quarta-feira, 21 de março de 2018

Dia Internacional contra a Discriminação Racial - Geledés

Dia Internacional contra a Discriminação Racial

Por Paulo Jorge Do Ibahia em 20/03/2018

A criação deste dia, feito proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU), foi motivado em memória ao “Massacre de Shaperville”, ocorrido em 21 de março de 1960.

Foto: Reprodução/Ibahia


Nesta data, aproximadamente vinte mil pessoas protestavam contra a “lei do passe”, em Joanesburgo, na África do Sul. Esta lei obrigava os negros a andarem com identificações que limitavam os locais por onde poderiam circular dentro da cidade.
Tropas militares do Apartheid atacaram os manifestantes e mataram 69 pessoas, além de ferir uma centena de outras.

Em homenagem à luta e à memória desses manifestantes, o Dia Internacional contra a Discriminação Racial é comemorado em 21 de março.


Caminhos para combater o racismo no Brasil

O racismo no Brasil é algo pertinente desde o período colonial, no qual os portugueses achavam que a cor da pele determinava características como: força e capacidade intelectual. Com a abolição da escravidão e a criação de leis que visam erradicar o racismo, essa prática criminosa diminuiu muito; no entanto, ainda encontra-se presente na sociedade atual. Por conseguinte, as pessoas negras sofrem diariamente com piadas na internet, recebem salários inferiores aos brancos e são excluídas de vários grupos sociais. Logo, percebe-se que há uma necessidade de o Governo, juntamente com a população, realizar medidas preventivas para mudar esse cenário.

Periodicamente a mídia relata casos de pessoas negras que foram atingidas pelo racismo, como o caso do jogador de futebol Daniel Alves. Diante disso, percebe-se que grande parte da população ainda pensa que o fato de possuir uma maior quantidade de melanina na pele determina uma inferioridade, mesmo sendo provado por cientistas que a cor da pele não atribui ao indivíduo uma menor capacidade racional e física. Outrossim, alguns grupos, como os “skinheads”, acham que deve existir uma supremacia branca, e eles usam como justificativa a questão da escravidão no país. Assim, observa-se que essa prática ilegal deve ser erradicada, uma vez que ela gera muitas consequências ruins.

Com a evolução tecnológica e a propagação das redes sociais, o número de piadas racistas aumentou drasticamente, fazendo com que o negro sofra cada vez mais com esses atos. Ademais, dentro das empresas há um grande preconceito com a população afrodescendente, que geralmente ocupa cargos inferiores e recebem menos que os brancos realizando o mesmo tipo de trabalho. Também é importante ressaltar que o racismo começa dentro das escolas, nas quais existem grupos de amigos que excluem uma determinada pessoa simplesmente por ela ser negra. Dessa maneira, fica claro que, se não houver uma melhora significativa, os índices de racismos aumentarão.

Em suma, é evidente que o preconceito com o negro está presente na sociedade brasileira, e isso não pode ser encarado como normal e deve ser erradicado. Para que isso ocorra, é necessário que o Governo Federal fiscalize de forma efetiva os casos de racismos, punindo os infratores e garantindo a segurança das pessoas. Além disso, é preciso que o Ministério da Educação (MEC) melhore o ensino acerca da população africana, para que as pessoas aprendam desde pequenos que não há diferença entre um indivíduo da cor branca e negra. Também é imprescindível a participação da sociedade, que, por meio de mobilizações e manifestações, deve se conscientizar e mudar esse cenário. Immanuel Kant disse que o ser humano não é nada além daquilo que a educação faz dele, e são com esses passos primordiais que o Brasil caminhará a uma nação que respeita todas as pessoas.


VER: https://www.geledes.org.br/dia-internacional-contra-a-discriminacao-racial/

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domingo, 18 de março de 2018

Consternação e revolta - Cristina Frazão





Por  Cristina Frazão


Consternação e revolta com a EXECUÇÃO da vereadora Marielle Franco:

Anistia Internacional;
Onu;
Diversos países da Europa como Portugal, França, Espanha, inclusive manifestações em sessões parlamentares e nas praças públicas;
Grupos de representatividade popular de todo país;
Indígenas, quilombolas, representantes de consulados;
Diferentes setores da educação;
Artes;
OAB;
99% dos pré candidatos à presidência da república - como diz a musica,"aquele 1 por cento é vagabundo", né?
Bem como a maioria esmagadora dos seus representados em sua trajetória política: os pobres, favelados, os lgbtts, as mulheres negras.

Indignados com a repercussão da EXECUÇÃO da vereadora: 

Ultra "direita conservadora brasileira", liderada por um politico cristão favorável a tortura e a pena de morte, um ex ator porno gay, um jovem filho de empresário que é partidário da reforma trabalhista e um negro gay racista e homofóbico.

Tá desenhado aí.
Espero ter ajudado.

#MarielleVIVE

ASSISTA: https://www.youtube.com/watch?v=SJ_1pjnW2Lg

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sexta-feira, 9 de março de 2018

TERCEIRIZAÇÃO. E AGORA?




TERCEIRIZAÇÃO. 

E AGORA?


Marcus Pereira


Em março de 2017 o Governo golpista conseguiu aprovar o projeto de lei de 1998 (PL 4302-E/1998), a agora intitulada (famigerada) Lei da Terceirização, que entre outras propostas trazia a possibilidade da Terceirização de atividade-fim (aquela que compreende as atividades essenciais e normais para as quais a empresa se constituiu). Na ocasião da aprovação da Lei o governo usou como principal argumento o aumento na geração de emprego pois a mesma iria proporcionar avanços facilitadores nas contratações.

O fato é que as vésperas de completar aniversário de aprovação, a Lei Federal  13429, de 31/3/17 (Lei da Terceirização) ainda não produziu os efeitos prometidos, a não ser a geração de mais desempregados e mais pessoas ocupadas (3,8% e em relação a 2016 o crescimento foi de 6.9%), ou seja, mais pessoas trabalhando sem carteira assinada (11,2 milhões) o que certamente afetará a arrecadação da Previdência Social), números do IBGE.


