sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

VOCÊ É ESPECIAL

VOCÊ É ESPECIAL

...ALÉM DAS CORES QUE VESTIMOS...

EXISTE MUITO MAIS COISAS EM JOGO ALÉM DAS CORES QUE VESTIMOS, NÃO É HORA DE DESATENÇÃO

Na configuração do governo temos 0% de negros, 10% de mulheres,
40% de militares e 50% de indiciados por corrupção

por Leonardo Koury - 4 janeiro, 2019


Enquanto nós​ ficamos falando​ nas redes sociais​ ​sobre ​as cores​ azul ou rosa​, o​ presidente​ Bolsonaro quer mandar embora ​s​ervidor​es​ ​p​úblico​s, inclusive concursados​ por perseguição ideológica. Pretende-se privatizar até março toda malha ferroviária, a Infraero e os quatro maiores portos brasileiros.

Não estou diminuindo as preocupantes declarações da ministra da “família”, em especial por confundir ​o papel do ​Estado e​ da​ religião. Digo família em aspas, pois as mulheres e os direitos humanos, na gestão deste ministério, sem dúvidas ​estará em​ segundo plano.

Vamos pensar na totalidade: O ministro chefe da Casa Civil quebrou vários acordos que tange o pacto federativo​.​ O ministro da economia quer vender o Banco do Brasil. Para quê, para quem e quem ganha ou perde com isso? O Ministro da Justiça quer censurar o COAF que, inclusive, é um órgão importante no combate à corrupção​ na administração pública brasileira.​

Não ​pretendo​ me alongar no texto​ por ser uma breve análise de conjuntura​. Fato é que o governo eleito tomou posse a menos de uma semana​, ​porém​ o discurso da liberação das armas, de perseguição aos povos indígenas, ​a medida provisória que extingue os espaços de participação social, como o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional. ​Ou mesmo​ abandonar a pauta LGBT está em andamento mais rápido do que esperávamos.

Que tempos! Serão longos e duros anos entre o fascismo no poder e a luta popular contra o árbitro e o autoritarismo.

Por: Leonardo Koury Martins, em: https://jornalistaslivres.org/muitoalemdascores/


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sábado, 5 de janeiro de 2019

BOLSONARO - A PARTE QUE NOS CABE

  BOLSONARO - A PARTE QUE NOS CABE

 

 Por Marcus Pereira

 

Quem é o Presidente eleito, além de um Deputado medíocre que passou 28 anos no Parlamento e nada aprovou em favor daqueles que o elegeu por 7 mandatos consecutivos (o povo do Rio)? Nem na área de Segurança da qual de se diz especialista.

 


Ele não foi o escolhido pela ELITE ESCRAVOCRATA e medíocre do nosso país, mas foi o que sobrou, porém, se encaixou como uma uma luva, ele é a cara da mediocridade desse sistema, ele é cúmplice/defensor e agora também é o protegido desse sistema excludente e não vai ser qualquer escândalo que o derrubará. Afinal a ELITE encontrou o seu guardião para a implementação de um novo modelo de coronelismo (o de MERCADO).

Que não sejamos ingênuos ao ponto de pensarmos que o problema do Brasil eram os escândalos ou a corrupção, se assim fosse não estariam grandes nomes da politica (os protegidos) dando risadas a base de champagne e caviar na cara do povo, a grande motivação para chegarmos onde chegamos, com Judiciário e tudo, foi a de tirar aqueles que estavam colocando pobre na vitrine, POUCO! muitos dirão, mas que para a ELITE brasileira representava uma ameaça aos seus interesses, que sempre foi e nunca deixará de ser, a exploração sem dó nem piedade. Desde a COLONIZAÇÃO.

Quem ficou ao lado dele quando o mesmo começou a despontar nas pesquisas? Quem se encarregou de não deixar ele falar (se abrisse a boca já era)? E digo mais. não será surpresa nenhuma se um pouco mais adiante seja comprovado que aquela "facada" foi uma grande farsa.

https://www.youtube.com/watch?v=6fSfaGJXYyY

https://www.revistaforum.com.br/documentario-no-youtube-levanta-duvidas-e-suspeitas-sobre-a-facada-em-bolsonaro/

Se ele é uma grande mentira, como explicar sua eleição como mito? Sem programa de governo, sem propostas, sem expor o que realmente importava para o combate a violência, melhoria da educação e para a saúde?

Perguntas fáceis de serem respondida.

Ora, a oportunidade vista pelos mega investidores e banqueiros (os grandes responsáveis) para a implementação de uma agenda de destruição de direitos e oportunidades (dos que já quase não os tem), a implementação de uma agenda do REAL PODER, a agenda dos mega empresários, dos exploradores, daqueles que querem os trabalhadores de joelhos. Aliados a grande mídia manipuladora que se encarregou, a partir do segundo mandato de LULA, de implantar, na mente da população, um antipetismo exacerbado e cheio de ódio (de classe), usando dos mais baixos métodos praticados em tempos de guerra e pelo NAZISMO.

Esse é o projeto que está em pauta, manter a grande maioria do povo brasileiro (O POBRE) em seu lugar, cada vez mais explorado e com menos DIREITOS possíveis. Se não abrirmos os olhos permanecerá por muito tempo.

O Brasil acabou de eleger esse ser asqueroso e outros tantos, que representam como ninguém essa ELITE, e já deixaram claro que não terão o menor comprometimento em buscas de soluções  para os problemas sociais e com a harmonia (paz social). 

Afinal ele é o representante perfeito (sem preparo e manipulável) da elite brasileira, formada por ESCRAVOCRATAS (herdeiros do conservadorismo branco, que cresceram a base da exploração da ESCRAVIDÃO DOS NEGROS e que sempre teve desprezo pelo povão). Uma ELITE que não suporta a ascensão, ainda que mínima, do trabalhador, é  racista, excludente, escravista, homofóbica, preconceituosa, violenta. Uma ELITE que não abre mão dos  privilégios e que fomenta o ódio de classe em nosso país, essa ELITE está pouco se importando com o sofrimento da população, ela, de fato, é  quem se alimenta das mazelas sociais.


