terça-feira, 30 de janeiro de 2018

BRASIL PAÍS DESIGUAL - ONU

Brasil está entre os cinco países mais desiguais, diz estudo de centro da ONU

Publicado em 29/01/2018 Atualizado em 29/01/2018

Desigualdades no Rio de Janeiro. Foto: Luiz Gonçalves Martins – ODS 10


Estudo que analisou 29 países — entre desenvolvidos e em desenvolvimento — mostrou que o Brasil está no grupo de cinco nações em que a parcela mais rica da população recebe mais de 15% da renda nacional. O 1% mais rico do Brasil concentra entre 22% e 23% do total da renda do país, nível bem acima da média internacional.

A conclusão é de estudo dos pesquisadores Pedro Herculano Guimarães e Marcelo Medeiros, do Instituto de Pesquisa Econômica (Ipea), publicado recentemente pelo Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (IPC-IG/PNUD).

Com base nos dados de Imposto de Renda referentes ao período de 2006 a 2014, os autores do estudo “The concentration of income at the top in Brazil” (a concentração de renda no topo da pirâmide no Brasil, em tradução livre) mostram que a desigualdade não diminuiu no país nos oito anos analisados, diferentemente do apontado por pesquisas domiciliares.

“Quase nada mudou no que se refere à concentração de renda no topo da pirâmide durante o período analisado”, disseram os pesquisadores.

“Embora as diferenças metodológicas não nos permitam dar um ranking oficial e definitivo de países, as evidências disponíveis mostram claramente que o Brasil está entre os mais desiguais, muito à frente da maioria dos outros países”, afirmou a conclusão do estudo.

Os pesquisadores atribuem a diferença de resultados na comparação com as pesquisas domiciliares aos ganhos de capital, mais bem detectados pelas declarações de Imposto de Renda.

Segundo eles, a desigualdade de renda no Brasil é preocupante, uma vez que está muito acima dos padrões internacionais.  A proporção do total da renda recebida pelo 1% mais rico da população fica entre 5% e 15% em 24 dos 29 países analisados, um grupo heterogêneo que inclui Holanda e Uruguai. Apenas cinco países — Brasil, África do Sul, Argentina, Colômbia e Estados Unidos — estão acima desse nível. No Brasil, a concentração da renda nas mãos do 1% mais rico é o dobro da média geral.

“O Brasil só atingirá níveis moderados de desigualdade, como os da Europa, se a concentração de renda no topo diminuir dramaticamente”, disseram os pesquisadores. “Isso demandará políticas que promovam tanto o rápido crescimento da renda dos mais pobres como a direta redistribuição (da renda) do topo”.

Os resultados ressalvam que, de fato, houve alguma redistribuição de renda entre as camadas intermediárias da população brasileira, mas a desigualdade se manteve estável entre os setores mais ricos e mais pobres. Como a renda continua muito concentrada no topo, não houve uma diminuição significativa da desigualdade nesse período, concluíram.

Os pesquisadores criticam os incontáveis exemplos de ações estatais tomadas no sentido oposto à redução da desigualdade de renda nesses países, tais como aposentadorias generosas para funcionários públicos, a baixa participação da tributação direta na carga tributária bruta e o acesso privilegiado a crédito público subsidiado.

“A experiência histórica mostra que buscar o crescimento a todo custo e esperar que ele resolva todos os nossos problemas distributivos não funcionou no passado e dificilmente funcionará no futuro”, declararam.

Imagem do google


https://nacoesunidas.org/brasil-esta-entre-os-cinco-paises-mais-desiguais-diz-estudo-de-centro-da-onu/


Clique aqui para acessar o estudo completo (em inglês).

Clique aqui para acessar a versão resumida do estudo (em português). 


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segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

DESEJOS CHEIOS



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VIOLÊNCIA E AS CRIANÇAS NO CONGO - ONU


Violência desloca 

800 mil crianças no

 leste da República

 Democrática do

 Congo


Publicado em 26/01/2018 Atualizado em 26/01/2018

Crianças em campo para deslocados internos em Kivu do Norte, na
República Democrática do Congo. Foto: OCHA/Naomi Frerotte


Mais de 800 mil crianças do leste da República Democrática do Congo tiveram de deixar seus lares devido a confrontos armados. O número foi divulgado nesta semana (25) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que descreveu a situação como “uma das piores crises de deslocamento forçado do mundo” para meninos e meninas. Agência da ONU e parceiros já identificaram mais de 800 casos de abuso sexual contra menores.

Nas províncias de Tanganyika e Kivu do Sul, a violência entre etnias distintas, somada aos conflitos entre o exército nacional e milícias, já deixou cerca de 1,3 milhão de pessoas em situação de deslocamento forçado. Dados recentes coletados pelo UNICEF revelam que, ao longo do ano passado, mais de 3 mil crianças foram recrutadas como soldados por grupos armados.

Também em 2017, os dois departamentos registraram cerca de 18 mil ocorrências suspeitas de cólera — o dobro do identificado em 2016 — e 18 mil casos de sarampo. Nos províncias, muitos centros de saúde deixaram de funcionar.