Na verdade o trabalhador dificilmente irá perceber os prometidos benefícios desta Lei, visto que a mesma foi feita com o propósito de agradar ao empresariado (financiadores do golpe), principalmente os que estavam ou se encontram desempregados, de acordo com as novas relações da reformada Lei Trabalhista (outra afronta ao trabalhador) vem por ai mais dificuldades e arrochos.

Um pouco mais a frente (o famoso longo prazo) todos irão perceber o verdadeiro  poço  onde a população esta sendo jogada: Direitos reduzidos, relações de trabalho precarizadas, férias, aumentos e ascensão profissional de acordo com a conveniência dos patrões. Como será escrita, a partir de agora, a história do explorado trabalhador brasileiro?


Uma coisa ninguém pode duvidar, inclusive os pobres que se acham inseridos no contexto como protagonistas das mudanças, os únicos perdedores, mais uma vez, serão os trabalhadores, com salários e direitos reduzidos, que mais do que nunca serão peças descartáveis nesse projeto.

Mais informações: 


quinta-feira, 8 de março de 2018

8 DE MARÇO - Brasil de Fato

8 de março é dia de estarmos atentas e fortes

A reforma da previdência afeta centralmente às mulheres, especialmente as camponesas

Hellen Lima e Naiara Bittencourt - Brasil de Fato | Curitiba (PR), 8 de Março de 2018 às 11:49

O direito de se aposentar é uma das lutas recentes enfrentadas pelas mulheres do país
Marianna Rosalles

Há muito tempo as mulheres trabalhadores de todo o mundo travam uma luta constante por igualdade social e cultural, como o direito a salários igualitários, ao voto e ao divórcio. As desigualdades são estruturais e ligadas em sua raiz às contradições do mundo capitalista. O patriarcado (quando os homens é que têm poder) exerce papel de dominação econômica e de poder sobre a vida das mulheres.

No Brasil, a resistência das mulheres encontra eco na história de libertação do povo negro, nas greves operárias, na defesa da terra, na sustentação das famílias em que as guerreiras do povo são a ponta de lança.

Uma série de direitos conquistados nessa trajetória estão sendo retirados desde o golpe de Estado de 2016. Despecialmente as trabalhadoras do campo. estaca-se a tentativa, até agora sem sucesso, de reforma previdenciária do (des)governo Temer, que afeta centralmente às mulheres,



Nessa proposta, o acesso à aposentadoria se daria somente aos 65 anos de idade, com no mínimo 25 anos de contribuição. A PEC 287 ignora as desigualdades de gênero presentes no mundo do trabalho e a dupla jornada que ainda é imposta à maioria das mulheres.

Por isso, é fundamental reafirmarmos o 8 de março como dia de LUTA das mulheres. Por isso, precisamos estar atentas e fortes.

EMhttps://www.brasildefato.com.br/2018/03/08/editorial-or-8-de-marco-e-dia-de-estarmos-atentas-e-fortes/



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quarta-feira, 7 de março de 2018

O PODER E O PODER DA MÍDIA

O PODER E O PODER DA MÍDIA

Marcus Pereira



"A relação entre jornalistas (Jornalismo) e políticos (Agentes Públicos) pode ter um impacto significativo no funcionamento de uma sociedade justa e honesta. Os políticos tomam decisões e agem em nome do público. Jornalistas fiscalizam essas decisões e relatam as implicações para o público" (Davi Brewer).


Qual o papel da mídia no Brasil atual? Eis ai um assunto que vem dando dor de cabeça a muita gente, principalmente aos políticos (partidos). Em tempos de lava jato esta discussão tornou-se mais exposta ao grande público, este o alvo principal da grande mídia, quer seja para divulgar os fatos verdadeiros, quer seja para distorce-los.


Na realidade, ultimamente (talvez a muito tempo), os meios de comunicação tem desempenhado um papel cada vez mais relevante no cenário político, chegando ao ponto de eleger e derrubar presidentes de acordo com as suas conveniências, isto claramente exposto no dia a dia de suas programações. Mas seria este o real papel da imprensa? Talvez não, mas com isso, deixa claro o poder que tem e faz questão de usa-lo.

O fato novo é que estas interferências, feitas de formas mais explicitas, já não passa mais despercebidas pela população, que começa a cobrar imparcialidade e menos seletividade nas exposições  quando se trata deste ou daquele agente politico (PÚBLICO), fatos  estes que vem sendo cada vez mais frequente e sem o menor pudor.

Recentemente tivemos eventos em que as emissoras de TVs poderiam  ter desempenhado uma papel importante no que diz respeito as informações reais e isentas,  as reformas propostas pelo Governo golpista: Reforma Trabalhista, a PEC do Teto (241), Lei da Terceirização e Reforma Previdenciária; E o que a mídia fez? Fez o papel inverso ao de esclarecer e informar para buscar com isenção o apoio ou não, tomou para si a responsabilidade de assumir o papel de manipuladora  da opinião, querendo a todo custo impor a população aquilo que ela nem conhecedora era.


Optaram por um lado em detrimento a estarem certas ou não, ou seja, optaram pelo poder a qualquer custo para também tirarem proveitos em todos os sentidos de tudo aquilo que venha acontecer, colocando  a prova sua força de influência e capacidade de interferência nos processos de transformação da sociedade. Colocando-se como o quarto poder.

No entanto em um ambiente (verdadeiramente) democrático o função da mídia não seria esta, parcialidade com propósitos de interferir diretamente em qualquer que seja o assunto, principalmente no debate politico onde seu papel passaria pela informação de forma isenta, preocupando-se com a diversidade de seus conteúdos e de agentes diretamente ligados a este, deixando a cargo do publico (o eleitor) as manifestações ideológicas ou não.


Mas quem poderia frear as formas, desmedidas e descompassadas com a população, daqueles que detém a concessão dos meios de comunicação? Aqueles que também legislam em causa própria  e que são detentores dos poderes dados (concedidos) pelo povo, mas que também pouco se antenam com os anseios destes. Os congressistas.

Talvez o maior dos compromissos da próxima legislatura seja o de manter uma relação menos passional e dependente entre o jornalismo (mídia) e os agentes públicos (políticos). Uma coisa é certa, do jeito que está não pode continuar.



E se um dia você descobrir que suas opiniões não são verdadeiramente suas?

VIVA O POVO BRASILEIRO!!!



