGJXYyY

https://www.revistaforum.com.br/documentario-no-youtube-levanta-duvidas-e-suspeitas-sobre-a-facada-em-bolsonaro/

Se ele é uma grande mentira, como explicar sua eleição como mito? Sem programa de governo, sem propostas, sem expor o que realmente importava para o combate a violência, melhoria da educação e para a saúde?

Perguntas fáceis de serem respondida.

Ora, a oportunidade vista pelos mega investidores e banqueiros (os grandes responsáveis) para a implementação de uma agenda de destruição de direitos e oportunidades (dos que já quase não os tem), a implementação de uma agenda do REAL PODER, a agenda dos mega empresários, dos exploradores, daqueles que querem os trabalhadores de joelhos. Aliados a grande mídia manipuladora que se encarregou, a partir do segundo mandato de LULA, de implantar, na mente da população, um antipetismo exacerbado e cheio de ódio (de classe), usando dos mais baixos métodos praticados em tempos de guerra e pelo NAZISMO.

Esse é o projeto que está em pauta, manter a grande maioria do povo brasileiro (O POBRE) em seu lugar, cada vez mais explorado e com menos DIREITOS possíveis. Se não abrirmos os olhos permanecerá por muito tempo.

O Brasil acabou de eleger esse ser asqueroso e outros tantos, que representam como ninguém essa ELITE, e já deixaram claro que não terão o menor comprometimento em buscas de soluções  para os problemas sociais e com a harmonia (paz social). 

Afinal ele é o representante perfeito (sem preparo e manipulável) da elite brasileira, formada por ESCRAVOCRATAS (herdeiros do conservadorismo branco, que cresceram a base da exploração da ESCRAVIDÃO DOS NEGROS e que sempre teve desprezo pelo povão). Uma ELITE que não suporta a ascensão, ainda que mínima, do trabalhador, é  racista, excludente, escravista, homofóbica, preconceituosa, violenta. Uma ELITE que não abre mão dos  privilégios e que fomenta o ódio de classe em nosso país, essa ELITE está pouco se importando com o sofrimento da população, ela, de fato, é  quem se alimenta das mazelas sociais.


Está mais do que explicito que esse GOVERNO veio para se associar a esses EXPLORADORES de forma a favorece-los e estes farão questão de ter a maioria da POPULAÇÃO explorada e exposta aos seus caprichos. O que só aumentará a miséria (caos social) em nosso país.

Não duvidem! Todos estão ávidos pelo poder e não exitarão em usar da força se sentirem qualquer ameaça aos seus projetos.

Viva ao antipetismo!
Viva ao pobre burro de direita que votou contra o "socialismo vermelho" (um aviso ganhe muito dinheiro, capitalista não gosta de pobre)!
Viva a mídia manipuladora!
Que nos deram de presente um INCOMPETENTE como presidente.
FELIZ 1964 A TODOS!!!!

P.S - De quem ele é presidente de fato? O Brasil tem 147.306.806 eleitores aptos a votarem, destes, 57.797.847 votaram nele, ou seja 89.508.959 não surfaram nessa onda. O Brasil tem 5.570 municípios dos quais ele foi vencedor em 2.760 e Haddad em 2.810.


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segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

ANO NOVO NA PRAÇA DA MATRIZ - Lucivânio Jatobá

ANO NOVO NA PRAÇA DA MATRIZ

Por Lucivânio Jatobá


Meu pai chegava em casa, toda véspera de Ano Novo, com uma lata de queijo do reino Borboleta. Tinha um prazer enorme de abrir com uma espécie de chave atípica cinza aquela lata avermelhada. Eu abominava queijo do reino... Preferia o saboroso queijo de manteiga, que era vendido bem baratinho no mercado da feira de Vitória de Santo Antão. Ano Novo exigia, na concepção do meu pai, queijo do reino. Ponto final!




À noite nos dirigíamos à Praça da Matriz. Era ali onde se reuniam os Vitorienses para sentir a “passagem de Ano”. O ambiente era mágico para minha ótica de menino. Imperavam a diversão, a ludicidade, a fantasia. O cachorro quente de Mané Poças, sempre presente nas festas do Livramento, estava lá, naquela barraquinha que exibia cordas de cebolas e pimentões pendurados. Eu e meus irmãos comíamos aquela delícia de cachorro quente até não agüentar mais. Havia também o caranguejo, aquele crustáceo estranho e avermelhado. Meu pai adorava... Eu tinha preguiça de partir as patas para comer insignificantes parcelas de uma carne branca. Talvez preferisse as piabinhas do Tapacurá bem torradas...

