segunda-feira, 9 de outubro de 2017

CARTILHA



BAIXE A CARTILHA




http://www.mi.gov.br/c/document_library/get_file?uuid=0aa2b9b5-aa4d-4b55-a6e1-82faf0762763%20&groupId=24915
Antecedentes 

A iniciativa do Ministério da Integração Nacional de propor a criação de um grupo de trabalho, integrado por instituições do Governo Federal, com vistas a redelimitar a área geográfica de abrangência do semi-árido brasileiro, decorreu da constatação da inadequabilidade do critério anteriormente adotado, em vigor desde 1989, que levava em conta apenas a precipitação média anual dos municípios dessa região.

Com efeito, a Lei n 7.827, de 27 de dezembro de 1989, que criou e estabeleceu as condições de aplicação dos recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte (FNO), do Nordeste (FNE) e do Centro-Oeste (FCO), definiu como semi-árido:

“A região inserida na área de atuação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste - Sudene, com precipitação pluviométrica média anual igual ou inferior a 800 mm (oitocentos milímetros), definida em portaria daquela Autarquia” (inciso IV do art. 5 do Capítulo II Dos Beneficiários).

 A última atualização dos municípios do semi-árido foi feita em 1995, por meio da Portaria n 1.181 da antiga SUDENE. Com a extinção dessa autarquia, em 2001, o Ministério da Integração Nacional (MI) assumiu a atribuição, antes a cargo daquela Superintendência, de posicionar-se acerca dos pleitos de inclusão de municípios interessados em beneficiar-se do tratamento diferenciado das políticas de crédito e benefícios fiscais conferido ao semi-árido brasileiro.

Uma questão crucial que levou o MI a buscar instituir uma base técnica mais consistente que subsidiasse os posicionamentos sobre os pleitos de inclusão na lista dos municípios do semi-árido foi a constatação da insuficiência do índice pluviométrico como critério exclusivo de seleção dos municípios.

Os conhecimentos acumulados sobre o clima permitem concluir não ser a falta de chuvas a responsável pela oferta insuficiente de água na região, mas sua má distribuição, associada a uma alta taxa de evapotranspiração, que resultam no fenômeno da seca, a qual periodicamente assola a população da região.

Com base nessas constatações, o MI convocou ministérios e instituições envolvidas com as diferentes questões atinentes ao semi-árido brasileiro e, em março de 2004, foi instalado o Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) incumbido de redelimitar o espaço geográfico dessa área.


O Grupo de Trabalho Interministerial GTI para delimitação do novo semi-árido brasileiro

Pela Portaria Interministerial N° 6, de 29 de março de 2004, assinada pelos ministros da Integração Nacional, Ciro Gomes, e do Meio Ambiente, Marina Silva, foi instituído o GTI para, em 120 dias, apresentar estudos e propostas de critérios que definissem a área compreendida pelo semi-árido brasileiro. Essa delimitação foi considerada instrumental para a adoção de políticas de apoio ao desenvolvimento da região.

O GTI, coordenado pelo MI, reuniu técnicos dos Ministérios do Meio Ambiente, da Ciência e Tecnologia e da Integração Nacional; da Agência de Desenvolvimento do Nordeste (Adene), da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Participaram igualmente, a convite, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Instituto Nacional do Semi-Árido (Iesa), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa)eo Banco do Nordeste (BNB).

Para a nova delimitação do semi-árido brasileiro, o GTI tomou por base três critérios técnicos:

I. precipitação pluviométrica média anual inferior a 800 milímetros;

II. Índice de aridez de até 0,5 calculado pelo balanço hídrico que relaciona as precipitaçõesea evapotranspiração potencial, no período entre 1961 e 1990; e

III. risco de seca maior que 60%, tomando-se por base o período entre 1970 e 1990.


A atualização do mapa geográfico e social do semi-árido brasileiro 

Esses três critérios foram aplicados consistentemente a todos os municípios que pertencem à área da antiga SUDENE, inclusive os municípios do norte de Minas e do Espírito Santo. Em 10 de março de 2005, o Ministro da Integração Nacional assinou, na cidade de Almenara, no nordeste de Minas Gerais, Portaria que instituiu a nova delimitação do semi-árido brasileiro, resultante do trabalho do GTI que atualizou os critérios de seleção e os municípios que passam a fazer parte dessa região.

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Carta de uma juíza ao jornalista Ricardo Boechat que defendeu o PLS 116 - Sinjufego