IMAGENS DO GOOGLE

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domingo, 4 de março de 2018

O ERRO DE LULA - Rodrigo Perez Oliveira

O erro de LULA.


Por Rodrigo Perez Oliveira - Salvador, Bahia ·

Não dá mais pra tampar o sol com peneira, negar o óbvio, defender o indefensável: Lula errou, errou feio e vai pagar por isso. Cansei de ficar fazendo malabarismo retórico na internet, defendendo quem tá errado.

Paciência é aquele tipo de coisa que tem limite. Errou tem que pagar. Simples assim.

Não é fácil admitir. Conto quase 32 anos. Votei pela primeira vez aos 16, em Lula. É óbvio!

Durante a metade desses 32 anos de vida, olhei para o governo federal e vi o partido dos trabalhadores lá, tocando o projeto político que me formou.

É que sou da geração REUNI, entendem? Me formei como professor e intelectual, da graduação ao doutorado, na universidade pública administrada pelos governos petistas. Todo aquele papo que vocês já conhecem: primeiro universitário da família, e blá, blá blá.



Trabalhei e estudei muito, muito mesmo. Mas tenho certeza, absoluta certeza, de que não chegaria aqui sem as políticas públicas petistas. Sou um entusiasta da ideia de mérito, pois uma sociedade que não se fundamenta no mérito acaba se transformando no império dos privilégios.

Não podemos entregar a ideia de “mérito” numa bandeja de prata para a direita. Precisamos disputar essa narrativa, e reconhecer que toda a ascensão social da última década se explica pelo encontro virtuoso entre mérito e política pública.

Não foi só mérito. Não foi só política pública. É o encontro entre os dois.

Confesso que é muito difícil pensar o governo federal brasileiro sem o Partido dos Trabalhadores, sem as inaugurações das unidades do Minha Casa Minha Vida. É triste.

Mas o tempo passa, e na medida em que os governos petistas vão cada vez mais se transformando em ausência, vou conseguindo ter uma leitura mais sóbria disso tudo.

E como a sobriedade é o terreno da crítica, cá está a minha crítica ao PT e a Lula. O grande erro do PT foi o grande erro de Lula, pois já há algum tempo, Lula é maior que o PT.

Foi um erro conceitual. Foi um erro de percepção de mundo, de compreensão do que é o Brasil. Justo Lula, tão sagaz, tão sensível para o entendimento da realidade brasileira. Ele errou e errou feio.

Explico.

É que algumas ideias circulam como o ar, entendem ?

Algumas ideias estão em todos os lugares, configurando nossos sentidos, mediando nossa relação com o mundo. Se quiserem, podem chamar isso de "senso comum". A gente nem sabe de onde a ideia veio e por que pensa assim. Mas pensa. É algo tão profundo que se torna quase uma natureza.

O erro de Lula tá aí. Talvez nem dê pra chamar de erro.

Não! Vou chamar de erro sim! Não vou aliviar o sapo barbudo. Não dessa vez! Tô nem aí. Chega! Perdi a paciência! Lula é culpado!

Lula naturalizou uma das principais narrativas de fundação do Brasil, exatamente aquela que define nossas elites como “cordiais”, “paternais”.

Nossos senhores de escravo seriam mais generosos. Por aqui, o racismo teria sido mais brando. Nossos patrões seriam mais bondosos. Nossa Casa Grande seria a morada não apenas da opressão, mas também do cuidado, da proteção.



O mito da cordialidade senhorial brasileira é tão forte, mas tão forte, que, de alguma forma, ele se faz presente em todos nós, prefigura a forma como olhamos e a realidade e interpretamos o Brasil.

O mito da cordialidade senhorial estava em Lula, estimulando sua ação política, a sua interpretação do Brasil.

“Lula gosta de vida boa e cachacinha. Faz tudo pelos pobres, mas nunca quis incomodar os de cima”, disse Marcelo Odebrecht, em delação premiada.

Essa frase merecia mesmo um prêmio, um Oscar! O aforismo define Lula com perfeição: Lula se convenceu de que seria possível melhorar a vida dos pobres sem incomodar os de cima. Lula comprou mito da cordialidade senhorial.

Lula, meus amigos, superestimou as elites brasileiras, achou que essas pessoas fossem capazes de serem melhores do que são. Lula não imaginou que essas pessoas pudessem ser tão baixas, tão ruins.

Lula pensou: “porra, é só Bolsa Família. Três refeições por dia. O dinheiro vai pro mercadinho, movimenta a economia. Ninguém vai se incomodar com isso”.

Lula pensou: “qual o problema do pobre estudando na universidade? Quanto mais gente estudando, melhor pra todo mundo, mais educada fica a sociedade”.



Lula pensou: “quanto mais gente andando de avião, mais as passagens ficam baratas. Melhor pra todo mundo”.

Lula errou, errou feio, errou rude. Lula não imaginavam que as elites brasileiras pudessem ser tão mesquinhas.

Lula estava convencido de que dava pra melhorar a vida dos pobres sem incomodar os de cima. Afinal, uma coisa não necessariamente resulta na outra.

Certo?

Não, não e não.

Não porque o cálculo dessa gente não é objetivo. Nossas elites não são racionais. Nossas elites são de tipo antigo, estão atravessadas pela noção de privilégio.

A madame de Copacabana, viúva de militar, pensionista, não quer saber se é melhor, racionalmente falando, viver em um país onde as pessoas comam três vezes por dia. O simples fato de o pobre “ganhar” alguma coisa, uma merrequinha que seja, incomoda a rentista, a parasita que não trabalha, que não produz nada pra ninguém.

O jornalista do Leblon não quer saber se o aquecimento do consumo é algo positivo pra economia do país. O simples fato de descer do prédio e ver as Tvs expostas nas vitrines das Casas Bahia tocando brega, funk e sertanejo lhe enoja. É isso: ele sente nojo, asco daquela estética, daquele tipo de gente.

A professora universitária não quer saber se a passagem de avião tá mais barata. Ela olha pro lado e vê o mestiço ali, de bermuda e chinelo, quase encostando nela. Tá muito perto, tá igualado pela posição de consumidor.

É outra lógica da luta de classes, entendem? É a luta de classes materializada na forma de convívio nos espaços de consumo, de gozo.