Está mais do que explicito que esse GOVERNO veio para se associar a esses EXPLORADORES de forma a favorece-los e estes farão questão de ter a maioria da POPULAÇÃO explorada e exposta aos seus caprichos. O que só aumentará a miséria (caos social) em nosso país.

Não duvidem! Todos estão ávidos pelo poder e não exitarão em usar da força se sentirem qualquer ameaça aos seus projetos.

Viva ao antipetismo!
Viva ao pobre burro de direita que votou contra o "socialismo vermelho" (um aviso ganhe muito dinheiro, capitalista não gosta de pobre)!
Viva a mídia manipuladora!
Que nos deram de presente um INCOMPETENTE como presidente.
FELIZ 1964 A TODOS!!!!

P.S - De quem ele é presidente de fato? O Brasil tem 147.306.806 eleitores aptos a votarem, destes, 57.797.847 votaram nele, ou seja 89.508.959 não surfaram nessa onda. O Brasil tem 5.570 municípios dos quais ele foi vencedor em 2.760 e Haddad em 2.810.


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segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

ANO NOVO NA PRAÇA DA MATRIZ - Lucivânio Jatobá

ANO NOVO NA PRAÇA DA MATRIZ

Por Lucivânio Jatobá


Meu pai chegava em casa, toda véspera de Ano Novo, com uma lata de queijo do reino Borboleta. Tinha um prazer enorme de abrir com uma espécie de chave atípica cinza aquela lata avermelhada. Eu abominava queijo do reino... Preferia o saboroso queijo de manteiga, que era vendido bem baratinho no mercado da feira de Vitória de Santo Antão. Ano Novo exigia, na concepção do meu pai, queijo do reino. Ponto final!




À noite nos dirigíamos à Praça da Matriz. Era ali onde se reuniam os Vitorienses para sentir a “passagem de Ano”. O ambiente era mágico para minha ótica de menino. Imperavam a diversão, a ludicidade, a fantasia. O cachorro quente de Mané Poças, sempre presente nas festas do Livramento, estava lá, naquela barraquinha que exibia cordas de cebolas e pimentões pendurados. Eu e meus irmãos comíamos aquela delícia de cachorro quente até não agüentar mais. Havia também o caranguejo, aquele crustáceo estranho e avermelhado. Meu pai adorava... Eu tinha preguiça de partir as patas para comer insignificantes parcelas de uma carne branca. Talvez preferisse as piabinhas do Tapacurá bem torradas...

 Preferia mesmo era fazer a pescaria na Barraca da Sorte ou ver meu pai atirar (e errar), com espingarda de ar comprimido, nas carteiras de cigarros Astória e Minister. Tinha também as barcaças. Passava dez minutos indo pra lá e pra ca´, numa repetição monótona, até o labirinto protestar, impondo-me uma náusea e certa tontura. Restavam-me, ainda, umas voltas na Roda Gigante, que me permitiam enxergar tudo e todos menores. Sentia-me gigante, onipotente, quando a roda gigante parava e eu ficava lá em cima apreciando o meu mundo... Como era vasto o mundo.

De repente, meia-noite. Apagavam-se, por segundos intermináveis, todas as luzes da cidade. Foguetões pipocavam. Um novo ano tinha início. Novo tempo. Novas esperanças. Alguns amigos do meu pai já estavam visivelmente embriagados. Pessoas se abraçavam. Outras choravam. Ouvia-se sempre de um e de outro: Feliz Ano Novo, seu Emídio! Feliz Ano Novo!

No dia seguinte, a cidade mergulhava numa melancolia indescritível. O que antes era alegria, vida, mais lembrava um cenário de cidade arrasada. Na Praça da Matriz, os resíduos deixados pelas pessoas eram visíveis: restos de guardanapos de papel, copos quebrados, garrafas de champanhe espalhadas junto ao meio fio, o Clube Leão com as portas fechadas e os brinquedos, que tanto me divertiram na noite anterior, parados e amarrados com grossas correntes eram parte de um cenário triste.

Sentido precocemente aquilo que depois passei a conhecer- a depressão-, entregava-me ao jogo de bolinhas de gude na praça do Livramento, com alguns poucos amigos, numa fuga inconsciente da tristeza do primeiro dia do ano.
Na Cascatinha- o bar da Praça do Livramento, alguns bêbados retardatários, com a voz pastosa, comiam pé de galinha, ingeriam doses razoáveis de aguardente com Crush e cantavam desafinados um tango famoso que Nelson Gonçalves eternizara num disco de 78rpm, mais ou menos assim:

“Antigamente nos meus tempos de ventura
Quando eu voltava do trabalho para o lar
Deste bar alguém gritava com ironia:
"Entra mano, o fulano vai pagar"
Havia sempre alguém pagando um trago
Pelo simples direito de falar
Havia sempre uma tragédia entre dois copos
Nas gargalhadas de um infeliz a soluçar...”



quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

SÓ PODIA SER MESMO DE PERNAMBUCO - Fabrício Carpinejar

SÓ PODIA SER MESMO DE PERNAMBUCO


Por Fabrício Carpinejar


Só podia ser de Pernambuco a poesia geométrica de João Cabral, o teatro da vida real, a morte e vida severina.

Só podia ser de Pernambuco o frevo, o maracatu, o Galo da Madrugada, a alegria ecumênica. Só podia ser de Pernambuco os bonecos de Olinda, o olhar oceânico do alto das igrejas e dos muros brancos. Só podia ser de Pernambuco a literatura de cordel, o raciocínio rápido do repente, a magia dos violeiros. Só podia ser de Pernambuco Manuel Bandeira e a Estrela da Manhã. Só podia ser de Pernambuco Nelson Rodrigues e o seu carinho pelos vira-latas mancos.



