sábado, 13 de janeiro de 2018

Uma cidade dividida por um Rio.


Uma cidade dividida por um Rio.



Marcus Pereira





De longe vemos teu brilho, por onde passarão teus rios e onde quer que estejamos estarão  teu passado e o teu presente. Para onde olharmos tua harmonia. Assim é Recife. A capital do Frevo e do Maracatu. Nas suas entranhas corre a cultura. Moderna, cosmopolita, de arquitetura antenada no passado. Recife cortada ao meio. Cortada ao meio pelo Capibaribe, entrelaçada pelo Beberide.

Assim é o Recife dividida em duas, cidade dos morros, das favelas, das aguas sujas de um rio que morre, que escorre, que inunda. Recife cidade imunda, Recife cidade linda, Recife cidade bucólica, que desperta o amor, que causa ódio (apaixonante). Recife do meu prazer, de belas praias e mulheres lindas.

Recife! O rio que te corte ao meio, te divide em duas: Recife pobre/Recife rico, Recife da lama/Recife do asfalto, Recife dos meus amores, recife de tantas cores, de todas dores, de tantos cantores, de tantos valores.

Recife da alegria, da harmonia (seja de noite ou de dia), Recife do JK, dos bares noturnos, Recife de beleza rara (incontestável beleza), de vultos que surgem de suas sombras. Recife de tantas cores e luzes a iluminar seu cais, teus amores, tuas pontes.

Recife que dorme abraçada por seus rios, embriagada pelos cânticos dos boêmios, Recife que se parte ao meio, dividida por seus rios e trasformada em menina em noite de lua cheia.

O Rio que te corta ao meio te divide em duas!!!




O RIO QUE TE CORTA AO MEIO


O rio que te corta ao meio.
Te divide em duas.
Cidade pobre,
cidade rica...
Cidade cheia,
cidade vazia...

O rio que te corta ao meio.
Te enche de lama.
Derramando seus vícios
sobre teus pés enegrecidos,
pelos mangues mortalmente apodrecidos...

O rio que te corta ao meio.
Mas parece um rio morto.
De fome...
De sede...
De rancor...

Ele cansou de ser rio, 
para se tornar um espectro do nada.

Marcus Pereira 
 ago/1992


Imagens do google.

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