sexta-feira, 20 de abril de 2018

MARIANA - A lama do caos

MARIANA - A lama do caos


Por Marcus Pereira


Termina nesta sexta-feira (20), o prazo para que a empresa  Vale, a BHP Billiton e o Ministério Público Federal (MPF) entreguem na 12ª Vara Federal do estado um plano que defina ações de reparação 


A natureza aos poucos vai renovando a paisagem

Na tarde do dia 5/11/2015, uma quinta-feira, por volta de 15h30  uma barragem se rompeu em uma pequena cidade (histórica) do interior de Minas Gerais. Espalhando  suas lamas, destruindo e matando tudo que encontrou pela frente.. O choro se espalhou pelo Brasil. Hoje, 2 anos e 5 meses depois daquela que foi a maior tragédia ambiental do país  e ainda não há um diagnóstico definitivo dos danos socioeconômicos causados pelo “tsuname de lama” da mineradora Samarco.

Várias perguntas no dia de hoje, dia que termina o prazo que MPF e Samarco marcaram para fechar um acordo de reparo aos  danos causados pelo desastre de Mariana, precisam ser respondidas: Aonde vamos parar? Não podemos esquecer que vários distritos de Mariana foram destruídos e mais 36 cidades atingidas até chegar ao mar. Vidas foram perdidas (19 mortos)!

Quantos  distritos, cidades ou vidas deixarão de existir, pelo Brasil a fora,  em nome dessa busca desenfreada  e  incessante pela riqueza que traz o minério? Será que nada disso tem importância?

Esse desastre (crime) é só vem  provar que o capitalismo é uma máquina mortífera e que em nome do crescimento da economia, se necessário for, se destrói, mata-se e pouco se importam com a natureza e suas consequências, tudo ficará em segundo plano. O lucro, este  sim é o que importa.


O rompimento da barragem do Fundão pertencente a mineradora Samarco, empresa fundada em 1977 que produz pequenas bolas de minério de ferro usadas na produção de aço, empresa controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton. Que opera em Minas Gerais e no Espírito, não causou apenas a destruição da Cidade de Mariana, causou diversos desastres. Dentre eles, desabrigou famílias, causou a morte de animais, pessoas e ate até a quase morte de um rio (Não podemos esquecer o Rio Doce, este ainda esta se recuperando, segundo especialistas no mínimo 15 anos). Uma tragédia que só envergonha o Brasil.

A partir daquele dia passamos a perceber o perigo por trás das barragens de rejeitos que cercam as minas de minério de ferro , muitas delas ilegais, vemos o quanto o Estado é omisso e incapaz de punir os verdadeiros responsáveis. Não seria o Estado também co-responsável por deixar a situação chegar ao ponto que chegou?. Mais uma vez quem pagará as contas e povo pobre e desassistido de Minas e adjacências. Com o desemprego dos pescadores, que se encontram impossibilitados de trabalhar após a "lama tóxica" invadir os rios, as familias desabrigadas, os que perderam seus parentes, além do enfraquecimento da economia local. Onde se encontram os culpados por essa tragédia?

A Vale acumulou receita líquida de R$ 62,8 bilhões, enquanto isso segue o andor. Ano a ano veremos nesse mesmo local e data as pessoas lembrarem dos anos seguidos da tragédia, sem que nada tenha sido feito para reparar os danos causados às pessoas e ao meio ambiente. Como sempre no Brasil  tudo passará e não haverá culpados. Condenados sempre serão as vítimas.

Certamente teremos por trás de toda essa história as negociatas entre juízes, políticos e os empresários envolvidos. Negociatas que renderão milhões aos seus bolsos. E o povo de Mariana? E o Rio Doce?

Calma tudo no seu tempo. Não é a nossa JUSTIÇA uma das mais modernas do mundo? Piada! Se fóssemos um país sério, se tivéssimos um STF eficiente, já teriamos  resolvido o problema, mas ao contrário, mais uma vez tudo será empurrado com a barriga e muitos dos que testemunharam essa tragégia não estarão vivos quando um dia se pensar em solução.

Resta-nos ter a consciencia que cada um brasileiro, de uma forma ou de outra, é um sobrevivente da lama que vem como brinde da corrupção e da roubalheira dos políticos que elegemos. Resta-nos a certeza de que por muitos e muitos anos permaneceremos apequenados proporcionalmente aos tamanho dos nossos direitos. E restará a todos nós a certeza que muito tempo passará até que as vitimas dessa tragédia tenham suas indenizações devidamente pagas.

Outubro bate a nossa porta, escolham a dedo aqueles que irão mudar o rumo desse país! Enquanto colocarmos crápulas no poder, corremos nós mesmos o risco de levarmos essa dedada

VAI COMPLETAR 3  ANOS E NADA, NEM ANIMAIS NEM VIDAS HUMANAS NEM RIOS NEM BIODIVERSIDADES FORAM MOTIVOS PARA PUNIR OS ENVOLVIDOS (CULPADOS), ASSIM COMO FOI PUNIDA A POPULAÇÃO VÍTIMA DA TRAGÉDIA.


quinta-feira, 19 de abril de 2018

A VIOLÊNCIA NOSSA DE CADA DIA

A VIOLÊNCIA NOSSA DE CADA DIA

Por Marcus Pereira 


Violência!
Cada vez mais presente em todos os lugares que possamos imaginar do nosso país (nas pequenas e grandes cidades) e no mundo. Esta se encontra muito mais próxima do que deveria e queríamos, de quebra ainda é o grande dilema da atualidade e que tem provocado dores de cabeça nos Governantes pelo mundo a fora.