Só podia ser de Pernambuco a infância misteriosa de Clarice Lispector, a descoberta da leitura. Só podia ser de Pernambuco Chico Science e o movimento manguebeat. Só podia ser de Pernambuco a cerâmica de Francisco Brennand e seus 1001 dias iluminados de esculturas e azulejos.

Só podia ser de Pernambuco o modernismo de Cícero Dias, que já dizia em sua pintura: "Eu vi o mundo... ele começava no Recife". Só podia ser de Pernambuco a pedagogia de Paulo Freire (do oprimido, da libertação, do compromisso, da autonomia e da solidariedade). Só podia ser de Pernambuco o cinema inovador de Kleber Mendonça Filho ("O Som ao Redor" e "Aquarius") e de Cláudio Assis ("Amarelo Manga" e "Febre do Rato").

Só podia ser de Pernambuco a irreverência contagiante de Chacrinha.

Só podia ser de Pernambuco a sociologia de Gilberto Freyre, profeta do multiculturalismo. Só podia ser de Pernambuco Vavá, o peito de aço, bicampeão mundial de futebol.

Só podia ser de Pernambuco Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Só podia ser de Pernambuco o abolicionista Joaquim Nabuco.


Tem razão. 
Só podia ser mesmo de Pernambuco.


sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Indígena brasileira eleita deputada federal vence prêmio da ONU - EBC

Direitos Humanos

Indígena brasileira

eleita deputada federal

vence prêmio da ONU


Por Agência Brasil – Brasília




A deputada federal Joênia Wapichana (Rede-RO), primeira indígena eleita para o cargo no país, venceu o Prêmio das Nações Unidas de Direitos Humanos. O anúncio foi feito pela presidente da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Maria Fernanda Espinosa, na quinta-feira (25/10). Com 43 anos, ela está entre os oito deputados federais eleitos por Roraima este ano.
Já receberam esse prêmio - concedido a pessoas e organizações pelas suas conquistas em direitos humanos – o pastor norte-americano Martin Luther King, o ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela e a ativista paquistanesa Malala Yusafzai -, além das organizações Anistia Internacional e Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

Wapichana


Joênia Batista de Carvalho adotou como sobrenome sua etnia. Segundo estimativas não oficiais, são 3,5 mil indígenas wapichana na Região Norte do país.
Após defender um caso de disputa de terras na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), Joênia se tornou a primeira advogada indígena a comparecer perante o Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2013, foi nomeada primeira presidente da Comissão Nacional de Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas.
“Quando eu levo a palavra como primeira mulher indígena formada no Brasil, é justamente para dar um incentivo, para que essa minha imagem possa ser reproduzida, multiplicada dentro dos povos indígenas”, afirmou Joênia em entrevista em Boa Vista ao ONU News, ao saber da premiação.

“São cidadãos, pessoas que querem fazer parte da tomada de decisões de muitos processos que estão sendo discutidos dentro dos países, são defensores de direitos, de conhecimentos, de vários saberes. A gente vai fazer também com que as crianças possam viver este exemplo. E eu entendo que este reconhecimento vai servir também para nos proteger”, declarou na ocasião.

Criado pela Assembleia Geral da ONU em 1966, o prêmio está em sua décima edição, que coincide com o aniversário dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Os vencedores são escolhidos por um comitê especial formado pela presidente da Assembleia Geral, o presidente do Conselho Econômico e Social da ONU, o presidente do Conselho de Direitos Humanos, entre outros. Para o prêmio deste ano, foram recebidas mais de 300 candidaturas. A entrega aconteceu em 20 de dezembro, na sede das Nações Unidas, em Nova York, como parte das comemorações do Dia dos Direitos Humanos.


EM: http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2018-10/indigena-brasileira-eleita-deputada-federal-vence-premio-da-onu


VER TAMBÉM: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2018/12/20/basta-ter-oportunidade-indigena-brasileira-se-junta-a-mandela-e-malala-com-principal-premio-de-direitos-humanos-da-onu.htm


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quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

IBGE aponta aumento da extrema pobreza no país - em.com.br


IBGE aponta aumento da extrema

pobreza no país

Os dados coletados dizem respeito a 2017, quando 2 milhões de pessoas passaram para baixo da linha de pobreza do Banco Mundial



Mesmo com o fim da recessão, a pobreza continuou crescendo no ano passado. De 2016 para 2017, 2 milhões de pessoas passaram para baixo da linha de pobreza do Banco Mundial, revelou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2018, pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 54,8 milhões de brasileiros estavam abaixo dessa faixa, ou seja, tinham renda domiciliar por pessoa inferior a R$ 406 por mês.

ONU está preocupada com retrocesso no combate à pobreza no Brasil
Na prática, cerca de um quarto da população (26,5%) está abaixo da linha de pobreza do Banco Mundial, que, para países com renda média-alta, como o Brasil, considera a linha de corte de US$ 5,50 por dia por pessoa - em valores de 2011, atualizados na pesquisa do IBGE. Em 2016, 52,8 milhões de brasileiros, ou 25,7% da população, estavam nessas condições.

Os dados do IBGE confirmam que a pobreza está regionalmente localizada no Brasil. No Nordeste, 44,8% dos 57 milhões de habitantes estão abaixo da linha de pobreza. São 25,6 milhões de pessoas - a metade do total nacional - vivendo com menos de R$ 406 mensais por pessoa. Enquanto isso, no Sul, 12,8% da população de 29,6 milhões de habitantes está abaixo dessa linha. São 3,8 milhões de pessoas.