 Preferia mesmo era fazer a pescaria na Barraca da Sorte ou ver meu pai atirar (e errar), com espingarda de ar comprimido, nas carteiras de cigarros Astória e Minister. Tinha também as barcaças. Passava dez minutos indo pra lá e pra ca´, numa repetição monótona, até o labirinto protestar, impondo-me uma náusea e certa tontura. Restavam-me, ainda, umas voltas na Roda Gigante, que me permitiam enxergar tudo e todos menores. Sentia-me gigante, onipotente, quando a roda gigante parava e eu ficava lá em cima apreciando o meu mundo... Como era vasto o mundo.

De repente, meia-noite. Apagavam-se, por segundos intermináveis, todas as luzes da cidade. Foguetões pipocavam. Um novo ano tinha início. Novo tempo. Novas esperanças. Alguns amigos do meu pai já estavam visivelmente embriagados. Pessoas se abraçavam. Outras choravam. Ouvia-se sempre de um e de outro: Feliz Ano Novo, seu Emídio! Feliz Ano Novo!

No dia seguinte, a cidade mergulhava numa melancolia indescritível. O que antes era alegria, vida, mais lembrava um cenário de cidade arrasada. Na Praça da Matriz, os resíduos deixados pelas pessoas eram visíveis: restos de guardanapos de papel, copos quebrados, garrafas de champanhe espalhadas junto ao meio fio, o Clube Leão com as portas fechadas e os brinquedos, que tanto me divertiram na noite anterior, parados e amarrados com grossas correntes eram parte de um cenário triste.

Sentido precocemente aquilo que depois passei a conhecer- a depressão-, entregava-me ao jogo de bolinhas de gude na praça do Livramento, com alguns poucos amigos, numa fuga inconsciente da tristeza do primeiro dia do ano.
Na Cascatinha- o bar da Praça do Livramento, alguns bêbados retardatários, com a voz pastosa, comiam pé de galinha, ingeriam doses razoáveis de aguardente com Crush e cantavam desafinados um tango famoso que Nelson Gonçalves eternizara num disco de 78rpm, mais ou menos assim:

“Antigamente nos meus tempos de ventura
Quando eu voltava do trabalho para o lar
Deste bar alguém gritava com ironia:
"Entra mano, o fulano vai pagar"
Havia sempre alguém pagando um trago
Pelo simples direito de falar
Havia sempre uma tragédia entre dois copos
Nas gargalhadas de um infeliz a soluçar...”



quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

SÓ PODIA SER MESMO DE PERNAMBUCO - Fabrício Carpinejar

SÓ PODIA SER MESMO DE PERNAMBUCO


Por Fabrício Carpinejar


Só podia ser de Pernambuco a poesia geométrica de João Cabral, o teatro da vida real, a morte e vida severina.

Só podia ser de Pernambuco o frevo, o maracatu, o Galo da Madrugada, a alegria ecumênica. Só podia ser de Pernambuco os bonecos de Olinda, o olhar oceânico do alto das igrejas e dos muros brancos. Só podia ser de Pernambuco a literatura de cordel, o raciocínio rápido do repente, a magia dos violeiros. Só podia ser de Pernambuco Manuel Bandeira e a Estrela da Manhã. Só podia ser de Pernambuco Nelson Rodrigues e o seu carinho pelos vira-latas mancos.



Só podia ser de Pernambuco a infância misteriosa de Clarice Lispector, a descoberta da leitura. Só podia ser de Pernambuco Chico Science e o movimento manguebeat. Só podia ser de Pernambuco a cerâmica de Francisco Brennand e seus 1001 dias iluminados de esculturas e azulejos.

Só podia ser de Pernambuco o modernismo de Cícero Dias, que já dizia em sua pintura: "Eu vi o mundo... ele começava no Recife". Só podia ser de Pernambuco a pedagogia de Paulo Freire (do oprimido, da libertação, do compromisso, da autonomia e da solidariedade). Só podia ser de Pernambuco o cinema inovador de Kleber Mendonça Filho ("O Som ao Redor" e "Aquarius") e de Cláudio Assis ("Amarelo Manga" e "Febre do Rato").

Só podia ser de Pernambuco a irreverência contagiante de Chacrinha.