"As vítimas tendem a ser aqueles que mais precisam de proteção: os pobres urbanos e rurais, os povos indígenas, os negros, os jovens e também aqueles que trabalham em prol dos mesmos: advogados, sacerdotes, líderes sindicais, camponeses. Os violadores costumam ser agentes do Estado, cuja responsabilidade legal é a proteção dos cidadãos". (https://www.coladaweb.com/sociologia/a-violencia-na-sociedade-brasileira)


Onde encontrarmos respostas eficientes para solucionar os problemas e os males dessa violência? Eis o drama, Não creio que a humanidade tenha perdido a capacidade de gerir e conter a escalada assustadora e vergonhosa desse mal, como acredito, também, que precisamos nos unirmos e não ficarmos indiferentes com a crescente taxa de homicídios, principalmente nos grandes centros.

Também não precisamos banalizar o que acontece em nossa volta e nem podemos negar que em nosso país a impunidade é uma das principais causadoras do crescimento da VIOLÊNCIA NOSSA DE CADA DIA  e que vem aliada ao crime organizado e a corrupção que tomou de assalto a nossa nação.




Quantos de nós não temos reclamado de uma ação mais enérgica do Estado em relação a violência? Mais todos nós também ja percebemos que esse  Estado nunca esteve tão ausente e tão distante dos anseios do povo (em todos os aspectos)  no tocante a segurança, quanto nos últimos anos. Faz tempo que não temos uma resposta significativa aos criminosos que agem nas barbas das autoridades, seja a noite ou durante o dia.

Quem seria capaz de responder a quantas andam a politica de Segurança Pública em nosso país? E não me venham falar em intervenção militar, pois esta ja provou que é incapaz de conter a violência urbana. Exemplos? Todos conhecem, mas poucos, (principalmente os canalhas) admitem ou aceitam as criticas

Quem tem que conter  A VIOLÊNCIA NOSSA DE CADA DIA? A resposta talvez esteja além da nossa compreensão, mas a verdade é que ao longo dos tempos, pouco a pouco, as sociedades evoluíram ao ponto de se adequarem aos novos costumes, as novas ordens, as novas formas de fazer politica de Segurança Publica e com mudanças de hábitos também aprenderam a conviver com o caos social. E a violência é parte desse caos, e é inerente ao ser humano.

Ainda há tempo para acreditarmos em tempos menos violentos. Ainda há tempo para acreditarmos  na redenção, na  inteligência, no fim das barbáries. Ainda há tempo para acreditarmos que a humanidade descobrirá que ao trafegar por vias perigosas se auto destruirá. Ainda há tempo para acreditarmos que restabeleceremos a sobriedade e que descobriremos que os valores morais ainda é a grande arma contra  A VIOLÊNCIA NOSSA DE CADA DIA.


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sexta-feira, 13 de abril de 2018

Desigualdade e extrema pobreza avançam no Brasil - Brasil de Fato

Desigualdade e extrema pobreza avançam a passos firmes no Brasil em golpe


Juliane Furno em 13 de Abril de 2018 às 13:52



É visível o aumento do número de moradores de rua, de pedintes nos semáforos,
nas portas dos mercados e afins. - Créditos: Rovena Rosa/Agência Brasil

Levantamento da empresa LCA Consultores – com base nos dados recentes do IBGE – indicam que aumentou em mais de 1 milhão o número de  pessoas vivendo na extrema pobreza no Brasil. Esses dados, divulgados nesta quarta (11), apenas comprovam a imagem que qualquer um de nós – andarilhos das nossas cidades – já constatamos na prática.

É visível o aumento do número de moradores de rua, de pedintes nos semáforos, nas portas dos mercados e afins. Para os moradores da grande São Paulo é assustador o cenário recente de pessoas vendendo qualquer tipo de coisas no metrô, desde chocolates e acessórios até a sua “arte”, músicos, cantores, poetistas que entram nos vagões na busca de algum sustento.

Não foi somente a extrema pobreza que cresceu. Esses dados atestam a opção atual pela manutenção e ampliação das desigualdades sociais. A pesquisa revelou que os 5% mais pobres da população brasileira pararam de ampliar o rendimento real - como vinha ocorrendo nos governos petistas – e tiveram seus rendimentos médios diminuídos 18% em 2016.

Vejamos o exemplo das empregadas domésticas. Essa massa de trabalhadoras – majoritariamente mulheres e negras – alcançaram um aumento no rendimento médio de 76% acima da inflação entre 2003 e 2014.

A fórmula econômica é simples: Se tem a mesma quantidade ou mais de pessoas procurando por empregadas domésticas e menos empregadas domésticas ofertando trabalho no mercado, os salários tendem a subir. De fato, menos mulheres prestaram serviço doméstico.

Enquanto nos anos 1990, 19% da força de trabalho feminina estava ocupada no trabalho doméstico, em 2014 esse percentual caiu para 15%.

No entanto, após 2016, o número de empregadas domésticas ampliou significativamente. Isso porque, em momento de crise, de fechamento de postos no mercado de trabalho e de diminuição no rendimento das famílias, as mulheres encontram no trabalho doméstico a única alternativa de inserção laboral. Pela mesma lógica, se mais empregadas domésticas procuram emprego, os salários caem. De 2016 a 2017 as trabalhadoras domésticas tiveram uma perda salarial de 8,3%.