Nossa elite não consegue aceitar o gozo do pobre. Para as nossas elites, o pobre só deve gemer de dor. O prazer é monopólio, é privilégio. Nossas elites são sádicas.

É com esse tipo de gente que Lula achou que dava pra governar. Lula achou que eles seriam capazes de ceder um pouco, só um pouquinho.




Lula vacilou, vacilou muito.

Lula achou que não precisava barbarizar, achou que dava pra todo mundo conviver em harmonia.

Lula não quis ser caudilho. Não quis cultivar um dispositivo militar. Não quis fechar a Globo. Não quis fazer culto à imagem. Não quis botar um busto de bronze em cada buraco desse país. Não quis um terceiro mandato. Não quis rasgar a constituição.

Lula não quis aparelhar o judiciário.

Em algum momento, Lula achou que o problema do Brasil estava resolvido, e que era hora de sair de cena. Lula chegou a pensar em abandonar a política, e se tornar uma liderança mundial no combate à fome; um líder identificado com uma agenda humanista, suprapartidária.

Tolo!

Lula brincou de republicanismo na terra dos coronéis. Lula errou muito.



Lula achou que nossas elites o perdoariam, o deixariam em paz.

Lula achou que essa gente perdoaria sua ousadia.

Lula achou que poderia se sentar à mesma com eles. Beber o mesmo vinho.

Eles não engolem, eles não aceitam esse peão cachaceiro, insolente. Analfabeto.

Lula errou em se deixar levar pelo mito da cordialidade senhorial, e pagou caro, muito caro.

Pagou com a infelicidade dos filhos e netos, com a morte da companheira de uma vida. Lula sofrerá até o último momento de sua vida.

Lula será odiado por essa gente mesmo depois de morto. O corpo morto de Lula precisará de escolta, de proteção. Eles vão querer mutilar o defunto, arrancar-lhe as vísceras, salgar o terreno onde será cavada a cova, para que nada mais ali brote. Da cova do operário que ousou ser presidente da República fundada pelos bacharéis, do país forjado no escravismo, nada pode brotar.

Lula errou, e errou feio e por isso será condenado.

O julgamento do dia 24 de janeiro nada teve a ver com o Triplex que não foi comprado. Lula foi julgado e condenado porque superestimou o Brasil.

Lula achou que o Brasil fosse melhor do que é; achou que o Brasil pudesse ser o que jamais foi, o que jamais será. Quanta pretensão, quanta ousadia! Que todos os juÍzes do Brasil condenem o criminoso!


EM:https://www.facebook.com/rodrigo.perezoliveira


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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

A SOMBRA DA TRAGÉDIA DE MARIANA - PÚBLICA




Flávio Tavares/ Agência Pública
23 de Janeiro de 018
Texto: Lucas Ferraz
EM: https://apublica.org/2018/01/a-sombra-da-tragedia-de-mariana/

À sombra da tragédia de Mariana


Ampliação de projeto de mineração no interior de Minas prevê barragem quatro vezes maior do que a do Fundão acima de comunidades que já sofrem com seca do rio e ameaças de morte

O agricultor José Matozinhos dos Santos, 66 anos, pertence à terceira geração da família a nascer em Água Quente, uma comunidade espalhada nos morros da zona rural de Conceição do Mato Dentro, no centro de Minas Gerais. Sua mãe, Rosa Jesus, nascida e criada naquelas terras, completou 106 anos em 2017 vivendo no mesmo lugar. Matozinhos conta que seu bisavô foi o primeiro descendente a se assentar em Água Quente, há quase dois séculos – o município, um dos tantos criados no ciclo do ouro mineiro, tem 315 anos.

A vida de Matozinhos, de sua mãe e das dezenas de famílias da comunidade – assim como a de centenas de moradores de outros distritos da região – foi profundamente alterada desde o início de um dos mais emblemáticos e polêmicos projetos de mineração no país, o Minas-Rio, há dez anos.

Idealizado pelo empresário Eike Batista, que não demorou a passá-lo para a frente, o empreendimento tornou-se um dos principais na carta mundial da Anglo American, mineradora de origem sul-africana que, sediada em Londres, é responsável por toda a operação – as minas em Conceição do Mato Dentro, o mineroduto de mais de 500 quilômetros que transporta o minério de ferro até o porto de Açu, no Rio de Janeiro, e o terminal de onde ele é exportado.

Três anos depois de começar a extração, e ainda sem dar o retorno esperado, será aprovado provavelmente ainda neste mês o licenciamento que permitirá ampliar a produção das minas em uns 60% – um salto para estimáveis 26,5 milhões de toneladas de minério por ano, ante uma capacidade máxima que hoje varia entre 16 e 18 milhões de toneladas. Para isso, estão previstos o alargamento das cavas de exploração e o alteamento da barragem de rejeitos, que ganhará 20 metros para cima – terá capacidade para armazenar quatro barragens de Fundão, da mineradora Samarco, em Mariana, protagonista do maior acidente ambiental do Brasil. Como o minério de ferro de Conceição do Mato Dentro não é dos mais puros, ele é submetido a um processamento, o que demanda mais água e, consequentemente, gera mais rejeitos.

Batizado de “step 3” e envolto em polêmicas desde a sua apresentação em 2015, o que inclui denúncias que vão de crimes ambientais a ameaças de morte contra parte da comunidade atingida, o projeto tem o apoio do governo mineiro, que o classificou com o selo de “empreendimento prioritário”, mesma classificação dada à volta das atividades da Samarco, suspensas desde a tragédia de novembro de 2015.

Um dos principais nós em Conceição do Mato Dentro é o que fazer com famílias como a de José Matozinhos, que vivem logo abaixo da barragem de rejeitos. Além de Água Quente, ainda estão nessa rota Passa Sete (nome do córrego homônimo onde a barragem foi erguida) e o também bicentenário distrito de São José do Jassém. No total, são cerca de 400 moradores, quase todos negros e dependentes da vida da roça, que nos últimos três anos viram desaparecer a água antes limpa e abundante.