Carta de uma juíza ao jornalista Ricardo Boechat que defendeu o PLS 116

Publicado em 05/10/2017 em http://www.sinjufego.org.br/noticia/carta-de-uma-juiza-ao-jornalista-ricardo-boechat-que-defendeu-o-pls-116
Por Valdete Souto Severo
"Esta manhã Ricardo Boechat comentou o PL 116, que facilita a demissão de servidor público por "mal desempenho"...
Mandei e-mail para ele, pedindo que reflita sobre a defesa que fez de mais essa precarização... compartilho aqui com vocês.
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Caro Boechat,
Escuto todas as manhãs teu programa. Sou juíza do trabalho em Porto Alegre, e Doutora em Direito do Trabalho pela USP. 
Esta manhã, falastes do projeto defendido por Lazier Martins, que infelizmente foi eleito pelo meu estado. 
Pois bem, gostaria de esclarecer alguns pontos importantes.
Em primeiro lugar, a lei vigente (Lei 8112) já permite a demissão do servidor que não desempenhar bem suas funções (artigos 127 e seguintes). Então, nesse aspecto, não há novidade. Os servidores também já são avaliados periodicamente.
A novidade é inserir critério subjetivo para o que será considerado “mal desempenho”, a fim de facilitar a demissão.
Note que a possibilidade de utilização de critério subjetivo permite que o administrador descarte, inclusive, o servidor que com ele não compactua em termos de ideologia política, por exemplo. Ou seja, permite que a ameaça de perda do emprego seja fator de facilitação de perseguição política e assédio moral no serviço público. E isso em uma realidade na qual já está ocorrendo sucateamento das instituições públicas, parcelamento de salários e perseguição política. 
Bem sabemos do momento de exceção em que estamos vivendo.
Tu dissestes no programa de hoje que os serviços públicos muitas vezes são mal prestados. É verdade. O problema, porém, não é a garantia que os servidores têm contra a despedida. Se isso fosse verdade, os serviços de telefonia, já privatizados, seriam eficientes. Não são. Temos estruturas deficitárias, demandas em quantidade maior do que a capacidade de atendimento e tantos outros fatores que teriam de ser considerados e que impedem a análise simplista que joga a culpa sob os ombros dos servidores.
Praticamente todos os países ocidentais (todos os europeus certamente) reconhecem garantia contra a despedida para empregados de empresas privadas e estabilidade para várias categorias. Nem por isso os serviços na Alemanha, por exemplo, são mal prestados. 
Servidores não tem privilégios, tem direitos! Direitos que deveriam ser estendidos à iniciativa privada, e não suprimidos.
Não podemos capitular diante de um discurso liberal que está rifando direitos mínimos. O mesmo já ocorreu com a reforma trabalhista, que sob falsos argumentos precariza ainda mais as condições de quem trabalha no Brasil, prejudicando com isso não apenas o trabalhador e sua família, mas também o próprio mercado interno, porque reduz consumo; o próprio estado, porque suprime base de arrecadação para a previdência.
Retirar proteção para o trabalhador servidor (que na realidade do estado que o senador Lazier representa está  tendo seus salários parcelados), privatizar, retirar direitos trabalhistas, é criar instabilidade. Ou seja, é ruim para todos.
A questão aqui não passa pela qualificação do serviço, mas pela intenção de reduzir ainda mais o número de servidores, prejudicando a prestação eficiente do serviço.  
Essa lei, se aprovada, ao lado da EC 95, implicará a completa falência dos serviços públicos que, para a realidade concreta de um número expressivo de brasileiros, é a única via para obtenção de saúde, segurança ou justiça.
A proteção contra a despedida que é direito dos servidores, atende ao interesse público, pois evita (ou tende a evitar) que esses trabalhadores atuem pressionados pelo medo da perda do trabalho, permite que se qualifiquem ao longo do tempo e lhes dá a tranquilidade para bem exercer seu mister.
Caro Boechat, em um país com tantos desempregados e miseráveis, com tão alta concentração de renda, deveríamos estar batalhando para estender aos empregados da iniciativa privada o direito de não serem despedidos, senão pelo cometimento de falta grave como, repito, já é possível hoje, pela legislação vigente, em relação aos servidores públicos.
Será que não retrocedemos o suficiente com a reforma trabalhista? 
Chega de retirar direitos sociais!
O que conseguiremos com isso será a potencialização da miséria, da violência urbana, das doenças ligadas à instabilidade da vida contemporânea.
Esse discurso de retirada de direitos não promove avanço, não irá qualificar a prestação do serviço público. E não atende ao anseio da sociedade, basta ver os números da consulta pública no site do Senado (101605 contra e 34820 a favor).
Por te considerar um dos melhores comunicadores da atualidade no Brasil, te peço que reflita acerca da defesa desse projeto nefasto, cuja “propaganda” é já enganosa, pois distorce a realidade vigente. E cujas consequências atingirão, inclusive, o cidadão que busca tais serviços.
Abraço fraterno,
Valdete Souto Severo, juíza do Trabalho

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

O POVO




Discos Marcus Pereira


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Aqui estão todos os discos lançados pela 'Discos Marcus Pereira', selo independente de música brasileira, cada vídeo é um disco completo.

 https://www.youtube.com/playlist?list=PLLwbaPlJUeIcMdHmGqq-G4wWGzW-YnFuR

Apaixonado pela música do Brasil e em resposta ao que considerava a dominação do cenário musical brasileiro pelas indústrias multinacionais, bem como a descaracterização da música popular brasileira pela excessiva influência e imitação de grupos estrangeiros, Marcus Pereira se destacou por promover a gravação e trazer a lume composições genuinamente brasileiras, revelando assim, o mapa musical do Brasil.


Baixe a coleção completa 'Discos Marcus Pereira' em torrent

http://mgnet.me/Eqw9 (via BitTorrent)

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quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Portal de Educação

Em minhas pesquisas pela internet, encontrei um portal bastante interessante e de grande utillidade àqueles que gostam de estudar, e que buscam conhecimento na Rede Mundial de Computadores, é o Portal São Francisco.





  www.portalsaofrancisco.com.br

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Caatinga - Fauna e Flora

Caatinga – Fauna, flora e outras características

A Caatinga é um bioma com características peculiares. Seu clima é semiárido e possui fauna e flora ímpares.

domingo, 1 de outubro de 2017

O NORDESTE E O SEMIÁRIDO




A REGIÃO  NORDESTE E O SEMIÁRIDO (Aula Magistral)

Marcus Pereira

Aula Magistral apresentada ao corpo docente do Curso de Licenciatura em Geografia da Universidade Federal de Pernambuco é parte integrante da disciplina Exame de Qualificação, e serve de requisito para obtenção do título de licenciado em geografia. Tendo como orientadora a Profª Drª Marlene Maria da Silva. 