“Centenas de milhares de crianças na região não têm mais acesso a cuidados médicos ou educação. Outras sofreram atrocidades nas mãos dos combatentes”, afirmou o diretor interino do UNICEF no país, Tajudeen Oyewale.

A violência também impediu que congoleses do leste do país trabalhassem em suas plantações — o que agrava o risco de má nutrição entre milhares de meninos e meninas.


UNICEF precisa de US$ 65 mi


Em resposta à situação no Kivu do Sul e Tanganyika, a agência da ONU está levando assistência para as crianças deslocadas. Serviços incluem tratamento médico e prevenção contra a cólera; vacinação contra o sarampo; apoio nutricional; e assistência psicossocial para os menores afetados pela violência e também para os que ficaram feridos ou estão desacompanhados.


Para implementar e manter programas de ajuda humanitária pelos próximos seis meses, o UNICEF lançou um apelo por 65 milhões de dólares. “Trata-se de uma situação brutal para crianças, sem um fim à vista”, enfatizou Oyewale.

domingo, 28 de janeiro de 2018

RECLAMAR DE QUÊ?

RECLAMAR DE QUÊ?

Marcus Pereira


A reforma trabalhista?

O preço da gasolina?

E o gás?

Famílias que voltam a usar fogão a lenha?

E a Reforma da Previdência?

E o mais médicos?

Minha Casa Minha Vida?

R$ 17,00 reais?

Privatizações de setores estratégicos?

Mala com dinheiros?


Reclamar de que?, se você um pobre "sem eira nem beira" foi as ruas pedir "fora Dilma, fora PT!" Reclamar de quê? se você não vai as ruas para pedir prisão para Aécio, Jucá e companhia?


Reclamar de quê?

A cesta básica aumentou? Procura o Supermercado da Globo que te manipula e dita as normas de como deve ser tua vida (e você abre a boca para dizer que vai votar no Luciano, o Hulk deles), procura teu Pastor (o pobrezinho) que você elegeu para te representar (Vereador ou Deputado) e que se vende no congresso, para votar projetos que prejudicam a você (pena que não prejudicam só a você) prejudicam teus irmãos, teus filhos e no futuro teus netos, prejudicam o povo brasileiro, e você ainda vai lá pedir bênçãos e  doar teu suor.



Reclamar de que?

Temer esta querendo acabar com o Bolsa Família? Pobre não entra mas na Universidade? Mandar pelos ares tua aposentadoria? reclama não, ele está fazendo um Brasil melhor, mais dinâmico, está te dando o básico para que sobrevivas e quem sabe quando você estiver com 80 anos se aposente! Ele não está fazendo mau nenhum não é mesmo? Quem não prestava era o PT com LULA e Dilma, os ladrões.

OS MALAS

Que mal te pergunte: eles roubaram o que mesmo? Alguém de plantão pode me responder? De quem era o apartamento mesmo, aquele que tinha malas e mais malas de dinheiro? Quem foi pego em correria para esconder outra mala de dinheiro? Deixa pra lá, o mais importante é que os pobres hoje estão melhores do que ontem. E falando sério, acho que esses R$ 17 reais de aumento no salário foi desnecessário. Temer foi generoso demais. Vocês não acham?



ENQUANTO A "SENZALA" CHORA A PERDA DE SEUS DIREITOS, A "CASA GRANDE" ENCHE SUAS MALAS DE DINHEIRO.

Não chorem! O Brasil que vocês tanto querem está ai, ao alcance de suas mãos, ou melhor, ao alcance de seus dedos. Votem e lembrem-se: nossas vidas estão em jogo e essa dedada que vamos dá, pode se virar contra nós!

Viva o povo brasileiro!

Salvem o Brasil!!!


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sábado, 27 de janeiro de 2018

ESSA É A ROTINA


ESSA É A ROTINA

Marcus Pereira

Em pleno século 21, cá estamos nós, nas redes sociais, a solidão virtual aliado ao eu carente, querendo se apaixonar pela(o) primeira(o) que se apresentar na tela do seu PC ou Smart. Sabe por que tudo isso? Porque a grande maioria vive uma vida sem expectativas, sem graça e tudo pode acontecer no virtual quando encontramos quem nos ver de forma diferente.
No final a aventura acabará em depressão, amitripilina, fluoxetina e remédio para dormir que agora esqueci o nome (clonazepan).


Claro a rotina estressante que é da natureza humana, tem ajudado nesse sentido, e praticamente não temos feito nada, ou quase não podemos fazer, para mudar. Mas mudar porque?

A minha vida é uma rotina, mas lembro toda os dias (procuro não lembar) que tenho que vivê-la e o fim de semana passa rápido trazendo novamente a segunda feira e la vou eu, para um novo recomeço.

A rotina faz parte, claro que não a queremos e nem acredito que precisamos de uma aventura por dia (mas que seria muito bom seria), porém quando olho ao meu redor percebo as pessoas sem sonhos, sem expectativas, sentimento de sufoco, de tristeza.