Dessa forma, os dados atuais de aumento da extrema pobreza, das desigualdades e da queda do rendimento da classe trabalhadora tem dois motivos principais. O primeiro é o aumento do desemprego. De 2014 para 2017 o Brasil dobrou o número de desocupados. A falta de emprego somada à ausência ou diminuição dos serviços e políticas públicas tende a aumentar a extrema pobreza.

A maior parte dos desempregados se concentra na base da pirâmide social, mesmo setor que o governo do presidente golpista Michel Temer cortou o benefício do Programa Bolsa Família para 326 mil domicílios. Além disso, a inexistência de políticas públicas de moradia, de restaurantes comunitários ou de geração de renda agrava ainda mais o quadro da tragédia.

Pela Lei da Oferta e da Procura, quanto mais trabalhadores desempregados procurando emprego, menores são os salários ofertados. Dessa forma, o desemprego ajuda a pressionar para baixo o salário dos ocupados, o que diminui o rendimento e aumenta a desigualdade entre o Capital e o Trabalho.

Em segundo lugar, os empregos criados nesse período são, na sua grande maioria, precários – e pagam salários mais baixos. Isso tudo por conta da aprovação da Reforma Trabalhista, que “legaliza” o que antes era considerado “bico”.

Com isso o país vai voltar a apresentar crescimento do número de empregados, porém, esses empregos criados seguirão a regra da precarização, com baixos salários, ausência de direitos fundamentais e vínculos temporários.

O ano de 2017 é o primeiro na história brasileira em que o número de trabalhadores informais superou o de trabalhadores formais. Como se não bastasse isso, a política de desvalorização do salário mínimo, nos últimos dois anos, também contribui para a queda do rendimento dos trabalhadores, sobretudo os mais pobres, que se concentram nas mulheres, negros e jovens.

Mas ainda não estamos no fundo do poço! Se a reforma da previdência for aprovada, a crise social ainda pode se agravar. Caso não existisse a Seguridade Social brasileira, o nosso percentual de pessoas vivendo na extrema pobreza seria 12% maior!

Esses são os dados do estrago no Brasil do golpe. Primeiro se tira a Dilma. Depois os direitos. Congelam-se os gastos, derruba a inflação, retrai o crescimento econômico, aumentam as desigualdades, exacerba a concentração de renda e infla os miseráveis.

* Juliane Furno é doutoranda em Desenvolvimento Econômico na Unicamp, formadora da CUT e militante do Levante Popular da Juventude. em https://www.brasildefato.com.br/2018/04/13/desigualdade-e-extrema-pobreza-avancam-a-passos-firmes-no-brasil-em-golpe/


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quinta-feira, 12 de abril de 2018

Reforma do Ensino Médio - Yara Manolaque

Reforma do Ensino Médio: os 40% que se distanciam da educação pública de qualidade

"O governo afirma que essa lei foi amplamente debatida pela sociedade, mas já podemos observar algumas armadilhas."


Yara Manolaque* - Recife (PE), 11 de Abril de 2018 às 14:43


O pacote de maldades da PEC da Morte prejudica os trabalhadores e principalmente os jovens que ingressarão no mercado de trabalho. / Secretaria de Educação de PE


A lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017, sancionada pelo atual Presidente não eleito Michel Temer - a qual alterou algumas leis já existentes voltadas para a educação e “institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral” - pode ser considerada mais um “presente de grego”. Ou seja, mais uma Lei Cavalo de Troia como tantas outras leis sancionadas no atual cenário de golpe que o nosso país vivencia. Esse cavalo esconde uma série de “presentes” desagradáveis, que poderão afetar a educação pública brasileira.

O governo afirma que essa lei foi amplamente debatida pela sociedade, mas já podemos observar algumas armadilhas. A mais recente é a proposta do Conselho Nacional de Educação (CNE) em ofertar 40% da carga horária do ensino médio e 100% do curso de Educação de Jovens e Adultos (EJA) na modalidade a distância. As (os) professoras (es) e estudantes da rede pública de ensino sabemos da precariedade e da falta de investimento na educação, principalmente após a Emenda Constitucional (EC) 95/16 (A Pec da morte), que congela por 20 anos os investimentos na educação e na saúde; além da Reforma Trabalhista e da Terceirização do trabalho, pacotes de maldade que prejudicarão diversas (os) trabalhadoras (es) e principalmente as (os) jovens que ingressarão no mercado de trabalho.

O “presente embrulhado” pela CNE encontrou espaço no parágrafo 11, do art. 4º, que altera o art. 36 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, permitindo “firmar convênios com instituições de educação a distância com notório reconhecimento”, um passo para a privatização. Mais adiante, o inciso IV, do art 6º, que altera o art. 61 da Lei nº 9.394, permite que profissionais com notório saber - profissionais com conhecimento na área, mas que não possuem formação para ensinar – estejam na sala de aula para lecionar. Para alguns, essa decisão é um avanço, pois permitiria uma diversidade de conhecimentos compartilhados com as (os) estudantes. Nesse caso, os termos tutoria, voluntariado, oficineiras (os) caberiam para substituir o “notório saber” precarizando o trabalho docente e sepultando o funcionalismo público na educação.


Não sejamos inocentes como os troianos, o projeto que está colocado na nossa sociedade é o neoliberal e a educação é o seu principal alvo, pois é um território em disputa.


*Yara é Professora da Rede Estadual de ensino de Pernambuco em 


segunda-feira, 9 de abril de 2018

MARIA NÃO VAI COM AS OUTRAS

MARIA NÃO VAI COM AS OUTRAS


Marcus Pereira





Para onde vai Maria? Sei que ela não vai com as outras, vai sozinha, vai matreira, Maria vai, sorridente, vai bacana, sonhando com dias melhores. Maria vai trabalhar. 