A mineradora Anglo American é responsável pela mineração de ferro em
Conceição do Mato Dentro, Minas Gerais 
 Flávio Tavares/ Agência Pública

A barragem foi erguida sobre o córrego Passa Sete, que corta e abastecia as três comunidades. Hoje a água é turva, fedida e escassa, sem os peixes de outrora – a mortandade foi detectada em estudos de biólogos, mas o governo mineiro os considera inconclusivos. Uma pequena cachoeira em Água Quente desapareceu. A população vizinha ao córrego relata que sempre há alguma substância “estranha” descendo da barragem. (As águas do Passa Sete estão indiretamente ligadas ao rio Doce: o córrego desagua no rio Santo Antônio, que por sua vez é um dos afluentes do Doce, ainda contaminado em toda a sua extensão pela lama da Samarco.)

“Já disse para a empresa que é impossível comunidades como Passa Sete e Água Quente ficarem onde estão. Isto é real: os caras tinham um rio e hoje não têm mais”, afirma o prefeito de Conceição do Mato Dentro, José Fernando Aparecido de Oliveira (PMDB).

Atualmente a água chega nas comunidades em caminhões providenciados pela empresa – a Anglo American não respondeu aos questionamentos sobre a escassez hídrica.

“Antes fazíamos tudo com a água daqui, tratávamos os animais, lavávamos roupa, pescávamos. Mas acabou”, lamenta-se Matozinhos. Da chácara onde ele vive com a mãe centenária se veem algumas das caixas-d’água instaladas no alto de um morro.

O medo, contudo, aflige as três comunidades: elas estão na chamada zona de autossalvamento da barragem, como era o caso do distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (que ficava a 5 km de Fundão, enquanto Passa Sete, a mais próxima, está a 1,5 km da barragem da Anglo American). A maioria dos moradores, atemorizados, quer ir embora. Caso haja um rompimento, eles terão poucos minutos para se salvarem, por sua conta e risco, sendo alertados somente por uma sirene – já instalada pela empresa.

Desde que começou a ser implementado numa das regiões mais preservadas de Minas Gerais, o projeto de mineração é marcado por polêmicas e denúncias de violações aos direitos humanos – quatro pessoas que têm propriedades em disputa com a empresa estão atualmente num programa de proteção do governo estadual por ameaças de morte.

O projeto detonou um conflito na região de Conceição do Mato Dentro (município com 18 mil moradores, a 160 km de Belo Horizonte) que parece longe do fim. A mineradora e outras três empresas terceirizadas já foram autuadas até por manter trabalhadores em situação análoga à escravidão.

Passada a primeira fase de reassentamentos, quando 52 famílias foram obrigadas a sair da área onde hoje se desenvolve a mineração, restaram centenas de pessoas que estão ao redor do empreendimento. Como esses “vizinhos” estão fora da área de operação, a lei desobriga a mineradora de realocá-los. Nessa situação, além das comunidades localizadas abaixo da barragem, estão várias outras, de nomes como Gondó, Sapo e Cabeceira do Turco (na zona rural de Conceição), que passaram a conviver com os barulhos das máquinas e explosões, pó, poeira e mau cheiro.

O assunto vem sendo discutido pelo Ministério Público Estadual, que tenta um acordo entre a empresa e o governo mineiro para evitar a judicialização do caso, o que provavelmente arrastaria as remoções na Justiça por anos.

A Anglo American não se manifestou. A mineradora disse ter aberto conversas individuais com os moradores, disponibilizando-se às remoções opcionais. O governo de Fernando Pimentel (PT) corrobora a decisão: as realocações devem ser opcionais. Até porque a obrigatoriedade criaria um precedente perigoso num estado que tem a mineração como razão de ser: não são poucas as cidades cujas barragens (e até mesmo minas) estão dentro das áreas urbanas.

“Ninguém aprendeu nada com o maior desastre ambiental do país. O estado comete os mesmos erros vistos em Mariana”, afirma Marcelo Mata Machado, promotor da comarca de Conceição do Mato Dentro.

A tragédia da Samarco não alterou a velha simbiose entre mineradoras e o poder público. Além da fragmentação das licenças ambientais, aspecto criticado pelo Ministério Público Federal, a postura da Anglo American – acusada de manter a truculência dos anos iniciais da MMX de Eike Batista e até de sonegar informações públicas sobre o empreendimento – continua a ser questionada pelos moradores e instituições que atuam no município.

A mineradora, passados mais de dez anos, ainda não teve o lucro esperado – ao contrário, os gastos para a implementação são considerados elevadíssimos, US$ 8,4 bilhões, segundo informou a Anglo American em nota. A aposta da empresa – e, por tabela, do endividado governo mineiro – é que a ampliação do complexo ajude a melhorar as cifras em breve. Para isso, a mineradora promete novos investimentos da ordem de R$ 1 bilhão.

Não eram cavalos


A história do projeto Minas-Rio começa com o sonho grande de Eike Batista e sua MMX, a mineradora do Grupo X que deu o pontapé inicial na operação, em 2006. As minas seriam conectadas ao porto de Açu, no Rio Janeiro, por um mineroduto que corta 33 municípios mineiros e fluminenses, um total de 529 quilômetros.

A empreitada, porém, começou maculada. As aquisições eram feitas por uma empresa que chegou à região dizendo estar interessada na criação de um haras, mas as terras, soube-se depois, eram ricas em minério de ferro. Valiam muito mais. A Polícia Federal investigou o caso, mas o inquérito foi arquivado sem conclusão.

A Anglo American tornou-se parceira de Eike Batista em 2007, adquirindo primeiro 49% das ações, até que no ano seguinte a empresa comprou todo o Minas-Rio. O centenário grupo africano herdou também os problemas deixados pela MMX: o atropelo no trato com a comunidade e as estimativas infladas de produção.

A crise financeira de 2008 e a abrupta queda do preço do minério agravaram a situação. A esses problemas se somaram os excessos de custos e os atrasos na implementação do projeto, que desde aqueles anos conta com o apoio dos governos de Minas e do Rio de Janeiro (à época, respectivamente, as gestões de Aécio Neves e Sérgio Cabral). Defensora da negociação com Eike Batista, a norte-americana Cynthia Carroll, então da CEO da Anglo American, acabou demitida diante dos maus resultados.