A linha de pobreza do Banco Mundial equivale a menos de um terço da renda média dos brasileiros em 2017 - R$ 1.511, considerando o rendimento médio mensal domiciliar per capita. Também há grandes desigualdades regionais. Enquanto no Nordeste a renda média foi de R$ 984, no Centro-Oeste foi de R$ 1.776, com destaque para o Distrito Federal, com rendimento médio de R$ 3.087.

O contingente de extremamente pobres também cresceu em 2017, com 1,7 milhão de brasileiros a mais nesse grupo. No ano passado, eram 15,2 milhões de pessoas, ou 7,4% da população, vivendo abaixo da linha de extrema pobreza do Banco Mundial, equivalente a apenas R$ 140 por mês na renda domiciliar por pessoa. Em 2016, 13,5 milhões, ou 6,6% da população, estavam nessa condição.

Transferência


Com a transferência de cerca de R$ 10,2 bilhões por mês seria possível tirar os 54,8 milhões de brasileiros que estão abaixo da linha de pobreza dessa condição, conforme cálculos do IBGE. O valor equivale a R$ 122,4 bilhões ao ano, mais ou menos quatro vezes o tamanho do orçamento anual do Bolsa Família.

O cálculo parte do "hiato de pobreza", indicador do Banco Mundial criado para medir a distância dos indivíduos da linha de pobreza. Na média, os brasileiros que vivem abaixo da linha de pobreza precisariam ampliar suas rendas em R$ 187 por mês para sair da pobreza. Em 2016, essa diferença era menor, de R$ 183 mensais.


No caso dos 15,2 milhões de brasileiros que estavam abaixo da linha de extrema pobreza em 2017, seria necessária uma transferência de renda de R$ 1,2 bilhão ao mês (R$ 14,4 bilhões por ano) para tirar todo esse contingente dessa situação. Na média, cada brasileiro extremamente pobre precisaria ampliar sua renda em R$ 77 por mês para sair dessa condição.

O IBGE alertou que esse cálculo é aproximado, "pois considera que há perfeita identificação das pessoas abaixo da linha e alocação de recursos, sem custos operacionais e sem eventuais efeitos inflacionários desse investimento".

Em: https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2018/12/05/internas_economia,1010671/em-2017-quase-55-milhoes-de-brasileiros-estavam-abaixo-da-linha-de-po.shtml

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

FIM DE ANO


Fim de Ano

Marcus Pereira


Estamos a um passo (um mês) do fim de 2018, estamos encerrando mais um ciclo e agora? está chegando um novo ano, está terminando mais um ano. O que fazermos de diferente? O que ficou de importante da história que vai ficando pra trás (tudo que vivemos ou deixamos de viver)? Quais caminhos devemos trilhar? Para onde vamos? Que futuro nos espera (principalmente os rumos que vão tomar o nosso país)?


Fizemos isso a cada segundo, minuto, hora e dia, fizemos isso todos os meses do ano que está terminando (2018) e mais uma vez precisamos abrir nosso baú dos encantos, espantar nossos medos, lembrar dos sonhos que realizamos e também daqueles que nem demos oportunidade de realizarmos (o tempo foi curto demais), repensar nossos desejos.

Um dia alguém falou que o tempo que passa não volta mais, que devemos entender que a vida continua, será que não vale a pena olharmos para trás, rebuscar nossas felicidades do passado, nos embrenharmos nas lembranças do que foi bom, lembrarmos daqueles que não conseguiram chegar até aqui, 2018, (finalzinho) antes de abrirmos as portas de 2019?.

Como não chorar outra vez? Como não querer um abraço de quem só nos deixou saudades. Ah! como seria se ao abrirmos essa porta (2019) pudéssemos trazer o passado de volta?, trazermos consigo cada amor perdido?, o amigo que não vemos mais?, como não querer de novo aqueles que não temos mais ao nosso lado? Como não querer sentir-se criança novamente? Quem não queria tudo isso de novo?

Mas as portas que se abrirão não nos trará esse passado, levará nosso presente e ai sim teremos de criar as novas emoções, os novos sonhos, teremos de buscar novas formas de sorrir, uma nova maneira de enxugar as lágrimas, buscarmos uma nova história, pois a vida continua e nos precisamos refazer nossas escolhas, plantarmos novas sementes, fincarmos raízes, deixarmos brotar novas esperanças, sem esquecermos do mundo e quando o novo ano chegar, que estejamos aqui também, juntos, de mãos dadas, a espera do ano novo que vem!

Natal, Ano novo! E agora?


Não podemos esquecer de Jesus, aquele da manjedoura, que nasceu na periferia e viveu defendendo assassinos, ladrões, putas, pobres e leprosos. Aquele que fez muito barulho, que conquistou desafetos na classe média e na elite. E considerado subversivo (Comunista) pelos poderosos, foi preso pelo império, torturado e humilhado.


A classe media pediu sua pena de morte, mas não tinha justificativa. Ele era inocente! Pilatos sabia, todos sabiam. A responsabilidade de julgá-lo foi repassada para Herodes, que, percebendo a bronca, a devolveu para Pilatos que rapidamente colocou o povo na jogada, como naquele tempo (assim como hoje) já tinha manipuladores dispostos a fazerem o jogo sujo, o resto da história todos sabem, deu no que deu.

Jesus foi condenado, foi executado e ainda ouviu as piadinhas dos justiceiros. O detalhe é que ele não foi só executado entre bandidos, ele foi executado como bandido, pelo Estado, enquanto os justiceiros aplaudiam. O povo perdeu seu maior líder.

Em 2019, se Jesus voltar, certamente será morto novamente por essa gente de bem (a nossa elite oligárquica), que vai comer panetone e peru na ceia de natal.