Só podia ser de Pernambuco a sociologia de Gilberto Freyre, profeta do multiculturalismo. Só podia ser de Pernambuco Vavá, o peito de aço, bicampeão mundial de futebol.

Só podia ser de Pernambuco Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Só podia ser de Pernambuco o abolicionista Joaquim Nabuco.


Tem razão. 
Só podia ser mesmo de Pernambuco.


sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Indígena brasileira eleita deputada federal vence prêmio da ONU - EBC

Direitos Humanos

Indígena brasileira

eleita deputada federal

vence prêmio da ONU


Por Agência Brasil – Brasília




A deputada federal Joênia Wapichana (Rede-RO), primeira indígena eleita para o cargo no país, venceu o Prêmio das Nações Unidas de Direitos Humanos. O anúncio foi feito pela presidente da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Maria Fernanda Espinosa, na quinta-feira (25/10). Com 43 anos, ela está entre os oito deputados federais eleitos por Roraima este ano.
Já receberam esse prêmio - concedido a pessoas e organizações pelas suas conquistas em direitos humanos – o pastor norte-americano Martin Luther King, o ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela e a ativista paquistanesa Malala Yusafzai -, além das organizações Anistia Internacional e Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

Wapichana


Joênia Batista de Carvalho adotou como sobrenome sua etnia. Segundo estimativas não oficiais, são 3,5 mil indígenas wapichana na Região Norte do país.
Após defender um caso de disputa de terras na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), Joênia se tornou a primeira advogada indígena a comparecer perante o Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2013, foi nomeada primeira presidente da Comissão Nacional de Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas.
“Quando eu levo a palavra como primeira mulher indígena formada no Brasil, é justamente para dar um incentivo, para que essa minha imagem possa ser reproduzida, multiplicada dentro dos povos indígenas”, afirmou Joênia em entrevista em Boa Vista ao ONU News, ao saber da premiação.

“São cidadãos, pessoas que querem fazer parte da tomada de decisões de muitos processos que estão sendo discutidos dentro dos países, são defensores de direitos, de conhecimentos, de vários saberes. A gente vai fazer também com que as crianças possam viver este exemplo. E eu entendo que este reconhecimento vai servir também para nos proteger”, declarou na ocasião.

Criado pela Assembleia Geral da ONU em 1966, o prêmio está em sua décima edição, que coincide com o aniversário dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Os vencedores são escolhidos por um comitê especial formado pela presidente da Assembleia Geral, o presidente do Conselho Econômico e Social da ONU, o presidente do Conselho de Direitos Humanos, entre outros. Para o prêmio deste ano, foram recebidas mais de 300 candidaturas. A entrega aconteceu em 20 de dezembro, na sede das Nações Unidas, em Nova York, como parte das comemorações do Dia dos Direitos Humanos.


EM: http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2018-10/indigena-brasileira-eleita-deputada-federal-vence-premio-da-onu


VER TAMBÉM: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2018/12/20/basta-ter-oportunidade-indigena-brasileira-se-junta-a-mandela-e-malala-com-principal-premio-de-direitos-humanos-da-onu.htm


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quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

IBGE aponta aumento da extrema pobreza no país - em.com.br


IBGE aponta aumento da extrema

pobreza no país

Os dados coletados dizem respeito a 2017, quando 2 milhões de pessoas passaram para baixo da linha de pobreza do Banco Mundial



Mesmo com o fim da recessão, a pobreza continuou crescendo no ano passado. De 2016 para 2017, 2 milhões de pessoas passaram para baixo da linha de pobreza do Banco Mundial, revelou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2018, pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 54,8 milhões de brasileiros estavam abaixo dessa faixa, ou seja, tinham renda domiciliar por pessoa inferior a R$ 406 por mês.

ONU está preocupada com retrocesso no combate à pobreza no Brasil
Na prática, cerca de um quarto da população (26,5%) está abaixo da linha de pobreza do Banco Mundial, que, para países com renda média-alta, como o Brasil, considera a linha de corte de US$ 5,50 por dia por pessoa - em valores de 2011, atualizados na pesquisa do IBGE. Em 2016, 52,8 milhões de brasileiros, ou 25,7% da população, estavam nessas condições.

Os dados do IBGE confirmam que a pobreza está regionalmente localizada no Brasil. No Nordeste, 44,8% dos 57 milhões de habitantes estão abaixo da linha de pobreza. São 25,6 milhões de pessoas - a metade do total nacional - vivendo com menos de R$ 406 mensais por pessoa. Enquanto isso, no Sul, 12,8% da população de 29,6 milhões de habitantes está abaixo dessa linha. São 3,8 milhões de pessoas.