Será que é isso que as pessoas querem para si o resto da vida? Nada disso importa? Claro que importa, o mundo é pequeno (parece grande) e a rotina esta ai para ser vivida, eu vivo, ele vive, nós vivemos e ai fazer o que? Há vida lá fora, o tempo passa, os problemas existem, mas nada mudará do dia para noite.Temos que descobrir a hora de parar, a hora do prazer, recomeçar, preencher nosso espaço no mundo, sermos felizes (ao menos tentarmos). Se bem que não acredito em infelicidade!.

O principal é não procurarmos culpados ou as culpas, tudo isso faz parte, é um conjunto de situações que leva a isso, principalmente as escolhas pessoais, estas escolhas nos aprisionam às consequências, infelizmente.

Achamos sempre que a vida não é justa (justa é a calça de Zezé de Camargo), não nos conformamos (não sei se deveríamos) nunca, mas existem os outros (seres), as pessoas que ainda nos impulsionam para os desCAMINHOS e os sonhos. Sabe de uma coisa! Acho que precisamos viver as emoções (como viver sem as emoções?). Precisamos viver as emoções ainda que tardias.


Chega de rotina, chega de amores virtuais. Precisamos viver os sonhos e dá um chega pra lá na depressão, no desamor.


quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

24 de janeiro de 2018.


24 de janeiro de 2018 

Marcus Pereira



Dia em que os brasileiros (os mais pobres) foram "cassados" e condenados a ficarem subjugados ao poder daqueles que pouco se importam se os mesmos tem um prato de comida na mesa para fazer no mínimo as as três refeições necessária, como dizia um velho trabalhador metalúrgico, pobre, nordestino, que chegou ao mais alto posto do país, coisa que estes que  agora o achincalha nunca chegarão.

Mas se faz necessário lembrar a alguns pobres coitados e manipulados que vibraram com a condenação de Lula, que os verdadeiros bandidos continuam no poder e que estes estão fazendo de tudo para exterminarem com os poucos direitos que nós relés mortais e massa de manobra ainda temos. Em breve seremos  transformados (todos) em escravos.


A Reforma Trabalhista continuará para transformar os poucos trabalhadores que ainda restam,  no Brasil, em escravos ou robôs. A seca no Nordeste continua exterminando as lavouras e matando gente de fome e sede, A lei de terceirização continua e vai aos poucos transformando, todas aquelas vagas que muitos almejavam conseguir com um concurso, em artigo de luxo subordinado a algum político mau caráter, o gás continua aumentando (enquanto parte dos pobres voltam a cozinhar a carvão ou lenha), a gasolina vai as alturas e aqueles pobres que agora se acham ricos, muitos terão de vender seus carros e aplaudirem  o aumento de R$17, 00 (dezessete reais)  em seus salários (o menor dos últimos 24 anos 1,88%).


Querem mais? Vem ai a venda da ELETROBRAS para saborearmos mais a frente  o aumento de energia. Querem mais? Vem ai uma reforma para acabar de enterrar e sacrificar aqueles que agora (minoria) vibram com a condenação de Lula, a REFORMA DA PREVIDÊNCIA. Querem mais? Aguardem as próximas eleições e votem naqueles que correm com malas de dinheiro, que enchem apartamentos com milhões, que ostentam comprovadamente contas na Suíça e em outros paraísos fiscais. Querem mais?  Votem naqueles que fazem dos seus votos peça de barganha e nunca os utilizam para defender aqueles que os colocaram lá (os pobres miseráveis que agora soltam fogos).


Quantos dos brasileiros sabem qual foi o verdadeiro motivo da condenação do Ex-presidente? A grande maioria se quer imaginam os verdadeiros motivos e quem realmente está sendo condenado e perseguido com toda essa parafernália que armaram. O verdadeiro punido é o povo, o verdadeiro "cassado" é o povo, os únicos que perderão com tudo isso somos nós que a tão pouco tempo atrás ascendíamos a famigerada classe média (motivo principal de tudo isso), os  verdadeiros punidos serão os jovens brasileiros que deixarão de entrar na faculdade, que deixarão de viajar para o exterior  (intercambio), os usuários do SUS que já veem as FARMÁCIAS POPULARES serem fechadas.

O verdadeiro crime de LULA foi colocar o pobre no centro da discussão, foi dá voz e vez ao povo nordestino, ao favelado, ao negro, foi dá voz a senzala, ai a casa grande se revoltou. Filho de porteiro médico pra que? Filha de empregada doméstica fazendo Direito pra que?. "Faculdade é para quem pode pagar" (Frase de um desses imbecis que se apoderaram  no poder).

Agora vibrem nas redes sociais, vibrem em seus trabalhos (enquanto os tem), vibrem na esquina, mas lembrem- se: os grandes perdedores somos nós e não a ELITE PODRE que se esconde dentro de seus gabinetes. No JUDICIÁRIO, no LEGISLATIVO e  no EXECUTIVO.

Lembrem-se: Do FIES, das Universidades construídas, dos IFes, do Bolsa Família, das Farmácias Populares. Quem sabe mais tarde descobrirão que os grandes perdedores dessa história somos todos NÓS.