A ampliação em curso é também mais uma tentativa da mineradora de tentar resgatar um projeto que, por algum tempo, fora visto como promissor, mas cujos resultados se mostraram insatisfatórios. Em fóruns da atividade mineral mundo afora, já se especulou que a Anglo American poderia vender o Minas-Rio, ou ao menos contar com um parceiro para amenizar os custos.

Sobre a relação da empresa com a comunidade, ponto crítico de sua atuação em Minas, a mineradora não quis se manifestar.

“Há várias formas de violações, da informação sonegada à comunidade, com a empresa fazendo apenas marketing, ao plano de segurança apresentado, cuja rota de fuga das comunidades foi cercada com arame farpado pela própria empresa. Ninguém se importa com a população”, disse o procurador Helder Magno da Silva, que responde pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em Minas Gerais.

Uma de suas ações foi pedir investigação por improbidade administrativa contra servidores da Secretaria de Meio Ambiente do governo estadual pela forma “açodada” com que o Executivo atuou no processo de licenciamento. “É muito estranha a postura”, resume.

O governo mineiro não se manifestou.

Rosa Jesus, completou 106 anos em 2017 vivendo no mesmo lugar. 
Ela diz que só sai da região se todos saírem 
Flávio Tavares/ Agência Pública

Território onde está a maior parte da mina, Conceição do Mato Dentro era – não faz muito tempo – mais conhecida no estado como um atraente polo do ecoturismo, uma área de transição da mata atlântica para o cerrado, com serras como a do Espinhaço e dezenas de cachoeiras, entre elas a do Tabuleiro, com seus 273 metros de queda livre, a mais alta de Minas e a terceira do Brasil.

Cidade que preservou parte considerável de seu patrimônio histórico e representante legítima da chamada “Minas profunda”, na rota de outras cidades históricas como Serro (a 50 km) e Diamantina (a 100 km), ela começa a enfrentar agora as transformações vividas no século passado por dezenas de municípios mineradores.

Os efeitos colaterais tornaram-se conhecidos: aumento dos crimes, crescimento desordenado, aumento da demanda do precário serviço de saúde, além dos impactos ambientais. O prefeito José Fernando de Oliveira, no terceiro mandato, diz que a cidade precisa tirar proveito da nova situação: “Minério não dá duas safras”. A mineração responde atualmente por 40% do orçamento de Conceição – cerca de R$ 40 milhões por ano, valor que oscila de acordo com o preço do mineral no mercado internacional.

O político, contudo, adverte que o município deve procurar outros exemplos no estado (como Mariana, em colapso desde o acidente de novembro de 2015) para evitar justamente a “minério-dependência”. Ele afirma que é preciso reforçar a vocação local para o ecoturismo, atividade que ele admite renegada nos últimos anos, mas que será reforçada com os milhões provenientes da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), cuja divisão é a seguinte: 65% ficam com os municípios, 23% com o estado e 12% com a União).

Filho de José Aparecido de Oliveira (1929-2007), que nasceu na cidade e foi embaixador e ministro da Cultura, José Fernando afirma que a empresa gastou “muito e mal” no início de sua operação, mas que a postura agora é outra. “O problema é que não se pode obrigar uma pessoa a sair da área. Quem quiser sair vai ter que negociar.”

No ápice da construção do empreendimento, entre 2012 e 2014, mais de 10 mil pessoas chegaram à região de Conceição do Mato Dentro para trabalhar no projeto. Cerca de 400 são nativos que continuaram empregados, a maioria nas empresas terceirizadas.

A chegada em massa de trabalhadores (a palavra “peão”, em alguns círculos, ganhou conotação maldita) também foi sentida nos municípios vizinhos como Dom Joaquim (onde a empresa capta água para o mineroduto, além de ser morada de alguns dos funcionários terceirizados) e Alvorada de Minas (que abriga parte da mina).

Cidade de 4 mil habitantes que está a 30 km de Conceição do Mato Dentro, Dom Joaquim ganhou uma “casa de tolerância” (prostíbulo), frequentada sobretudo pelos forasteiros. O intenso tráfego de caminhões na pequena cidade também criou inconvenientes como rachaduras nas paredes das casas.

“A cidade perdeu a identidade e está de pernas para o ar, acabou a tranquilidade”, afirma Juliana da Silva Alexandre, 34 anos, uma dom-joaquinense casada e mãe de três filhos que é servidora da prefeitura municipal. No rio de Peixe, que passa em seu quintal, foi erguida uma adutora de água da Anglo American.

Os moradores reclamam que operação diminui o nível do rio, que abastece a cidade e os municípios vizinhos de Serro e Alvorada de Minas. A empresa nega. Ela afirma que a captação ocorre fora da área urbana, não prejudicando o abastecimento.

Num parecer anexado ao processo de licenciamento em curso, o governo mineiro reconhece que “a questão da qualidade das águas é, com certeza, um dos principais problemas a serem enfrentados” na expansão do empreendimento.

Desintegração


O tempo da multinacional não é o mesmo das comunidades rurais. O modelo de mineração vigente, desenvolvido em Minas a partir da década de 1940, acaba por impactar de forma abrupta a vida local.

Uma das transformações está relacionada à produção de queijos e cachaças artesanais, uma tradição em Conceição do Mato Dentro que diminuiu com a chegada da mineração. O mesmo ocorre com a redução das chamadas “terras de bolo”, prática comum na região em que os terrenos (de um ou mais donos) eram compartilhados pelos roceiros e agricultores. Os produtos eram depois trocados entre eles como forma de pagamento ou recompensa pelo uso da terra alheia.

Como grandes áreas já foram adquiridas, as “terras de bolo” escassearam, assim como as oportunidades de trabalho nas fazendas.

A não observância dessas questões pela empresa e pelo poder público tende a fragmentar as comunidades, algumas delas com características quilombolas e tradicionais, conforme alerta o Ministério Público. A solução seria realocá-las inteiramente, o que parece fora de discussão para a Anglo American – a empresa se recusou a tratar do assunto, restringindo-se a dizer que, nos assentamentos já realizados, as “aquisições de terras foram feitas individualmente porque as famílias preferiram assim, mas a empresa sempre ofereceu a opção de negociação coletiva”.