Maria vai sozinha, ela não vai com outras, vai tomar banho no riacho, vai cantando, vai correndo, não  sente  medo  do mundo que lhe espera.

Maria não vai com as outras, mas quem vai?

Vai quem é oprimido, quem não teve oportunidades e vive preso sem esperanças, quem não come três vezes ao dia, quem não tem direito a sorrir. Quem trabalha como escravo.

Vai com as outras quem não direito a sonhar, quem não consegue estudar, quem morre de fome um pouquinho a cada dia. Ah! esse vai ligeiro.

Maria não vai com a outras, mas vai Jose, Pedro, Josefina, Zefinha e Manoel, Joãozinho, o meu vizinho que vende o seu voto, pra comprar um botijão de gás, que sobe a cada novo amanhecer.

Vai com as outras quem não ganha um tostão pra comprar um pão, o feijão o macarrão. O cafezinho nosso de cada dia.

Vai com as outras. Quem vê seu filho chorando e não consegue se quer ver na sua frente uma opção, uma razão, um olhar.

Mas Maria? Maria não vai com as outras!.

Para onde vai Maria então? Maria vai namorar! Maria quer se casar! Maria quer ver o mar! Maria vai viajar, pelo mundo das estrelas.




Maria? Maria não vai com as outras!

Vai com as outras quem não tem um chinelo pra calçar, água pra beber, motivos para amar, ah esse vai, vai atrás do "coroné" da cidade onde nasceu, que tem o domínio das letras e pouco se importa com os seus.

Maria? Maria não vai com as outras!

Embora viva apressada, cansada do dia a dia, lavando roupa de ganho, sofrendo de mão em mão, Maria não vai com as outras.

Maria sonha, Maria canta, Maria dança.

Mas Maria nem lembra que um dia veio da roça, da terra da morte viva, dos confins do meu sertão. Da terra de gente sofrida que quase não tem um pão.

Mas Maria, Maria não vai com as outras!

Vai com as outras meus irmãos, que trabalham de sol a sol (quase escravos), fazendo calo na mão, querendo que um dia seus filhos, não passem mais fome não.

Vai Maria, vai sorrindo, vai ligeira, vai rindo enquanto podes, mas não esqueças que aqui na terra, temos todos um papel.

O papel de sermos gente, de sermos seres humanos, de respeitar quem é diferente, de sonhar, de amar e nunca desrespeitar aquele que vai com as outras.

Vai Maria, mas nunca esqueças que aquele que te deu a vida deu também a teu irmão (aquele que vai com as outras), leva contigo a certeza  de que tu não vás com as outras, mas levas ao menos  DEUS dentro do teu coração.

Vai Maria! Vai com pressa, que a vida te espera. Mas não esqueças, que quem vai com as outras também tem o seu espaço no céu.

Para onde vai Maria? Eu não sei. Só sei que ela não vai com as outras!



Imagens do google.


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domingo, 8 de abril de 2018

LULA, O TROFÉU - Jorge Waquim

Lula, o troféu

* Por Jorge Waquim



             Lula é cercado pela multidão após discurso        Foto: Filipe Araujo /Fotos Publicas

A operação lava-jato é algo inédito na história brasileira. Muitos nomes graúdos passaram pelas celas da Papuda e na carceragem da PF em Curitiba e muitos foram condenados. Também é preciso dizer que a operação ainda não chegou naqueles nomes que detêm foro privilegiado.

Enquanto o processo se desenrola, muitos analistas tentam nos mostrar e provar que tudo está certinho, que as instituições estão funcionando, principalmente pela concessão do amplo direito de defesa e do contraditório aos réus, pelo funcionamento sem entraves dos tribunais e, enfim, pela normalidade jurídica que reina no Brasil.

No entanto, é fácil defender o ponto de vista oposto, de que as coisas não são tão certas assim. Há indicações fortes de que política e justiça estão se misturando nesse processo.

Justiça é território da argumentação lógica, cujo fundamento se encontra nas leis. Na justiça, nenhuma conclusão é permitida sem um cumprimento formal dos passos lógicos. A política, por sua vez, é território da conversa e dos cochichos, dos conchavos e das alianças, do escamoteio e dos sofismas, em sentido contrário ao raciocínio puramente lógico, portanto. Assim, justiça e política são duas instâncias que deveriam ser mantidas estritamente separadas em uma democracia, para que não se cometam injustiças e que não se privilegiem pessoas em detrimentos de outras.

Indícios há de que a política tem se misturado com a justiça no caso da lava-jato, sobretudo quando o seu réu de maior proeminência, o ex-presidente Lula, foi julgado e condenado pela primeira instância, em Curitiba. Senão, vejamos.

Sérgio Moro, no julgamento do triplex, segundo muitos juristas, atropelou o direito, encontrou provas onde só existiam suspeitas, desconsiderou testemunhas e se disse convicto, sem base argumentativa suficiente, da culpa do réu.

O julgamento foi considerado, por muitos, contrário à lógica que deveria presidir a argumentação jurídica. No universo da lógica, se Lula é corrupto, então que se mostre esse fato com mais solidez e com argumentação mais explícita, para não se condenar uma pessoa por impulso, por convicção pessoal ou motivada por uma vontade política, sob o império da retórica. Moro, com a sua construção argumentativa controversa, dá assim todas as pistas de que procura em Lula um troféu que premie sua atuação jurídica, atuação que deveria justamente prescindir de prêmios. Seu instrumento para essa conquista parece ser a extrapolação do terreno jurídico e a invasão do território pantanoso da política.



