quinta-feira, 5 de abril de 2018

"A SECA É UM FENÔMENO NATURAL, A FOME NÃO".

"A SECA É UM FENÔMENO NATURAL, A FOME NÃO". 

Marcus Pereira

Segundo a FAO, a fome no mundo tem aumentado de forma significante na última década, provando que os governos não estão sabendo lidar, ou não querem, com esse problema, que segundo os analistas da ONU esse fenômeno tem se agravado de forma mortal nos países da AFRICA , ÁSIA e AMÉRICA LATINA.



Mas qual é a novidade? Sempre houve fome no mundo. A fome é um dos males que a humanidade enfrenta a séculos  (todos os continentes enfrentaram em algum momento da sua história) , e que os grandes líderes (políticos) do mundo ainda não entenderam, ainda não aprenderam com as grandes catástrofes causadas por esse fenômeno, que não é natural, que ao tratarem desse assunto precisam ser mais éticos e menos imorais.

Seria a fome de hoje diferente da fome de outros tempos?


Segundo a FAO:

As principais causas da fome são:


- Deficiência na distribuição de alimentos : O que acontece é que há uma séria deficiência no sistema de distribuição dos recursos necessários para se ter acesso à  alimentação, fenômeno que acontece  principalmente nos países em desenvolvimento e nas áreas rurais em que a infraestrutura é precária e a conexão com os centros urbanos é difícil;

 - Desperdício de alimentos:  Em 2016, das 4 bilhões de toneladas métricas de comida produzidas, um terço foi desperdiçado  (1,3 bilhões de toneladas métricas), custando aproximadamente US$ 750 bilhões  à economia global anualmente;

- Pobreza e a insegurança alimentar: A Declaração de Roma (1996) cita outras possíveis causas para a deficiência no sistema de distribuição e  consequentemente a insegurança alimentar. Dentre elas estão conflitos, terrorismo, corrupção, mudanças climáticas, degradação do meio ambiente e a pobreza, que é a principal raiz do problema de acessibilidade a alimentos no mundo.


Problemas desencadeados pela fome:


-  Capacidade de realização de atividades físicas reduzida: pela falta de alimentação ou alimentação precária, consequentemente o potencial de trabalho daqueles que sofrem com a fome será afetado.  A maior consequência desse fato é que, normalmente, a força de trabalho é o único recurso que esses indivíduos têm a oferecer e a redução da sua capacidade de trabalho pode agravar ainda mais sua condição econômica e perpetuar sua condição de falta de alimentação;

- O desenvolvimento físico e mental da pessoa é prejudicado: a subnutrição e falta de alimentação retarda o crescimento infantil, deixa sequelas nas habilidades cognitivas e diminui o desempenho e a presença escolar. Compromete, ainda, os resultados de investimentos realizados no setor de educação, uma vez que crianças desnutridas têm seu potencial de aprendizado reduzido e algumas precisam até largar os estudos para ajudar com a renda familiar e colocar comida na mesa;

- Danos a longo prazo para a saúde, aumentando a probabilidade de doenças (por conta do enfraquecimento pela alimentação insuficiente) e morte prematura. Os problemas são transmitidos de uma geração para a outra: crianças nascidas de mãe desnutridas já começam a vida com dificuldade, por conta do baixo peso e deficiências nutricionais causadas no período da gestação;

- Gera instabilidade política e social, dificultando ainda mais os esforços dos Estados em reduzirem a pobreza.

Claro que a fome de hoje tem origem, como as de outros séculos, nas questões enumeradas pela FAO e que vem causando catástrofes no nosso espaço global desde sempre, mas o ser humano, embora sendo detentor de tecnologias avançadas, pouco tem feito para combater em sua raiz e muito menos para evitar as suas consequências.

 “A seca é um fenômeno natural da região. A fome e a sede são resultado da irresponsabilidade dos políticos”  frase pronunciada por Luiz Inácio LULA da Silva em uma de suas passagens pelo nordeste.

Esta frase deveria sintetizar o pensamento dos políticos brasileiros e principalmente dos eleitos pelos estados nordestinos, que têm a situação da fome ainda mais agravada pela questão das secas seculares (esta um fenômeno natural), mas em sua grande maioria, estes estão preocupados com suas propriedades privadas em detrimento ao bem estar coletivo. São estes políticos, que não se solidarizam com a população, os principais responsáveis pela  existência desse mal que é fome em terras brasileiras.

Esta frase dita pelo ex presidente,  lembra a luta de outro pernambucano - JOSUÉ DE CASTRO - que disse: "A fome não é um fenômeno natural, mas um fenômeno social, produto de estruturas econômicas defeituosas" ; "A fome sempre existiu perto da riqueza e da abundância. O que é novo no mundo, é a  consciência que os povos famintos tem da realidade social e da sua condição, e a impaciência que estes povos famintos experimentam para se libertar de sua fome e de sua miséria".




Aqueles que tanto incriminam o LULA, que disseminam o ódio, a ele e ao povo nordestino, deveriam ao menos fazer uma reflexão em cima destas frases aqui citadas e pensarem, ao menos, nas milhares de crianças que não raramente dormem e acordam sem fazer as 3 refeições mínimas necessárias, nos homens e mulheres sertanejas, nordestinas, sulistas, nortistas e de todas as regiões  desse nosso Brasil, que ainda hoje vivem em condições inaceitáveis, onde ainda são negados o direito a terra, o direita a uma moradia digna,  onde ainda são privados do direito ao conhecimento (que certamente convém a muitos).




São essas negações, aos filhos dessa pátria amada, que ainda faz com que nosso país figure na lista dos países que corre sérios riscos de voltar ao mapa da fome. Se é que saiu um dia.

Viva o AGROBUSINESS,

 O AGRO É POP,

O AGRO É TUDO,

O AGRO AINDA MATA...

...DE FOME!





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