VIVA O POVO BRASILEIRO!



segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Pará: Justiça Federal condena Vale por danos ambientais em comunidades quilombolas - Brasil de Fato


Pará: Justiça Federal 

condena Vale por danos 

ambientais em 

comunidades quilombolas

Mineradora terá que recuperar rios e igarapés, realizar projetos de geração de renda e pagamentos por danos ambientais.


Lilian Campelo - Belém (PA), 19 de Janeiro de 2018 às 12:07

MPF avalia recorrer da ação para incluir comunidades afetadas indiretamnente
pela mineradora e que ficaram de fora da sentença / Fotos Públicas

A Justiça Federal condenou a mineradora Vale a reparar os danos ambientais referentes ao assoreamento de rios e igarapés e ao enfraquecimento do solo em comunidades quilombolas do território de Jambuaçu, em Moju (PA). A sentença foi encaminhada ao Ministério Público Federal (MPF), nesta segunda-feira (15).

O juiz federal da 9ª Vara em Belém, Arthur Pinheiro Chaves, determinou também que a empresa deve implementar um projeto de geração de renda para as famílias e manter o pagamento de compensação financeira no valor de dois salários-mínimos mensais às famílias atingidas que participarem do projeto. 

Nas áreas que devem ser reparadas vivem 58 famílias distribuídas em sete comunidades. Porém, na ação movida pelo MPF contra a empresa, os impactos abrangem as 15 comunidades que compõem o território quilombola onde vivem 788 famílias. Para o procurador da República, Felipe de Moura Palha e Silva, da área do MPF especializada na defesa dos direitos de populações indígenas e comunidades tradicionais, os impactos indiretos não foram considerados. 

“Na avaliação do MPF existem impactos indiretos nas demais comunidades, impactos que nós chamamos de efeitos sinérgicos, para além dos impactos ambientais, como por exemplo a erosão dos rios, o assoreamento dos córregos e das nascentes que afeta. O território tradicional quilombola ele deve ser visto como um território que tem traços em comum que ligam os espaços à cultura”, argumenta.

Moura afirma que o MPF “assim que receber a intimação irá avaliar a possibilidade de recorrer da decisão para incluir as demais comunidades que não foram abrangidas pela decisão” e  na avaliação do procurador o resultado representa uma vitória às comunidades tradicionais.

Impactos


O território quilombola de Jambuaçu é cortado por dois empreendimentos da empresa: uma linha de transmissão e um mineroduto, que transporta bauxita da Mina Miltônia 3, em Paragominas, para a refinaria da Alunorte em Barcarena, município vizinho a Belém. De acordo com ação civil pública do MPF no total são 244 km de mineroduto cortando municípios e comunidades.

Na ação, o MPF citou ainda a pesquisa da professora da Universidade Federal do Pará (UFPa), Rosa Elizabeth Acevedo Martins, que identifica como impactos dos empreendimentos a perda das condições de navegabilidade do rio Jambuaçu, onde as famílias pescam e obtêm sua fonte de renda.




“O balanço feito pelas comunidades é que houve uma diversidade de perdas materiais e imateriais. Houve perdas de árvores castanheiras, açaizeiros, pupunheiras, abacateiros, ingazeiros – com derrubada da mata para as obras de infraestrutura”, ressalta a pesquisadora no documento.

Para Dayane Erica Ribeiro, integrante do Movimento pela Soberania Popular na Mineração, e moradora na comunidade Santana do Baixo, uma das oito comunidades quilombolas que a Justiça não considerou atingidas, o rio Jambuaçu além de não se encontrar totalmente navegável como antes, está contaminado.

“Boa parte [das comunidades] lavam suas roupas, tomam banho, toma água vinda do igarapé. Muitas pessoas só tinham esse recurso: a água, principalmente do igarapé. Então as crianças começaram a adoecer, peixes morreram, doenças de pele [começaram a aparecer] porque água estava contaminada”, diz.

O juiz federal cita no despacho a análise do perito sobre as condições do rio, que sugere uma “avaliação científica para localizar e identificar qualquer alteração ou agente poluidor”.

Em nota, a Vale afirma que “não foi oficialmente comunicada da sentença e informa que adotará os recursos legais cabíveis, assim que for notificada”. Ainda segundo a mineradora ocorreram impactos na fase inicial de implantação da Mina de Bauxita Paragominas que teriam solucionados com a recuperação das áreas afetadas.

Em:https://www.brasildefato.com.br/2018/01/19/para-justica-federal-condena-vale-por-danos-ambientais-em-comunidades-quilombolas/


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domingo, 21 de janeiro de 2018

MIGRAÇÃO UM PROBLEMA?

POR QUE MIGRAR?

Marcus Pereira


Por quê migrar?  Quase sempre encontramos essa resposta na realidade social, mas nem sempre é uma decisão fácil, embora  muitas vezes se apresenta como a única opção possível. A migração imposta pelas condições geo-sócio-política-econômicas reiterada em um contexto (real), provocado por falta de políticas públicas, ainda é uma realidade frequente no Brasil, e uma constante para homem (em sua grande maioria) do campo, de baixa formação,  que deixa sua cidade natal em busca de emprego (subemprego) nas cidades grandes,




Sem opções e em situação de desespero, muitas vezes provocada pelo modelo oligárquico monopolista da nossa sociedade econômica, esse homem, em sua grande maioria de origem rural, se lança em busca de oportunidades em localidades com uma probabilidade econômica mais favorável e que também é parte interessada nesse fluxo, pois dai surgirá toda uma dinâmica de força útil e barata.