Não esqueçamos: se não fizermos nada de diferente, nada de novo vai acontecer. Que venha 2019!




sexta-feira, 16 de novembro de 2018

15 de novembro de 1889: 1º Golpe Militar no Brasil - A VERDADE

15 de novembro de 1889: 1º Golpe Militar no Brasil
 Hinamar A. Medeiros - Recife


Todo dia 15 de novembro temos o feriado nacional da “Proclamação da República”, data que ocorreu o 1º golpe militar no Brasil. Desde a sua origem, a elite brasileira sempre procurou controlar o essencial do poder regional e viver em situação subordinada com as elites estrangeiras, desconsiderando as necessidades essenciais da população pobre.

No período da monarquia, eclodiram movimentos liberais, federalistas e separatistas (Balaiada; Cabanagem; Revolta Farroupilha, etc.). Esses movimentos foram traídos no seu nascedouro pelas elites regionais, temendo a adesão dos pobres e dos trabalhadores escravizados. As elites regionais sempre preferiram a subordinação imperial a pôr em perigo a ordem escravista, que foi um dos pilares da unidade territorial brasileira.

Em 1880, o movimento abolicionista exigia o fim imediato da escravidão, sem indenização. A luta pela abolição transformou-se no primeiro grande movimento democrático nacional, com organização de fugas de escravos, onde homens livres e trabalhadores escravizados uniam suas forças. A reforma eleitoral; a universalização do ensino; a democratização da propriedade da terra eram propostas discutidas pelos abolicionistas.

A partir de 1887, aumentaram as fugas organizadas para as cidades. Logo, o movimento assumiu um caráter massivo. Com as fazendas desertadas, vendo o fim inevitável da escravidão, os cafeicultores paulistas aderiram à defesa da imigração. Os fluminenses, proprietários de terras esgotadas e de muitos escravos, reivindicavam a abolição com indenização. A abolição da escravatura saiu vitoriosa e obrigou a elite a reconhecer sua derrota, com a Lei Áurea.

Sem o apoio dos fazendeiros e ex-donos dos escravos, a monarquia tentou apoiar-se na nova classe que surgia. Sobretudo na população negra que via a princesa Isabel como a redentora e esperavam que no 3º Reinado da Monarquia fossem garantidas melhores condições de existência. Para sobreviver, a família imperial dos Bragança tentou se colocar como os principais defensores do povo que haviam massacrado por mais de três séculos.

Para isso é que na última “Fala do Trono”, dom Pedro II propôs a aprovação de lei que regulamentasse a propriedade territorial e facilitasse a aquisição e cultura das terras devolutas, concedendo ao Governo o direito de expropriar, no interesse público, as terras próximas às ferrovias, desde que não fossem cultivadas pelos donos (as famosas terras improdutivas ou que não cumprem função social e que existem até os nossos dias).

Assim, em junho de 1889, o representante da Monarquia na assembleia geral, o Visconde de Ouro Preto, apresentou projeto que procurava adaptá-la à nova situação, defendeu também o voto secreto, ampliação do colégio eleitoral, liberdade de culto e ensino; autonomia provincial; etc. Estas propostas de democratização do acesso da terra e a vitória esmagadora dos liberais nas eleições parlamentares da Monarquia aceleraram o golpe.




Assim, em 15 de novembro de 1889, alguns soldados comandados pelo marechal Deodoro da Fonseca tomaram o Ministério da Guerra e depuseram o ministro e o presidente, o visconde de Ouro Preto. Logo em seguida, o novo republicano marechal Deodoro da Fonseca tomou algumas medidas, entre as quais: abandonar o projeto de assentamento e profissionalização dos escravos libertos; instituir a censura à imprensa; reajustar seu salário e dobrar o dos ministros; conceder direito de expropriação para empresas estrangeiras realizarem empreendimentos em território nacional.

Todas as elites provincianas apoiaram o novo regime, a maioria eram líderes dos partidos monárquicos, agora defensores fervorosos da República. Assim, a República foi estabelecida praticamente sem lutas, salvo no Estado do Maranhão, onde os antigos escravos tentaram reagir ao golpe e foram violentamente dispersos, causando o saldo de três mortos e vários feridos. Os três negros de que a História oficial não guardou os nomes foram os primeiros mortos contra o golpe da Proclamação da República no Brasil.

A primeira Constituição republicana foi essencialmente conservadora e elitista, nada de democrático e popular. Quando populações nacionais levantaram-se, confusamente, contra uma ordem que compreendiam ser-lhes absolutamente injusta, como Canudos, Contestado ou na Revolta da Chibata, foram acusadas de atrasados, loucos, etc. e duramente massacradas. A República era coisa das elites e se mantém até hoje, 129 anos depois.



_Hinamar A. Medeiros - Recife


quinta-feira, 15 de novembro de 2018

“Um País que não cedeu aos EUA não cederia a um anão moral tupiniquim”

“Um País que não cedeu aos EUA não cederia a um anão moral tupiniquim”

Por Lúcia Helena Issa em seu Facebook



Como muitos de vocês sabem , permaneci em CUBA por alguns meses e meu TCC e minha primeira matéria internacional foram feitos em Havana e sobre a vida em Cuba, com depoimentos fundamentais sobre a educação e a medicina cubana , reconhecidas pelo mundo inteiro!

O fato de Jair Bolsonaro destruir um acordo histórico assinado pelo Brasil, agir de forma imoral e antiética, mudando as regras de um jogo no meio do jogo, agindo como um desequilibrado torcedor de um time de futebol ideológico e não como um presidente de uma nação de 208 milhões de habitantes, não me surpreende, mas me entristece de forma abissal.

Entrevistei dezenas de médicos cubanos no Brasil e também na Itália ( sim, eles não estão apenas no Brasil, foram convidados para a ajudar mais de 100 países do mundo , inclusive a Europa, onde são extremamente respeitados) e pude testemunhar o trabalho humanista e nada mercenário feito por esses médicos.