"A terra é uma só, mas o mundo não. Todos dependemos de uma biosfera para sustentar nossas vidas. No entanto, cada comunidade, cada país luta pela sua sobrevivência e prosperidade, dando pouca atenção ao impacto que tem sobre os outros."
(Relatório da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, Oxford University Press, 1987, pág. 27.)



INTRODUÇÃO

No mundo, tem sido um desafio constante a sobrevivência do homem em ambientes com pouca oferta hídrica. No Nordeste e mais precisamente no Semiárido Nordestino não é diferente.

A água desperdiçada e seu uso inadequado expõem terras frágeis à desertificação. E isso já vem acontecendo com o nosso semiárido, onde a disponibilidade e a qualidade da água, que são determinantes para a qualidade de vida e para a estabilidade social da região, está cada vez mais escassa nesse início de século XXI.

Outro problema enfrentado na região é a  devastação, cada vez mais avassaladora,  do Bioma Caatinga (fauna e flora).

Ao Semiárido resta, no entanto, esperar que o futuro  leve a solução da equidade de acesso aos poucos recursos hídricos, bem como à salubridade destes recursos que são, frequentemente, alvos de diversas formas de poluição e exploração, tanto em países de pouca oferta, quanto naqueles com abundância,  além da restauração do seu devastado bioma.

Neste trabalho a busca por entendimento e subsídios dentro da literatura disponível em língua portuguesa e, preferencialmente, de obras produzidas no Brasil, que dessem referências no que concerne ao tema  A REGIÃO NORDESTE E O SEMIÁRIDO, (fig. 1) e nos problemas desse espaço brasileiro, foi constante, embora não tenha sido fácil, até porque este tema geralmente não é enfocado de forma aprofundada, sendo tratado nos livros didáticos apenas de forma sumária.

Fig. 1

Ao estudarmos a região Nordeste nos surpreendemos com suas belas paisagens. Descobrimos a diversidade de sua fauna e flora e percebemos que a região alterna florestas densas, vastos palmeirais e caatinga ressequida. Podemos ver que na região  encontramos extensas chapadas e grandes planaltos pedregosos, que também encontramos um grande e caudaloso rio (o São Francisco). Ao estudarmos a região Nordeste constatamos suas diferenças socioeconômicas.
    
Quando estudamos a região Nordeste é que compreendemos sua dinâmica populacional, compreendemos o que é  viver nessa região, marcada por contrastes de miséria e riqueza.

Falar do NORDESTE E DO SEMIÁRIDO aos alunos do Ensino Médio é de extrema importância para que estes possam compreender as suas diferenças, seu espaço geográfico e toda dinâmica dessa região, principalmente a eterna busca por alternativas que venham fixar o homem nordestino a sua terra, hoje, mais do que nunca, a busca por soluções práticas para a convivência humana em ambiente diferenciado, como o que encontramos na região Nordeste e em especial no SEMIÁRIDO, que necessita de uma profunda reflexão, tanto no espaço local (NE do Brasil) como no espaço global, se faz necessário e urgente.

Com o objetivo de refletir acerca das peculiaridades dessa região, o presente texto abordará em sua primeira parte a região Nordeste com suas subdivisões e características. Em seguida. o semiárido será analisado dentro da perspectiva local englobado no contexto regional o que possibilitará fazermos uma comparação do semi-árido com o universo da região Nordeste.


NORDESTE

Figura 2


A área territorial da região Nordeste é quase três vezes maior que a da França, o terceiro mais extenso país europeu. Com 1.550.939,5 km² de extensão, equivalente a 18,2% do território brasileiro, abrigando uma população de 47.693.253 hab. (dividido em 09 estados), que representa 28,1% do total nacional (IBGE, 2000). (tabela 1).


A região Nordeste é economicamente subdesenvolvida, o que explica a migração de sua população, que busca, em outras regiões, melhores condições de vida. Essa característica de subdesenvolvimento deriva , em grande parte, de problemas socioeconômicos, agravados pela adversidade do meio natural do espaço sertanejo, de clima semárido e também pela falta de políticas públicas mais arrojada para a região, embora isso tenha mudado nos últimos anos.

O relevo da região, predominam terras baixas, de altitudes inferiores a 1.000m. As planícies ocorrem ao longo da costa e os planaltos no interior. Neste se destacam as chapadas, muitas vezes conhecidas como serras.

A planície costeira é extremamente larga ao norte, estreitando-se no Nordeste oriental. O noroeste da região é ocupado por relevos de topo aplainado (chapadas). Na planície costeira dos estados do leste são comuns praias, dunas e tabuleiros e, também, mais para o interior, chapadas de topo planos, como a do Apodi (Rio Grande do Norte e Ceará). No interior da região predomina os planaltos, no qual se destacam a serra do Ibiapaba e trechos de rochas mais resistentes, que foram preservadas de desgaste mais intenso: a chapada do Araripe (Ceará, Piauí e Pernambuco) e a serra de Baturité (Ceará).

O planalto da Borborema (Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte) forma uma espécie de obstáculo entre o Litoral e o Sertão, impedindo a passagens das chuvas.