Quantas pessoas em nosso território vivem distantes de seus familiares? Quantos sonham em retornar?

Como é a vida do migrante? Ora sendo eu em várias oportunidades também migrante, responderia que é muito fascinante, quando se trata da beleza do viajar, dos sonhos, de tudo que criamos em torno do desconhecido; por outro lado me intristece quando verifico as angústias, as desilusões, o desprezo e a forma como são tratados ou muitas vezes perseguidos como culpados (“intrusos” - "invasores”) pelos problemas sociais dessas grandes metrópoles "que lhes acolhem", isso só mascara e  descaracteriza a verdadeira realidade social.

No nosso país (nos outros não é diferente), infelizmente, esta faltando uma política mais séria de desenvolvimento econômico, voltada para as pequenas cidades, objetivando incentivar ao homem do campo, o pequeno agricultor (este o maior migrante), infelizmente o que existe é uma política de dependência o que o faz presa fácil, para o modelo capilatista mundial.

Tudo isso facilmente verificado em qualquer uma dessas pequenas cidades espalhadas pelos estados do Brasil, dos países africanos e naqueles considerados subdesenvolvidos mundo afora. Quase sempre administrados (comandados) por políticos influentes, atrelados ao vício do poder e que não sabem usar essa influência a não ser em favor de si mesmos. No Brasil, a prática é essa; o pobre cada dia mais esmagado, descriminado e jogado à marginalização nos grandes centros urbanos.




Homens, mulheres e crianças, todo os tipos de pessoas que se possa imaginar, em qualquer parte desse nosso país (do mundo), estão lotando as grandes cidades, jogados às favelas, aos viadutos (quando tem sorte), além de outros tantos que se quer tem onde passar uma noite de frio.

Frequentemente nos deparamos com essa realidade sem que precisemos ir muito longe, basta olharmos pelos retrovisores, pelas janelas de nossos carros importados e veremos que ali naquela esquina está um ser humano, jogado a margens, por mim e por você. A SOCIEDADE QUE FEDE ENTRE QUATRO PAREDES.



Certamente não sou o primeiro e nem serei o último a falar do MIGRANTE, mas provavelmente esta é uma versão verdadeira de quem viveu a experiência de ser também um MIGRANTE, quando em 1989, ano em que um migrante (perseguido como poucos) de origem nordestina, humilde quase se elegeu presidente, tive que partir em busca de meus sonhos.


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quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Migrante do sonho ou Migrante do nada?






















A TERRA E OS TRABALHADORES RURAIS

A TERRA E OS TRABALHADORES RURAIS

Marcus Pereira


Uma realidade longe de ser resolvida e muito menos entendida (por quem deveria), a luta travada pelo pequeno agricultor para ter acesso a terra no Brasil, embora seja uma das mais organizadas e combatentes entre os movimentos sociais. Esta luta vem atravessando diversos períodos da nossa história, onde muitos morreram e outros tantos continuam morrendo.




Aqueles que aqui chegaram (os invasores), se apossaram das terras "descobertas" expulsando  os aqui viviam (os índios), ou seja se apropriaram, fincaram suas cercas e transformaram aqueles que não tinham influência ou sangue europeu em empregados (escravos) ou meeiros e a vida assim seguiu e segue até hoje com pouca diferença.

Hoje a conquista desse pedaço de chão para plantar (agricultura familiar), representa para cada assentado rural a retomada do sonho, a reconstrução de um novo território (a sua verdadeira nação). É na verdade o recomeço, a retomada da vida.

É nesse sentido que deveríamos olhar e tentarmos compreender a luta das famílias que vivem nesse processo migratório. Deveríamos, ao invés de chamá-los de vagabundos como de costume, buscarmos o sentido real do espaço, do território e de lugar para esses que resistiram heroicamente as lutas de tantos brasileiros, que deram suas vidas por um pedaço de terra.

Fica mais aterrorizante ainda, essa luta que vem sendo travada a séculos, quando paramos para analisarmos o que representa a concentração de terras (latifúndio) nas mãos de tão poucos (No Brasil, menos de 1% dos proprietários agrícolas possui 45% da área rural), um país que se orgulha de ser o pais do agrobusinees e que ainda nos dá o desprazer de encontrarmos pessoas na condição de trabalho análogo ao de escravo nessas grandes propriedades.




Devemos ter a consciencia que esse modelo concentrador (do Brasil dos meus bisavós) expõe ao mundo nossas desigualdades sociais e alimenta a ganância do agroconcentrador, que estão sempre associados ao que tem de pior no agronegocio brasileiro, os políticos e seus modus operandi ao acesso dos recursos financeiros e tecnológicos.

Contudo, vale salientar que, conquistar a terra ou essa nova vida, se faz urgente,  como primordial é a importância que os movimentos sociais tem, teve e terá ao longo desses mais de 500 anos de exploração da classe dominante e invasora do nossas terras e nossa gente.