O fato grave durante os dias que precederam o julgamento do habeas corpus no STF foi certamente uma mensagem fora do tempo e do lugar do comandante do exército, com ameaças de intervenção. A manifestação do general exacerbou o campo de ação de seu cargo e se inscreveu no campo da política, pelos seus efeitos retóricos. É de se pensar que sua intenção era meramente buscar um troféu com a prisão de Lula, pois não fica claro seus propósitos com a mensagem.

No entanto, é preciso saber se a mensagem do general acuou de alguma maneira o STF, como sugeriu o filósofo Roberto Romano em entrevista. A preocupação procede, pois no STF ouvimos apenas uma voz de protesto à mensagem e vimos uma mudança da consideração da prisão após o trânsito em julgado da segunda instância por uma das ministras e um voto de minerva, após o empate, que não beneficiou o réu, como é costume na seara jurídica.

Lula, além de ser um ex-presidente, o que torna esse caso inédito, é também um dos maiores líderes políticos que o Brasil conheceu. Toda a sua atuação, desde as greves do ABC paulista até seus dois mandatos como presidente são prenhes de atitudes e de resultados que, se beneficiaram muitos, também causam desconforto em outros pela sua sedução política e pelo seu alcance, não somente dentro do país como também fora dele.

Esse desconforto provoca em muitos, e não somente naqueles que habitam as instâncias superiores, mas também naqueles que vestem camisas amarelas dos protestos de direita e em parte da imprensa, uma disposição irracional de querer a prisão de Lula a qualquer custo, com o sabor extra de ter conquistado com essa prisão um troféu.

*Jorge Waquim é filósofo pela Universidade Paris Nanterre

EM: https://www.folhape.com.br/politica/politica/blog-da-folha/2018/04/07/BLG,5998,7,509,POLITICA,2419-OPINIAO-LULA-TROFEU.aspx


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sábado, 7 de abril de 2018

O RESPEITO AO CONTRÁRIO - Marcus Pereira

O RESPEITO AO CONTRÁRIO

Marcus Pereira

O que vemos de forma entristecida  no ser humano, hoje, é o desejo  de se contrapor a tudo e a todos que não fazem parte do seu circulo de verdades absolutas, seja físico, social, político, intelectual, moral, etc., desejo este que tem aflorado em cada brasileiro nos últimos anos (ou quase sempre).

Memorial da Democracia (DF)

Onde quer que estejamos, estamos rodeados de analistas políticos, juízes, advogados, cientistas e por aí vai. Estamos cheios de seres superiores (DONOS DA VERDADE) sempre a postos, mas precisamente nas redes sociais, para desqualificar  opiniões daqueles que não compactuam com as suas ideias, que pode nem sempre ser as melhores. Estes seres, tão superiores, estão sempre lá. de plantão, para desqualificar a tudo e a todos, pois o mais importante é o seu ponto de vista, mesmo tendo por embasamento o ouvi dizer (a grande maioria). Isso é muito perigoso.

O ser humano não precisa ser assim tão pequeno, NÓS, os seres (os seres humanos)  precisamos lembrar que na vida (dia a dia)  devemos e podemos conviver com o contrário e opiniões precisam ser ouvidas e respeitadas. Se não compactuamos com a verdade do outro, seja política ou sobre qualquer assunto,  em qualquer instância ou  espaços, que obrigatoriamente, pela vida social inerente a NÓS,  temos de frequentar, necessariamente não precisamos desqualificar o contrário, o diferente. Basta que respeitemos. E já estaremos contribuindo para que o ambiente em que vivemos possa ser melhor.


Quando defendemos algo elogiamos. Mas porque precisamos nos convencer ou convencer aos outros que aquele ou aquilo que não defendemos é o pior? Por que precisamos desqualificar o contrário pelo simples fato de não o defendermos?

Precisamos ter o discernimento que ao acusarmos, destratarmos ou desmoralizarmos, temos, no rigor da lei (esta já sem muito moral) que arcarmos com  o ônus da prova de tudo que dissermos em relação a esse ou aquele que discordamos ou não defendemos por ser diferente de NÓS.

Infelizmente estamos convivendo com o medo de que a população do nosso país, o transforme em um espaço de intolerância (estamos caminhando nesse sentido) estamos abrindo um precedente sem tamanho e as organizações que tem por obrigação conter toda essa euforia desmedida, assiste a tudo de camarote e muitas vezes até contribui. Contribui com as ofensas, contribui com o desrespeito, não deixando a menor duvida que a democracia não tem importância, pois se assim não fosse se pronunciariam de forma mais qualificada.

Aos reles mortais (o povo), precisa-se que estes entendam que numa democracia, pressupõe-se que: quando sua opinião não é a que prevalece você tem e deve respeitar as dos outros.

quinta-feira, 5 de abril de 2018

"A SECA É UM FENÔMENO NATURAL, A FOME NÃO".

"A SECA É UM FENÔMENO NATURAL, A FOME NÃO". 

Marcus Pereira

Segundo a FAO, a fome no mundo tem aumentado de forma significante na última década, provando que os governos não estão sabendo lidar, ou não querem, com esse problema, que segundo os analistas da ONU esse fenômeno tem se agravado de forma mortal nos países da AFRICA , ÁSIA e AMÉRICA LATINA.



