Violência
desloca
800 mil crianças no
leste da República
Democrática do
Congo
Publicado em
26/01/2018 Atualizado em 26/01/2018
Crianças em campo para deslocados internos em Kivu do Norte, na República Democrática do Congo. Foto: OCHA/Naomi Frerotte |
Mais de 800 mil
crianças do leste da República Democrática do Congo tiveram de
deixar seus lares devido a confrontos armados. O número foi
divulgado nesta semana (25) pelo Fundo das Nações Unidas para a
Infância (UNICEF), que descreveu a situação como “uma das piores
crises de deslocamento forçado do mundo” para meninos e meninas.
Agência da ONU e parceiros já identificaram mais de 800 casos de
abuso sexual contra menores.
Nas províncias de
Tanganyika e Kivu do Sul, a violência entre etnias distintas, somada
aos conflitos entre o exército nacional e milícias, já deixou
cerca de 1,3 milhão de pessoas em situação de deslocamento
forçado. Dados recentes coletados pelo UNICEF revelam que, ao longo
do ano passado, mais de 3 mil crianças foram recrutadas como
soldados por grupos armados.
Também em 2017, os
dois departamentos registraram cerca de 18 mil ocorrências suspeitas
de cólera — o dobro do identificado em 2016 — e 18 mil casos de
sarampo. Nos províncias, muitos centros de saúde deixaram de
funcionar.
“Centenas de
milhares de crianças na região não têm mais acesso a cuidados
médicos ou educação. Outras sofreram atrocidades nas mãos dos
combatentes”, afirmou o diretor interino do UNICEF no país,
Tajudeen Oyewale.
A violência também
impediu que congoleses do leste do país trabalhassem em suas
plantações — o que agrava o risco de má nutrição entre
milhares de meninos e meninas.
UNICEF
precisa de US$ 65 mi
Em resposta à
situação no Kivu do Sul e Tanganyika, a agência da ONU está
levando assistência para as crianças deslocadas. Serviços incluem
tratamento médico e prevenção contra a cólera; vacinação contra
o sarampo; apoio nutricional; e assistência psicossocial para os
menores afetados pela violência e também para os que ficaram
feridos ou estão desacompanhados.
Para implementar e
manter programas de ajuda humanitária pelos próximos seis meses, o
UNICEF lançou um apelo por 65 milhões de dólares. “Trata-se de
uma situação brutal para crianças, sem um fim à vista”,
enfatizou Oyewale.
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