A linha de pobreza do Banco Mundial equivale a menos de um terço da renda média dos brasileiros em 2017 - R$ 1.511, considerando o rendimento médio mensal domiciliar per capita. Também há grandes desigualdades regionais. Enquanto no Nordeste a renda média foi de R$ 984, no Centro-Oeste foi de R$ 1.776, com destaque para o Distrito Federal, com rendimento médio de R$ 3.087.

O contingente de extremamente pobres também cresceu em 2017, com 1,7 milhão de brasileiros a mais nesse grupo. No ano passado, eram 15,2 milhões de pessoas, ou 7,4% da população, vivendo abaixo da linha de extrema pobreza do Banco Mundial, equivalente a apenas R$ 140 por mês na renda domiciliar por pessoa. Em 2016, 13,5 milhões, ou 6,6% da população, estavam nessa condição.

Transferência


Com a transferência de cerca de R$ 10,2 bilhões por mês seria possível tirar os 54,8 milhões de brasileiros que estão abaixo da linha de pobreza dessa condição, conforme cálculos do IBGE. O valor equivale a R$ 122,4 bilhões ao ano, mais ou menos quatro vezes o tamanho do orçamento anual do Bolsa Família.

O cálculo parte do "hiato de pobreza", indicador do Banco Mundial criado para medir a distância dos indivíduos da linha de pobreza. Na média, os brasileiros que vivem abaixo da linha de pobreza precisariam ampliar suas rendas em R$ 187 por mês para sair da pobreza. Em 2016, essa diferença era menor, de R$ 183 mensais.


No caso dos 15,2 milhões de brasileiros que estavam abaixo da linha de extrema pobreza em 2017, seria necessária uma transferência de renda de R$ 1,2 bilhão ao mês (R$ 14,4 bilhões por ano) para tirar todo esse contingente dessa situação. Na média, cada brasileiro extremamente pobre precisaria ampliar sua renda em R$ 77 por mês para sair dessa condição.

O IBGE alertou que esse cálculo é aproximado, "pois considera que há perfeita identificação das pessoas abaixo da linha e alocação de recursos, sem custos operacionais e sem eventuais efeitos inflacionários desse investimento".

Em: https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2018/12/05/internas_economia,1010671/em-2017-quase-55-milhoes-de-brasileiros-estavam-abaixo-da-linha-de-po.shtml

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

FIM DE ANO


Fim de Ano

Marcus Pereira


Estamos a um passo (um mês) do fim de 2018, estamos encerrando mais um ciclo e agora? está chegando um novo ano, está terminando mais um ano. O que fazermos de diferente? O que ficou de importante da história que vai ficando pra trás (tudo que vivemos ou deixamos de viver)? Quais caminhos devemos trilhar? Para onde vamos? Que futuro nos espera (principalmente os rumos que vão tomar o nosso país)?


Fizemos isso a cada segundo, minuto, hora e dia, fizemos isso todos os meses do ano que está terminando (2018) e mais uma vez precisamos abrir nosso baú dos encantos, espantar nossos medos, lembrar dos sonhos que realizamos e também daqueles que nem demos oportunidade de realizarmos (o tempo foi curto demais), repensar nossos desejos.

Um dia alguém falou que o tempo que passa não volta mais, que devemos entender que a vida continua, será que não vale a pena olharmos para trás, rebuscar nossas felicidades do passado, nos embrenharmos nas lembranças do que foi bom, lembrarmos daqueles que não conseguiram chegar até aqui, 2018, (finalzinho) antes de abrirmos as portas de 2019?.

Como não chorar outra vez? Como não querer um abraço de quem só nos deixou saudades. Ah! como seria se ao abrirmos essa porta (2019) pudéssemos trazer o passado de volta?, trazermos consigo cada amor perdido?, o amigo que não vemos mais?, como não querer de novo aqueles que não temos mais ao nosso lado? Como não querer sentir-se criança novamente? Quem não queria tudo isso de novo?

Mas as portas que se abrirão não nos trará esse passado, levará nosso presente e ai sim teremos de criar as novas emoções, os novos sonhos, teremos de buscar novas formas de sorrir, uma nova maneira de enxugar as lágrimas, buscarmos uma nova história, pois a vida continua e nos precisamos refazer nossas escolhas, plantarmos novas sementes, fincarmos raízes, deixarmos brotar novas esperanças, sem esquecermos do mundo e quando o novo ano chegar, que estejamos aqui também, juntos, de mãos dadas, a espera do ano novo que vem!