Embora apresente rios extensos e caudalosos como o Parnaiba e o São Francisco, a hidrografia no Nordeste é, na maior parte, constituída de rios temporários, ou seja, rios rios que secam após o período de chuva.

O rio São Francisco (fig. 3) responde por 73% de disponibilidade de águas superficiais do Nordeste (CODEVASF , 2001), viabilizando a agricultura na região através de projetos de irrigação.



Figura 3



Mesmo durante a estação seca o rio São Francisco mantém, em grande parte de seu leito, um volume elevado de água, devido a alta pluviosidade nas áreas próximas a sua nascente, na Serra da Canastra (MG), na região Sudeste. Já em outras áreas, o nível de suas águas baixa, deixando a mostra bancos de areia que dificultam a navegação entre outras atividades.

O Nordeste apresenta dois tipos de clima: o equatorial, no oeste do Maranhão, e o tropical, no restante da região. O clima tropical, entretanto, apresenta-se de duas formas: O tropical úmido e o tropical semi-árido.

A ocorrência de chuvas na região Nordeste é bastante desigual, onde podemos encontrar áreas bastante úmidas, como o extremo noroeste e alguns pontos do litoral e uma área bastante castigada pela falta dessa água, sertão, que em sua maior parte, recebe menos de 1.000mm anuais de chuva, apresentando áreas extremamente críticas.

A variação do volume das chuvas no Nordeste é provocada, entre outros fatores, pelo planalto da Borborema (Fig. 4), (Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte). Devido a sua posição geográfica, esse planalto impede a passagem dos ventos úmidos do oceano Atlântico para o Oeste (interior), fazendo com que estes cheguem secos e influenciando diretamente na umidade do litoral.

Fig. 4


Quando a escassez de chuvas é muito prolongada, ocorrem as secas, causando grandes problemas a região (socioeconômico). A causa desse fenômeno está ligada pelo fato das massas de ar de desviarem para o litoral e para a parte central da América do Sul, tendo seu agravamento quando ocorre o fenômeno natural conhecido com El Niño: Onde fortes massas de ar se deslocam do litoral peruano para o Brasil e bloqueiam as massas de ar frio e úmido, fazendo com que a influencia dessas massas, já reduzidas, diminua ainda mais.

Na região encontramos diferentes tipos de vegetação: Floresta Amazônica, que a medida que nos dirigimos para o leste, vai desaparecendo, dando lugar a Mata dos Cocais. - Essa mata cobre grande parte do Maranhão e do Piauí - que recebe esse nome devido a presença de numerosas palmeiras, como o babaçu e a carnaúba. Nas áreas em que as chuvas são mais escassas e as estações se definem entre seca e chuvosa, os Cocais vão desaparecendo e surge o Cerrado. Nas áreas onde a quantidade de chuva é ainda menor, aparece o clima semiárido e a Caatinga. Próximo ao litoral surge a floresta tropical úmida de encosta ou Mata Atlântica.

Podemos dividir de várias maneiras um espaço para analisarmos geograficamente: se levamos em conta os diferentes elementos naturais, como relevo, solo. clima, hidrografia e vegetação, esse espaço constitui um domínio morfoclimático; caso os elementos sejam também de ordem econômica, como exploração do solo, presença de indústria, comércio, produção de energia e transportes, esse espaço pode constituir uma sub-região.

As características físicas dessas áreas estão associadas ao tipo de povoamento e as principais atividades econômicas, formando, assim, no Nordeste, as sub-regiões: Meio-Norte, Litoral/ Zona da Mata, Agreste e Sertão. (Fig. 5).

Fig. 5.

 A região Nordeste é ocupada por três grandes domínios morfoclimáticos: o domínio amazônico, que ocupa a parte oeste do Maranhão; o domínio das florestas tropicais, que forma uma estreita faixa litorânea, desde o Rio Grande do Norte até a Bahia, e o domínio da caatinga, que ocupa o Semiárido (Sertão), parte do litoral do Ceará e do Rio Grande do Norte. Faixas de Transição separam esses domínios.

O LITORAL E A ZONA DA MATA é representada pela parte da planície litorânea que se estende do Rio Grande do Norte até o sul da Bahia (MOREIRA, 2000), com uma largura que varia de 80km a 200km. Apresenta clima tropical úmido, o que lhe proporciona rio caudalosos e perenes, chuvas abundantes e bem distribuídas durante o ano e vegetação higrofila, representada pricipalmente pela densa Mata Atlântica.

Atualmente, essa floresta encontra-se praticamente devastada e no solo fértil onde ela existia encontramos diversos cultivo agrícolas, com destaque para a cana-de-açúcar.

A planície costeira da Zona da Mata é mais estreita que a do Meio-Norte. É uma faixa com belas praias, onde também aparecem dunas, sobretudo no Ceará e no Rio Grande do Norte, e recifes, principalmente em Pernambuco.

O limite dessa costeira é marcado pela presença abrupta de chapadas e planaltos, merecendo destaque a Chapada Diamantina, como limite das planícies na Bahia, no sul da região e o planalto da Borborema, como limite ao norte.

O clima da Zona da Mata é também tropical, mas bastante úmido; no sul, as chuvas são bem distribuídas o ano inteiro, ao passo que ao norte elas se concentram no outono-inverno

O AGRESTE corresponde a zona de transição entre o Litoral úmido e o Sertão semiárido (MOREIRA, 2000), uma estreita faixa a oeste da zona litorânea, onde o clima é quente o ano todo. Entretanto, não chega a ser uma sub-região seca: a intensidade e o volume das chuvas são um meio-termo entre as chuvas escassas do Sertão e as frequentes chuvas do Litoral e da Zona da Mata. Como consequência da temperatura e do regime pluvial, a vegetação apresenta-se sem grande exuberância - é caatinga hipoxerófita.