Mas qual é a novidade? Sempre houve fome no mundo. A fome é um dos males que a humanidade enfrenta a séculos  (todos os continentes enfrentaram em algum momento da sua história) , e que os grandes líderes (políticos) do mundo ainda não entenderam, ainda não aprenderam com as grandes catástrofes causadas por esse fenômeno, que não é natural, que ao tratarem desse assunto precisam ser mais éticos e menos imorais.

Seria a fome de hoje diferente da fome de outros tempos?


Segundo a FAO:

As principais causas da fome são:


- Deficiência na distribuição de alimentos : O que acontece é que há uma séria deficiência no sistema de distribuição dos recursos necessários para se ter acesso à  alimentação, fenômeno que acontece  principalmente nos países em desenvolvimento e nas áreas rurais em que a infraestrutura é precária e a conexão com os centros urbanos é difícil;

 - Desperdício de alimentos:  Em 2016, das 4 bilhões de toneladas métricas de comida produzidas, um terço foi desperdiçado  (1,3 bilhões de toneladas métricas), custando aproximadamente US$ 750 bilhões  à economia global anualmente;

- Pobreza e a insegurança alimentar: A Declaração de Roma (1996) cita outras possíveis causas para a deficiência no sistema de distribuição e  consequentemente a insegurança alimentar. Dentre elas estão conflitos, terrorismo, corrupção, mudanças climáticas, degradação do meio ambiente e a pobreza, que é a principal raiz do problema de acessibilidade a alimentos no mundo.


Problemas desencadeados pela fome:


-  Capacidade de realização de atividades físicas reduzida: pela falta de alimentação ou alimentação precária, consequentemente o potencial de trabalho daqueles que sofrem com a fome será afetado.  A maior consequência desse fato é que, normalmente, a força de trabalho é o único recurso que esses indivíduos têm a oferecer e a redução da sua capacidade de trabalho pode agravar ainda mais sua condição econômica e perpetuar sua condição de falta de alimentação;

- O desenvolvimento físico e mental da pessoa é prejudicado: a subnutrição e falta de alimentação retarda o crescimento infantil, deixa sequelas nas habilidades cognitivas e diminui o desempenho e a presença escolar. Compromete, ainda, os resultados de investimentos realizados no setor de educação, uma vez que crianças desnutridas têm seu potencial de aprendizado reduzido e algumas precisam até largar os estudos para ajudar com a renda familiar e colocar comida na mesa;

- Danos a longo prazo para a saúde, aumentando a probabilidade de doenças (por conta do enfraquecimento pela alimentação insuficiente) e morte prematura. Os problemas são transmitidos de uma geração para a outra: crianças nascidas de mãe desnutridas já começam a vida com dificuldade, por conta do baixo peso e deficiências nutricionais causadas no período da gestação;

- Gera instabilidade política e social, dificultando ainda mais os esforços dos Estados em reduzirem a pobreza.

Claro que a fome de hoje tem origem, como as de outros séculos, nas questões enumeradas pela FAO e que vem causando catástrofes no nosso espaço global desde sempre, mas o ser humano, embora sendo detentor de tecnologias avançadas, pouco tem feito para combater em sua raiz e muito menos para evitar as suas consequências.

 “A seca é um fenômeno natural da região. A fome e a sede são resultado da irresponsabilidade dos políticos”  frase pronunciada por Luiz Inácio LULA da Silva em uma de suas passagens pelo nordeste.

Esta frase deveria sintetizar o pensamento dos políticos brasileiros e principalmente dos eleitos pelos estados nordestinos, que têm a situação da fome ainda mais agravada pela questão das secas seculares (esta um fenômeno natural), mas em sua grande maioria, estes estão preocupados com suas propriedades privadas em detrimento ao bem estar coletivo. São estes políticos, que não se solidarizam com a população, os principais responsáveis pela  existência desse mal que é fome em terras brasileiras.

Esta frase dita pelo ex presidente,  lembra a luta de outro pernambucano - JOSUÉ DE CASTRO - que disse: "A fome não é um fenômeno natural, mas um fenômeno social, produto de estruturas econômicas defeituosas" ; "A fome sempre existiu perto da riqueza e da abundância. O que é novo no mundo, é a  consciência que os povos famintos tem da realidade social e da sua condição, e a impaciência que estes povos famintos experimentam para se libertar de sua fome e de sua miséria".




Aqueles que tanto incriminam o LULA, que disseminam o ódio, a ele e ao povo nordestino, deveriam ao menos fazer uma reflexão em cima destas frases aqui citadas e pensarem, ao menos, nas milhares de crianças que não raramente dormem e acordam sem fazer as 3 refeições mínimas necessárias, nos homens e mulheres sertanejas, nordestinas, sulistas, nortistas e de todas as regiões  desse nosso Brasil, que ainda hoje vivem em condições inaceitáveis, onde ainda são negados o direito a terra, o direita a uma moradia digna,  onde ainda são privados do direito ao conhecimento (que certamente convém a muitos).




São essas negações, aos filhos dessa pátria amada, que ainda faz com que nosso país figure na lista dos países que corre sérios riscos de voltar ao mapa da fome. Se é que saiu um dia.

Viva o AGROBUSINESS,

 O AGRO É POP,

O AGRO É TUDO,

O AGRO AINDA MATA...

...DE FOME!





TA INSALUBRE. TA FODA! - Cristina Frazão

TA INSALUBRE. TA FODA!

Cristina Frazão

Eu tenho entrado menos no facebook, só não entro menos ainda porque este é um canal direto com meu time (Santa Cruz F. C.) e com alguns amigos que moram longe o suficiente para que não possa vê-los todo dia ou toda semana.