Precisamos entender que essa desigualdade na distribuição de terras é um dos fatores que prejudica o desenvolvimento sustentável e o combate à pobreza, e um agravante pra tantos conflitos e massacres. Basta procurarmos nos institutos de pesquisas e orgãos governamentais quem são os grandes devedores e onde aconteceram os maiores massacres da história recente desse pais.

Por isso é que também se faz necessaria e urgente a participação de toda sociedade nesse processo de recriação territorial. Por isso é que precisamos ao inves de gritarmos, com aqueles que ainda se encorajam e vão a luta por terras, espaco e vida, VAGABUNDOS! devemos gritar em alto e bom som: VIVA A O POVO BRASILEIRO; VIVA AOS TRABALHADORES RURAIS! TERRA PARA QUEM PRECISA!




O AGRO É POP!

O AGRO É TUDO!

O AGRO É O CÂNCER DO NOSSO PAÍS.


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quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

PARA ONDE CAMINHA O BRASIL? - Brasil de Fato


Para onde caminha o Brasil?

O país está doente e seguimos sem grandes motivos para celebrar


Paulo Bretas*
Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG), 17 de Janeiro de 2018 às 08:00



"Como o governo vem com uma reforma trabalhista que reduzirá a renda dos trabalhadores, teremos queda de arrecadação" / Vitor Teixeira
No mundo, comemora-se a chegada de 2018. No Brasil, seguimos sem grandes motivos para celebrar. Somos mais de 205 milhões de brasileiros e de brasileiras, 11,8 milhões de analfabetos. Somos mais de 52 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza, um quarto da população.

A massa salarial e o consumo das famílias, ambas variáveis intimamente ligadas às condições do mercado de trabalho, respondem por cerca de 60% da receita bruta do governo central. Como o governo vem com uma reforma trabalhista que reduzirá a renda dos trabalhadores, teremos queda de arrecadação. Apenas 13,5 % dos impostos arrecadados vêm dos lucros. Sem falar no volume de renúncias fiscais, que é de aproximadamente R$ 285 bilhões. Contribuindo para a redução de receitas. Temos um sistema tributário injusto e regressivo.

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A situação dos trabalhadores não está nada boa. Com o início da implantação da reforma trabalhista, aprovada pelo governo Temer, nós viveremos o uso indiscriminado de contratos de trabalho a prazo, uso de trabalho a tempo parcial, a terceirização, o trabalho intermitente, muito subemprego, a sobrequalificação da mão de obra e o ataque à representação sindical. A ONU fez um exame das políticas públicas do Brasil voltadas para os Direitos Humanos e criticou as reformas do governo Temer, alertando que o congelamento de gastos públicos é “incompatível” com os compromissos internacionais assumidos pelo país.

É assustador pensar que somos governados por grupos políticos altamente suspeitos de corrupção e cujo presidente tem tão somente 6% de apoio da população. Em suma, regredimos muito, temos um país socialmente doente, um Estado em estado terminal. Um judiciário que se politizou e que segue sem fazer justiça.

*Paulo Bretas é presidente do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

A NATUREZA E O MUNDO CONSUMISTA

A NATUREZA E O MUNDO CONSUMISTA

Marcus Pereira

A exploração do homem pelo homem é a principal característica e que marca de forma contundente o mundo globalizado e capitalista. A falta de respeito ao ser humano e o pragmatismo da busca pelo lucro nas nações desenvolvidas levou o mundo a um consumo descontrolado dos nossos recursos naturais, muito além da capacidade de recuperação do planeta.




O uso desses recursos obriga o mundo a conviver em um cenário desesperançoso, muitas vezes catastrófico, basta observarmos os diversos problemas ambientais que a humanidade tem enfrentado. Hoje o mundo sente a necessidade e a obrigação de reduzir o impacto do consumo pelo consumo, ação que deve ser feita com o uso mais eficiente dos recursos disponíveis, apoiado com a implementação e desenvolvimento de tecnologias sustentáveis.



Além de tudo, tão grave quanto, ainda existe as altas taxas de desperdício de alimentos, sobretudo em países desenvolvidos como os Estados Unidos, apontado como o maior produtor de lixo por sobra de alimentos do mundo.




A falta de consciência ambiental que ainda vemos hoje (menos que no século XX), praticada por boa parte da sociedade, contribui de forma considerável com a agressividade aos recursos naturais bem como propaga a idéia de que o consumo pode ser infinito, desincentivando assim o combate ou mesmo a erradicação de atitudes contra os exageros, ou seja, é necessário também que haja uma ação concatenada dos países contra esse desperdício, é urgente a busca por formas mais racionais e eficazes de conter o uso exagerado dos recurso naturais e o desperdício de alimentos no mundo.

Para alguns estudiosos se esses impactos não forem minimizados , as futuras gerações sofrerão as consequências do desequilíbrio da natureza - isso acontece quando algum elemento (animal ou vegetal), é reduzido em sua quantidade, aumentado ou diminuído - Tais mudanças podem produzirem reações em cadeia que repercutirão diretamente nas "interações biológicas" dos ecossistemas.