Natal, Ano novo! E agora?


Não podemos esquecer de Jesus, aquele da manjedoura, que nasceu na periferia e viveu defendendo assassinos, ladrões, putas, pobres e leprosos. Aquele que fez muito barulho, que conquistou desafetos na classe média e na elite. E considerado subversivo (Comunista) pelos poderosos, foi preso pelo império, torturado e humilhado.


A classe media pediu sua pena de morte, mas não tinha justificativa. Ele era inocente! Pilatos sabia, todos sabiam. A responsabilidade de julgá-lo foi repassada para Herodes, que, percebendo a bronca, a devolveu para Pilatos que rapidamente colocou o povo na jogada, como naquele tempo (assim como hoje) já tinha manipuladores dispostos a fazerem o jogo sujo, o resto da história todos sabem, deu no que deu.

Jesus foi condenado, foi executado e ainda ouviu as piadinhas dos justiceiros. O detalhe é que ele não foi só executado entre bandidos, ele foi executado como bandido, pelo Estado, enquanto os justiceiros aplaudiam. O povo perdeu seu maior líder.

Em 2019, se Jesus voltar, certamente será morto novamente por essa gente de bem (a nossa elite oligárquica), que vai comer panetone e peru na ceia de natal.

Não esqueçamos: se não fizermos nada de diferente, nada de novo vai acontecer. Que venha 2019!




sexta-feira, 16 de novembro de 2018

15 de novembro de 1889: 1º Golpe Militar no Brasil - A VERDADE

15 de novembro de 1889: 1º Golpe Militar no Brasil
 Hinamar A. Medeiros - Recife


Todo dia 15 de novembro temos o feriado nacional da “Proclamação da República”, data que ocorreu o 1º golpe militar no Brasil. Desde a sua origem, a elite brasileira sempre procurou controlar o essencial do poder regional e viver em situação subordinada com as elites estrangeiras, desconsiderando as necessidades essenciais da população pobre.

No período da monarquia, eclodiram movimentos liberais, federalistas e separatistas (Balaiada; Cabanagem; Revolta Farroupilha, etc.). Esses movimentos foram traídos no seu nascedouro pelas elites regionais, temendo a adesão dos pobres e dos trabalhadores escravizados. As elites regionais sempre preferiram a subordinação imperial a pôr em perigo a ordem escravista, que foi um dos pilares da unidade territorial brasileira.

Em 1880, o movimento abolicionista exigia o fim imediato da escravidão, sem indenização. A luta pela abolição transformou-se no primeiro grande movimento democrático nacional, com organização de fugas de escravos, onde homens livres e trabalhadores escravizados uniam suas forças. A reforma eleitoral; a universalização do ensino; a democratização da propriedade da terra eram propostas discutidas pelos abolicionistas.

A partir de 1887, aumentaram as fugas organizadas para as cidades. Logo, o movimento assumiu um caráter massivo. Com as fazendas desertadas, vendo o fim inevitável da escravidão, os cafeicultores paulistas aderiram à defesa da imigração. Os fluminenses, proprietários de terras esgotadas e de muitos escravos, reivindicavam a abolição com indenização. A abolição da escravatura saiu vitoriosa e obrigou a elite a reconhecer sua derrota, com a Lei Áurea.

Sem o apoio dos fazendeiros e ex-donos dos escravos, a monarquia tentou apoiar-se na nova classe que surgia. Sobretudo na população negra que via a princesa Isabel como a redentora e esperavam que no 3º Reinado da Monarquia fossem garantidas melhores condições de existência. Para sobreviver, a família imperial dos Bragança tentou se colocar como os principais defensores do povo que haviam massacrado por mais de três séculos.

Para isso é que na última “Fala do Trono”, dom Pedro II propôs a aprovação de lei que regulamentasse a propriedade territorial e facilitasse a aquisição e cultura das terras devolutas, concedendo ao Governo o direito de expropriar, no interesse público, as terras próximas às ferrovias, desde que não fossem cultivadas pelos donos (as famosas terras improdutivas ou que não cumprem função social e que existem até os nossos dias).