O relevo do Agreste é acidentado, pois a maior parte dessa faixa situa-se no topo dos planaltos e chapadas, em altitudes que variam de 500m, na Borborema, até quase 2.000m, na chapada Diamantina. Essa altitude influi nas temperaturas, que se apresentam menos elevadas que no Litoral e na umidade, que oscila entre 800mm e 1.000mm por ano. As chuvas, concentradas no período de outono/inverno, são relativamente abundantes nas vertentes voltadas para o litoral (barlavento) e bastante reduzidas a oeste (sotavento), o que já anuncia o Sertão.

O SERTÃO fica localizada bem no centro do Nordeste e representa uma área extensa, de clima semiárido, onde está localizado o “Polígono das Secas”. Está sub-região atinge quase todos os Estados Nordestino, a exceção é o Maranhão. Esta sub-região possui o menor índice demográfico do Nordeste.

Os índices de pluviosidade são baixos e irregulares, com uma frequente ocorrência de secas. A vegetação típica é a caatinga. A bacia do rio São Francisco é a maior da região e a única fonte de água perene para as populações que habitam suas margens, é aproveitado também para irrigação e fonte de energia através de hidrelétricas como a de Sobradinho (BA).

As maiores concentrações populacionais estão nos vales dos rios Cariri e São Francisco. A principal atividade econômica é a pecuária extensiva e de corte. Outras atividades desenvolvidas no Sertão são: cultivo irrigado de frutas, flores, cana de açúcar, milho, feijão, algodão de fibra longa (no Vale do Cariri, Ceará), extração de sal (litoral cearense e potiguar) e o turismo nas cidades litorâneas. A indústria baseia-se no polo têxtil e de confecções. Políticas públicas são necessárias para o desenvolvimento socioeconômico no Sertão nordestino, proporcionado qualidade de vida para sua população.

O MEIO-NORTE, formado pelo Maranhão e quase todo o Piauí, surge como um espaço de transição entre a Amazônia, úmida e coberta de floresta e o Sertão (MOREIRA, 2000), castigado pelas secas e recoberto pela caatinga. Por esse motivo, apresenta características naturais de ambas as regiões.

O relevo do Meio-Norte é mercado por uma planície costeira bastante larga, seguida de elevações não muito altas, que formam chapadas sedimentares de topo aplainado. Essas elevações, conhecidas em seu conjunto como planalto do Meio-Norte, são percorridas por numerosos rios, bastante caudalosos, que descem pelas chapadas e se dirigem ao litoral; alguns desembocam na grande reentrância conhecida como golfão Maranhense (MOREIRA,200).

Esses rios são aproveitados economicamente, com destaque para, Mearim, o Itapecuru, o Pindaré e o Parnaíba, que limitam o Maranhão e o Piauí.

O Meio-Norte apresenta um clima caracteristicamente equatorial; por isso, as temperaturas são elevadas o ano todo e as chuvas abundantes, principalmente no oeste, nos limites com a Amazônia.

O SEMI-ÁRIDO NORDESTINO

O Semiárido brasileiro é um dos maiores, mais populosos e também menos seco do mundo. Estendendo-se por 892.809,5km², abrange 41,8% da região Nordeste, atingindo ao norte de Minas Gerais, os sertões da Bahia, de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e uma parte do sudeste do Maranhão. Nela vivem aproximadamente 12% da população brasileira (embora rarefeita), ou seja, mais de 19 milhões de pessoas, sendo 8,5 milhões na área rural, (IBGE, 2000). Ver tabela 2.

Apresenta um solo raso e pedregoso e clima seco, que dificultam a atividade agrícola, sendo a pecuária extensiva uma viável alternativa à economia local.

Quando se prolongam por muitos anos, as secas compõem um quadro de miséria e fome. Existem ocasiões em que a seca se estende por mais de 85% do do total da área nordestina atingindo mais de 25 milhões de pessoas (IBGE, 2000).

Mesmo existindo uma grande dispersão espacial das famílias residentes nas áreas rurais do Semiárido, essa convivência, homem/semiárido, há anos vem sendo possível (estima-se que 70% das comunidades concentrem apenas 24% das famílias (IBGE,20000). Graças a experiências simples, com a prática de métodos baratos e eficientes de captação e armazenamento de água das chuvas, por meio da contrução de: Cisternas ruras, barragens subterrâneas, sistemas simplificados de abastecimentos de água, dessalinizadores (integradas a um processo educativo para um adequado manejo e uso da água), tudo isso certamente é o que vem trazendo uma significante melhora na sáude dos sertanejos e na convivência dos mesmos com o ambiente semiárido.

O relevo é constituído, em grande parte, pelos - planaltos cristalinos de superfície arrasada - bastante aplainados, das depressões entre chapadas - planaltos sedimentares de topo plano - como as do Araripe (Ceará - Pernambuco) e do Apodi (Ceará - Rio Grande do Norte) (Fig. 6). No topo e nas encostas de algums relevos elevados encontram-se os "brejos", áreas que se destacam por apresentarem maior umidade dentro do Sertão. De maneira geral, os solos são areias quartzosas, nas áreas sedimentares, rasos, pedregosos e impermeáveis à água da chuva, nos terrenos cristalinos.