Entrevistei pessoas no interior do Rio e no interior de Pernambuco há dois anos que não tinham acesso a tratamentos básicos e que , depois de conhecer um médico de Cuba , perguntavam no SUS onde poderiam ser atendidas pelos cubanos e não pelos brasileiros.

As chantagens feitas por Bolsonaro a Cuba, um país que não cedeu jamais ao Bloqueio ou às agressões norte- americanas e, claro, não cederia às agressões de um anão moral tupiniquim, , deixam nossos irmãos mais pobres órfãos de um programa reconhecido pelo mundo todo.

Um programa que levou médicos a mais de 2000 cidades pequenas ou vilarejos para onde os médicos brasileiros não queriam ir, levou médicos a aldeias indígenas que jamais haviam visto um profissional da saúde e reduziu significativamente a mortalidade infantil .




O Brasil perde hoje mais de 8500 médicos humanistas e amados por todos, perde ainda uma parte de sua história recente de combate à mortalidade infantil entre os mais pobres.

O Brasil retroage 30 anos hoje e avança rumo a um fundamentalismo que cheira a enxofre.

Na foto acima, minha pequena homenagem e imensa gratidão a todos os oito mil e quinhentos médicos cubanos que partirão de nossa nação , representados aqui pela médica cubana Yanni, um ser humano maravilhoso que salvou milhares de vidas no interior do Brasil.

Perdoe- nos , Dra Yanni., por nossa imensa ingratidão.


quinta-feira, 18 de outubro de 2018

PODER DO POVO? E AGORA JOSÉ?


PODER DO POVO? E AGORA JOSÉ?

Marcus Pereira

 

 

Era eu menino e já escutava aos quatro cantos que o poder emana do povo para o povo. "A praça é do povo como o céu é do condor" (Castro Alves). Tudo isso não passa de uma grande mentira usada pelos políticos (canalhas) para enganar o povo - principalmente o mais pobre e desinformado - para satisfazerem seus próprios anseios e interesses.





Nessa história de que o poder emana do povo, está mais do que provado que o povo nada mais é do que a massa de manobra, daqueles que querem se manter ou chegar ao poder a qualquer custo, esquecendo que o mesmo deveria está, acima de qualquer interesse individual, a serviço da maioria.

Quantos desses políticos que vemos entre nós estão verdadeiramente preocupados em não nos envolver com mentiras? Quantos estão preocupados em abolir a ignorância do povo? Quantos estão  preocupados em formar cidadãos de fato e de direito?


Os políticos, estes os maiores responsáveis pela condição de ignorância e falta de formação do povo, não dão o mínimo de relevância a questão, porque sabem que quanto mais uma sociedade consciente, menos possibilidade terão para mentir e enganar esta sociedade, mas em nosso país não podia ser diferente, visto que a nossos políticos, antes de serem políticos, são senhores da lei e do direito e a sua grande maioria é formada por herdeiros de escravocratas (CASA GRANDE) que não tem o menor pudor em explorar os seus subordinados, o  povo (HERDEIROS DA SENZALA).


E O PODER DO POVO? Infelizmente não existe poder do povo, muito menos para o povo, os brasileiros desconhecem, em sua grande maioria, seus verdadeiros direitos e muito menos o que é *Estado Democrático de Direito.

Nossa oligarquia escravocrata e politizada usa e abusa dessa desinformação da população, o mais intrigante e desestimulante é que todos que fazem o Estado, (Legislativo, Judiciário e Executivo) são coautores perversos DAS MALDADES impostas a essa população. Tudo está dominado e no "céu do condor", na praça de Castro Alves, todos os poderes estão envolvidos nesse jogo de interesses e do outro lado o povo manipulado, enganado, penalizado e quem na verdade leva e levará PAU NO OVO.

O povo na esteira da ignorância e da desinformação ainda é levado a sofrer a violência da falta de recursos na educação, na sua saúde e na segurança,  porém, o Estado [agentes políticos] usam desses mesmos "interesses coletivos" para subjugar o esse povo que ainda acredita que existam "Direitos Constitucionais".




A Ignorância nos levará ao CAOS;
A falta de respeito nos MATARÁ;
A Venda da nossa CONSCIÊNCIA nos tirará o poder de decisão política através do voto;
E AGORA JOSÉ?


José (Carlos Drummond de Andrade)


E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?



ASSISTA: https://www.youtube.com/watch?v=1L9mZIxgaq0

*ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO: O Estado democrático de direito é um conceito que designa qualquer Estado que se aplica a garantir o respeito das liberdades civis, ou seja, o respeito pelos direitos humanos e pelas garantias fundamentais, através do estabelecimento de uma proteção jurídica.


terça-feira, 16 de outubro de 2018

POBRES X RICOS


 POBRES X RICOS

*Heraldo Tovani



Desde o Pau Brasil, negociado por ricos nobres portugueses, extraído por índios enganados e escravizados, as finalidades eram o enriquecimento dos ricos daqui e de Portugal e a exploração do Brasil. Assim também com o açúcar, fabricado por braços escravos, que enriquecia mais ao já rico senhor de engenho, sempre com os olhos voltados para mar, para a exportação à Europa. O mesmo com o tabaco, a borracha e o abundante ouro das Minas Gerais. Riquezas que saíam ao custo da miséria, que ficava.

Mesmo a Independência do Brasil foi feita sem o empenho dos ricos que, de fato, preferiam um Reino Unido, chefiado por Portugal.

A República, proclamada em 1889, foi mais um ato de vingança contra a abolição da escravidão que um projeto de país. Projeto esse que, na verdade, nunca existiu na mentalidade vassala da classe rica brasileira.


Só em 1930, com o movimento político militar de Getúlio Vargas é que foi esboçado um projeto de país, tendo em vista a industrialização, com a oposição dos ricos das oligarquias agrárias. Oposição intensa e encarniçada, que desembocou no golpe do Estado Novo.