O homem, tem em suas mãos o poder de frear essas previsões, para isso, bastaria ao invés de pensar só no consumo desenfreado e exploração dos recursos naturais, buscar uma forma eficiente e comprometida em reduzir de forma drástica as altas taxas de desperdícios vista nos dias de hoje.




Assim sendo todos sairão ganhando e a falta dos recursos naturais certamente não será um problema para as futuras gerações.

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segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

O menino e a borboleta




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1968 - 50 anos depois - Brasil de Fato.

Nos 50 anos de 1968, relembre 11 fatos que abalaram o mundo

Período de levantes e revoluções, ano foi marcado por protestos estudantis e movimentos de contestação


Rute Pina em Brasil de Fato | São Paulo (SP), 4 de Janeiro de 2018 às 09:27


Repressão do Exército mexicano a protesto estudantil no Zócalo,
Cidade do México - Créditos: Wikicommons

O ano de 1968 começou com a declaração do Papa Paulo VI de que aquele seria um período de paz, mas entrou para a história por uma série de revoltas e levantes em escala global.

No contexto da chamada Guerra Fria (1945-1991), a juventude se rebelou em todo o mundo e protagonizou uma revolução cultural e nos costumes. Já o Brasil vivia um contexto de endurecimento da ditadura militar, instalada em 1964 e que só viria a ruir em 1985.

Após 50 anos, relembre onze fatos marcantes do "ano que abalou o mundo".

1 - Protestos contra a Guerra do Vietnã (EUA e diversos países)


No dia 30 de janeiro de 1968, véspera do ano novo lunar do país, os vitcongues, expressão que significa "comunista vietnamita", lançam uma grande ofensiva contra os estadounidenses e vietnamitas do Sul.


Protesto contra a guerra do Vietnã na cidade de Wishita, no Kansas (EUA) | Wikicommons


Com a operação, a correlação de forças passou a ser mais favorável aos comunistas e mudou o rumo da guerra do Vietnã (1955-1975). Movimentos pela paz se intensificaram nos EUA, gerando protestos e pressão contra o governo de Lyndon Jhonson, que abriu negociações de paz com o governo insurgente do Vietnã do Norte. Os EUA deixaram o país asiático em 1973, mas o conflito se arrastou por mais dois anos.

2 - Primavera de Praga (República Tcheca)


Em janeiro de 1968, Alexander Dubcek assume o governo da Tchecoslováquia (hoje República Tcheca) e inicia uma série de reformas políticas, sociais, econômicas e culturais. Sob a liderança de Dubcek, a Primavera de Praga foi um movimento de massas em busca de um "socialismo humanizado" crítico ao regime stalinista na URSS.


Imagens da invasão soviética à Tchecoslováquia | Flickr/CIA

Em agosto, as tropas da URSS invadiram a Tchecoslováquia, em uma tentativa de reprimir o movimento reformista.

3 - Morte do estudante Edson Luís (Brasil)


Em 28 março de 1968, um protesto de secundaristas no Rio de Janeiro termina com o assassinato do estudante Edson Luís de Lima Souto pela Polícia Militar.

Corpo de Edson foi velado na Assembléia Legislativa, na Cinelândia
Acervo da Biblioteca Nacional

A morte do jovem de 17 anos gera comoção nacional e o velório se transforma em um dos grandes atos políticos contra a ditadura militar. O trajeto entre a Assembleia Legislativa do Rio, onde o corpo foi velado, até o Cemitério São João Batista foi acompanhado por cerca de 50 mil pessoas.

4 - Assassinato de Martin Luther King (EUA)


Em 4 de abril de 1968, o pastor negro estadunidense Martin Luther King, um dos líderes mais importantes do movimento por direitos civis nos EUA, é assassinado.


Martin Luther King durante a marcha em Washington na qual pronunciou
o histórico discurso "I have a dream" - eu tenho um sonho | Wikicommons


Ele estava na cidade Memphis, no estado do Tennessee, para apoiar a greve dos trabalhadores em serviços sanitários quando levou um tiro que rompeu sua medula espinhal. Em seu enterro em Atlanta, em 9 de abril, milhares de pessoas saíram às ruas para acompanhar o funeral.

Luther King sonhava com uma sociedade racialmente igualitária em que os negros estivessem plenamente integrados, apoiava a não-violência e se posicionou abertamente contra a Guerra do Vietnã.

5 - Estreia do espetáculo Hair (EUA)


A década de 1960 é reconhecida pela contestação do movimento hippie e a irreverência do rock n'roll. Nos EUA, em abril de 1968, estreava na Broadway o espetáculo Hair, um dos símbolos deste período.


Espetáculo segue sendo apresentado em diversos circuitos pelo mundo.
Cenas de nudez ainda são censuradas em diversos países. Imagem de 2016
|Reprodução/ Facebook


O musical símbolo da contracultura hippie é repleto de elementos contestatórios, principalmente a Guerra do Vietnã. Em termos de comportamento, a apresentação chocou o público com cena de nu explícito no palco e referência ao uso de drogas ilegais. Várias de suas músicas viraram hino dos movimentos pacifistas.