Fig. 6 - ROOS, Jurandyr L. Sanches, 2001
O relevo do semiárido, ou seja, os aspectos topográficos exercem grande importância no que refere-se aos recursos hídricos da regiõa (SUASSUNA; AUDRY, 1992).

Quanto a hidrografia, a maioria dos cursos de água que atravessam o Sertão é intermitente - não correm o ano todo - secando completamente nas estiagens prolongadas. Os maiores rios do Sertão, como o Jaguarube e o Mossoró, são considerados "semi-internitentes" por ficarem com o volume de água bastante reduzido, mas nem sempre chegam a secar. O único rio perene - que corre o ano todo - que atravessa grande área do Sertão é o São Francisco, apelidado, por isso, de "Nilo Brasileiro".

No Escudo Cristalino, os solos geralmente são rasos (cerca de 0,60m), apresentando baixa capacidade de infiltração, alto escorrimento superficial e reduzida drenagem natural (fig. 6b). Numa comparação grosseira, é como se esses solos estivessem sobre um prato, onde a pouca quantidade de água que consegue se infiltrar é armazenada no fundo (SUASSUNA, AUDRY, 1992).

Nas Bacias Sedimentares, os solos geralmente tem profundidades superiores a 2m, podendo ultrapassar 6m, tendo alta capacidade de infiltração, baixo escorrimento superficial e boa drenagem natural. Estas características possibilitam a exxistência de um grande suprimento de água de boa qualidade no lençol freático que,pela sua profundidade, está totalmente protegido da evaporação (fig. 6a) (SUASSUNA; AUDRY, 1992).

O clima é o Tropical Semiárido, caracterizado por altas temperaturas e chuvas que, além de escassas, são também mal distribuídas, pois as precipitações concentram-se apenas no verão, ocasionando estiagens prolongadas que podem estender-se além dos 7 a 8 anos secos, originando secas periódicas. A região apresenta os menores índices pluviométricos do país, menos de 1000mm anuais, e temperaturas médias entre 24ºC e 27ºC (SUDENE, 2000).

Fig 6a e 6b - Fonte: SUASSUNA; AUDRY, 1992.

Na realidade, o que caracteriza a seca do semiárido não é o total de chuvas caídas e sim a irregularidades de sua distribuição.

A chuva que é mal distribuida espacial e temporalmente, devido as características climáticas da região, é armazenada, em maior parte, em barreiros, açudes ou baixadas, estes geralmente ambientes poluídos e cheios de vermes. Essa água acumulada é responsável por grande parte das doenças do Sertão: amebiase, tifo, cólera (CARÍTAS BRASILEIRA, 2001).

O Nordeste também possui um dos maiores índices de evaporação do Brasil, alcançando uma média em torno de 2000mm anuais, o que torna reservatórios de água pouco profundos inúteis em época de seca (SUASSUNA; AUDRY, 1992).

Ainda sobre o clima, (ANDRADE; LINS, 1991), em seu minucioso estudo sobre os climas do Nordeste, afirmam que as variações climáticas da região sofrem influências basicamente, da ação de massas de ar que para ali se deslocam.Segundo os autores, várias são as massas de ar que interferem na formação dos climas do Nordeste. São elas: a Equatorial Atlântica (Ea), a Equatorial Continental (Ec) a Pola (P), a Tépida Atlântica (Ta) e a Tépida Calaariana (Tk). (fig.7).

Fig. 4 - Circulação das massa de ar formadoras dos climas do Nordeste
 Fonte: SUASSUNA; AUDRY, 1992


O outro fator importante na formação do clima é a configuração de seu relevo, quando ocorre o chamado efeito orográfico indutor de nuvens (fig. 8) Normalmente, quando uma massa de ar tépido (nem quente nem frio) vai de encontro a uma encosta, ela se resfria, á medida que se eleva para ultrapassar a encosta. Por isso, normalmente, a barlavento, este ar torna-se fresco, condensa-se e ao atingir uma condição de instabilidade, causando a ocorrencia de chuvas. A este fenômeno dá´se o nome de  EFEITO OROGRÁFICO ou ocorrência de chuvas de relevo. Havendo esta descarga, o ar normalmmente torna-se seco e quente. É o exemplo de Triunfo (PE) a barlavento com precipitação média anual de 900 a 1.000mm (ANDRADE, 2003) e Cabaceiras (PB), localizada na região mais seca do país, com precipitação de 278mm, abrigada da massa de ar úmida, a sotavento do alinhamento Cornió-Caturité-Bodopitá, a 160km do litoral (RODRIGUEZ, 2002).

Fig. 8

A Vegetação predominante na região é a caatinga, que muda de feição de acordo com a umidade ou a fertilidade do solo, existindo, por isso, caatingas arbóreas, arbustivas e até herbáceas (CASTELLAR; MAESTRO, 2001). Em todo Nordeste dentro de cada região geoeconômica, percebe-se a variação da vegetação, influência direta do regime de chuvas causadas pelas características de cada uma delas.

Com temperaturas elevadas e chuvas escassas e principalmente irregulares, o Semiárido é o ambiente favorável para o desenvolvimento de plantas com fácil adaptação a semi aridez do clima (xerófilas) (CARITAS BRASILEIRA, 2001).

Observando a fig. 6, vamos encontrar uma variação no que diz respeito a irregularidade espacial das chuvas e da oferta hídrica, bem como a importância exercida por esses fatores na ocupação espacial do NE Brasileiro.