Uma coisa que eu nunca - nunca mesmo - vou entender e aceitar "democraticamente" é:
O que leva alguém que abomina alguma figura, seja artista, seja politico, ir até a página dessa figura SOMENTE pra vomitar ódio e preconceito de todo tipo.





Estive na pagina da Marielle e dois comentários, num universo de centenas, me fez sentir vergonha do ser "humano". Foram dois, a gente pode pensar "ah,mas dois só em meio a centenas de gente do bem". Mas não era pra ser nem um!

Ai voce entra no perfil e os dois têm as mesmas caracteristicas.


A minha conclusão é: a internet gerou os covardes da tela. Essas pessoas criam essa "coragem" de falar a merda que for por estarem "protegidos" por uma tela.

Temos uma geração doente mesmo. Geração que minimiza lutas seculares, que relativiza barbáries, que culpa mulher por estupro e vítima por assassinato. Mas depende da vitima, depende do padrão, da representatividade. Gente que reclama porque para alguns existe protesto e para outros nao, mas NUNCA saiu de casa para protestar pela perda de quem consideravam "merecer tambem".

A geração da hipocrisia, que trai esposa, namorada e vem pra rede defenfer familia tradicional. Que compra produtos de origem duvidosa, fuma baseado ou da aquele tequinho, ou os dois, e diz que "bandido bom é bandido morto".

É esse tipo de pessoa, na maioria esmagadora das vezes, que a gente vê vomitando odio e dissertando sobre verdades, muitas vezes, desconhecidas e distante da realidade dela.

Isso é um demonstrativo do mundo aqui fora. Só que aqui fora é bem mais velado, porque a covardia ainda impera, a menos que estejam em bandos.

Enfim, entro aqui, visito as paginas do meu time, compartilho umas bobeiras, dou umas risadas, leio o Guma, leio o Inácio, o Marcus, às vezes o Dinho. E assim vou tentando passar mais tempo longe de tudo isso. Tá insalubre. Tá foda.


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POR QUE JESUS MORREU? - Brasil de Fato

Jesus não morreu pelos “nossos pecados” e sim por enfrentar o sistema

Os Evangelhos são claríssimos: Jesus morreu porque confrontou o Templo, um sistema de dominação e exploração dos pobres

Alberto Maggi (Outras Palavras), 31 de Março de 2018 às 16:47


Cruz (detalhe), Igreja do Espírito Santo e de S. Alessandro Mártir,
Arquidiocese de Portoviejo, Equador / Arcabas (Jean-Marie Pirot)
Jesus Cristo morreu pelos nossos pecados. Essa é a resposta que normalmente se dá para aqueles que perguntam por que o Filho de Deus terminou seus dias na forma mais infame para um judeu, o patíbulo da cruz, a morte dos amaldiçoados por Deus (Gl 3,13).

Jesus morreu pelos nossos pecados. Não só pelos nossos, mas também por aqueles homens e mulheres que viveram antes dele e, portanto, não o conheceram e, enfim, por toda a humanidade vindoura. Sendo assim, é inevitável que olhando para o crucifixo, com aquele corpo que foi torturado, ferido, riscado de correntes e coágulos de sangue expostos, aqueles pregos que perfuram a carne, aqueles espinhos presos na cabeça de Jesus, qualquer um se sinta culpado … o Filho de Deus acabou no patíbulo pelos nossos pecados! Corre-se o risco de sentimentos de culpa infiltrarem-se como um tóxico nas profundezas da psiquê humana, tornando-se irreversíveis, a ponto de condicionar permanentemente a existência do indivíduo, como bem sabem psicólogos e psiquiatras, que não param de atender pessoas religiosas devastadas por medos e distúrbios.

No entanto, basta ler os Evangelhos para ver que as coisas são diferentes. Jesus foi assassinado pelos interesses da casta sacerdotal no poder, aterrorizada pelo medo de perder o domínio sobre o povo e, sobretudo, de ver desaparecer a riqueza acumulada às custas da fé das pessoas.

A morte de Jesus não se deve apenas a um problema teológico, mas econômico. O Cristo não era um perigo para a teologia (no judaísmo havia muitas correntes espirituais que competiam entre si, mas que eram toleradas pelas autoridades), mas para a economia. O crime pelo qual Jesus foi eliminado foi ter apresentado um Deus completamente diferente daquele imposto pelos líderes religiosos, um Pai que nunca pede a seus filhos, mas que sempre dá.

A próspera economia do templo de Jerusalém, que o tornava o banco mais forte em todo o Oriente Médio, era sustentada pelos impostos, ofertas e, acima de tudo, pelos rituais para obter, mediante pagamento, o perdão de Deus. Era todo um comércio de animais, de peles, de ofertas em dinheiro, frutos, grãos, tudo para a “honra de Deus” e os bolsos dos sacerdotes, nunca saturados: “cães vorazes: desconhecem a saciedade; são pastores sem entendimento; todos seguem seu próprio caminho, cada um procura vantagem própria”  (Is 56, 11).


imagem do google


Quando os escribas, a mais alta autoridade teológica no país, considerando o ensinamento infalível da Lei, vêem Jesus perdoar os pecados a um paralítico, imediatamente sentenciam: “Este homem está blasfemando!” (Mt 9,3). E os blasfemos devem ser mortos imediatamente (Lv 24,11-14). A indignação dos escribas pode parecer uma defesa da ortodoxia, mas na verdade, visa salvaguardar a economia. Para receber o perdão dos pecados, de fato, o pecador tinha que ir ao templo e oferecer aquilo que o tarifário das culpas prescrevia, de acordo com a categoria do pecado, listando detalhadamente quantas cabras, galinhas, pombos ou outras coisas se deveria oferecer em reparação pela ofensa ao Senhor. E Jesus, pelo contrário, perdoa gratuitamente, sem convidar o perdoado a subir ao templo para levar a sua oferta.