6 - Revoltas de maio de 1968 (França)


No dia 3 de maio de 1968, estudantes franceses ocuparam a Sorbonne, universidade mais tradicional do país. As barricadas estudantis logo se alastraram por toda a França e ganharam contornos para além das pautas estudantis.


Trabalhadores em fábrica ocupada no Sul da França, no cartaz, uma série de reivindicações
 Wikicommons

Os manifestantes passaram a criticar a política trabalhista e educacional do governo do general Charles de Gaulle, culminando em uma greve geral de 24 horas que paralisou Paris.

7 - Passeata dos 100 mil (Brasil)


No dia 26 de junho de 1968, estudantes, religiosos, artistas como Chico Buarque e Caetano Veloso, e diversos outros setores da sociedade caminharam pelas ruas do centro do Rio de Janeiro contra o regime militar.

Vladimir Palmeira, líder do movimento civil, discursando durante a Passeata dos Cem Mil
 Wikicommons

O protesto é um ápices dos movimentos contra a ditadura no período e culminou em uma reação dos militares, com o decreto do Ato Institucional nº 5 no dia 13 de dezembro. O AI-5 é considerado o mais arbitrário dos decretos dos militares e deu poderes quase absolutos ao governo, dissolvendo a liberdade de expressão e os direitos políticos no país.

8 - Estudantes são presos em Congresso da UNE em Ibiúna (Brasil)


Em 1968, a União dos Estudantes (UNE) atuava na clandestinidade e suas reuniões estavam proibidas pelo regime militar. Ainda assim, a entidade marcou congresso anual naquele ano e reuniu cerca de 1,2 mil pessoas em Ibiúna (SP).


Notícia da prisão dos estudantes reportada pelo jornal O Estado de S. Paulo | Reprodução


A Polícia Militar invadiu o encontro e todos os estudantes foram presos e levados ao Departamento de Ordem Política e Social (Dops), entre eles as principais lideranças estudantis do país. A ação fez a UNE reduzir seu tamanho e permitiu que o governo militar fichasse centenas de estudantes que futuramente foram perseguidos, como José Dirceu, que à época disputava a liderança da entidade.

9 - Massacre de Tlatelolco (México)


Apenas dez dias antes dos Jogos Olímpicos do México um protesto de estudantes em Tlatelolco, no centro da capital do país, foi brutalmente reprimido pelo Exército mexicano. O presidente Gustavo Díaz Ordaz Bolaños buscava sufocar o movimento estudantil — acusado por ele de influência externa comunista — antes da abertura do evento. Os jovens pediam mais liberdades civis e a punição de casos de repressão policial.


Protesto estudantil teve início nas escolas secundárias e tomou conta do país
devido à repressão policial | Reprodução/ YouTube

Até hoje, o número de mortos no massacre é incerto. O número oficial 40 mortos é questionado: algumas fontes falam em mais de mil mortes na noite de 2 de outubro de 1968.

10 - Atletas negros protestam em Olimpíadas (EUA/México)


No segundo dia das provas de 200 metros rasos nas Olimpíadas da Cidade do México, no dia 16 de outubro de 1968, o atleta estadounidense Tommie Smith justificou seu favoritismo e levou o ouro com o tempo de 19,83 segundos. Já o compatriota John Carlos levou o bronze.


Tommie Smith e John Carlos erguem o punho
 durante hino nacional dos EUA | WikiCommons


Durante a cerimônia de premiação, Thommie e John manifestaram apoio ao movimento de direitos civis e pela vida do povo negro norte-americano. Os dois subiram ao pódio erguendo o punho fechado com luvas pretas, saudação utilizada pelo movimento Black Power e pelos Panteras Negras. O gesto é considerado o mais emblemático e político na história dos Jogos Olímpicos.

11. Greve em Contagem - Minas Gerais (Brasil)


Em abril de 1968, ocorreu a primeira grande greve no Brasil desde que os militares tomaram o poder quatro anos antes. Articulada pelo Sindicato dos Metalúrgicos, a paralisação mobilizou por dez dias cerca de 1,2 mil trabalhadores em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. Os trabalhadores da siderurgia Belgo-Mineira reivindicavam um  reajuste salarial de 25%.


Movimento de Contagem serviu de inspiração para outras ações 
sindicais pelo país | Reprodução


Durante a greve, o coronel Jarbas Passarinho, então ministro do Trabalho, intimidou os grevistas pessoalmente e na televisão. No dia 24 de abril, policiais militares tomaram a região industrial de Contagem e os operários foram ameaçados de demissão sumária. O movimento terminou no dia 26 de abril. Os trabalhadores conquistaram 10% de reajuste, abaixo da pauta, mas uma vitória frente à política de arrocho salarial imposta pela ditadura.  Além disso, a greve reacendeu o sindicalismo no país. Em julho, por exemplo, cerca de 3 mil trabalhadores da Cobrasma, metalúrgica em Osasco, na Grande São Paulo, anunciaram a ocupação da fábrica.

Edição: Vanessa Martina Silva em https://www.brasildefato.com.br/2018/01/04/nos-50-anos-de-1968-relembre-11-fatos-que-abalaram-o-mundo/


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