No contexto intertropical do Brasil, o Nordeste é a região que possui a maior diversidade de quadros naturais (SUASSUNA; AUDRY, 1992).

O extrativismo vegetal e a pecuária são as atividades econômicas mais praticadas, embora o sucesso da agricultura irrigada em algumas áreas (ao longo do São Francisco), mostre a importância de aumentar os investimentos nesse setor.

O domínio da caatinga constitui a área ocupada por um conjunto vegetal formado por pequenas ávores esparsas, que perdem as folhas durante o período da seca marmeleiro, juazeiro), arbustos espinhosos com plantas xerófilas - adaptadas a escassez de água (semi=árido), armazenando-a - como as cactáceas mandacarú, facheiro, xique-xique e vegetação rasteira, tufos de gramíneas esparsas que secam totalmente nas estiagens. Nos vales de alguns rios do Sertão, encontram-se carnaubais nativos (formação de palmeiras de carnaúba), baraúnas (árvores que atingem até 12m de altura, com folhas aromáticas, ramos espinhosos e flores brancas muito pequenas, cuja madeira, duríssima. serve para dormentes), maniçoba (árvoreta da qual se extraia, no passado, o látex de "segunda classe" para produzir borracha) (SUDENE, 2000).



A economia  do Semiárido nordestino tem como destaque a pecuária extensiva - gado bovino e caprino - difundindo-se, junto com seus subprodutos, no domínio da caatinga. Na atual conjuntura, no Semiárido não encontramos uma lavoura dominante, apenas destaques pontuados como a fruticultura irrigada e o avanço da soja.

A alimentação da maioria da população sertaneja provém de uma precária agricultura de subssistência ao longo dos rios internitentes, possibilitando o uso da terra em suas largas calhas e de seus parcos excedentes comercializados em feiras. Trata-se, principalmente, de feijão, mandioca, milho - base alimentar - e produtos do pequeno comércio. Com as estiagens prolongadas e as conseqüentes secas, essa produção é afetada diretamente, o que compromete de forma decisiva a oferta de alimentos (CARITAS BRASILEIRA, 2001).

No Sertão ainda subsistem produtos extrativistas e de cultivo localizado, como caroá, piaçava e sisal para produção de fibras; maniçoba e mangabeira para produção de goma; oiticica para produção de óleo e carnaúba para produção de cera (PIFFER, 2003). A fruticultura mais importante no Sertão é o caju, sobretudo no Ceará e Rio Grande do Norte.

No Sertão baiano, nas terras que se estendem à margem esquerda do rio São Francisco em sua grande maioria áreas de cerrado, vêm, nos últimos anos, sendo ocupadas pelo cultivo de soja.

Mas, no vale do rio São Francisco, muito aproveitado com a construção de barragens e usinas hidrelétricas do Centro-Sul ao Nordeste, a maior parte das várzeas ainda continua mal aproveitada. Embora nas últimas décadas, venha sendo implantados, com sucesso, alguns projetos agropecuários onde se destacam a fruticultura irrigada, nas regiões de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), com produção intensiva de melão, manga, cítricos e uva, entre outros (CODEVASF, 2001). Esses projetos são ainda exceções num vale marcado, no geral, pela estagnação econômica, pela miséria e abandono da maior parte da população.

CONCLUSÃO

Na realidade, a intenção principal ao abordar esse tema foi deixar claro que a falta d'água na região Nordeste e mais efetivamente no eixo caracterizado como o semiárido propriamente dito, nada mais é, que um fenômeno natural, e que acima de tudo devem ser discutidas alternativas tecnológicas para a convivência com este fenômeno, qual modelo de ocupação, quais as formas de se aproveitar os poucos recursos hídricos, as chuvas quando estas chegarem.
A pretensão em relação ao aluno, o final da aula, é que o mesmo esteja apto a responder duas perguntas:

Porque chove pouco no Sertão Nordestino?

Como conviver com a pouca água do semiárido?


É fundamental que, na escola, se ensine que a adoção de alternativas tecnológicas se não soluciona, pode amenizar o problema de escassez ou falta de água potável nas áreas rurais do semiárido brasileiro.

Outro ponto importante a se destacar para os jovens do ensino médio, são os problemas sociais e econômicos da região Nordeste, que apesar de serem muitos e graves, não são insolucionáveis. Que acabar com a fome e a pobreza, na região, depende de honestidade, correção na aplicação de recursos e combate ao desperdício.

 REFERÊNCIAS

ANDRADE, Gilberto Osório de; LINS, Rachel Caldas. Os Climas do Nordeste, IN: As Regiões Naturais do Nordeste, o Meio e a Civilização, Recife: CONDEPE, 1971. p. 95 - 138.

ANDRADE, Manuel Correia de; (Coord.). Atlas Escolar de Pernambuco. João Pessoa, 2003.
 
CARITAS BRASILEIRA, Comissão Pastoral da Terra - FIAN/Brasil. Água da Chuva - O segredo da convivência com o Semiárido brasileiro. Petrópolis - RJ: Edições Paulinas.

CASTELLAR, Sônia; MAESTRO, Valter. Geografia 6. São Paulo: Quinteto Editorial, 2001.

CODEVASF. Almanaque Vale do São Francisco. Brasilia, 2001.

IBGE. Censo demográfico 2000. Rio de Janeiro, 2001.

IBGE. Atlas Nacional do Brasil: Região Nordeste. Rio de Janeiro, 1985.

MOREIRA, Igor. Geografia Geral e do Brasil: O Espaço Geográfico, 40ª Ed. São Paulo: Ática, 2000.