Assim, em junho de 1889, o representante da Monarquia na assembleia geral, o Visconde de Ouro Preto, apresentou projeto que procurava adaptá-la à nova situação, defendeu também o voto secreto, ampliação do colégio eleitoral, liberdade de culto e ensino; autonomia provincial; etc. Estas propostas de democratização do acesso da terra e a vitória esmagadora dos liberais nas eleições parlamentares da Monarquia aceleraram o golpe.




Assim, em 15 de novembro de 1889, alguns soldados comandados pelo marechal Deodoro da Fonseca tomaram o Ministério da Guerra e depuseram o ministro e o presidente, o visconde de Ouro Preto. Logo em seguida, o novo republicano marechal Deodoro da Fonseca tomou algumas medidas, entre as quais: abandonar o projeto de assentamento e profissionalização dos escravos libertos; instituir a censura à imprensa; reajustar seu salário e dobrar o dos ministros; conceder direito de expropriação para empresas estrangeiras realizarem empreendimentos em território nacional.

Todas as elites provincianas apoiaram o novo regime, a maioria eram líderes dos partidos monárquicos, agora defensores fervorosos da República. Assim, a República foi estabelecida praticamente sem lutas, salvo no Estado do Maranhão, onde os antigos escravos tentaram reagir ao golpe e foram violentamente dispersos, causando o saldo de três mortos e vários feridos. Os três negros de que a História oficial não guardou os nomes foram os primeiros mortos contra o golpe da Proclamação da República no Brasil.

A primeira Constituição republicana foi essencialmente conservadora e elitista, nada de democrático e popular. Quando populações nacionais levantaram-se, confusamente, contra uma ordem que compreendiam ser-lhes absolutamente injusta, como Canudos, Contestado ou na Revolta da Chibata, foram acusadas de atrasados, loucos, etc. e duramente massacradas. A República era coisa das elites e se mantém até hoje, 129 anos depois.



_Hinamar A. Medeiros - Recife


quinta-feira, 15 de novembro de 2018

“Um País que não cedeu aos EUA não cederia a um anão moral tupiniquim”

“Um País que não cedeu aos EUA não cederia a um anão moral tupiniquim”

Por Lúcia Helena Issa em seu Facebook



Como muitos de vocês sabem , permaneci em CUBA por alguns meses e meu TCC e minha primeira matéria internacional foram feitos em Havana e sobre a vida em Cuba, com depoimentos fundamentais sobre a educação e a medicina cubana , reconhecidas pelo mundo inteiro!

O fato de Jair Bolsonaro destruir um acordo histórico assinado pelo Brasil, agir de forma imoral e antiética, mudando as regras de um jogo no meio do jogo, agindo como um desequilibrado torcedor de um time de futebol ideológico e não como um presidente de uma nação de 208 milhões de habitantes, não me surpreende, mas me entristece de forma abissal.

Entrevistei dezenas de médicos cubanos no Brasil e também na Itália ( sim, eles não estão apenas no Brasil, foram convidados para a ajudar mais de 100 países do mundo , inclusive a Europa, onde são extremamente respeitados) e pude testemunhar o trabalho humanista e nada mercenário feito por esses médicos.

Entrevistei pessoas no interior do Rio e no interior de Pernambuco há dois anos que não tinham acesso a tratamentos básicos e que , depois de conhecer um médico de Cuba , perguntavam no SUS onde poderiam ser atendidas pelos cubanos e não pelos brasileiros.

As chantagens feitas por Bolsonaro a Cuba, um país que não cedeu jamais ao Bloqueio ou às agressões norte- americanas e, claro, não cederia às agressões de um anão moral tupiniquim, , deixam nossos irmãos mais pobres órfãos de um programa reconhecido pelo mundo todo.

Um programa que levou médicos a mais de 2000 cidades pequenas ou vilarejos para onde os médicos brasileiros não queriam ir, levou médicos a aldeias indígenas que jamais haviam visto um profissional da saúde e reduziu significativamente a mortalidade infantil .




O Brasil perde hoje mais de 8500 médicos humanistas e amados por todos, perde ainda uma parte de sua história recente de combate à mortalidade infantil entre os mais pobres.

O Brasil retroage 30 anos hoje e avança rumo a um fundamentalismo que cheira a enxofre.

Na foto acima, minha pequena homenagem e imensa gratidão a todos os oito mil e quinhentos médicos cubanos que partirão de nossa nação , representados aqui pela médica cubana Yanni, um ser humano maravilhoso que salvou milhares de vidas no interior do Brasil.

Perdoe- nos , Dra Yanni., por nossa imensa ingratidão.