O rico do Brasil, nesse período, debatia a vergonha que sentia de ser brasileiro, mestiço e feio. A intelectualidade servil aos ricos adotou o pensamento eugênico que pregava que éramos subdesenvolvidos e atrasados pela infelicidade de termos o sangue degradado pela miscigenação com o índio e o negro e propunham que o branco europeu nos salvasse copulando com nossas mulheres, para gerar uma raça branca e superior.

Sempre de costas para o país, os ricos do Brasil procuravam se aliar subservientes primeiro a Portugal, depois à França, depois à Inglaterra, chegaram a namorar a Alemanha nazista e, por fim, se renderam ao Tio Sam, incapazes de virar o dorso e encarar seu próprio país.

A farsa maior foi, recentemente, vestirem-se em camisetas amarelas e gritarem em público seu amor patriótico. Hipócritas!

Vencedores do golpe que depôs Dilma Rousseff, hoje são incapazes de se indignar com a destruição do país. Berram, como cães raivosos, o discurso da modernidade do capitalismo financeiro. Não porque acreditam, mas porque é o discurso do rico, é o discurso que vem de fora, é chique, é importado.

Servis e sem uma gota de sangue nacional, os ricos hoje põem à venda as riquezas nacionais, em nome de um discurso comprado dos EUA. O prefeito de São Paulo, despudoradamente, chega a veicular anúncios comerciais em inglês, propagandeando a grande liquidação dos bens públicos do povo paulista.

Se, por um lado, os ricos amam seus referenciais estrangeiros, por outro desprezam os seus conterrâneos pobres. Se envergonham da brasilidade do pobre e de sua falta de reverência ao senhor estrangeiro. Ruborescidos de vergonha, eles criticam o pobre que não fala inglês, que brinca em demasia e demonstra alegria além do nível da etiqueta. Suas relações são de superioridade, autoridade e intimidação para com os mais pobres.

Assim, para o rico brasileiro, é lógico e moralmente aceitável que o comandante do batalhão de polícia (ROTA) fale tranquilamente que a abordagem ao rico e ao pobre é, naturalmente, diferenciada. Ou seja, truculenta com o pobre e servil com o rico. Podemos fazer inúmeras críticas a esse comandante, mas nunca o chamar de hipócrita.

No entanto, e aqui está toda a ironia da história, o Brasil é conhecido e respeitado e admirado no mundo todo pelo trabalho, produção e inventividade do pobre, nunca e nada do rico.

Sempre que se empreendeu no país um movimento de resgate dos valores de nossa terra, só o que apareceu foi o Brasil dos pobres.

Enquanto os ricos flanavam pelos museus de Paris, no Brasil se revelava a monumental obra de nosso barroco mineiro. E o pobre e defeituoso artista, o Aleijadinho, despontava na galeria dos grandes artistas da humanidade.

Enquanto os ricos copiavam as danças de salão europeias, nas ruas escuras da capital o maxixe mostrava a original sensualidade do povo brasileiro.

Enquanto os ricos, na Casa Grande, se fartavam nos banquetes com carnes nobres e bebidas importadas, os restos jogados fora compunham, na senzala, o mais típico prato da culinária brasileira, a feijoada.

Enquanto os ricos, orgulhosos de seus amigos ingleses, fechavam para si os clubes de football ou soccer, proibindo o acesso aos seus irmãos pobres, esses mesmos preteridos, com bolas de meia, nas vias públicas preparavam aqueles que fariam do futebol o mais potente esporte nacional. Com ódio descomunal, os ricos tiveram que assistir a um negro, pobre, da periferia da cidade de Santos ser coroado rei. Justamente naquele esporte que os ricos haviam proibido à ralé.

Enquanto os ricos preparavam sua polícia com cassetetes e armas de fogo para reprimir o negro e o pobre, a resistência fez surgir a capoeira, que se transformou na marca maior da cultura nacional.

Enquanto as emissoras de rádios dos ricos impunham a importada cultura operística para os cantores do país, como suprassumo do bom gosto e da finesse e, ao mesmo tempo, punha sua polícia para reprimir os vagabundos tocadores de violão, a resistência popular fez nascer o samba, nosso bem cultural mais rico e reconhecido no mundo inteiro.

A telenovela, produto de exportação da TV dos ricos, nada mais é do que a apropriação e adaptação para a tela dos espetáculos de circos das periferias pobres do país. Do circo, também, nasceu o nosso rico teatro popular.

A nossa mais original literatura é o cordel, do nordeste pobre do Brasil.

O pobre fez o Brasil rico.

O rico fez o Brasil pobre.

A democracia não interessa aos ricos, pois sabem que se forem postos em igualdade com os pobres serão superados em todas as esferas.


Por isso, não abrem mão do poder. Pela força das armas ou do dinheiro se apossam da repressão, compram a política, corrompem o judiciário e controlam a economia. Os pouquíssimos espaços democráticos que nossa história produziu foram os únicos em que o Brasil se afirmou frente ao mundo e provocou saltos enormes em nossa economia e na participação popular, como aconteceu nos breves espaços entre 1946 até 1964 e 1988 até 2016.

A democracia entre nós só perdurou em 46 dos 517 anos de nossa História oficial. Agora, mais uma vez, os ricos se encastelaram exclusivos no poder. Em consequência, mais uma vez estamos nos empobrecendo a todos. Nunca, porém, de forma tão acelerada e tão desavergonhada.

Em um ano promoveram um retrocesso de décadas nos direitos e garantias dos pobres. Estamos muito mais empobrecidos e desapoderados que há dois anos e sem perspectivas, e sem esperanças...

O que se revela à frente é um futuro de privação, pobreza e violência.

Tomar o poder em nossas mãos, parir a fórceps o nosso futuro é a única possibilidade que a conjuntura nos apresenta.