PIFFER, Osvaldo. Geografia no Ensino Médio. São Paulo: IBEP, 2003.

RODRIGUEZ, Janete Lins (Coord.). Atlas Escolar da Paraiba. João Pessoa: 2002.

SUASSUNA, João; AUDRY, Pierre. Estudo da Salinidade de Águas Utilizadas em Pequena Irrigação no Nordeste e da Sua Evolução Sazonal, durante os anos de 1988 e 1989, informe Técnico. In: "Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste", CNpq/NDEQ/FUNDAJ, Anais: Recife, 1992b. p.303-305.

SUDENE. O Nordeste Semi-Árido e o Polígono das Secas. Recife, 2000.



sábado, 30 de setembro de 2017

A CAATINGA

A Caatinga



No dia 28 de abril, é celebrado o Dia Nacional da Caatinga. Instituído por meio de Decreto Federal de 2003, a data é um convite para a reflexão sobre a situação do bioma que ocupa 11% do território nacional, o que representa uma área de cerca de 844.453 quilômetros quadrados.

Segundo o diretor de Desenvolvimento Rural e Combate à Desertificação do Ministério do Meio Ambiente, Francisco Campello, a Caatinga precisa deixar de ser tratada como um bioma secundário e ter seu valor reconhecido. “Rica em flora e fauna, não pode ser vista apenas como sinônimo de pobreza e local de enfrentamento da seca”, destacou. A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, o que significa que grande parte do seu patrimônio biológico não pode ser encontrada em nenhum outro lugar.

Engloba os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o norte de Minas Gerais. Cerca de 30 milhões de pessoas vivem na região, a maioria carente e dependente dos recursos do bioma para sobreviver.

Desertificação – O bioma que apresenta belezas sutis e histórias de resistência tem pouco o que comemorar, pois atualmente só possui metade de sua cobertura vegetal original.
O índice é considerado alto por especialistas e técnicos do MMA, já que a região figura como a mais vulnerável aos efeitos das mudanças climáticas, com forte tendência à desertificação.
Para conservar a Caatinga, conscientizar a população que vive nas áreas sucessíveis à desertificação e diminuir o desmatamento, o MMA vem desenvolvendo uma série de ações, buscando promover alternativas para o uso sustentável da biodiversidade do bioma. “Existe um potencial ambiental muito grande na Caatinga”, declarou Campello, referindo-se ao uso adequado do bioma.
Segundo ele, as ações do Ministério para a Caatinga buscam apresentar alternativas para uma boa gestão ambiental, que promova segurança hídrica e mais qualidade de vida para as populações e melhore os ambientes para a produção de alimentos.

Ações do MMA – Entre as ações do MMA para a Caatinga, está o manejo florestal comunitário em 15 mil hectares de assentamentos, no Araripe e baixo Jaguaribe no Ceará, entre produtores de gesso e cerâmica.

Outra iniciativa estratégica do MMA vem acontecendo junto às empresas em relação à questão energética. A ação articulada entre a oferta e o consumo da matriz energética, a lenha, rende um efeito melhor.

Outras duas ações importantes apoiadas pelo Ministério são o manejo florestal de uso múltiplo, que busca a segurança alimentar dos rebanhos da região, e os fogões ecoeficientes, que oferecem segurança energética a 8 mil famílias.

A agricultora Maria Silvanete Benedito de Souza, de Serra dos Paus Dóias, em Exu (PE), 40 anos, casada, quatro filhos, é umas das beneficiárias da iniciativa. “É mais interessante perceber a importância que a Caatinga tem em pé. Ela dá muito mais retorno assim”, afirmou.

Alternativas – O Ministério também é parceiro na iniciativa, que visa difundir vantagens de bovinos “Curraleiros Pé-Duro”, em extinção, para garantir preservação da espécie e do meio ambiente na Caatinga.

Mais recente iniciativa do MMA relacionada ao bioma, o projeto “Manejo do Uso Sustentável da Terra no Semiárido do Nordeste Brasileiro (Sergipe)” promete dar bons resultados.
O objetivo é fortalecer a estrutura de governança ambiental do manejo de terras, para combater os principais fatores da degradação de terras em Sergipe e no Nordeste do Brasil, criando articulações com os programas e políticas públicas relacionados ao combate à desertificação.

Por meio do projeto, que se encontra em implementação e é fruto de cooperação técnica firmada entre o MMA e o PNUD, com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), serão replicadas boas práticas de manejo sustentável da terra em outros estados.

Capacitações – Apostando na conscientização, o MMA promove, ainda, capacitações em manejo e conservação do solo e da água. Além disso, vem realizando um trabalho estratégico de difusão de boas práticas de convivência sustentável com a semi aridez.

Para Campello, para evitar a desertificação, são necessárias a implantação de tecnologias sociais que possibilitem a conservação de solo nas atividades agropecuárias; o uso correto dos recursos florestais; maior eficiência nos sistemas produtivos que promovam a segurança hídrica, alimentar, energética e que conservem as paisagens. “No caso brasileiro, as secas são fenômenos recorrentes, específicos da região semiárida, fazendo-se necessário um conjunto de ações permanentes para seu enfrentamento”, concluiu. (Fonte: Ministério do Meio Ambiente)

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quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Charge







"Não defendemos nem um Estado 
mínimo nem máximo. 
Defendemos e lutamos, 
isso sim, por um Estado 
que, a partir de suas peculiaridades, 
cumpra suas finalidades públicas". (1991)