Quem resistiu aos acordos de desapropriação foi, inevitavelmente, atropelado – e com base no artigo 20 da Constituição, que diz serem da União “os recursos minerais, inclusive do subsolo”. Foi o caso do agricultor Lúcio da Silva Pimenta, 52 anos, que só deixou o terreno onde vivia – no início de 2017 – à força, numa ação de reintegração de posse. Ele acabou improvisando a moradia – num ato de resistência – num pequeno terreno de sua propriedade, fora da área da Anglo American na serra da Ferrugem, onde ocorre a extração mineral. Lá viviam cerca de dez famílias, mas agora só sobrou ele.


O agricultor Lúcio da Silva Pimenta foi ameaçado e incluído no
Programa de Proteção do governo mineiro
Flávio Tavares/ Agência Pública

Lúcio é um dos quatro moradores da região incluídos no Programa de Proteção aos Direitos Humanos do governo do estado – conta que foi ameaçado na internet e no WhatsApp, serviços a que ele não têm acesso. A origem das ameaças é difusa e ainda está sob investigação – alguns dos envolvidos seriam funcionários da Anglo American contrariados com a postura crítica desses moradores.

“Ameaça não é só colocar uma arma na cabeça de alguém. É tirar o modo de sobreviver, é tirar a água, o lugar de viver”, resume.

No galpão onde dorme, Lúcio armou a cama dentro de um caixote (para se proteger de insetos e animais). Ele não tem energia elétrica. O agricultor se recusou a negociar uma indenização no plano fundiário da empresa e até o salário mínimo que poderia receber no programa de proteção do governo. A justificativa: “Não sou o único, o estado deveria fazer o mesmo por todos os atingidos”. Ele atualmente recebe R$ 85 por mês do programa Bolsa Família (no qual foi incluído) e cultiva mandioca, cana e milho em outras áreas de Conceição do Mato Dentro.

Segundo Rodrigo Ribas, superintendente de projetos prioritários da Secretaria de Meio Ambiente do governo mineiro, os estudos ambientais apresentados pela empresa para a ampliação do empreendimento são satisfatórios, mas ele reconhece que a Anglo American ainda tem “dívidas” com a comunidade. “O histórico da relação é ruim, mas está sendo resolvido”, afirma. Um dos aspectos do licenciamento considerado inadequado pelo estado, segundo Ribas, é exatamente o plano de solução de conflitos.

Apesar disso, o plano de expansão que será aprovado em breve vai definir a exploração de minério de ferro na região pelos próximos 28 anos. As polêmicas e conflitos não devem arrefecer tão cedo.

Uma das possibilidades aventadas pelo procurador Helder Magno da Silva é federalizar as ações sobre o caso, o que ele acredita possível pelo fato de o mineroduto passar por 33 municípios de dois estados.

Na fase de expansão, a empresa afirma que vai criar 800 novas vagas, menos de 10% do total de trabalhadores utilizados na fase de instalação do Minas-Rio. Como antes, muitos vão embora assim que as obras são concluídas. A chegada do empreendimento quase que dobrou o número de empresas atuantes em Conceição, mas depois da euforia inicial restou o tédio dos comércios vazios.

Novas instituições também acompanham o desenrolar do processo. Uma delas é o Polos de Cidadania, ligada à Universidade Federal de Minas Gerais, que desde 2015 acompanha a pedido do Ministério Público Estadual a situação na região, seguindo as denúncias de violações e as eventuais contrapartidas sociais que a mineradora é obrigada a cumprir.

“Se o minério é importante para o Brasil e outros países, que minere, mas principalmente respeitando as pessoas, as nascentes, a fauna, a flora. E isso eu não vejo acontecer. Não sou contra mineração, sou contra covardia e hipocrisia. Mas quem pode enfrentar uma elite dessa junta?”, pergunta-se Lúcio.



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domingo, 25 de fevereiro de 2018

O BURRINHO DA DIREITA E O BURRINHO DA ESQUERDA

Uma imagem fala mais que mil palavras! 

Pobre burro de direita e pobre burro de esquerda


Essa imagem é a representação do que se passa no nosso país, onde os políticos (todos ricos)  que foram eleitos para representarem os anseios do povo (eleitores) se organizam no Congresso em  diversas categorias e classes: EMPRESÁRIOS, MILITARES, RURALISTAS, RELIGIOSOS e outras tantas categorias que não me lembro no momento. A verdade é que lá só não encontramos  de forma explicita e organizada o POVO.

Quantos dos POLÍTICOS QUE ELEGEMOS na última eleição estão de fato  determinados em legislar para o POVO?

Definitivamente precisamos repensar, enquanto cidadãos conscientes, sobre as responsabilidades de cada um de nós, pois enquanto vivemos a eterna luta por melhores empregos, melhores salários, melhores condições de vida e muitos até por um pedaço de pão, estes canalhas (a grande maioria) que ocupam o poder nada irão fazer de concreto pelo POVO (os pobres burrinhos da DIREITA e os pobres burrinhos da ESQUERDA).

Precisamos parar com essa história de endeusarmos quem quer que seja o político e nos conscientizarmos  que para eles a politica é mais do que uma ideologia de DIREITA ou ESQUERDA, politica para esses bandidos é uma eterna busca pelo enriquecimento (deles e dos seus) e pouco se importam se aqui nos degladiamos, eles querem na próxima eleição  a fidelidade dos trouxas (nós). Com raríssimas exceções.

Nesse meio aquele que se atreve a andar ao lado do povo tem um preço muito alto a pagar.

Lá na frente se não pararmos de nos tratarmos como inimigos, nós os pobres burrinhos da DIREITA e os pobres burrinhos da ESQUERDA, se quer teremos o pão de cada dia.

Chega de procurarmos heróis onde só vemos pilantras, chega de salva pátrias, nós somos os heróis dessa nação. Eu, você, nós (os BURRINHOS DA DIREITA e os BURRINHOS DA ESQUERDA) que acordamos cedo todas as manhãs em busca do pão de cada dia.

Os heróis dessa nação somos nós o POVO BRASILEIRO.

Chega de sermos enganados.

viva ao povo brasileiro!



Disponível em Ebook na Amazon.com.br


Palavras ao Vento: Poesia por [Pereira, Marcus]







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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

A AGRICULTURA FAMILIAR NÃO É AGRO, NÃO E POP E MUITO MENOS TUDO!