“Perdoai e sereis perdoados” (Lc 6,37) é, de fato, o chocante anúncio de Jesus: apenas duas palavras que, no entanto, ameaçaram desestabilizar toda a economia de Jerusalém. Para obter o perdão de Deus, não havia mais necessidade de ir ao templo levando ofertas, nem de submeter-se a ritos de purificação, nada disso. Não, bastava perdoar para ser imediatamente perdoado…

O alarme cresceu, os sumos sacerdotes e escribas, os fariseus e saduceus ficaram todos inquietos, sentiram o chão afundar sob seus pés, até que, em uma reunião dramática do Sinédrio, o mais alto órgão jurídico do país, o sumo sacerdote Caifás tomou a decisão. “Jesus deve ser morto”, e não apenas ele, mas também todos os discípulos porque não era perigoso apenas o Nazareno, mas a sua doutrina, e enquanto houvesse apenas um seguidor capaz de propagá-la, as autoridades não dormiriram tranquilas (“Se deixarmos ele continuar, todos acreditarão nele … “, Jo 11,48). Para convencer o Sinédrio da urgência de eliminar Jesus, Caifás não se referiu a temas teológicos, espirituais; não, o sumo sacerdote conhecia bem os seus, então brutalmente pôs em jogo o que mais estava em seu coração, o interesse: “Não compreendeis que é de vosso interesse que um só homem morra pelo povo e não pereça a nação toda?” (Jo 11,50).

Jesus não morreu pelos nossos pecados, e muito menos por ser essa a vontade de Deus, mas pela ganância da instituição religiosa, capaz de eliminar qualquer um que interfira em seus interesses, até mesmo o Filho de Deus: “Este é o herdeiro: vamos! Matemo-lo e apoderemo-nos da sua herança” (Mt 21,38). O verdadeiro inimigo de Deus não é o pecado, que o Senhor em sua misericórdia sempre consegue apagar, mas o interesse, a conveniência e a cobiça que tornam os homens completamente refratários à ação divina.


* Alberto Maggi, biblista italiano, frade da Ordem dos Servos de Maria, estudou nas Pontíficias Faculdades Teológicas Marianum e Gregoriana de Roma e na Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém. É autor de diversos livros, como A loucura de Deus: o Cristo de João, Nossa Senhora dos heréticos.

* Francisco Cornélio, sacerdote e biblista brasileiro, é professor no curso de Teologia da Faculdade Diocesana de Mossoró (RN). Fez seu bacharelado no Ateneo Pontificio Regina Apostolorum, em Roma. Atualmente, está em Roma novamente, para o doutorado no Angelicum (Pontifícia Universidade Santo Tomás de Aquino), onde fez seu mestrado


https://www.brasildefato.com.br/2018/03/31/artigo-or-jesus-nao-morreu-pelos-nossos-pecados-e-sim-por-enfrentar-o-sistema/


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segunda-feira, 2 de abril de 2018

PERCURSOS DE UM GOLPE (1964) - Brasil de Fato

PERCURSOS DE UM GOLPE: OS FATOS QUE DERAM INÍCIO À DITADURA DE 1964

As 48 horas que culminaram na retirada de João Goulart pelos militares


Texto: Rute Pina | Arte: José Bruno Lima em https://www.brasildefato.com.br/2018/03/31/percursos-de-um-golpe-os-fatos-que-deram-inicio-a-ditadura-de-1964/



Pouco antes de 1º de abril de 1964, o Brasil era um país que vivia um intenso debate em torno de reformas sociais, políticas e econômicas, que vinham sendo expressas por setores da sociedade civil, como sindicatos e as ligas camponesas, e também no interior do Estado. Mas no decorrer de algumas horas, o Brasil retrocedeu anos, e estava decretada a ditadura militar.

Como um dos personagens centrais vitimados por esse golpe, estava o presidente João Goulart, que apoiava as chamadas Reformas de Base. No dia 13 de março de 1964, Jango, como era conhecido, se comprometeu com decretos para a reforma agrária, por exemplo, além de outras mais. O comício realizado na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, reuniu cerca de 300 mil pessoas e foi transmitido ao vivo por rádio e TV para todo o país.

No dia 30 de março, Jango reitera esses compromissos em um discurso feito para militares no Automóvel Clube. Ele ainda contava com o apoio de parcelas do Exército — os mesmo que o haviam auxiliado na resistência à tentativa de golpe em 1961, quando Jango chega ao poder.

No entanto, esse apoio não foi suficiente para barrar o movimento de alas golpistas dos militares, insufladas por empresas, parte da imprensa e também pelo governo estadunidense (que queriam barrar a influência comunista na América Latina).

Confira os momentos que precederam o golpe, transcorrido entre os dias 31 de março e 1º de abril de 1964. Os acontecimentos posteriores a estas horas ficaram conhecidos como um dos períodos mais repressivos da história recente do Brasil: a ditadura militar (1964-1985).

ASSISTA: https://www.youtube.com/watch?v=SaU6pIBv9f4

                  https://www.youtube.com/watch?v=Ic8jfNmTXNE
































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