Nós, pobres, sabemos, podemos e queremos.

Sabemos fazer um país. Podemos empoderar nosso povo. Queremos tomar o que é nosso em nossas mãos.


*Professor, formado em História, com pós-graduação em Psicopedagogia e especialização em PsicanáliseO Brasil sempre foi dividido. Divido por duas classes que se excluíram mutuamente. Quanto mais o rico voltou as costas ao Brasil, mais o pobre se aprofundou nas entranhas do país.


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terça-feira, 9 de outubro de 2018

ONU cria centro de combate à fome no oeste da África - ONU

ONU cria centro de combate à fome no oeste da África

Publicado em 08/10/2018 Atualizado em 08/10/2018

O Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) anunciou neste final de semana (5) a criação do Centro de Excelência contra a Fome e a Má Nutrição no Oeste e Centro da África. Com sede em Abidjan, capital da Costa do Marfim, o organismo funcionará como uma plataforma de cooperação entre os países do continente, permitindo a difusão de boas práticas em agricultura familiar, manejo de perdas pós-colheita, proteção social e resiliência comunitária.


Preparação de merenda escolar no condado de Montserrado, na Libéria.
Foto: UNMIL/Christopher Herwig

O Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) anunciou neste final de semana (5) a criação do Centro de Excelência contra a Fome e a Má Nutrição no Oeste e Centro da África. Com sede em Abidjan, capital da Costa do Marfim, o organismo funcionará como uma plataforma de cooperação entre os países do continente, permitindo a difusão de boas práticas em agricultura familiar, manejo de perdas pós-colheita, proteção social e resiliência comunitária.

“Esse centro será uma incubadora de soluções e um ponto de encontro para o compartilhamento de soluções para a fome, adaptadas ao contexto africano”, afirmou Abdou Dieng, diretor regional do PMA para o Oeste e Centro da África.

A nova instituição é fruto de uma parceria entre a agência da ONU e o governo da Costa do Marfim. Autoridades do país se reuniram com representantes do PMA no último sábado para assinar o acordo que determina a criação do centro.

“Há muitas abordagens bem-sucedidas para melhorar a segurança alimentar espalhadas pela região, mas poucas experiências chegam além de suas próprias fronteiras. Eu gostaria de agradecer à Costa do Marfim por dar esse passo significativo para nos ajudar a tirar proveito dessas ideias, para garantir que as pessoas não tenham que dormir de barriga vazia na região”, acrescentou Dieng.


Segundo o PMA, o Estado marfinense priorizou a luta contra a má nutrição e a fome em seu plano de se tornar uma nação emergente. O país desenvolveu modelos de sucesso de alimentação escolar, que conectam a demanda dos centros de ensino à oferta da agricultura local. A nação africana também se comprometeu a divulgar os conhecimentos adquiridos com a implementação dessas políticas, promovendo a ampliação de estratégias similares em outros países.

O centro busca replicar as experiências de cooperação Sul-Sul do Centro de Excelência contra a Fome baseado no Brasil. A instituição brasileira ajuda países na África, Ásia e América Latina a criar e fortalecer projetos sustentáveis de alimentação escolar e proteção social.

EM: https://nacoesunidas.org/onu-cria-centro-de-combate-a-fome-no-oeste-da-africa/


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sábado, 6 de outubro de 2018

A NOSSA VOZ -

A NOSSA VOZ
  
Um timaço de estrelas da música brasileira se uniu em prol de um projeto por um Brasil mais justo e igualitário. A ideia, que não tem nenhum viés político, é um desafio ao status quo, tem como tema a canção Nossa Voz,

O movimento, que teve a iniciativa de Chitãozinho e Xororó, contou com engajamento de muitos músicos que, com sua voz e desejo por uma mudança, coloca em melodia esse desejo, que começa no coração e na atitude de cada brasileiro.

No projeto, além de Chitão e Xororó, nomes como Paulo Miklos, Thiaguinho, Luan Santana, Michel Teló, Gilberto Gil, Sandy, Andreas Kisser, Família Lima, Marcos e Belutti, Alcione, Paula Fernandes, Toni Garrido, Karol Conka, Projota, Negra Li, Rappin’ Hood, Seu Jorge, Ivete Sangalo, Rogério Flausino, Maria Gadú, Junior Lima, Caetano Veloso, Elba Ramalho, Daniel, Tonny e Kleber e Allison Lima. A ideia é, acima de tudo, representar a voz de cada cidadão que anseia dizer “quero um Brasil sem medo”.

"Nossa Voz"

Tudo o que eu quero é um país sem medo

De corrigir seus erros, de crescer e de sonhar

Somos índios, brancos, amarelos, negros

Somos um gigante pronto pra despertar

To querendo, mesmo, um país seguro

Que tenha justiça, mais saúde e educação

Nossa terra é fértil, linda e tão jovem

A mudança está em nossas mãos

Esse é o país que eu quero construir

Com nosso povo andando de mãos dadas vamos conseguir

Esse é o Brasil, somos milhões

E o futuro depende só de nós

Nada irá calar a nossa voz

Nunca desistimos, somos brasileiros

Temos a esperança viva em cada olhar

Tudo o que eu quero é um país sem muros

Respeitar a sua e ter a minha opinião

Nossos filhos herdarão o que plantamos

A semente está em nossas mãos

Esse é o país que eu quero construir

Com nosso povo andando de mãos dadas vamos conseguir

Esse é o Brasil, somos milhões

E o futuro depende só de nós

Nada irá calar a nossa voz

Esse é o país que eu quero.


(Por Léo Gregório)

EM: 

https://revistaquem.globo.com/QUEM-News/noticia/2018/08/estrelas-da-musica-lancam-cancao-por-um-brasil-mais-justo-assista.html

 

ASSISTA AO CLIPE: https://www.youtube.com/watch?v=7UoBtQMHfwo

 

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