NO BRASIL : A AGRICULTURA


FAMILIAR NÃO É AGRO, NÃO E


POP E MUITO MENOS TUDO!


Marcus Pereira


As chuvas voltaram ao semiárido Nordestino estampando a alegria nos rostos de cada sertanejo, que tem como sinônimo de vida a sua terra. Quantos deles agora ja não estão arando suas terras, ávidos de desejos de verem brotar suas roças: de milho, de feijão?. De verem brotar a vida?. São estes agricultores das pequenas cidades pelo interior a dentro desse nosso imenso país que traz a mão calejada, o rosto ressequido de sol e suor, que colocam na mesa das grandes cidades o arroz com feijão nosso de cada dia.


Está na hora de aproveitarmos essa chuva que cai e começarmos a lembrar da necessidade do governo incrementar  programas que beneficiem os agricultores familiares, e que esses incrementos não limite-se ao crédito. Que esse incremento tenha em suas bases a valorização desse trabalhador, começando com títulos de posse da terra, que esse mesmo estado seja incentivador desse pequeno agricultor com o uso de seus excedentes para o fornecimento de merendas das escolas públicas.

Os alimentos  adquiridos da agricultura familiar, contribuirá para a segurança alimentar e ao mesmo tempo funcionará como  importante fonte de renda para milhares de trabalhadores rurais de pequeno porte.

A quantas anda o PRONAF criado em  1996, pelo Decreto nº. 1.946, de 28 de junho (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) que tinha, entre outros, o objetivo da comercialização e a infraestrutura da agricultura familiar?.

O PRONAF possibilitou que muitos agricultores, que antes não participavam das linhas oficiais de financiamento do crédito rural passassem, a ter e utilizar recursos do Governo Federal.




“A AGRICULTURA FAMILIAR FOI A ÁREA QUE MAIS PERDEU NO GOVERNO TEMER”, Valter Bianchini, Oficial Nacional da Food and Agriculture Organization of The United Nations (FAO) par a Unidade Sul do Brasil  em 13 de junho de 2017.

Embora  a agropecuária brasileira seja conhecida mundialmente por sua grande produção de alimentos, em grande parte para a exportação, poucos sabem ou se importam que esse universo seja dominado pelos mais capitalizados (minoria) e protegidos pelo Governo com seus perdões e juros quase chegando a zero, estes são os que estão inseridos no mercado, enquanto aqueles que verdadeiramente (agricultura familiar) colocam o alimento na mesa  dos brasileiros (a grande maioria) estão descapitalizados e desprotegidos, encontram-se até com dificuldades de produzir.



Além do menor volume de crédito para a agricultura familiar, tem também  o aumento das restrições que limitam o acesso, além do sucateamento da Assistência Técnica e Extensão Rural. O reflexo dessa anti política agrícola vai ser sentido na próxima safra (2018) no preço dos alimentos. 

Hoje o país assiste o desmonte da estrutura agrícola na produção de alimentos para a mesa dos brasileiros, da cidade e do campo, e o fortalecimento da área de commodities.  Amanhã será outro dia e ai teremos um preço muito alto a pagar.



Para o pequeno agricultor resta continuar sonhando com um futuro melhor. As chuvas chegram. As verbas?  Estas também chegaram à agricultura tipo exportação, E para a agricultura familiar (o pequeno trabalhador rural), para os consumidores?  A conversa é outra, não é mesmo: Pouco crédito, pouco subsídio e nada de tecnologia avançada!


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26,8 milhões de desempregados - AGORARN


No Brasil, falta trabalho 

adequado para 26,8 milhões de 

pessoas, diz IBGE


Indicador fechou o ano em 23,8% e inclui pessoas que não tinham emprego e estavam procurando, e aqueles que trabalham menos de 40 horas semanais.


Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A taxa média de subutilização da força de trabalho no ano de 2017 foi de 23,8%, ou seja, faltou trabalho, em média, para 26,5 milhões de pessoas no ano passado, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) trimestral, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa composta de subutilização da força de trabalho recuou de 23,8% no terceiro trimestre de 2017 para 23,6% no quarto trimestre do ano. O resultado equivale a dizer que faltava trabalho para 26,4 milhões de pessoas no País no quarto trimestre do ano passado.

O indicador inclui a taxa de desocupação (pessoas que não tinham trabalho e estavam procurando), a taxa de subocupação por insuficiência de horas (aqueles que trabalham menos de 40 horas por semana) e a taxa da força de trabalho potencial (pessoas que não estão em busca de emprego, mas estariam disponíveis para trabalhar). No quarto trimestre de 2016, a taxa de subutilização da força de trabalho estava mais baixa, em 22,2%.

Entre as unidades da Federação, no 4º trimestre de 2017, o Piauí (40,7%), a Bahia (37,7%), Alagoas (36,5%) e Maranhão (35,8%) apresentaram as maiores taxas de subutilização da força de trabalho e as menores taxas foram em Santa Catarina (10,7%), Mato Grosso (14,3%), Rio Grande do Sul (15,5%) e Rondônia (15,8%).





A taxa de desocupação, que compreende as pessoas que não tinham trabalho e estavam efetivamente procurando, no 4º trimestre ficou em 11,8% e apresentou redução de 0,6 ponto percentual na comparação com o 3º trimestre (12,4%) e ficou estatisticamente estável frente ao 4º trimestre de 2016 (12,0%).

Ainda na comparação com o 3º trimestre de 2017, houve retração desse indicador em quase todas as regiões: Norte (de 12,2% para 11,3%), Nordeste (de 14,8% para 13,8%) e Sudeste (de 13,2% para 12,6%). O Nordeste (13,8%), apesar da queda na comparação trimestral, permaneceu com a maior taxa de desocupação entre todas as regiões. Na comparação anual a taxa recuou nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, permanecendo estável no Sudeste e no Sul.


VER MAIS :http://agorarn.com.br/nacionais/falta-trabalho-para-265-milhoes-de-brasileiros-aponta-estudo-do-ibge/

VER MAIS :https://www.brasil247.com/pt/247/economia/343707/A-trag%C3%A9dia-do-golpe-desalento-no-mercado-de-trabalho-bate-recorde.htm



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