Marcus Pereira
Qual a importância da água para quem já viu morrer de sede o gado,
morrer a plantação, perder parentes, pela sua falta, para o sul por medo e falta de perspectiva? "...sabe lá, o que é morrer de sede em frente ao
mar...", no Sertão a importância da água tem essa dimensão, só
sabe o valor que a água tem, quem já passou pelo que passa o sertanejo.
No
mundo todos sabem dos desafios de sobreviver em
ambientes com pouca oferta hídrica, aqui no Brasil vivemos essa experiência no SERTÃO NORDESTINO (situação que já era analisada desde o tempo do Império, quando se falava em TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO).
A
água desperdiçada (em maioria em áreas de grandes irrigações) e seu uso inadequado expõem terras frágeis e com grande riscos de desertificação (já vem acontecendo no nosso semi-árido).
Quem no Brasil não sabe das condições de disponibilidade e da qualidade da água do Sertão nordestino? Acredito que só os políticos.
Quem não sabe que a qualidade da água é fator determinante para a
qualidade de vida e para a estabilidade social de uma região?
Mas está água encontra-se cada vez
mais escassa nesse início de século XXI.
O nosso Sertão além da escassez de água, vem enfrentando outro problema, a devastação, cada vez mais avassaladora, da sua fauna e flora (o Bioma Caatinga).
Ao povo sertanejo resta, no entanto, esperar que o futuro nos leve a solução no que diz respeito a
equidade de acesso aos poucos recursos hídricos (que estes não sejam privilegio dos políticos e coronéis da região), e também que esta venha de forma menos insalubre, pois os reservatórios que servem a região (barreiros, açudes ou baixadas), frequentemente, são alvos de diversas formas de
poluição e exploração. Essa água acumulada é responsável por grande parte das
doenças no Sertão: amebiase, tifo, cólera.
Nosso povo está cansado de viver de caridade, de carros pipas e tantas outras formas não definitivas em busca de soluções. O que o Nordestino precisa mesmo é de " CHUVAS DE HONESTIDADE", onde o coronel/politico que manda na cidade não seja o grande beneficiário, das melhorias que por lá chegam (Já está acontecendo com a transposição). A Nação Nordestina está cansada dos desmandos e dos desvios de incrementos que chegam ano a ano e quem menos usufrui dos mesmos é o povo.
Mesmo
existindo uma grande dispersão espacial das famílias residentes nas
áreas rurais do Semi-árido, essa convivência, homem/semi-árido, há anos
vem sendo possível e continuará sendo (estima-se que 70% das comunidades concentrem apenas
24% das famílias - IBGE,20000) graças a experiências simples, com a
prática de métodos baratos e eficientes de captação e armazenamento de
água das chuvas, por meio da construção de:
Cisternas rurais, barragens subterrâneas, sistemas simplificados de abastecimentos de água, dessalinizadores.
Essas alternativas precisam vir acompanhadas de um processo educativo, a população precisa aprender qual a forma adequada de manejo e uso dessa água, tudo isso certamente fará diferença na melhora na saúde dos sertanejos e na convivência dos mesmos com a seca.
Assim como são mal distribuídos os recursos que ali chegam , a chuva no Nordeste também é mal distribuída espacial e temporalmente, devido as
características climáticas da região.
Outro problema, e fator de grande preocupação, é o alto índice de evaporação da região nordeste, que alcança uma média em torno de 2000 mm anuais, o que torna reservatórios de água pouco profundos inúteis em época de seca (SUASSUNA; AUDRY, 1992).
A
chuva no nordeste é pouca e mal distribuída. Mas o que
precisamos
mesmo é de uma "CHUVA DE HONESTIDADE"
Quando o ronco feroz do carro pipa, cobre a força do abóio do vaqueiro
Quando o gado berrando no terreiro, se despede da vida do peão
Quando verde eu procuro pelo chão, não encontro mais nem mandacaru
Dá tristeza ter que viver no sul, pra morrer de saudades do sertão
Eu sei que a chuva é pouca e que o chão é quente,
Mas, tem mão boba enganando a gente, secando o verde da irrigação
Não! Eu não quero enchentes de caridade, só quero chuva de honestidade
Molhando as terras do meu sertão
Eu pensei que tivesse resolvida, essa forma de vida tão medonha
Mas, ainda me matam de vergonha, os currais, coronéis e suas cercas
Eu pensei nunca mais sofrer da seca, no nordeste do século vinte e um
Onde até o voo troncho de um anum, fez progressos e teve evolução
Israel é mais seco que o nordeste, no entanto se veste de fartura
Dando força total a agricultura, faz brotar folha verde no deserto
Dá pra ver que o desmando aqui é certo, sobra voto, mas, falta competência
Pra tirar das cacimbas da ciência, água doce que serve a plantação
https:/
/www.youtube.com/watch?v=-Tt11Loi97Q
Imagens extraídas do google.
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